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TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.1. Tipo de Estudo:

O método determina os caminhos percorridos pelo pesquisador em busca de respostas para as indagações de sua pesquisa. Assim sendo, direciona o trabalho do pesquisador em busca do alcance dos objetivos de seu estudo. Nesse sentido, disponibilizar as ideias que norteiam o desenvolvimento desta pesquisa pode trazer os esclarecimentos necessários para a compreensão dos caminhos que foram percorridos e possibilitar a participação externa mais direta por meio de sugestões e encaminhamentos cabíveis (PRATA, 2006).

Segundo Gil (2002, p.17), pode-se definir pesquisa: “como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.

De acordo com os preceitos de Goldenberg (2003, p.17): “a pesquisa é uma atividade neutra e objetiva, que busca descobrir regularidades ou leis, em que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.”

Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com perspectiva crítico- reflexiva, com abordagem qualitativa, como pesquisa de campo.

Utilizou-se a pesquisa descritiva, de modo que as informações foram registradas, analisadas, classificadas e interpretadas, sem que o pesquisador interferisse nelas (ANDRADE, 1999).

Fez-se uma descrição acerca do significado que os idosos davam ao cuidado do enfermeiro no pré-operatório de cirurgia cardíaca do Instituto Nacional de Cardiologia.

Quanto à definição de pesquisa exploratória, ela é aquela que tem como objetivo fornecer maior interação com o problema, com o intuito de torná-lo mais explícito e levantar hipóteses. (GIL, 2002).

Assim, este estudo é exploratório, pois se considera importante evidenciar as ações do enfermeiro na Visita pré-operatória ao idoso em cirurgia cardíaca visando atender aos padrões de conhecimento do enfermeiro: o saber empírico, pessoal, ético e estético.

A técnica empregada é a do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC, que possibilita a construção de sujeitos coletivos distintos por meio da análise de material individual e da extração das ideias centrais, das ancoragens e expressões-chave, compondo-se com as expressões-chave das ideias centrais e/ou das ancoragens semelhantes, os discursos síntese, que expressam uma coletividade por meio de um sujeito coletivo que, por ser, ao mesmo tempo, uma entidade qualitativa (discurso) e quantitativa (uma coleção de indivíduos) viabiliza a expressão de um pensamento social (LEFÈVRE e LEFÈVRE, 2003).

O Discurso do Sujeito Coletivo é uma técnica metodológica que permite o resgate de discursos coletivos de forma qualitativa. Como procedimento nas pesquisas do Discurso do Sujeito Coletivo, são feitas entrevistas individuais com questões abertas, resgatando o pensamento, como comportamento discursivo e fato social internalizado individualmente, podendo ser divulgado, preservando a sua característica qualitativa (LEFÈVRE, 2005).

O Discurso do Sujeito Coletivo possui seus fundamentos teóricos nas Representações Sociais, permite acesso direto e indireto a estas. O uso do Discurso do Sujeito Coletivo é amplamente difundido em pesquisas científicas, traz uma mudança significativa na qualidade e na eficiência e revela em detalhes as representações, as crenças, os valores e as opiniões a respeito de um tema específico.

O conceito de Representação Social é amplamente difundido por meio das ideias de Moscovici. Em 1961, Moscovici publicou um trabalho sobre a Representação Social da psicanálise a partir de uma perspectiva integradora, que se preocupava principalmente em compreender o processo de construção de teorias do senso comum por meio da difusão das teorias científicas.

Trabalha-se aqui com o conceito de representação social como uma forma de conhecimento prático, socialmente construído para dar sentido à realidade da vida cotidiana. Trata-se de um conhecimento construído nas interfaces objetivo/subjetivo, individual/coletivo. Essa produção do conhecimento prático é socialmente condicionada, sendo ao mesmo tempo resultado e resultante das visões de mundo (MOSCOVICI, 1978; JODELET, 1984).

De acordo com Sá (2004, p. 22): “as representações sociais intervém em processos variados, tais como o desenvolvimento individual e coletivo, a definição das identidades pessoais e sociais, a expressão do grupo e as transformações sociais”.

A autora ratifica ainda que o conceito de representação social descrita por Moscovici (1978), que partiu do enunciado de Durkheim sobre “representações coletivas” como a primazia do social sobre o coletivo, é construído pela sociedade como um todo por meio de uma ideia que perpassa todos os indivíduos. Não é, portanto, o sujeito individual que participa da construção dessa representação, mas sim o sujeito coletivo.

Entende-se que os indivíduos envolvidos nesta pesquisa são conjuntos de atores sociais que identificados com determinadas posições sociais, são reconhecidos como categorias, na medida em que tiveram o pensamento semelhante, que se traduz nos discursos que expressam. Considera-se importante utilizar o discurso do sujeito coletivo, não se pretendendo desvelar as representações sociais, mas evidenciar o pensamento do idoso diante

do cuidado prestado pelo enfermeiro e se estes cuidados vão de encontro aos padrões do conhecimento do profissional. .

Não se pretende, portanto, utilizar a teoria das Representações Sociais para analisar os dados, apenas considera-se que os Discursos produzidos tenham significância para o coletivo e que estes discursos produzidos possam ser utilizados como material para interpretação dos dados, analisando possíveis relações existentes, entre o material empírico resultante da pesquisa e os padrões de conhecimento do enfermeiro.

O tipo de pesquisa de acordo com os instrumentos de coleta de dados foi a pesquisa de campo. Andrade (2003, p. 127), diz que a pesquisa de campo pode ser definida como: “aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.

De acordo com Cervo e Bervian (2002), a pesquisa de campo usa técnicas específicas, cuja finalidade é recolher e registrar ordenadamente os dados relativos ao escolhido como objeto de estudo, utilizando as técnicas de entrevista, o questionário, o formulário, o teste, dentre outras.