Os testes de generaliza¸c˜ao consistem em comprovar que regras generalizadas podem ser empregadas em cen´arios distintos, independente do n´umero de zonas do SES utilizado e do n´umero de ´areas que um dado local monitorado possui. Para isso, a figura 5.5 apresenta um novo cen´ario de testes, com uma topologia f´ısica monitorada por um SES com cinco zonas de prote¸c˜ao.
Figura 5.5: Terceiro cen´ario de testes.
Neste cen´ario s˜ao consideradas quatro (4) ´areas distintas: A1, representando uma sala
com janelas e uma porta de entrada/sa´ıda; A2, representando um dep´osito com uma ´unica
porta de acesso e um basculante; A3, representando outra sala com janelas e uma porta
de entrada/sa´ıda; e A4, representando o p´atio do local.
descrita na tabela 5.8, onde foram agrupados mais de um sensor de mesma funcionalidade em algumas zonas para cobrir todas as vulnerabilidades do local.
Tabela 5.8: Caracter´ısticas do projeto de seguran¸ca para o terceiro cen´ario de testes. Zona Area´ Fun¸c˜ao Descri¸c˜ao
associada sensores da instala¸c˜ao
z1 A1 S Dois sensores infravermelho nos cantos da ´area
z2 A1 N Trˆes sensores magn´eticos nas janelas e porta
z3 A2 S Um sensor infravermelho passivo (IVP)
z4 A3 N Trˆes sensores magn´eticos nas janelas e porta
z5 A4 N Quatro sensores de barreira nos cantos do muro
A obten¸c˜ao dos eventos tamb´em foi simulada utilizando-se um painel composto por bo- t˜oes de pulso e bot˜oes de contato. Os bot˜oes de pulso (press˜ao) simulam o funcionamento dos sensores de presen¸ca (em vermelho), os bot˜oes de contato simulam o funcionamento dos sensores magn´eticos (em verde) e outros bot˜oes de contato simulam o funcionamento dos sensores de barreira (na cor laranja).
A rela¸c˜ao de contiguidade entre as ´areas ´e apresentada na tabela 5.9, onde: a ´area A1
´e cont´ıgua com as ´areas A2, A3 e A4; a ´area A2 ´e cont´ıgua com as ´areas A1 e A3; a ´area
A3´e cont´ıgua com as ´areas A1, A2 e A4; e a ´area A4´e cont´ıgua com as ´areas A1 e A3, mas
n˜ao ´e cont´ıgua com a ´area A2.
Tabela 5.9: Rela¸c˜ao de contiguidade entre as ´areas do terceiro cen´ario.
A1 A2 A3 A4
A1 0 1 1 1
A2 0 1 0
A3 0 1
A4 0
O ˆangulo de vis˜ao dos sensores IVPs instalados na zona z1, podem detectar o movi- mento de pessoas pelos lados direito e esquerdo da ´area A1 mas n˜ao pode detectar se a
porta e janelas desta ´area foram arrombadas. A informa¸c˜ao de arrombamento/abertura da porta e janelas da ´area A1´e dada pelos sensores magn´eticos conectados `a zona z2. A
´area A2 possui um sensor IVP instalado na zona z3, que tem seu ˆangulo de vis˜ao direci-
arrombamento/abertura das janelas da ´area A3 ´e dada pelos sensores magn´eticos conec-
tados `a zona z4. Por fim, a ´area A4 possui sensores agrupados `a zona z5 que informam
viola¸c˜oes (entradas n˜ao autorizadas) no p´atio do local.
Para a realiza¸c˜ao de testes com o classificador foram adicionadas ao ´ultimo padr˜ao de treinamento (tabela 5.7) algumas novas regras generalizadas propostas pelo especialista. As novas regras s˜ao apresentadas na tabela 5.10 e a descri¸c˜ao de cada uma ´e dada a seguir:
Tabela 5.10: Novas regras para o padr˜ao de treinamento. R a1 a2 a3 a4 a5 a6 a7 a8 C : : : : : : : : : : 10 401 F R ? ? ? ? ? 10 11 ? A C P 10 ? ? ? 11 12 ? A C E 10 ? ? ? 11 13 120 A I ? 11 ? ? ? 12
R10 : c´odigo Arma/Desarma (401) de uma mensagem de fechamento (F), cuja a¸c˜ao ´e de reportagem (R), classifica-se como uma ocorrˆencia do tipo C10.
R11 : qualquer c´odigo (?) de uma mensagem de abertura (A), onde o tipo da a¸c˜ao ´e combinada (C), originado numa ´area de per´ımetro (P), com registro de eventos antecedentes (10, igual a C10 ) ´e classificada como uma ocorrˆencia do tipo C11.
R12 : qualquer c´odigo (?) de uma mensagem de abertura (A), onde o tipo da a¸c˜ao ´e combinada (C), originado numa ´area de externa (E), com registro de eventos antecedentes (10) ´e classificada tamb´em como uma ocorrˆencia do tipo C11.
R13 : c´odigo de Pˆanico (120) de uma mensagem de abertura (A), onde o tipo da a¸c˜ao ´e imediata (I), com registro de eventos antecedentes (11, igual a C11 ), classifica-se como uma ocorrˆencia do tipo C12.
Primeiramente, foi enviado para o SMCAP a seguinte mensagem de alarme no formato do protocolo Contact ID: “15:07 06/07 0558 3401 01 000 ”. A mensagem foi gerada pela central a partir da ativa¸c˜ao do sistema SES, digitando-se a senha do alarme com todas
as zonas de prote¸c˜ao fechadas. Neste caso, como se trata de uma reportagem que n˜ao provoca mudan¸ca de estado na planta, o sistema apenas exibiu uma descri¸c˜ao dizendo que o SES do cliente 0558 foi armado e que a mensagem foi salva nos logs.
Ap´os, com o pressionamento de um dos bot˜oes de contato ligados `a zona z5, a mensa-
gem “15:08 06/07 0558 1131 01 001 ”(Per´ımetro) foi recebida e o caso “131 A C P 10 0 N D”foi montado e classificado pelo sistema, que apresentou a descri¸c˜ao e uma respectiva estrat´egia de a¸c˜ao pr´e-determinada para a classe C11. Por fim, um alarme de pˆanico foi acionado, pressionando-se um bot˜ao pr´e-programado no teclado da central de alarmes que gerou a mensagem “15:07 06/07 0558 1120 01 001 ”. O caso “120 A I ? 11 ? ? ? ”foi montado e passado para o classificador que de acordo com o seu padr˜ao de treinamento retornou a classe C12. Por fim, a seguinte descri¸c˜ao do caso e respectiva estrat´egia de a¸c˜ao foi apresentada pelo sistema:
——————— Descri¸c˜ao do caso ———————
Ocorrˆencia de alarme. O c´odigo do evento 120 (Pˆanico) foi reportado. De acordo com o c´odigo do evento a tomada de decis˜ao ´e do tipo imediata.
——————— Estrat´egia de a¸c˜ao ——————–
1 - Enviar apoio motorizado armado e acionar a pol´ıcia.
———————————————————————–
O teste realizado neste cen´ario tamb´em foi aplicado com sucesso nos dois primeiros cen´arios (figuras 5.3 e 5.4), comprovando que regras generalizadas podem ser empregadas em cen´arios distintos. A diferen¸ca entre os testes ´e que os dois primeiros cen´arios n˜ao possuem uma ´area do tipo per´ımetro (P), somente ´areas externas. Assim, a regra R11 n˜ao teve participa¸c˜ao na solu¸c˜ao do sistema, mas sim a regra R12 que complementa a generaliza¸c˜ao prevendo uma ocorrˆencia primeiramente associada a uma ´area do tipo externa (E).
As regras generalizadas s˜ao mais dif´ıceis de serem definidas e requerem maior aten¸c˜ao para n˜ao conflitar com regras diretas ou espec´ıficas que necessitam de estrat´egias de a¸c˜ao diferenciadas. Um exemplo de conflito, utilizando o padr˜ao de treinamento da tabela 5.10, seria substituir as regras R11 e R12 por uma ´unica regra do tipo “R: ? A C ? 10 ? ?
? 11 ”, no intuito de atender todos os tipos de ´areas (?). Para o especialista, a estrat´egia de a¸c˜ao n˜ao seria a mesma para um caso originado primeiramente em uma ´area do tipo interna (I), sem que nada tenha ocorrido antes no per´ımetro ou em uma ´area externa. Uma interpreta¸c˜ao dada a esta ocorrˆencia poderia ser, por exemplo, contatar o cliente para verificar a possibilidade de um falso alarme. Assim, as estrat´egias de a¸c˜ao dependem do ponto de vista de cada especialista, que tem condi¸c˜oes de adaptar o sistema de acordo com a realidade da empresa de vigilˆancia.