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6.2 Ações e Práticas Conservacionistas

6.2.3 Terraceamento

A erosão hídrica está entre os mais relevantes processos determinantes da degradação das terras na agricultura brasileira, o que torna a adoção de práticas adequadas para seu controle um dos grandes desafios para a sustentabilidade da produção de grãos no Brasil.

O terraceamento da lavoura é uma prática de combate à erosão fundamentada na construção de terraços com o propósito de disciplinar o volume de escoamento das águas das chuvas (MACHADO; WADT, 2016).

A construção de terraços é uma prática conservacionista de caráter mecânico e devem ser construídos em áreas onde há erosão hídrica, e tem como função diminuir a velocidade do escoamento da água superficial, e também contribuir para que os resíduos de agroquímicos não cheguem às áreas de mananciais, rios e lagos.

Os fertilizantes, corretivos e herbicidas, devido ao fato de permanecerem mais tempo na superfície do solo, se tornam mais predispostos à movimentação pela enxurrada, dessa forma, a construção de terraços tem a função de retardar e conter a movimentação do escoamento superficial.

As construções dos terraços consistem numa estrutura transversal de um dique e um canal em relação ao sentido de maior declive do terreno. O espaçamento entre as linhas do terraço é calculado de acordo com a resistência que o solo oferece a erosão, ao tipo de uso e manejo e a capacidade de infiltração de água no solo, sendo utilizado a mesma metodologia de cálculo para terraços em nível e desnível (MACHADO; WADT, 2016).

Em documento técnico apresentado por Wadt (2003), estão descritos que os terraços agrícolas podem ser de retenção ou escoamento. Os terraços de retenção são construídos em nível (Figuras 14, 15a e 15b), com cotas de mesma altitude ao longo do leito e com espaçamento horizontal e vertical.

Os terraços de escoamento são construídos em desnível, ou seja, com pequenos gradientes e são indicados para solos que apresentam maior declividade (acima de 12%) e com baixa infiltração de água, onde as extremidades dos mesmos devem ser abertas, por onde irá escoar a água coletada.

Nesse último tipo de terraço é importante construir canais de escoamento, caixas de dissipação ou bacias de retenção, para amortizar os picos de escoamento retirando de forma adequada a água excedente na propriedade.

Dentre outros benefícios do terraceamento estão: redução da vazão de pico dos cursos d’água e aumento da recarga de água do lençol freático; amenização da topografia, melhoria das condições de mecanização das áreas agrícolas; melhor programação de plantio e colheita.

Os efeitos do terraceamento agrícola terá melhor potencialidade se concomitantemente forem adicionadas outras práticas conservacionistas de manejo e conservação do solo, como: plantio direto, calagem, adubação orgânica, descompactação dos solos, rotação de culturas, melhoria do leito das estradas rurais, entre outros.

Figura 14 – Terraceamento em nível

Fonte: Wadt (2003).

Figuras 15A e 15B – Exemplo de construção de terraço

Fonte: FAE (2015). Fonte: Zonta et al. (2012).

6.2.4 Curvas de níveis

As curvas de níveis (Figura 16) é uma prática conservacionista de caráter mecânico, e são denominadas de curvas horizontais ou hipsométricas, ou seja, são alinhamentos que ligam pontos na superfície do terreno, e que devem conter a mesma altitude (TENÓRIO; SEIXAS, 2008). As cotas são representação gráfica de suma importância, pois é possível identificar linhas e pontos importantes do terreno, determinando sua forma e indicando a caída do escoamento superficial. Essas linhas, podem ser determinadas em campo por meio de aparelhos de precisão ou mesmo rudimentares, sendo esses processos realizados por: locação com

esquadros; com nível de mangueira; nível de precisão ou teodolito e locação de curvas com gradiente (ZONTA et al., 2012).

Figura 16 – Exemplo de curvas de nível

Fonte: Zanuzzo, 2019.

6.2.5 Bacias de infiltração

Outra técnica conservacionista de caráter mecânico que evita a erosão hídrica em zonas rurais, é a construção de bacias de infiltração e/ou contenção (Figuras 17 e 18).

Conforme Carvalho (2006), o objetivo das bacias de infiltração é coletar as águas das chuvas, reduzindo o mínimo de perdas de solo por enxurradas. Esta técnica tem por finalidade diminuir a erosão do solo e entre outros, promove a recarga do lençol freático e favorece a conservação das nascentes e revitalização de mananciais com água de boa qualidade. Em áreas de pastagens deve ser aplicada nas vias preferenciais de escoamento da água, como no caso dos caminhos formados pelo pisoteio dos animais. Também, possibilita destinar de forma mais correta o excesso de água das estradas rurais, sendo uma prática de manejo de conservação dos solos em consonância com técnicas de vegetação ou construção de terraços.

Figura 17 – Exemplo de bacias de infiltração em estradas rurais

Fonte: Zoccal, (2007).

Figura 18 – Exemplo de bacias de infiltração nas margens de uma estrada rural

Fonte: Arquivo do Grupo de Pesquisa em Geoecologia e Gestão Ambiental UTFPR (2016).

6.2.6 Plantio direto

A técnica do plantio direto (Figura 19) é uma prática conservacionista de caráter vegetativo, que mantém sempre o solo coberto por plantas em desenvolvimento e resíduos vegetais, essa cobertura tem o objetivo proteger o solo do impacto das gotas de chuva e evitar o escoamento superficial e na formação de erosão hídrica, pois aumenta o tempo e a capacidade de infiltração da água da chuva. Sendo uma técnica de cultivo mínimo, limita-se ao sulco de semeadura,

adubação e aplicação de herbicidas numa única operação, com isso elimina e reduz as operações de preparo do solo, diminuindo o tráfego de máquinas, evitando a compactação do solo (DONAGEMMA, 2007). Outro benefício do plantio direto é a rotação de culturas, sucessão e/ou consórcio de outras culturas de espécies distintas, sendo que a palhada produz a fitomassa incrementando o teor de matéria orgânica e contribuindo com a relação Carbono/Nitrogênio.

Conforme Casão Junior, Araújo e Lanillo (2012), o sistema de plantio direto é uma opção de manejo sustentável, tanto para o ambiente quanto para o agricultor. Um bom planejamento junto com outras técnicas como a rotação de culturas, máquinas agrícolas bem reguladas na hora colheita para que haja uma boa distribuição da palhada, o resultado será maior produtividade, pois o investimento em estruturação do solo a partir da matéria orgânica melhora as condições físicas, químicas e biológica e o resultado será a maior fertilidade do solo, o que diminui os custos de produção.

A palhada (Figura 20) é um ponto fundamental do sistema de plantio direto, pois aumenta a disponibilidade de água para as plantas, possibilitando a capacidade de troca de cátions, melhorando suas características físicas, pois contribui, entre outros, para a proteção da superfície do solo da ação direta dos raios solares, na qual reduz a temperatura e a evaporação mantendo maior quantidade de água no solo; reduz as amplitudes térmica e hídrica, favorecendo a ação biológica e no controle de ervas daninhas.

Figura 19 – Exemplo de técnica de plantio direto

Figura 20 – Exemplo de palhada para plantio direto

Fonte: Alvarenga et al. (2002).

6.2.7 Rotação de cultura

A rotação de culturas (Figura 21), prática conservacionista de caráter edáfico, nada mais é do que uma sequência ordenada de culturas, sendo condição ideal para adicionar matéria orgânica no solo de forma contínua, sendo fundamentada no fato de uma cultura extrair do solo maiores quantidades de nutrientes do que outras; diferentes sistemas radiculares que exploram profundidades variáveis; diversos tipos de cobertura utilizada; na qualidade diferenciada de materiais orgânicos e no controle de praga e doenças (GONÇALVES et al., 2007).

As principais vantagens da rotação de culturas são a otimização da fertilidade do solo, diminuição da incidência de pragas e doenças; por meio de um planejamento adequado é possível melhores resultados econômicos; há um controle maior de ervas daninhas e redução de custos.

No sistema de rotação de culturas, devem ser consideradas duas situações: nas propriedades rurais de médio e grande porte, por haver disponibilidade de área, é possível adotar um sistema de rotação de culturas econômicas; enquanto que nas pequenas propriedades rurais por não disporem de área suficiente para um programa de rotação de culturas econômicas, inviabiliza a aplicação do método, pois muitas vezes toda área disponível é para determinada cultura, cuja produção será utilizada na própria propriedade. Portanto, recomenda-se para a pequena propriedade, a orientação de um técnico para que possa adotar outros sistemas,

como: o sistema de consórcio com outras plantas, com o objetivo de um melhor aproveitamento da área e maior resultado econômico; pode-se também utilizar culturas de inverno para adubação verde ou para pastagens, entre outros.

Gonçalves et al. (2007), citam que são notórias as vantagens da rotação de culturas. Quando utilizada em sequências de cultivos possibilita bom controle de doenças, e quando há uma boa produção de palhada, evita os efeitos alelopáticos indesejáveis e ajuda no controle de ervas daninhas, isso ocorre porque há uma estabilidade de produção e evita-se problemas de erosão hídrica e de degradação ambiental.

Figura 21 – Exemplo de rotação de cultura

Fonte: Franchini et al. (2011).

6.2.8 Adubação verde

A adubação verde (Figura 22), prática conservacionista de caráter edáfico, é realizada por meio de plantas para melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo. Há espécies de plantas como as leguminosas que se associam a bactérias fixadoras de nitrogênio do ar e o transfere para as plantas. As leguminosas também estimulam a população de fungos micorrizicos que são micro- organismos que aumentam a absorção de água e nutrientes pelas raízes. Para que se obtenha os benefícios entre as leguminosas e as bactérias fixadoras de

nitrogênio, deve-se adotar a prática com a inoculação de sementes no momento do plantio, podendo ser utilizados (ESPÍNDOLA et al, 2005):

– Em pré-cultivo ou rotação de cultura: que podem ser utilizadas antes ou depois de uma cultura para melhorar o solo, para em seguida a cultura ser plantada;

– Em consórcio: pode-se utilizar o plantio da cultura em conjunto com o adubo verde, em seguida o corte e a deposição do material sobre o solo para fornecimentos dos nutrientes para esta cultura, ou então o plantio na parte final e após o ciclo de cultura, a qual beneficiará a cultura seguinte;

– Cultivo em faixas: são utilizadas faixas de leguminosas perenes ou semiperenes para separação dos talhões de culturas e as leguminosas são podadas periodicamente para adubar as culturas.

Conforme Wutke (2007), a adubação verde contribui significativamente para a melhoria das características físicas do solo, ou seja, protege o solo do impacto de gotas de chuva contribuindo para sua conservação; melhoria na estrutura com o aumento da porosidade com isso há melhora na capacidade de retenção, infiltração e armazenamento das águas da chuva, diminuindo o escoamento superficial e processos erosivos; diminui a variação da temperatura entre o dia e noite e seus efeitos na superfície do solo e em profundidade, o que favorece a vida microbiana e o aprofundamento das raízes das plantas.

A adubação verde também contribui para as características biológicas e químicas. Enquanto biológica favorece a atividade de micro-organismos benéficos à biota do solo, rizóbios, minhocas e colêmbolo a qual alguns deles são decompositores da matéria orgânica transformando parte dela em nutrientes que são absorvidos pelas raízes das plantas. Favorecem também as micorrizas que são os fungos benéficos com a função de aumentar o tamanho do sistema radicular e melhorar a captura de água e nutrientes. Controla entre outras, plantas infestantes pelo efeito mecânico (competição e sombreamento) ou por efeito alelopático que causa efeito favorável ou desfavorável de uma planta sobre a outra, controla a população de nematoides, ou seja, a matéria orgânica presente favorece a população de micro-organismos que são desfavoráveis aos nematóides.

A melhoria nas características químicas do solo, acontece devido a incorporação do nitrogênio da atmosfera na fixação com bactérias do gênero Rhizobium e Bradhyrhizobium, que vivem em simbiose nos nódulos radiculares das leguminosas; com isso há um aumento na produtividade, enquanto a matéria

orgânica disponibiliza micro e macronutrientes, possibilitando a contribuição na capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, principalmente em solos argilosos de baixa atividade, onde as raízes liberam ácidos orgânicos que ajudam a solubilizar os minerais do solo, como o fósforo, ficando disponíveis para as culturas seguintes; o pH do solo aumenta devido a diminuição da acidez, em vista do alumínio ter sido complexado e não se tornado tóxico ao solo.

Figura 22 – Exemplo da técnica adubação verde

Fonte: Espíndola et al. (2005).

6.2.9 Saneamento rural

O saneamento básico promove a redução de doenças, contaminação do solo e das águas. Pode-se dizer que o tratamento de esgoto, é sem dúvida, um dos maiores desafios para a sociedade, sendo ainda inexistente em muitos locais, principalmente na zona rural. A inexistência do tratamento de esgoto pode levar ao despejamento de rejeitos diretamente no solo ou nos rios, podendo ocasionar sérios problemas ambientais e também de saúde pública (CRISPIM et al., 2019).

Para que os rejeitos não tenham como destino os corpos d’água, técnicas simples podem ser aplicadas, como a técnica de tratamento de efluentes domésticos por meio da Bacia de Evapotranspiração (BET). O método demonstra ser uma alternativa eficaz e economicamente viável, podendo ser aplicada em pequenas propriedades rurais (CRISPIM et al., 2019).

A Bacia de Evapotranspiração (BET) consiste em um sistema de tratamento e reaproveitamento dos nutrientes de efluentes provenientes do vaso sanitário, ou

seja, águas negras, e que são separados e não entram no sistema as águas produzidas pelo uso do chuveiro, pias e tanques (Figuras 23a e 23b). Este sistema foi criado pelo norte-americano Tom Watson, e adaptado por permacultores brasileiros. É um sistema fechado, ou seja, estanque, e não há saída de água, seja para filtros ou sumidouros. No sistema ocorre a decomposição anaeróbia da matéria orgânica, mineralização e absorção dos nutrientes e da água pelas raízes dos vegetais. Os nutrientes deixam o sistema incorporando-se a biomassa das plantas e a água é eliminada por evapotranspiração. Não há deflúvio, portanto, com menor risco de poluição do solo ou o risco de contaminação por micro-organismo patógeno (FIGUEIREDO et al., 2018).

Conforme destaca Figueiredo et al. (2018), o tratamento de esgoto nas áreas rurais é um desafio. Não é possível realizar o tratamento das águas residuais da mesma forma que ocorre nas cidades, cabendo aos proprietários rurais a responsabilidade de buscar práticas de saneamento, as quais são fundamentais para proteger o meio ambiente e consequentemente a água, pois é comum nas áreas rurais os moradores se estabelecerem próximos às nascentes, utilizando-se da água para consumo.

Portanto, é necessária adoção de práticas de saneamento para preservação não só da saúde, mas também da água que abastece os moradores e animais. Sendo que para a adoção de práticas de saneamento é necessário ter acesso à informação e técnica.

O agricultor deve procurar técnicos que possa auxiliá-lo na implantação projetos para que se instale saneamento na sua área rural.

Figuras 23A e 23B – Exemplo de esquema BET

Fonte: Figueiredo (2018) e Crispim et al. (2019).

Mesmo se instalando a Bacia de Evapotranspiração para saneamento das águas negras, o agricultor deve fazer periodicamente análise físico-química e

microbiológica da água da nascente, da qual utiliza para consumo. Para que a água seja usada no abastecimento humano, ela deve apresentar características específicas enquadradas dentro de um padrão de potabilidade preestabelecido pela Portaria de Consolidação Nº 5/2017 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).

7 APLICAÇÃO DA CARTILHA

A Cartilha intitulada “Nascentes: riscos e impactos”, elaborada como produto final desta pesquisa apresenta em seu conteúdo, aspectos para levantamento in loco de riscos e/ou impactos ambientais, ações e práticas para conservação e proteção em nascentes. Como forma de verificar a aplicabilidade da Cartilha, foi realizada a aplicação da mesma junto a uma escola do Campo no distrito de Piquirivaí, município de Campo Mourão-PR.

O distrito se localiza dentro da bacia hidrográfica do rio do Campo, importante afluente do rio Mourão (Figura 24). A bacia do rio do Campo é a principal fonte de abastecimento de água da sede urbana do município de Campo Mourão, se constituindo o manancial de abastecimento público.

Figura 24 – Localização da bacia hidrográfica do rio do Campo – Manancial de abastecimento público da cidade de Campo Mourão – Paraná

Fonte: Autoria própria (2019).

O distrito apresenta uso e ocupação de atividades urbanas e rurais relacionadas a população residente, somando aproximadamente 1.196 habitantes, dos quais 537 residem em área urbana e 659 em área rural (IBGE, 2010). Na sede do distrito, o abastecimento de água é realizado por meio de uma SAC – Solução

Alternativa Coletiva (Figura 25), sendo a captação mista, ou seja, diretamente de uma das nascentes do rio do Campo e de um poço tubular com aproximadamente 70 metros de profundidade. A SAC é gerenciada pela associação de moradores do distrito. Não há galeria pluviais e rede de esgoto na área urbana do distrito, sendo todo esgoto doméstico direcionado para fossas negras ou sépticas (SILVA, MEZZOMO e GONÇALVES, 2019).

Figura 25 – Reservatórios para armazenamento da água após receber o tratamento com cloração e posterior distribuição aos moradores locais

Fonte: Autoria própria (2020).

Conforme MINEROPAR (2001), a bacia do rio do Campo está situada em uma transição geológica entre o Grupo Bauru e o Grupo São Bento, sendo que o Grupo Bauru, Formação Caiuá, possui arenitos finos e médio, arroxeados de estratificação cruzada de grande porte, enquanto que o Grupo São Bento, Formação Serra Geral, é caracterizado por derrames vulcânicos de fissura continental ocasionando rochas efusivas básicas toleíticas com basaltos maciços e amigdalóides, afaníticos cinzentos e pretos, raramente andeístico.

Devido à transição geomorfológica, há predominância de dois tipos de solos na bacia hidrográfica, sendo o Latossolo Vermelho Distroférrico de textura argilosa horizonte A moderado presente em relevo suave ondulado, enquanto que também está presente o Argissolo Vermelho Distrófico de textura arenosa/média no horizonte A moderado e presente em relevo suave a ondulado (DONAGEMMA, 2007). O solo derivado do Arenito Caiuá, de textura arenosa a média, apresenta

grande suscetibilidade aos processos erosivos. Esses processos se manifestam, principalmente como erosão linear, ou seja, afeta as camadas superficiais dos solos, evoluindo para sulcos, ravinas, voçorocas e movimentos de massa. Tais fenômenos são de difícil controle e recuperação, promovendo a degradação e perda de produtividade dos solos e assoreamento dos rios (GASPARETTO; SOUZA, 2003).

Segundo o Plano Municipal de Saneamento Básico (2017), o rio do Campo é o principal manancial que abastece o munícipio de Campo Mourão, sendo que 67,7% das águas consumidas são captadas do referido rio, mas há vulnerabilidade no Sistema de Abastecimento, principalmente no que se refere ao uso e ocupação do solo (Figura 26), havendo o predomínio de agricultura intensiva em toda a bacia; localização da área urbana do distrito de Piquirivaí que encontra-se em área de nascentes do rio e localização do parque industrial próximo à unidade de captação de água. Estes fatores contribuem para contaminação da água, por conseguinte devido ao manejo inadequado do solo e da água em toda a bacia, mostra que há a necessidade de serviços, manutenção e conservação de estradas e pontes rurais e a existência das áreas de preservação permanente junto aos corpos d’água.

Devido a esses fatores, há a necessidade de levar a sensibilização e conscientização aos produtores rurais, quanto a adoção de práticas conservacionistas e fiscalização dos órgãos competentes, que são ações fundamentais para assegurar a quantidade e a qualidade da água do manancial de abastecimento (PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO, 2017).

Figura 26 – Uso e ocupação do solo na Bacia do rio do Campo

Fonte: Cruz (2014).

Diante da particularidade do distrito, em que a área urbana está situada na área de mananciais, seu sistema de abastecimento ser por meio da SAC, ausência de rede coletora de esgoto sanitário e de drenagem das águas pluviais, são fatores que podem comprometer a qualidade de água utilizada para abastecimento, tanto para a população do distrito de Piquirivaí quanto da cidade de Campo Mourão, houve desde o início, a proposta de apresentar o estudo realizado aos alunos do Colégio Estadual do Campo Professor Jaelson Biácio, devido também ao fato que grande parte dos alunos possuem residência em áreas rurais.

A escola de Piquirivaí foi criada em 1982 e passou a ser denominada Colégio Estadual do Campo Professor Jaelson Biácio de Ensino Fundamental e Médio em homenagem ao professor Jaelson Biácio após seu falecimento. O estabelecimento de Ensino encontra-se localizado à Rua Duque de Caxias, nº 65 no distrito de Piquirivaí, e situa-se a 20 km da cidade de Campo Mourão. O Colégio atende alunos residentes na zona urbana e rural a partir da 6ª série do Ensino Fundamental ao Ensino Médio.

Conforme o proposto, a cartilha foi aplicada no dia 18 de março de 2020 por meio de palestra demonstrativa, com o tema Nascentes: riscos e impactos, onde

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