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TIPO DE ABORDAGEM METODOLÓGICA

3. METODOLOGIA

3.2. TIPO DE ABORDAGEM METODOLÓGICA

O Estágio de Natureza Profissional decorreu de 17 de setembro de 2018 a 28 de junho de 2019. No contexto clínico, este decorreu em regime de supervisão clínica no CHBM. Até 15 de novembro de 2018 foi necessário preparar o projeto, o qual consiste no planeamento de como irá decorrer o estágio, sendo necessário elaborar o projeto referente ao contexto clínico e ao contexto de investigação. No que se refere ao contexto clínico este planeamento é realizado pela docente responsável pela unidade curricular e discutido com cada estudante, sobre as com- petências comuns e específicas que têm que ser adquiridas de forma a dar resposta à Diretiva Europeia para os enfermeiros especialistas, bem como as competências pessoais de cada estu- dante, para que sejam consensuais com os objetivos do estágio.

Na fase de preparação do projeto, após a definição do tema a ser estudado, tendo em conta a problemática de investigação, este estudo enquadra-se na investigação quantitativa, que assenta num processo sistemático de colheita de dados observáveis e quantificáveis (Fortin, 2000). A autora refere ainda que esta abordagem é baseada na observação de factos objetivos, de acontecimentos e de fenómenos existentes, independentemente do investigador. Temporal- mente, trata-se de um estudo retrospetivo, pois baseia-se em dados e factos do passado. É ainda

35 um estudo descritivo, pois tem como finalidade descrever as características de determinada po- pulação ou fenómeno. Neste sentido, trata-se também de um estudo correlacional pois pretende- se estudar fenómenos através do estabelecimento de relações entre as variáveis.

Foi realizada uma revisão da literatura (Apêndice B), a qual permitiu verificar a exis- tência de uma escala validada em Português, nomeadamente o Índice de Funcionamento Sexual Feminino (FSFI). Adicionalmente, foi contruído um questionário demográfico, em que se pre- tendeu analisar as características sociodemográficas da amostra utilizada no estudo (Apêndice C). Acrescentou-se ao instrumento de colheita de dados, o respetivo Consentimento Informado e Esclarecido a facultar às mulheres presentes no estudo (Apêndice D).

O FSFI foi elaborado por Rosen et al., (2000), pretendendo avaliar o funcionamento sexual feminino, foi validada para a população Portuguesa por Pechorro et al., (2009). Neste sentido, por questão de cortesia foi enviado um e-mail ao autor da validação FSFI em Português pedindo a sua autorização para aplicação desta Escala no presente estudo, tendo sido positiva (Anexo A).

O Índice de Funcionamento Sexual Feminino é um questionário contruído para avaliar dimensões chave do funcionamento sexual em mulheres, segundo os principais sistemas clas- sificatórios em vigor (Pechorro et al., 2009). É composto por 19 itens, que medem seis dimen- sões do funcionamento sexual feminino, nomeadamente, o desejo sexual (dois itens), a excita- ção sexual (quatro itens), a lubrificação vaginal (quatro itens), o orgasmo (três itens), a satisfa- ção sexual (três itens) e a dor (três itens). Cada item tem cinco a seis opções de resposta, das quais a mulher deve assinalar apenas uma. Assim, os itens 1, 2, 15 e 16 têm uma escala de 1 a 5 e os restantes itens de 0 a 5, sendo neste último caso considerada a hipótese “não tive atividade sexual”. Ao fazer-se a cotação os itens 8, 10, 12, 17, 18 e 19 são revertidos, ao contrário dos restantes itens que recebem uma pontuação de forma crescente. A pontuação de cada dimensão varia entre 1.2 e 6 ou entre 0 e 6. O funcionamento sexual feminino na sua totalidade é calculado por uma fórmula matemática, sendo obtida pela soma dos itens de cada domínio multiplicada por um fator que homogeneíza a influência de cada domínio no resultado final de todas as di- mensões. A pontuação total do FSFI é obtida pela soma das pontuações de todas as dimensões, variando entre 2 e 36. Pontuações mais altas significam maiores níveis de funcionamento sexual (Pechorro et al., 2009).

Após o conhecimento aprofundado sobre a problemática e sobre os procedimentos me- todológicos, foram definidas as variáveis dependentes e independentes, aplicáveis nos estudos descritivos-correlacionais. As possíveis relações entre as variáveis permitem a formulação de

36 hipóteses, contudo, “serão as questões de investigação que guiam o estudo e não as hipóteses” (Fortin, 2000, p. 244). Assume-se como variável independente, a que o investigador manipula no estudo, produzindo efeito na variável dependente (Fortin, 2009). Para este estudo foi defi- nido como variável independente a presença de episiotomia. Por sua vez, as variáveis depen- dentes, sendo neste estudo os domínios FSFI, são as que sofrem o efeito da manipulação da variável independente (Fortin, 2000).

Neste sentido, e com base no questionário FSFI, foram elaboradas as seguintes questões de investigação:

• Q1 – Será que as mulheres com episiotomia apresentam menor desejo sexual, menor excitação, menor lubrificação vaginal e menor satisfação sexual, quando compara- das com mulheres sem episiotomia?

• Q2 – Será que as mulheres com episiotomia apresentam o orgasmo afetado quando comparadas com mulheres sem episiotomia?

• Q3 – Será que as mulheres com episiotomia, apresentam maiores níveis de dor quando comparadas com mulheres sem episiotomia?

• Q4 – Será que as mulheres com episiotomia, apresentam menor grau de função se- xual quando comparadas com mulheres sem episiotomia?

Após a conclusão destas etapas foi submetido o projeto aos Serviços Académicos da Universidade de Évora (Apêndice E) bem como o pedido de parecer à Comissão de Ética para a Investigação Científica nas Áreas de Saúde Humana e Bem-Estar da Universidade de Évora. Neste contexto e após o parecer positivo (Anexo B), foi realizado o pedido de autorização ao Concelho de Administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE e respetiva Comissão de Ética para a aplicação do instrumento de colheita de dados durante o Estágio de Natureza Profissional, no Serviço de Obstetrícia, igualmente com parecer positivo (Anexo C).

Posteriormente à aprovação das autorizações supracitadas, foi aplicado o questionário em papel à população-alvo, realizando um pré-teste, de forma a determinar, o quanto possível, se o instrumento de colheita de dados está enunciado de forma clara e livre de condicionantes (Polit, Beck & Hungler, 2004). Assim, o pré-teste deve ser realizado, a uma pequena amostra, abrangendo 10 a 20 sujeitos, com as mesmas caraterísticas da população-alvo (Vilelas, 2009). Após o preenchimento dos questionários facultados a 11 puérperas, verificou-se não haver ne- cessidade de realizar alterações a nível das questões apresentadas, já que as mulheres inquiridas

37 responderam a todas as perguntas e não demonstraram dúvidas ou dificuldades perante o que lhes foi pedido.

O intervalo de tempo referente à aplicação do instrumento de colheita de dados decorreu entre março e junho de 2019.

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