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Para este estudo, não foram levados em consideração os custos com frete de caminhões, carretas ou outro tipo de escoamento.

Na região onde foi feito o estudo, foi feita uma averiguação junto aos agricultores que prestam e recebem esse tipo de trabalho e descobriu-se que existe apenas um modelo para esse tipo de serviço que é 7% do total colhido, pago em sacas de soja.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CUSTO FIXO

Independentemente de a colheita ser boa ou ruim os custos fixos não sofrem mudança no seu valor, ou seja, são os custos que são fixos, isento ao que foi produzido. Fundamentado pelo valor das colheitadeiras novas, podemos pressupor o custo fixo por ano, que estão apresentados na tabela 8.

Tabela 8: Total de gastos com os Custos fixos por não de cada máquina.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Depreciação (R$) 60.300,00 54.900,00 59.500,00 Custo operacional Juros 6% R$ 22.800,00 19,800,00 22.500,00 Seguro (R$) 5.700,00 4.950,00 5.625,00

Custo fixo total (R$) 88.800,00 79.650,00 88.725,00

O maior custo fixo constatado foi o de R$ 88.800,00, que é da colheitadeira CASE IH, modelo AFS 4130. Podemos averiguar que o custo fixo anual se diferencia de acordo com o investimento introdutivo, ou seja, quanto maior o valor da máquina nova, maior seu custo fixo anual total. Enquanto o modelo New Holland, CR 5.85 teve uma depreciação muito próxima ao modelo da case (R$ 87.625,00). A máquina da Jhon Deere S430 foi a que teve o menor custo fixo total R$ 79.650,00, também é a colheitadeira com menor custo inicial (Tabela 1).

Na Tabela 9 é apontado o percentual de custo fixo quando confrontado com o valor do faturamento bruto.

Tabela 9: Confrontação entre custos fixos e valor do faturamento.

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Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Faturamento bruto 1.330.000,00 1.330.00,00 1.330.000,00 CTF* com remuneração de capital 6% 88.800,00 79.650,00 87.625,00 Análise vertical (%) 6,68% 5,99% 5,59% CTF* com juros (6%) 88.800,00 79.650,000 87.625,00 Análise vertical (%) 6,68% 5,99% 5,59%

CTF* - Custo Fixo Total

Independentemente da colheita ter sido boa ou não, e do valor da saca de soja estar alta ou baixa, o custo fixo sempre será mantido, apenas podendo ser

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diminuído se por alguma razão a colheitadeira não for utilizada em alguma safra ou safrinha, mas isso não é o que ocorre costumeiramente e muito menos o que o produtor quer.

Como mostrado anteriormente na tabela 2, o total de horas trabalhadas por hectare pela máquina por cada safra (HrTr), não é o mesmo para os modelos, apesar das 3 plataformas serem do mesmo tamanho e a velocidade recomenda para as 3 colheitadeiras ser a mesma, ocorre uma diferença na capacidade operacional, sendo o modelo da CASE IH e NEW HOLLAND o mesmo valor 3,2 há- hr-1, já o modelo da JHON DEERE S430 é um pouco menor: 2,56 há- hr-, o que faz com que o modelo S430 demore um pouco mais para realizar o mesmo serviço que os outro modelos. Entretanto apesar de ter essa desigualdade na quantidade de horas trabalhadas, praticamente não ocorre diferença no percentual entre as máquinas se comparar o custo fixo total com o valor da colheitadeira nova, compreendendo entre 11,68% no modelo da CASE IH e da NEW HOLLAND, e quanto a modelo da JHON DEERE, teve uma porcentagem de 12,07%.

4.2 JUROS

Na Tabela 9 está retratado os juros a 6% se o proprietário se decidir em financiar e de 6% para remuneração de capital. Os juros equivalem ao retorno de uma aplicação financeira.

Foram cotadas junto ao SICREDI, que é a cooperativa de crédito que financia a grande maioria das colheitadeiras na região a taxa de juros, e obtivemos um valor de 6% ao ano, em um possível financiamento de 10 anos, que é mais ou menos a vida útil da colheitadeira. Para a remuneração de capital, foi encarada a taxa sugerida pela Companhia Nacional de Abastecimento CONAB (2010), que é de 6%.

Tabela 10: Juros a taxa de 6% e remuneração de capital a 6%.

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Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Financiamento (Juros 6% R$ a.a) 45.600,00 39.600,00 45.000,00 Remuneração de Capiral R$ (Juros 6% a.a) 45.600,00 39.600,00 45.000,00

O proprietário pode escolher entre as duas formas estudadas, porém nem sempre ele conta com o capital necessário e por isso opta pelo financiamento, em

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virtude de considerar indispensável a compra. No entanto, quando ele possui o dinheiro ele deve optar pela comprar da máquina à vista, pois além de escapar de uma taxa de 6% de juros ele não corre qualquer risco em aplicações financeiras.

4.3 CUSTO VARIÁVEL

Os custos variáveis se diferenciam dos custos fixos, pois ao contrário deles seu valor é alterado conforme o nível de trabalho e de rendimento. Na tabela 11 são apresentados os custos variáveis relacionado às colhedoras.

Tabela 11: Custo variável de colhedoras relacionado à combustível, lubrificante, mão de obra e

manutenção.

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Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Combustível (R$) 12.523,50 15.998,79 13.365,00

Lubrificantes (R$) 1.252,35 1.599,87 1.336,50

Mão de obra (R$) 1.875,00 2.325,00 1.875,00

Manutenção (R$) 7.600,00 6.600,00 7.500,00

Custo variável total (R$)

23.250,85 26.523,60 24.076,50

Existem inúmeros motivos que podem acarretar a mudança de valor do custo variável, como nesse estudo o tamanho de plataforma e velocidade de colheita são os mesmos para ambas as máquinas o valor ficou próximo para ambos os casos.

Para os cálculos de mão de obra, foi utilizado um valor de R$ 15,00 a hora trabalhada, para ambas máquinas, pois após pesquisas na região foi descoberto que elas trabalham em média 12 horas por dia e seus operadores ganham em torno de R$ 180,00 a diária.

Podemos notar uma diferença no valor do custo variável total em relação ao custo fixo total, onde o maior investimento inicial acarretou um custo total final maior. A máquina da Jhon Deere modelo S430, que teve o menor investimento inicial, foi a que teve o maior custo variável total. Isso ocorreu, principalmente em relação aos custos com combustível e mão de obra, pois a mesma conta com a menor capacidade operacional (2,56 hectares hora-1) entre os modelos estudados, e a menor potência (201 Cv), o que faz com que seja necessário mais combustível pois o consumo do mesmo está relacionado a multiplicação entre 12% da potência e o total de horas trabalhadas e consequentemente com mais horas trabalhadas encarece o valor gasto com mão de obra.

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O valor médio de custo variável é de R$ 24.617,00, tendo um modelo acima da média (Jhon Deere S430) com o custo variável total de R$ 26.523,66, um modelo abaixo da média (Case IH AFS 4143) com um total de R$ 23.250,85 e um modelo bem próximo a média, New Holland CR 5.85, R$ 24.076,50, obtendo assim, uma diferença de R$ 3.272,81 entre os modelos de maior e menor custo variável.

Como os modelos de maior valor inicial, New Holland e Case IH, além de terem um valor inicial bem próximo e terem a mesma capacidade operacional (3,2 hectares hora-1), fez com que tivessem um gasto próximo e manutenção com apenas R$ 100,00 de diferença e R$ 84,00 de diferença em filtros e lubrificantes, enquanto os seus gastos com mão de obra foram os mesmos, tornando assim os seus custos variáveis totais muito próximos. Na Tabela 12 está exposto o comparativo dos gastos com custos variáveis em razão ao faturamento total.

Tabela 12: Comparativo do gasto com custo variável ao valor do faturamento total bruto.

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Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Faturamento bruto (R$)

1.330.000,00 1.330.000,00 1.330.000,00

Custo variável total (R$)

23.250,85 26.523,66 24.076,50

Análise vertical (%) 1,75% 1,99% 1,81%

4.4 TERCEIRIZAÇÃO DA COLHEITA

Conforme descrito no referencial teórico os gastos com colheita podem elevar e muito os custos finais de uma produção e para evitar custos, os produtores buscam cada vez mais formas para otimizar o sistema, e uma das técnicas que muitos vem apostando é a terceirização da colheita. Sabendo que a terceirização da colheita tem suas vantagens, devemos saber seus gastos reais, exibidos na tabela 13, 14, 15, 16 e 17 de acordo com o método adotado de 7% da colheita bruta, para as diferentes produtividades, safras e diferentes valores pagos em cada saca de soja.

O modelo de negócio a 7% do colhido bruto, é o método utilizado na região, outros métodos adotados, como troca de serviços e favores não foram calculados, pela dificuldade de informações e precisão de dados.

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Tabela 13: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 56,00.

Produção Soja (Saca Há-1) 140 100 70 50

Valor por saca (R$) 56,00 56,00 56,00 56,00

Total (7%) R$56,00 a saca

109.760,00 78.400,00 54.880,00 39.200,00

Tabela 14: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 70,00.

Produção Soja (Saca Há-1) 140 100 70 50

Valor por saca (R$) 70,00 70,00 70,00 70,00

Total (7%) R$56,00 a saca

137.200,00 98.000,00 68.600,00 49.000,00

Tabela 15: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 84,00.

Produção Soja (Saca Há-1) 140 100 70 50

Valor por saca (R$) 84,00 84,00 84,00 84,00

Total (7%) R$56,00 a saca

164.640,00 118.600,00 82.320,00 58.800,00

O modelo de negócio a 7% do total colhido sofre uma drástica mudança em relação ao total colhido e o preço vendido por saca. Baseado no ano de 2018 a fazenda analisada, se optasse por terceirização obteria um gasto total de R$ 93.100,00, 7% do faturamento bruto R$ 1.330.000,00.

O modelo, como podemos ver, pode não ser o mais aconselhado para determinado ano, visto que se o produtor tiver uma boa colheita e conseguir um bom valor de venda, seu gasto com a colheita irá aumentar drasticamente. Porém, não se pode ignorá-lo, uma vez que se a colheita não for boa e produtor tiver um faturamento baixo, ele irá ter um custo com a colheita também, mais baixo, dado que a taxa de 7% se mante independentemente da quantidade de sacas colhidas.

Podemos notar também que a influência de preço de venda e produtividade da soja tem um peso muito grande na hora de calcular os gastos com a colheita terceirizada, já que na safra anual obtivemos, para um ano de colheita muito alta e preço alto (Tabela 14) um gasto com a terceirização de R$ 164.640,00 em contra partida, em um ano ruim e com preços não tão bons, obtemos um gasto de R$ 39.200,00 (Tabela 12), uma diferença de 420%, que faz total diferença no fechamento de contas da propriedade.

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