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ANÁLISE FINANCEIRA PARA COMPRA OU TERCEIRIZAÇÃO DE COLHEITADEIRA EM PROPRIEDADE COM 200 HECTARES

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a promoverem as transformações futuras”

ANÁLISE FINANCEIRA PARA COMPRA OU TERCEIRIZAÇÃO DE

COLHEITADEIRA EM PROPRIEDADE COM 200 HECTARES

WILSON BENDO

Foz do Iguaçu-PR 2019

(2)

I

WILSON BENDO

ANÁLISE FINANCEIRA PARA COMPRA OU TERCEIRIZAÇÃO DE

COLHEITADEIRA EM PROPRIEDADE COM 200 HECTARES

Foz do Iguaçu – PR 2019

Trabalho de conclusão de curso II apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Agronômica.

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I

B861a Bendo, Wilson

Análise Financeira para Compra ou Terceirização de Colheitadeira em Propriedade com 200 Hectares / Wilson Bendo - Foz do Iguaçu: UDC / 2019

Orientador: Dr. Ricardo Allebrandt Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Centro Universitário Dinâmica das Cataratas

1. Economia Agrícola. 2.Mecanização. 3.Valor de Mercado.

CDU:631

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(5)

III

“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor, mas lutei para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria ser, mas graças a Deus, não sou o que era antes”.

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IV

DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso aos meus pais, Silvino Bendo e Maria de Lourdes Chagas Bendo e à minha noiva, Carollyne Biff, por todo apoio recebido durante meus estudos. Sem eles, nada disso seria possível.

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V

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço а Deus por permitir que tudo isso acontecesse ао longo de minha vida, não somente nestes anos como universitário, mаs еm todos оs momentos. Ele é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.

Agradeço aos meus pais, Silvino Bendo e Maria de Lourdes Chagas Bendo, pela educação que me ofereceram, estando sempre ao meu lado em todas as minhas decisões e por acreditarem em meu potencial.

Agradeço a minha noiva, Carollyne Biff, que não mediu esforços para que eu pudesse concluir mais essa etapa da minha vida, sempre me incentivando e dando forças para que eu continuasse. Obrigado por todo apoio, amor e incentivo diário.

Ao Centro Universitário Dinâmica das Cataratas e a todos os meus professores, pelos ensinamentos ao longo do curso, permitindo que eu obtivesse amplo conhecimento e por toda ajuda e direção que me foram dados durante esses anos, em especial, ao meu orientador professor Dr. Ricardo Allebrandt, pelo suporte, dedicação, correção e ajuda para a construção deste trabalho.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho e para minha formação profissional.

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VI

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fluxograma para o dimensionamento operacional e econômico de Sistemas mecanizados agrícolas. ... 22

(9)

VII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Preço das colheitadeiras e suas respectivas potências. ... 26

Tabela 2: Depreciação da máquina de acordo a idade. ... 28

Tabela 3: Taxa de juros para o cálculo de financiamento. ... 28

Tabela 4: Proposta de seguro anual. ... 29

Tabela 5: Remuneração de capital imobilizado. ... 30

Tabela 6: Gasto com diesel por máquina por ano. ... 30

Tabela 7: Gastos com manutenção do maquinário e seus filtros. ... 31

Tabela 8: Total de gastos com os Custos fixos por não de cada máquina. ... 32

Tabela 9: Confrontação entre custos fixos e valor do faturamento. ... 32

Tabela 10: Juros a taxa de 6% e remuneração de capital a 6%. ... 33

Tabela 11: Custo variável de colhedoras relacionado à combustível, lubrificante, mão de obra e manutenção. ... 34

Tabela 12: Comparativo do gasto com custo variável ao valor do faturamento total bruto. ... 35

Tabela 13: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 56,00. ... 36

Tabela 14: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 70,00. ... 36

Tabela 15: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 84,00. ... 36

Tabela 16: Gasto total por ano para compra de colheitadeira com remuneração de capital próprio ... 37

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VIII

LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1: Equação de custos operacionais. ... 18 Equação 2: Depreciação do cálculo. ... 27 Equação 3: remuneração de capital. ... 29

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IX

LISTA DE ABREVIATURAS

CAT- Capacidade anual de trabalho do bem em horas;

CEPEA- Centro de estudos avançados em economia aplicada; CF- Custos fixos;

CONAB- Companhia Nacional de Abastecimento; CT- Custo total;

CV- Custos variáveis; Cv- Cavalo-vapor;

EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; Ha-1- Por hectare;

HsTr- Total de horas trabalhadas por hectare pelo bem; J - Taxa de remuneração;

Kg - Quilos;

MAPA- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; QM - Quantidade do bem;

R$ - Reais;

VM - Valor do bem novo; VN- Valor do bem novo; VR- Valor residual do bem;

VUh- Vida útil do bem definida em horas; % - Por cento.

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X

BENDO, Wilson. Análise Financeira para compra ou Terceirização de Colheitadeira em Propriedade com 200 Hectares. Foz do Iguaçu, 2019. Trabalho Final de Graduação - Centro Universitário Dinâmica das Cataratas.

RESUMO

O ramo agrícola tem como premissa regular as receitas e os custos para que obtenha lucro, assim como qualquer outro negócio. Para se afastar das perdas de rentabilidade, o produtor deve realizar um diagnóstico rigoroso dos custos de produção a fim de reduzi-los. A colheita é uma das etapas de maior custo no processo produtivo de grãos, pois envolve o uso de maquinário de alto custo operacional e mão de obra especializada. Sendo assim, a atividade da colheita de grãos é comumente realizada por empresas terceirizadas, que prestam serviço especializado de colheita, dispondo de todo maquinário e recurso humano necessários. Apesar disso, pouca informação é encontrada em literatura técnica e científica a respeito da viabilidade econômica de se contratar serviço de colheita em comparação com a aquisição de colheitadeiras por parte dos produtores de grãos. Devido à grande importância da mecanização no sistema de produção da soja, este estudo teve por objetivo analisar a viabilidade econômica da aquisição de colheitadeira, em comparação com a contratação de serviço de colheita mecanizada na região do oeste do Paraná. Para tanto, foi utilizado como estudo de caso uma propriedade de 200 hectares, localizada em Santa Terezinha de Itaipu, para a qual foram calculados os custos totais envolvidos nos dois tipos de arranjos operacionais da etapa da colheita. Para os cálculos, foram examinados os custos, fixos e variáveis, envolvidos na aquisição e manutenção de uma colheitadeira em relação aos custos da terceirização do serviço de colheita. Os custos fixos foram considerados aqueles que não sofrem alteração, mesmo com a utilização ou não do maquinário, como os juros, seguro, depreciação. Os custos variáveis sofrem alteração em relação ao uso da colheitadeira, com destaque aos gastos com manutenção, óleos e lubrificantes, diesel e filtros. Foram estudados três modelos de colheitadeiras das marcas Case IH, New Holland e John Deere, com sistema de trilha axial. Os modelos foram recomendados pelas revendas autorizadas das marcas, de acordo com o tamanho e produção da propriedade, indicando os custos fixos e variáveis para o produtor de grãos que compra uma colheitadeira. No modelo de terceirização da colheita, na região do estudo de caso, o agricultor paga pelo serviço com 7% da produção em sacas colhidas na propriedade. Para as condições do presente estudo de caso, verificou-se que a aquisição da colheitadeira da marca John Deere é o que apresenta o menor custo. No entanto, a aquisição de maquinário para colheita de soja em uma propriedade de 200 ha não se revelou uma proposta economicamente viável, uma vez que os custos fixos e variáveis envolvidos na compra de uma colheitadeira podem chegar a 300% do custo total da contratação de serviço de colheita terceirizada.

(13)

XI

BENDO, Wilson. Financial Analysis for Purchase or Outsourcing of Harvester in

Property with 200 Hectares. Foz do Iguaçu, 2019. Last Project Graduation - Centro

Universitário Dinâmica das Cataratas.

ABSTRACT

The agricultural business has as its premise to regulate revenues and costs for profit, just like any other business. In order to avoid profitability losses, the producer must carry out a rigorous diagnosis of production costs in order to reduce them. Harvesting is one of the most costly steps in the grain production process, as it involves the use of machinery with high operating costs and skilled labor. Therefore, the grain harvesting activity is usually carried out by outsourced companies, who provide specialized harvesting services, with all necessary machinery and human resources. Despite this, little information is found in technical and scientific literature regarding the economic feasibility of contracting harvesting service in comparison to the acquisition of harvesters by grain producers. Due to the great importance of mechanization in the soybean production system, this study aimed to analyze the economic viability of the harvester acquisition, compared to the contracting of a mechanized harvesting service in the western region of Paraná. For this purpose, a 200 hectare property, located in Santa Terezinha de Itaipu, was used as the case study, for which the total costs involved in the two types of operational arrangements of the harvest stage were calculated. For the calculations, we examined the fixed and variable costs involved in acquiring and maintaining a harvester in relation to the costs of outsourcing the harvesting service. Fixed costs were considered to be those that do not change, even with the use of machinery, such as interest, insurance, depreciation. The variable costs are changed in relation to the use of the harvester, especially maintenance costs, oils and lubricants, diesel and filters. Three models of harvesters of the Case IH, New Holland and Jhon Deere brands with axial track system were studied. The models were recommended by authorized brand resellers, according to the size and production of the property, indicating the fixed and variable costs for the grain producer who buys a harvester. In the model of outsourcing the harvest, in the region of the case study, the farmer pays for the service with 7% of the production in sacks harvested in the property. For the conditions of the present case study, it was found that the acquisition of the John Deere harvester is the one that presents the lowest cost. However, the acquisition of soybean harvesting machinery on a 200 hectare property has not proved to be an economically viable proposition, since the fixed and variable costs involved in purchasing a combine harvester can reach 300% of the total cost of hiring outsourced harvesting service.

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XII

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 EMPREENDEDORISMO RURAL... 16

2.2 RELEVÂNCIA DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL ... 17

2.3 ESTUDO ECONÔMICO DA PROPRIEDADE RURAL ... 17

2.3.1 Custos de Operação de Máquinas Agrícolas ... 18

2.3.2 Máquinas e Implementos Agrícolas ... 18

2.3.3 Custos Variáveis... 19

2.3.4 Consumo de Combustível ... 19

2.3.5 Custos Fixos de Máquinas Agrícolas ... 19

2.3.6 Manutenção ... 19

2.3.7 Depreciação ... 20

2.3.8 Seguro ... 20

2.3.9 Juros ... 21

2.3.10 Remuneração de capital ... 21

2.4 PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS MECANIZADOS ... 21

2.5 TERCERIZACAO DO SERVICO DE COLHEITA ... 23

2.6 COLHEITADEIRAS ... 23

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 25

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 25

3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO ... 25

3.3 SELEÇÃO DAS COLHEITADEIRAS ... 26

3.3.1 Capacidade Operacional ... 26 3.4 METODOLOGIA DE CÁLCULO ... 27 3.5 CUSTO FIXO ... 27 3.5.1 Depreciação ... 27 3.5.2 Juros ... 28 3.5.3 Seguro ... 28 3.5.4 Remuneração de capital ... 29 3.6 CUSTOS VARIÁVEIS... 30

(15)

XIII

3.6.1 Diesel ... 30

3.6.2 Manutenção ... 30

3.7 PREÇO DE VENDA DA SOJA ... 31

3.8 TERCERIZAÇÃO DA COLHEITA... 31 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 32 4.1 CUSTO FIXO ... 32 4.2 JUROS ... 33 4.3 CUSTO VARIÁVEL ... 34 4.4 TERCEIRIZAÇÃO DA COLHEITA... 35 4.4.1 Safra 2018 ... 35

4.4 AQUISIÇÃO DE COLHEITADEIRA COM CAPITAL PRÓPRIO ... 36

(16)

14

1 INTRODUÇÃO

Para que o produtor possa retirar das plantas, a parte que lhe traga benefício econômico, no caso da soja, o grão, além de todo cuidado, desde até mesmo antes do plantio, ele precisa passar por um último processo, que é a colheita mecanizada (Srivastava et al., 1993). Para que tal prática ocorra com excelência é necessário o produtor ter alguns cuidados, como terminar no menor tempo possível, para evitar perdas de qualidade e de grau qualitativo. (Mialhe, 1984).

Diminuir os custos de produção está sendo um enorme trabalho para os produtores, uma vez que cada vez mais os preços de máquinas e insumos tem se elevado. Para isso, é necessário contar com o máximo de excelência nos serviços prestados na propriedade, além de ter uma análise detalhadas de receitas, gastos e faturamentos. Para comprar uma máquina do porte de uma colheitadeira, é necessário analisar, além do valor, outras muitas variáveis, para que no final das contas, não venha a acarretar ainda mais os custos da produção, uma vez que os custos com sistema mecanizado, pode refletir de 20 a 40% dos custos finais de uma lavoura (PACHECO, 2000). Uma das formas descobertas pelos produtores para acabar com os seus custos fixos, foi a terceirização de parte dos serviços que antes eram feitos na propriedade (BASTOS; GOMES, 2010).

A soja é uma das mais significativas culturas ligadas a economia de todo o mundo. Os grãos dessa leguminosa podem servir para diversos fins, sendo que os mais utilizados são pela indústria química, que através do grão consegue produzir óleo vegetal e rações para animais. Atualmente, aumenta em nível considerável também o uso da soja como escolha para a produção de biocombustível (COSTA NETO & ROSSI, 2000).

De acordo com dados obtidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2018), ocorre nas últimas décadas, um enorme crescimento na taxa de produção de soja, se tornando a cultura agrícola de maior representatividade, ocupando uma área de 60% do total ocupada com grãos.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa (2018), a área de soja cultivada no mundo é de aproximadamente 124,580 milhões de hectares. O Brasil é o segundo maior produtor do mundo, com uma área próxima de 116,996 milhões de hectares. O estado do Paraná é o segundo na lista de maiores produtores dentre os estados nacionais, a área cultivada é de 5,444 milhões

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15

de hectares, gerando uma produção média de 19,070 milhões de toneladas (EMBRAPA, 2018).

Esse enorme aumento, tanto em hectares cultivados, como em produtividade, se dá por vários motivos, como os avanços tecnológicos de máquinas agrícolas, tornando a mecanização menos suscetível ao erro e facilitando a vida do produtor, grandes avanços também ocorreram de modo genético, melhorando e adaptando cada vez mais as cultivares.

Devido à grande importância da mecanização no sistema de produção da soja, este estudo teve por objetivo analisar a viabilidade econômica da aquisição de colheitadeira, em comparação com a contratação de serviço de colheita mecanizada na região do oeste do Paraná. Para tanto, foi utilizado como estudo de caso uma propriedade de 200 hectares, localizada em Santa Terezinha de Itaipu, para a qual foram calculados os custos totais envolvidos nos dois tipos de arranjos operacionais da etapa da colheita.

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16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 EMPREENDEDORISMO RURAL

A atividade rural, hoje, é vista como uma empresa, onde o homem do campo é considerado um empresário. Todo lugar onde ocorre alguma atividade rural, pode ser considerado uma empresa rural, que são aquelas de onde se tira o sustento proveniente da terra, e da criação de animais. (HUPPES et al., 2006).

O conceito de empreendedorismo surgiu desde o final da Idade Média onde os empresários detinham um conceito simples: aquele que empreendia alguma coisa. Ao passar dos anos, Cantillon, em torno dos anos 1700, estabeleceu um termo para o conceito de empreendedorismo, que se comparava a àquela pessoa que inovava, que corria riscos. Em 1800, o economista francês Say pensava que empreendedor poderia ser aquele que transformava um negócio de baixo valor em algo que desse muito dinheiro. O conceito de Schumpeter, em torno de 1934, falava que empreendedor era aquele com vontade de inovar e apostar em novas tecnologias e Peter Drucker, em 1964, trazia o conceito de que empreendedor era aquele que tirava o máximo das oportunidades. Por último, Alfredo, no ano de 2009, traz que o empreendedor é aquele que faz acontecer, é uma pessoa visionária e se tem uma visão mais adiantada dos fatos que podem vir a ocorrer (MENDES, 2009).

Empreender significa muitas vezes assumir riscos. Neste caso, de empreendimento rural, o risco não é apenas o investimento financeiro. Ao trabalhar com a natureza, atribuem-se alguns riscos que não são controláveis, referentes ao meio ambiente. O homem do campo é muitas vezes generalizado como uma pessoa de baixo conhecimento teórico e científico, mas de muita criatividade diretamente ligada com a atividade que ele exerce, seja pelo, conhecimento herdado ou pela vocação em exercer a atividade rural. Alguns estudos mostram que grande parte dos empreendimentos rurais começa com a necessidade de empreender (SOUZA et al, 2013).

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17

2.2 RELEVÂNCIA DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL

De acordo com os dados obtidos do CEPEA, centro de estudos avançados em economia aplicada, da Esalq/USP, as exportações do agronegócio são o que mantém a economia do Brasil, representando 48% de todas as exportações que ocorrem no território brasileiro, os grandes destaques são a soja, o setor de carnes e o setor sucroalcooleiro, que juntos ao demais setores do agronegócio equivalem a U$98 bilhões (CEPEA, 2019).

Já no PIB (produto interno bruto), o impacto do agronegócio brasileiro vem aumentando a cada ano, alcançando recentemente a marca de 23%. Esse aumento é reflexo do aumento do PIB do agronegócio se comparado ao PIB nacional desde 2013. Estima-se que ao final de 2019 o agronegócio tenha crescido 3% (CNA), frente a uma negativa de 3,3% do PIB nacional (advn.com)

O agronegócio em 2018 empregava 20 milhões de pessoas, e estimasse que no ano seguinte aumente o número em mais 75 mil empregos, também na contra mão ao aumento do desemprego no Brasil, que no mesmo período teve uma baixa de 2% (CNA e CEPEA, 2019).

2.3 ESTUDO ECONÔMICO DA PROPRIEDADE RURAL

Para a realização de um estudo econômico de uma propriedade rural é necessário saber que uma propriedade só é bem administrada quando se tem o conhecimento de todos os custos e as receitas, além do conhecimento sobre as margens de lucro de cada uma das atividades. Desta maneira, é possível saber quais vantagens que certo investimento possa trazer. Para obter esses valores é preciso ter conhecimento sobre os custos de produção, levando em conta os custos fixos e custos variáveis. (CREAPALDI. 2016)

Em meio os essenciais custos fixos na propriedade rural, aparecem o juros sobre terras e capital fixo, depreciação e a remuneração de mão de obra. Para os custos variáveis são apontados os custos com reparo e manutenção de máquinas e implementos, combustíveis, lubrificantes, insumos, fertilizantes, sementes, agrotóxicos, impostos variáveis, juros sobre o capital de giro, mão de obra temporária e despesas gerais (CREPALDI, 2016).

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Ao somar o total dos custos fixos com o total dos custos variáveis obtém-se o total do custo de produção (SANTOS, 2010).

2.3.1 Custos de Operação de Máquinas Agrícolas

São os custos operacionais (CT), que são os gastos com maquinários agrícolas, cuja Equação 1, chamado de custo total, são costumeiramente separados em duas partes fundamentais: custos fixos (CF) e custos variáveis (CV).

Equação 1: Equação de custos operacionais.

CT = CF + CV Custos fixos (CF)

O cálculo do custo operacional (CT), além de serem de enorme importância para o produtor conseguir escolher a melhor opção de máquinas, é também de extrema importância na hora de fazer comparativos com os valores de hora máquina, facilitando o agricultor na hora de decidir entre alugar ou comprar o maquinário que ele necessita. (REIS, 2007).

2.3.2 Máquinas e Implementos Agrícolas

As máquinas e os implementos agrícolas são produzidos para executar as mais variadas atividades durante o ciclo de produção, desde a análise e preparação do solo, a semeadura, cuidados com a cultura, colheita e pós-colheita. Necessitam ser usadas conforme as suas características e com as necessidades do produtor. Para que os custos sejam diminuídos, alguns itens devem ser observados pelo produtor antes de realizar a compra de qualquer maquinário, alguns desses itens, segundo a CONAB, são: tipo, fabricante, marca, modelo, especificação, potência, preço do bem novo, quantidade do bem, saber a época e a intensidade de uso, horas trabalhadas por hectare, preço do combustível, salário do operador. Também é preciso levar em consideração informações relacionais a vida útil dos bens e também os gastos com a manutenção do mesmo. (CONAB, 2010).

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2.3.3 Custos Variáveis

Os custos variáveis são os que consistem de acordo com a quantidade de uso da máquina, e para o seu cálculo são determinados: lubrificantes, reparos e manutenção, combustível, salário do operador e regulagem da máquina. (MOREIRA, 1973).

2.3.4 Consumo de Combustível

O consumo de combustíveis pode ser diferente de acordo com as circunstâncias em que ocorre o trabalho, cuidados e estado de conservação da máquina e também da prática e habilidade da pessoa que está operando o maquinário. Podemos obter o gasto médio de consumo através de algumas maneiras, por coeficiente técnico a despesa com óleo diesel é em torno de 12% da potência do maquinário, outro jeito é por equação, que consiste na multiplicação da potência do motor por um fator de consumo para assim podermos ter uma média do consumo anual para todas as operações (MILAN, 2004).

2.3.5 Custos Fixos de Máquinas Agrícolas

Os custos fixos de uma máquina agrícola, são todos custos que são permanentes pelo proprietário, ou seja, que não importa o quanto ele venha a produzir, serão mantidos, alguns como: seguro, manutenção do implemento, desgaste e depreciação. (CONAB, 2010).

2.3.6 Manutenção

Segundo Silva (2009), a manutenção serve para deixar o bem em plenas condições de uso e alongar ainda mais a vida útil do mesmo.

Entre os gastos com manutenção que devemos levar em conta na hora de calcular o custo de operação, localizam-se os gastos que se tem com manutenção, que podem ser dois tipos, manutenção preventiva e corretiva, onde na primeira então os gastos de manutenção fixa, que são gastos que se tem em espaços de

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tempo regulares, como filtros de ar, filtro de combustível, correias de polias e filtros de óleos. Por outro lado, a manutenção corretiva é um pouco mais complexa de ser avaliada, já que depende de algumas condições de difícil controle, como as condições de trabalho, perfil do terreno, habilidade do operador (SILVEIRA et al, 2006).

Para a Companhia Nacional de Abastecimento - Conab (2010), a formação do custo é apurada através da análise do valor do bem novo. Os custos de manutenção 1% para máquinas e os lubrificantes e filtros somam 10% dos gastos de combustível combinado com as horas trabalhadas em hectare.

2.3.7 Depreciação

A depreciação de máquinas agrícolas é um custo fixo, já que é uma forma de avaliar quanto o valor de um maquinário cai com o passar dos anos, sendo o mesmo usado ou não. A depreciação de um maquinário deve ser avaliada quando se tem a necessidade de substitui-lo, seja por desgaste físico ou até mesmo pela inclusão de novos métodos que vieram para somar consideravelmente a capacidade produtiva. Sua análise é de suma importância pois a mesma representa uma enorme parte da perca de valor de máquinas agrícolas, por isso a sua estimativa se torna importante, não apenas para a compra de um maquinário, mas também para a escolha do mesmo (OLIVEIRA, 2001).

Segundo dados da CONAB (2010), a depreciação é vista como uma atividade linear da idade da máquina, que muda de acordo com o passar dos anos e a vida útil da máquina. Para estimar a vida útil dos maquinários agrícolas e o seu valor residual que é o valor esperado para venda ao final da vida útil, pode ser usar os valores dados pela Conab que para colheitadeiras são de 10 anos, ou 5000 horas e tem um valor residual de 25%.

2.3.8 Seguro

O seguro é indispensável para máquinas agrícolas de grande porte, pois é através dele que se consegue ajudar para cobrir estragos e acidentes que a máquina pode sofrer (furto, roubo, acidente com fogo, etc), podendo o mesmo ser

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utilizado para o proprietário conseguir de volta um valor parcial ou até mesmo total (TEIXEIRA, 1997). Segundo a CONAB, é usado o valor de 0,75% de acordo com a média do valor de uma máquina nova para estabelecer o custo fixo do seguro (CONAB, 2010).

2.3.9 Juros

O juro é basicamente um valor, além do capital, que deve ser pago pela pessoa que solicitou um empréstimo ao dono do capital emprestado. Os juros é fundamentado no risco que há no investimento (REIS, 2007). No Brasil, se o produtor rural quiser financiar o seu maquinário, ele poderá fazer em até 10 anos, com o juro médio de 5% ao ano.

2.3.10 Remuneração de capital

A remuneração do capital bloqueado pelo proprietário, é outra causa a ser levada em consideração na hora de calcular os custos fixos da produção. Segundo dados da CONAB (2010), o investimento feito pelo produtor deve de alguma forma ser remunerado e para isso usa uma taxa de 6% ao ano que é chamada de taxa de retorno, é como se o dinheiro investido por ele fosse aplicado em um investimento diferente. A CONAB, utiliza para isso, o preço médio do bem adquirido e multiplica pela taxa de juros (6%) dividindo o valor pela área cultivada (CONAB, 2010).

2.4 PLANEJAMENTO E DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS MECANIZADOS

A escolha da máquina a ser adquirida deve ser considerada um trabalho de grande responsabilidade, porque existem muitas variáveis que devem ser levadas em consideração nesse procedimento (BAIO et al., 2004).

O uso de maquinários de tamanho e número maior do que o aconselhado, provoca um aumento no custo final, pois o mesmo não vai ser menos utilizado em relação ao seu custo. Podemos dizer que que se invertemos os dados também acarretará prejuízos, pois deverá ocorres uma limitação na capacidade de andamento das operações, e também causará prejuízos na parte total de produção, conceito esse associado às perdas por pontualidade (MILAN, 2004).

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Um padrão que é sempre utilizado para a efetuação do dimensionamento operacional, é exibido através de um fluxograma, mostrado na Figura 1. A programação começa com a necessidade de se obter um novo ou substituir um maquinário, ou pelo fato de precisar de um para realizar o trabalho em determinada área. Nesta análise, devemos levar em conta todas os procedimentos a serem feitos. Na próxima etapa, que é chamada de análise operacional, encontram-se as operações que deverão ser executadas. No planejamento se determina o tempo acessível. Apoiado pelo ritmo operacional e capacidade de trabalho do maquinário são feitos os cálculos de número de conjuntos essenciais. A eficiência do trabalho é calculada em base no tempo em que a máquina realiza um determinado serviço, levando também em conta, a potência que se tem acessível e a potência solicitada para que possa realizar o trabalho com competência. Através da capacidade operacional e os custos, tanto os diretos e os indiretos podemos definir o custo operacional. Após o fim do processo, teremos os resultados, se os mesmos forem apropriados, podemos finalizar o processo, caso ao contrário, devemos repensar as possibilidades.

Figura 1: Fluxograma para o dimensionamento operacional e econômico de Sistemas mecanizados agrícolas.

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2.5 TERCERIZACAO DO SERVICO DE COLHEITA

Viana (2008), estabelece que terceirização é um processo criado e pensado para passar a outras pessoas a efetuação de alguns serviços que sejam de sua obrigação.

O capitalismo e o enorme e rápido aumento do uso de tecnologias, estão fazendo com que os agricultores tenham que cada vez mais se capacitar e se profissionalizar, para que assim possam concorrer de igual para igual no mercado competitivo em que estão introduzidos, dificilmente os agricultores vão conseguir levar o aumento do custo de produção que está cada vez maior ao preço final do seu produto. Sendo assim, uma das únicas maneiras de tornar o negócio rentável é tentar cada vez mais, aumentar a eficiência produtiva, trabalhando cada vez mais nas coisas que ocorrem dentro da sua propriedade. E para isso acontecer, o produtor deve ter uma análise detalhada de custo de todas as funções para que assim possa identificar os pontos negativos (MARTIN et al., 1998).

De acordo com Legnaro (2008), como uma forma de conseguir reduzir os seus altos custos, muitos agricultores têm estudado o lado da terceirização de serviços na sua propriedade, tendo assim uma enorme diminuição nos custos de investimentos em máquinas e também com mão-de-obra que é um serviço cada vez mais caro e difícil de encontrar. Hoje podemos ver uma enorme crescente na procura de serviços terceirizados, especialmente em culturas em que se necessita de alta capacidade, como é a de grãos, onde cada vez mais os equipamentos mais modernos e tecnológicos vêm tomando conta. Afirma-se que a terceirização, é sem dúvida, um processo que deve ser estudado pelo produtor.

2.6 COLHEITADEIRAS

As primeiras colheitadeiras, chamadas de ceifeiras foram inventadas simultaneamente na Grã-Bretanha e Estados Unidos no século XVIII, mas passaram a ser utilizadas somente no século seguinte, precisamente em 1833 quando o americano ObedHussey criou uma máquina puxada por animais de tração. Em 1834 após os aperfeiçoamentos feitos por Cyrus McCormick o modelo consagrou-se sua versão funcional de uma colheitadeira mecânica (TEDLOW, 2002).

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Conforme aponta COSTA e TAVARES (1995), partir de meados da década de XX, quando nos Estados Unidos ocorreram as primeiras colheitas de soja com colheitadeiras mecanizadas, as máquinas vem passando por inúmeros processos de melhorias e adequação para que possam contribuir ainda mais com o agricultor (COSTA e TAVARES, 1995).

Para que se tenha uma elevada performance e diminua a perca de grãos, as colheitadeiras precisam de uma e excelente fabricação, ter alguns cuidados operacionais para cada cultura, pois sabe-se que hoje em dia as perdas de grãos na colheita resultam principalmente de pequenas regulagens e ajustes operacionais que muitas vezes são deixados passar pelo operador (MESQUITA et.al, 1994).

Pensando em evitar ao máximo as percas na colheita e otimizar os lucros dos produtores, as grandes fabricantes de colheitadeiras vem investindo cada vez mais em melhorias e tecnologias para seus modelos, possuem para isso, colheitadeiras para desde o pequeno produtor, até o grande latifundiário, prova disso são as diferentes medidas de plataformas existentes variando de 17 a 45 pés com um tamanho de 5,18 e 13,7 metros, respectivamente, a velocidade entre os modelos encontrados também podem variar, chegando a uma velocidade de até 24 km/h (FARIAS et al, 2015).

Hoje no mercado temos diferentes colhedoras com uma grande eficiência na capacidade operacional com o objetivo de abreviar o tempo da cultura no campo após a mesma estar pronta para o corte (CASTRO E FERREIRA, 2007).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado no município de Santa Terezinha de Itaipu, no estado do Paraná. A área de 200 hectares no ano de 2017/2018 e obteve na safra de soja uma produtividade de 3600 kg ha-1 ou 60 sacas ha-1 e na soja safrinha 2100 kg ha-1 ou 35 sacas ha-1, vendidas a R$ 70,00 a saca, totalizando faturamento bruto de R$ 1.330.000.

Foi coletado junto ás concessionárias autorizadas das marcas Jonh Deere, New Holland e Case IH as informações necessárias, sobre valores de comercialização e os modelos mais comercializados e indicados para a região e para esse tamanho de área.

A área total plantada e produtividade média da soja, são relativos aos dados obtidos com o dono da área referentes a produção de soja na safra e safrinha no ano de 2018.

Foram coletados junto a Cooperativa Agroindustrial LAR o preço médio da soja, relativos a região da propriedade na época de agosto de 2017 a dezembro de 2018. O resultado, significa o valor auferido pelo agricultor por saca da soja.

O preço do litro do óleo diesel foi obtido por meio da média de preços praticados nos postos da região no período de agosto de 2017 a março de 2018.

3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO

A execução desse estudo, aconteceu através de um estudo de caso qualitativo, que segundo LLEWELLYN (2007) foca no reconhecimento das características de casos, organizações e eventos.

De acordo com ZANELI (2002) o fundamental significado da pesquisa qualitativa “é buscar entender o que as pessoas apreendem ao perceberem o que acontece em seus mundos”. Ainda segundo o autor “é muito importante prestar atenção no entendimento que temos dos entrevistados, nas possíveis distorções e no quanto eles estão dispostos ou confiantes em partilhar suas percepções”.

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Selltiz, Jahoda e Destsch (1974) Rotulam o percurso metodológico do estudo de caso em três partes: estudos exploratórios, estudos descritivos e fase de análise dos dados.

3.3 SELEÇÃO DAS COLHEITADEIRAS

As máquinas foram escolhidas de acordo com a indicação de cada concessionária autorizada, após entrar em contato com cada um dos representantes e solicitar um orçamento de um maquinário que atende-se o tamanho da área estudada, foi obtido um maquinário de cada empresa, que estão representados com os valores e suas respectivas potencias na Tabela 1. Ambos com sistema de trilha axial que é mesclado de um rotor longitudinal e côncavo. Aponta melhoras na diminuição de impurezas, uma menor danificação do material colhido (MORAES et al., 2005).

Tabela 1: Preço das colheitadeiras e suas respectivas potências.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Valor (Real) 760.000,00 660.000,00 750.000,00

Potência (cavalo) 253 201 270

*Valor obtido com os representantes autorizados no Paraná

3.3.1 Capacidade Operacional

A capacidade operacional da máquina, nada mais é do que o quanto ela é habilitada para colher por determinado período de tempo, que se dá por (ha h-1). Para isso é de grande importância conhecermos a velocidade de avanço da colhedora e largura de suas plataformas.

De acordo com as revendas autorizadas, para ambos os modelos, foi recomendado a mesma plataforma e velocidade de operação: tamanho da plataforma: 20 pés ou 6,1 metros, velocidade de operação: 6 km h-1 e capacidade operacional diferente, para o modelo AFS 4130: 3,2 há h-1, para o modelo S 430: 2,56 há h-1 e para o modelo da New Holland CR 5.85: 3,2 há h-1..

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3.4 METODOLOGIA DE CÁLCULO

Para o andamento da pesquisa, foi utilizada a metodologia da Companhia Nacional de Abastecimento - Conab (2010), que para esse determinado tipo de cálculo, utiliza para efeito de conferência, os custos fixos e variáveis e a terceirização da colheita. Para cálculo dos custos fixos, deve-se adicionar os gastos com seguro, juros e depreciação. Para as variáveis, foram utilizados especialmente os gastos com reparos, manutenção e combustível. Para colheitadeira o custo com combustível está diretamente ligado à potência da mesma e para este estudo foi apontado o coeficiente de 12% da potência e desse total, 10% serão os custos com filtros e lubrificantes. Já para realizar os custos com reparos e manutenção, foram classificados em 1% do valor do maquinário novo.

3.5 CUSTO FIXO

3.5.1 Depreciação

A depreciação pertence a perca de valor da marca em razão do passar do tempo, e para sua determinação existem várias maneiras. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010) encontra-se o valor real da depreciação através do cálculo demonstrado na equação 2.

Equação 2: Depreciação do cálculo. Depreciação= [(VN – VR)/VUh]. HsTr

Em que:

VN- Valor do bem novo; VR- Valor residual do bem;

VUh- Vida útil do bem definida em horas; HsTr- Horas totais trabalhadas por hectare.

Junto aos representantes autorizados, foi obtido o valor do bem novo, e através dele podemos observar na tabela 2 a depreciação do bem neste método. A vida útil do bem, de acordo com o apresentado pela Companhia Nacional de

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Abastecimento- Conab (2010) é de 10 anos para colhedoras. Para o valor de sucata foi pesquisado com os revendedores autorizados da região e obtido um valor de 20% do valor da máquina nova.

Tabela 2: Depreciação da máquina de acordo a idade.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 VN (R$) 760.000,00 660.000,00 750.000,00 VR (R$) 152.000,00 132.000,00 150.000,00 VUh (Horas) 1.250 1.500 1.250 HsTr (Hora h-1) 62 78 62 Depreciação Safra (R$) 30.150,00 27.450,00 29;750,00 Depreciação Ano (R$) 60.300,00 54.900,00 59.500,00 3.5.2 Juros

Para a taxa de juros foram cotadas as taxas do banco que financia a grande maioria das colheitadeiras na região que é o SICREDI, e foi obtido um valor de juros de 6% ao ano para produtores que escolhem financiar sua máquina em até 10 anos, conforme explanado na Tabela 3.

Tabela 3: Taxa de juros para o cálculo de financiamento.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Valor (Real) 760.000,00 660.000,00 750.000,00

Juros (6%) 45.6000,00 39.600,00 45.000,00

3.5.3 Seguro

Em conformidade com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2010) será empregue uma taxa de 0,75% ao ano em relação ao valor inicial da colheitadeira nova para o cálculo do seguro.

No Brasil todos os bancos exigem que o produtor faça o seguro do maquinário enquanto o mesmo estiver pagando por ele. Na Tabela 3 consta um modelo de seguro para as colheitadeiras.

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Tabela 4: Proposta de seguro anual.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Valor (R$) 760.000,00 660.000,00 750.000,00

Seguro (R$ ano) 5.700,00 4.950,00 5.625,00

3.5.4 Remuneração de capital

A Conab (2010) define remuneração de capital imobilizado, como uma remuneração em que o proprietário tem que ter e emprega para tal, uma taxa de 6% ao ano, que é considerada uma taxa de retorno, que segundo a companhia é como se o capital utilizado para adquirir a máquina, fosse utilizado para algum outro tipo de aplicação.

Para realizar o cálculo, a Companhia utiliza, como parâmetro, o valor médio da máquina ainda sem uso e os juros de 6% ao ano, dividido pela vida útil e multiplicado pela hora trabalhada efetivamente pela colheitadeira.

Na tabela 5 está retratado a remuneração de capital. De acordo com os cálculos expostos na Equação 3.

Equação 3: remuneração de capital.

Remuneração de capital = [(VM . QM)/2)/CAT]. HsTr. J

Onde:

VM = Valor do bem novo; QM = Quantidade do bem;

CAT = Capacidade anual de trabalho do bem em horas, definida como a razão entre a vida útil do bem em horas e a vida útil do bem em anos;

HsTr = Total de horas trabalhadas por hectare pelo bem, em uma safra; J = Taxa de remuneração;

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Tabela 5: Remuneração de capital imobilizado.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 VN (R$) 760.000,00 660.000,00 750.000,00 QM (unidade) 1 1 1 CAT 125 155 125 HsTr (Hora h-1) 62 78 62 Juros 45.600,00 39.600,00 45.000,00 3.6 CUSTOS VARIÁVEIS 3.6.1 Diesel

O gasto do produtor com diesel pode alterar dependendo das circunstâncias em que o maquinário é colocado para trabalhar, o operador também interfere nesse custo pois pode aumentar e abaixar de acordo com a sua habilidade para operar a máquina e o seu cuidado com a manutenção e conservação da mesma (CONAB, 2010).

Para as metas impostas por esse estudo e de acordo com a metodologia aplicada pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab (2010), foi usado como base de cálculo de diesel um valor de 12% da potência da máquina, que ainda são multiplicados pelo preço do diesel e horas trabalhados, confirme mostrado na tabela 6.

Tabela 6: Gasto com diesel por máquina por ano.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Potência 253 201 270

Consumo Hora-1 (12%) 30,36 24,12 32,40

Horas trabalhadas (ano) 125 155 125

Preço Diesel (RS) 3,30 3,30 3,30

Valor total (RS) 12.523,50 15.998,79 13.365,00

3.6.2 Manutenção

Embasado em dados da Companhia Nacional de Abastecimento- Conab (2010) foi utilizado o número de horas de trabalho das colheitadeiras por hectare para descobrir os gastos médios com lubrificantes e filtros. Para tal, se usa a

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porcentagem de 1% da colheitadeira nova para os custos de manutenção, e para os gastos médios com lubrificantes e filtros devemos considerar um valor de 10% dos gastos com combustível. Esses gastos são totalmente aplicados aos custos variáveis, pois dependem ou não do uso da máquina.

Na Tabela 7 estão retratados os gastos com reparos, controle e prevenção contra ferrugem, filtros, diesel e lubrificação.

Tabela 7: Gastos com manutenção do maquinário e seus filtros.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Manutenção (Valor colheitadeira R$) 760.000,00 660.000,00 750.000,00 Manutenção (Valor colheitadeira R$) + 1% 7.600,00 6.600,00 7.500,00 Filtros (Combustível R$) 12.523,50 15.998,79 13.365,00 Filtros (Combustível R$) + 10% 1.242,35 1.599,87 1.336,50

3.7 PREÇO DE VENDA DA SOJA

Foram obtidos junto ao agricultor e a Cooperativa Agroindustrial LAR, que é a responsável por estocar e vender as safras do mesmo, o preço médio de venda da saca de soja no período estudado que é de R$ 70,00 reais e para os cálculos foram utilizados além desse valor, uma variação de 20% para mais e para menos, por ordem: R$ 84,00 e R$ 56,00.

Para os efeitos de produção, foram apontados três níveis de produtividade para a safra e safrinha somadas, totalizadas em uma única produção anual. Produtividades por ano: muito baixa 50 sacas por ha-1, baixa 70 sacas por ha-1, alta 100 sacas por ha-1 e muito alta 140 sacas por ha-1.

3.8 TERCERIZAÇÃO DA COLHEITA

Para este estudo, não foram levados em consideração os custos com frete de caminhões, carretas ou outro tipo de escoamento.

Na região onde foi feito o estudo, foi feita uma averiguação junto aos agricultores que prestam e recebem esse tipo de trabalho e descobriu-se que existe apenas um modelo para esse tipo de serviço que é 7% do total colhido, pago em sacas de soja.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CUSTO FIXO

Independentemente de a colheita ser boa ou ruim os custos fixos não sofrem mudança no seu valor, ou seja, são os custos que são fixos, isento ao que foi produzido. Fundamentado pelo valor das colheitadeiras novas, podemos pressupor o custo fixo por ano, que estão apresentados na tabela 8.

Tabela 8: Total de gastos com os Custos fixos por não de cada máquina.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Depreciação (R$) 60.300,00 54.900,00 59.500,00 Custo operacional Juros 6% R$ 22.800,00 19,800,00 22.500,00 Seguro (R$) 5.700,00 4.950,00 5.625,00

Custo fixo total (R$) 88.800,00 79.650,00 88.725,00

O maior custo fixo constatado foi o de R$ 88.800,00, que é da colheitadeira CASE IH, modelo AFS 4130. Podemos averiguar que o custo fixo anual se diferencia de acordo com o investimento introdutivo, ou seja, quanto maior o valor da máquina nova, maior seu custo fixo anual total. Enquanto o modelo New Holland, CR 5.85 teve uma depreciação muito próxima ao modelo da case (R$ 87.625,00). A máquina da Jhon Deere S430 foi a que teve o menor custo fixo total R$ 79.650,00, também é a colheitadeira com menor custo inicial (Tabela 1).

Na Tabela 9 é apontado o percentual de custo fixo quando confrontado com o valor do faturamento bruto.

Tabela 9: Confrontação entre custos fixos e valor do faturamento.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Faturamento bruto 1.330.000,00 1.330.00,00 1.330.000,00 CTF* com remuneração de capital 6% 88.800,00 79.650,00 87.625,00 Análise vertical (%) 6,68% 5,99% 5,59% CTF* com juros (6%) 88.800,00 79.650,000 87.625,00 Análise vertical (%) 6,68% 5,99% 5,59%

CTF* - Custo Fixo Total

Independentemente da colheita ter sido boa ou não, e do valor da saca de soja estar alta ou baixa, o custo fixo sempre será mantido, apenas podendo ser

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diminuído se por alguma razão a colheitadeira não for utilizada em alguma safra ou safrinha, mas isso não é o que ocorre costumeiramente e muito menos o que o produtor quer.

Como mostrado anteriormente na tabela 2, o total de horas trabalhadas por hectare pela máquina por cada safra (HrTr), não é o mesmo para os modelos, apesar das 3 plataformas serem do mesmo tamanho e a velocidade recomenda para as 3 colheitadeiras ser a mesma, ocorre uma diferença na capacidade operacional, sendo o modelo da CASE IH e NEW HOLLAND o mesmo valor 3,2 há- hr-1, já o modelo da JHON DEERE S430 é um pouco menor: 2,56 há- hr-, o que faz com que o modelo S430 demore um pouco mais para realizar o mesmo serviço que os outro modelos. Entretanto apesar de ter essa desigualdade na quantidade de horas trabalhadas, praticamente não ocorre diferença no percentual entre as máquinas se comparar o custo fixo total com o valor da colheitadeira nova, compreendendo entre 11,68% no modelo da CASE IH e da NEW HOLLAND, e quanto a modelo da JHON DEERE, teve uma porcentagem de 12,07%.

4.2 JUROS

Na Tabela 9 está retratado os juros a 6% se o proprietário se decidir em financiar e de 6% para remuneração de capital. Os juros equivalem ao retorno de uma aplicação financeira.

Foram cotadas junto ao SICREDI, que é a cooperativa de crédito que financia a grande maioria das colheitadeiras na região a taxa de juros, e obtivemos um valor de 6% ao ano, em um possível financiamento de 10 anos, que é mais ou menos a vida útil da colheitadeira. Para a remuneração de capital, foi encarada a taxa sugerida pela Companhia Nacional de Abastecimento CONAB (2010), que é de 6%.

Tabela 10: Juros a taxa de 6% e remuneração de capital a 6%.

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Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Financiamento (Juros 6% R$ a.a) 45.600,00 39.600,00 45.000,00 Remuneração de Capiral R$ (Juros 6% a.a) 45.600,00 39.600,00 45.000,00

O proprietário pode escolher entre as duas formas estudadas, porém nem sempre ele conta com o capital necessário e por isso opta pelo financiamento, em

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virtude de considerar indispensável a compra. No entanto, quando ele possui o dinheiro ele deve optar pela comprar da máquina à vista, pois além de escapar de uma taxa de 6% de juros ele não corre qualquer risco em aplicações financeiras.

4.3 CUSTO VARIÁVEL

Os custos variáveis se diferenciam dos custos fixos, pois ao contrário deles seu valor é alterado conforme o nível de trabalho e de rendimento. Na tabela 11 são apresentados os custos variáveis relacionado às colhedoras.

Tabela 11: Custo variável de colhedoras relacionado à combustível, lubrificante, mão de obra e

manutenção.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Combustível (R$) 12.523,50 15.998,79 13.365,00

Lubrificantes (R$) 1.252,35 1.599,87 1.336,50

Mão de obra (R$) 1.875,00 2.325,00 1.875,00

Manutenção (R$) 7.600,00 6.600,00 7.500,00

Custo variável total (R$)

23.250,85 26.523,60 24.076,50

Existem inúmeros motivos que podem acarretar a mudança de valor do custo variável, como nesse estudo o tamanho de plataforma e velocidade de colheita são os mesmos para ambas as máquinas o valor ficou próximo para ambos os casos.

Para os cálculos de mão de obra, foi utilizado um valor de R$ 15,00 a hora trabalhada, para ambas máquinas, pois após pesquisas na região foi descoberto que elas trabalham em média 12 horas por dia e seus operadores ganham em torno de R$ 180,00 a diária.

Podemos notar uma diferença no valor do custo variável total em relação ao custo fixo total, onde o maior investimento inicial acarretou um custo total final maior. A máquina da Jhon Deere modelo S430, que teve o menor investimento inicial, foi a que teve o maior custo variável total. Isso ocorreu, principalmente em relação aos custos com combustível e mão de obra, pois a mesma conta com a menor capacidade operacional (2,56 hectares hora-1) entre os modelos estudados, e a menor potência (201 Cv), o que faz com que seja necessário mais combustível pois o consumo do mesmo está relacionado a multiplicação entre 12% da potência e o total de horas trabalhadas e consequentemente com mais horas trabalhadas encarece o valor gasto com mão de obra.

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O valor médio de custo variável é de R$ 24.617,00, tendo um modelo acima da média (Jhon Deere S430) com o custo variável total de R$ 26.523,66, um modelo abaixo da média (Case IH AFS 4143) com um total de R$ 23.250,85 e um modelo bem próximo a média, New Holland CR 5.85, R$ 24.076,50, obtendo assim, uma diferença de R$ 3.272,81 entre os modelos de maior e menor custo variável.

Como os modelos de maior valor inicial, New Holland e Case IH, além de terem um valor inicial bem próximo e terem a mesma capacidade operacional (3,2 hectares hora-1), fez com que tivessem um gasto próximo e manutenção com apenas R$ 100,00 de diferença e R$ 84,00 de diferença em filtros e lubrificantes, enquanto os seus gastos com mão de obra foram os mesmos, tornando assim os seus custos variáveis totais muito próximos. Na Tabela 12 está exposto o comparativo dos gastos com custos variáveis em razão ao faturamento total.

Tabela 12: Comparativo do gasto com custo variável ao valor do faturamento total bruto.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85

Faturamento bruto (R$)

1.330.000,00 1.330.000,00 1.330.000,00

Custo variável total (R$)

23.250,85 26.523,66 24.076,50

Análise vertical (%) 1,75% 1,99% 1,81%

4.4 TERCEIRIZAÇÃO DA COLHEITA

Conforme descrito no referencial teórico os gastos com colheita podem elevar e muito os custos finais de uma produção e para evitar custos, os produtores buscam cada vez mais formas para otimizar o sistema, e uma das técnicas que muitos vem apostando é a terceirização da colheita. Sabendo que a terceirização da colheita tem suas vantagens, devemos saber seus gastos reais, exibidos na tabela 13, 14, 15, 16 e 17 de acordo com o método adotado de 7% da colheita bruta, para as diferentes produtividades, safras e diferentes valores pagos em cada saca de soja.

O modelo de negócio a 7% do colhido bruto, é o método utilizado na região, outros métodos adotados, como troca de serviços e favores não foram calculados, pela dificuldade de informações e precisão de dados.

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Tabela 13: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 56,00.

Produção Soja (Saca Há-1) 140 100 70 50

Valor por saca (R$) 56,00 56,00 56,00 56,00

Total (7%) R$56,00 a saca

109.760,00 78.400,00 54.880,00 39.200,00

Tabela 14: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 70,00.

Produção Soja (Saca Há-1) 140 100 70 50

Valor por saca (R$) 70,00 70,00 70,00 70,00

Total (7%) R$56,00 a saca

137.200,00 98.000,00 68.600,00 49.000,00

Tabela 15: Método 7% da produção da safra colhida e vendido a R$ 84,00.

Produção Soja (Saca Há-1) 140 100 70 50

Valor por saca (R$) 84,00 84,00 84,00 84,00

Total (7%) R$56,00 a saca

164.640,00 118.600,00 82.320,00 58.800,00

O modelo de negócio a 7% do total colhido sofre uma drástica mudança em relação ao total colhido e o preço vendido por saca. Baseado no ano de 2018 a fazenda analisada, se optasse por terceirização obteria um gasto total de R$ 93.100,00, 7% do faturamento bruto R$ 1.330.000,00.

O modelo, como podemos ver, pode não ser o mais aconselhado para determinado ano, visto que se o produtor tiver uma boa colheita e conseguir um bom valor de venda, seu gasto com a colheita irá aumentar drasticamente. Porém, não se pode ignorá-lo, uma vez que se a colheita não for boa e produtor tiver um faturamento baixo, ele irá ter um custo com a colheita também, mais baixo, dado que a taxa de 7% se mante independentemente da quantidade de sacas colhidas.

Podemos notar também que a influência de preço de venda e produtividade da soja tem um peso muito grande na hora de calcular os gastos com a colheita terceirizada, já que na safra anual obtivemos, para um ano de colheita muito alta e preço alto (Tabela 14) um gasto com a terceirização de R$ 164.640,00 em contra partida, em um ano ruim e com preços não tão bons, obtemos um gasto de R$ 39.200,00 (Tabela 12), uma diferença de 420%, que faz total diferença no fechamento de contas da propriedade.

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Nas tabelas 16 e 17, consta um levantamento do capital anual, já somado aos custos totais fixos e variáveis, descontando o valor da sucata de acordo com o período analisado.

Para um produtor escolher qual colheitadeira adquirir, é um processo de extrema dificuldade, pois o mesmo necessita levar em conta vários fatores de enorme relevância, sendo o preço apenas um deles, que também conta com itens como uma boa e acessível assistência técnica, manutenção e essencialmente a importância de se ter uma colheitadeira.

Tabela 16: Gasto total por ano para compra de colheitadeira com remuneração de capital próprio

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Capital a.a (R$) 76.000,00 66.000,00 75.000,00 CR* + RC* 6% a.a (R$) 112.050,85 106.173,66 111.701,50 Sucata (R$) -15.200,00 -13.200,00 -15.000,00 Total 6% a.a (R$) 172.850,85 158.973,66 171.701,50 *a.a - Ao Ano *Ct - Custo Total *Rc- Remuneração de capital

Tabela 17: Gasto total anual para compra de colheitadeira financiada.

Marca Case IH John Deere New Holland

Modelo AFS 4130 S 430 CR 5.85 Capital a.a (R$) 76.000,00 66.000,00 75.000,00 CR* + J* 6% a.a (R$) 112.050,85 106.173,66 111.701,50 Sucata (R$) -15.200,00 -13.200,00 -15.000,00 Total 6% a.a (R$) 172.850,85 158.973,66 171.701,50 *a.a - Ao Ano *Ct - Custo Total

Para chegar a um parecer o produtor necessita ter certeza dentre várias variáveis, no meio delas está a decisão de recurso.

Por coincidência o valor para financiar e adquirir a colheitadeiras é a mesma, isso se dá pelo fato de que a taxa de juros dos bancos 6% é a mesma taxa do que decidido pela Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB (2010) para o capital imobilizado. O que pode diferenciar essa taxa para o produtor é que se ele possui o dinheiro para compras à vista, ele pode investir em alguma aplicação que renda para ele um valor maior que os 6% sugeridos pela CONAB, porém, se optar por outra aplicação para financiamento, poderá correr riscos desnecessários já que pode adquirir a máquina à vista.

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Por tanto, para ambos casos, se o produtor preferir o modelo da CASE IH 4130 ou o modelo New Holland CR 5.85, terá um gasto muito parecido anualmente, com valores de R$ 172.850,50 e R$ 171.701,50, com uma diferença de apenas R$ 1.149,35 ou 0,67%, valor relativamente baixo, quando se trata de um investimento de tamanho valor e importância.

Já a diferença entre o modelo de maior valor da marca CASE IH e o de menor valor da marca JHON DEERE é de R$ 13.877,19, cerca de 8%, o que é uma diferença significativa.

Consequentemente, se o investimento pelo produtor for por uma das duas máquinas de maiores valores, acarretara em um risco maior, pois os valores mais elevados fazem o risco ser maior, ainda mais se tratando de agricultura, onde é um meio que por mais que os tratos culturais são realizados pelo produtor, fatores climáticos podem ocasionar grandes perdas para o mesmo, causando um possível endividamento ou até mesmo obriga-lo a vender bens.

Por esses motivos acima citados, e sabendo que o proprietário de qualquer bem procura uma maior precaução ou proteção, e com a diferença de 8% é preferível que ele opte a colheitadeira da marca JHON DEERE S 430.

4.5 ANÁLISE FINANCEIRA

Para ter uma correta escolha dentre as opções o produtor deve levar em consideração vários fatores além da análise financeira, dentre eles os pros e contras em ter a sua própria máquina ou optar pelo serviço de terceiros.

Apesar disso, o produtor precisa ter uma programação de excelente qualidade para decidir-se pela terceirização pois ele pode não dispor da disponibilidade de um terceiro para a colheita, por diversos motivos, podendo resultar em perdas de produtividade. Com os dados podemos notar que quanto menor a área, compensa mais procurar por terceiros para o serviço, e quanto maior a área torna-se mais viável a compra de maquinário próprio.

No caso dele optar por receber os serviços de terceiros, o produtor já sai na vantagem, pois elimina os custos fixos da máquina, arcando apenas com a porcentagem de colheita do prestador de serviço.

Além disso ele elimina um alto investimento inicial ou uma conta para ter como compromisso por vários anos.

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Porém a preferência em escolher a terceirização pode não ser possível a todos, e quando isso ocorre, além de observar todos cálculos de custos variáveis e fixos, chega-se à conclusão de que o produtor deve optar pelo menor investimento inicial, ou seja, a máquina de menor custo, visto que temos por perto da região as 3 concessionárias revendedoras e com atendimento de assistência técnica para o produtor. Além disso, as colheitadeiras estudadas possuem uma performance muito parecida.

Confrontando os resultados de terceirização ou compra de uma colheitadeira para uma propriedade de 200 hectares, de acordo com os cálculos e pesquisas feitas, do ponto de vista financeiro, quando contraposto ao faturamento da área no ano de 2018, temos os resultados mostrados a seguir.

Para o ano especifico de 2018, onde a colheita total de soja foi de 19 mil sacas de soja, e venda feita por R$ 70,00 a saca, totalizando uma receita bruta de R$ 1.300.000,00, se o produtor optasse pela terceirização (7%), teria um gasto de R$ 93.00,00 e se o mesmo optasse pela compra do modelo de menor valor indicado, (Jhon Deere S430) sendo ela adquirida por capital próprio ou através de financiamento, teria um gasto por ano, segundo as Tabelas 15 e 16 de aproximadamente R$ 158.973,66.

Podemos atentar que se o produtor tiver uma safra pior em um ano subsequente, conforme indicado na Tabela 13, mesmo o preço da saca se mantendo ao mesmo valor do ano de estudo, ele poderá ter uma colheita anual, total de 10.000 sacas, gerando assim um faturamento em torno de R$ 700.00,00, enquanto teria um gasto mínimo de R$ 158.973,66 para aquisição ou financiamento de uma colheitadeira, com a terceirização o seu custo diminui para R$ 49.000, ocasionando uma diminuição de mais de 300% no valor.

Para meio de comparação a longo prazo e supondo que o produtor opte por adquirir o modelo que teve o menor custo total (Jhon Deere S430), em um período de 5 anos se ele optar tanto pelo modelo de aquisição por capital próprio ou pelo método de financiamento, ele terá um custo total, conforme indicado nas Tabelas 16 e 17 de aproximadamente R$ 794.868.30. Agora se o produtor preferir a terceirização e considerando uma safra nos próximos 5 anos de média final igual a de 2018, onde teve um custo de R$ 93.100,00 com a terceirização, teremos em 5 anos um custo de R$ 465.500,00. Traduzindo assim a grande vantagem do serviço feito por terceiros.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para desfecho, embora se tenha presente que haja ainda a necessidade de estudos mais aprofundados sobre esta questão, se levarmos em conta que o ano de 2018 foi um ano considerado bom para o produtor, onde o mesmo teve uma safra acima da média em relação aos anos anteriores, e mesmo assim o custo com a terceirização foi menor do que o custo com a compra, chegamos à conclusão de que a compra, seja ela de qualquer modelo não é viável para uma propriedade de 200 hectares e a terceirização embora tenha também suas desvantagens, se torna o modelo mais rentável.

Fazer uma compra desse porte financeiro, tomar uma decisão tão grande, em qualquer área é um risco na grande maioria dos casos e abrange um grande leque de elementos, como custos variáveis e fixos, mercado econômico da cultura, produção da safra seguinte, adversidades com o clima, entre outros.

Assim como em qualquer outro negócio, na agricultura também é de ampla importância o produtor ter a sua contabilidade de custos e receitas, também a demanda por conhecimento, para que assim ele tome as melhores decisões sempre que possível e seja cada vez mais lucrativo.

O financiamento ou compra por capital próprio se mostraram de mesmo valor, se o produtor tiver o dinheiro, uma vez que a taxa de juros do banco e a taxa de remuneração de capital, são do mesmo valor, 6%. Tornando assim, escolha do produtor, que pode avaliar vários fatores, entre eles, necessidade financeira futura, outros investimentos mais rentáveis no caso de possuir o dinheiro mas preferir financiar, os riscos de financiar e a lavoura e as aplicações financeiras derem baixo retorno entre outros.

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