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2.6 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

2.6.2 Tipos de Deficiência Visual

2.6.2.1 Cegueira e Baixa Visão

A deficiência visual pode ser subdividida em: cegueira e baixa visão. Conforme o Livro sobre Atendimento Educacional Especializado (SÁ e CAMPOS, 2007, p.15), a cegueira é “uma alteração grave ou total de uma ou mais funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente”.

Para Smith (2008, p. 332) diz que “Cegueira significa que a pessoa usa o toque e a audição para aprender e não tem um uso funcional da visão”.

A definição de baixa visão (visão subnormal ou visão residual), conforme o Livro do Atendimento Educacional Especializado (SÁ e CAMPOS, 2007, p.16) é complexa devido a variedade e à intensidade de comprometimento das funções visuais. Essas funções englobam desde a simples percepção de luz até a redução da acuidade e do campo visual que interferem ou limitam a execução de tarefas e o desempenho geral. Uma pessoa com baixa visão apresenta grande oscilação de sua condição visual de acordo com o seu estado emocional. As circunstâncias e a posição em que se encontra dependendo das condições de iluminação natural ou artificial. Trata-se de uma situação angustiante para o indivíduo e para quem lida com ele tal à complexidade dos fatores e contingências que influenciam nessa condição sensorial. É, pois, muito importante estabelecer uma relação entre a mensuração e o uso prático da visão, uma vez que mais de 70% das crianças identificadas como legalmente cegas possuem alguma visão útil. Para Smith “os indivíduos com baixa visão usam-na para aprender, mas suas deficiências visuais interferem no funcionamento diário” (2008, p. 332).

No decreto 5296, de 02 de dezembro de 2004, conceitua baixa visão e cegueira da seguinte forma:

Art. 70. O art. 4º do Decreto nº 3298, de 20 de dezembro de 1999, passa a vigorar com as seguintes alterações: III – deficiência visual – cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual19 entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.

Conforme a definição extraída na reunião sobre deficiência visual infantil, promovida pela OMS – Organização Mundial da Saúde, realizada em Bangkok, Tailândia, no ano de 1992,

pessoa com baixa visão é aquela que possui um comprometimento em seu funcionamento visual, mesmo após tratamento e/ou correção de erros refracionais com lentes comuns e tem uma acuidade visual inferior a 6/18 até a percepção de luz ou um campo visual inferior a 10° do seu ponto de fixação, mas que utiliza ou é potencialmente capaz de utilizar a visão para o planejamento e execução de uma tarefa.

A deficiência visual ainda pode ser congênita (do nascimento até os dois anos de idade) ou adquirida (após os dois anos de idade). É importante atentar para esta situação, já que as pessoas que perdem a visão após os dois anos de idade conseguem lembrar-se da aparência de alguns objetos, a memória visual manteve- se.

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Por todas essas razões, não há um consenso sobre como definir acuidade visual, tanto que sua expressão, embora bem entendida e operada por oftalmologistas, costuma trazer embaraços a outros cientistas(1). Geralmente, refere-se acuidade visual como a função (visual) que exprime a capacidade discriminativa de formas; ou como o método com que se mede o reconhecimento da separação angular entre dois pontos no espaço (isto é, distância entre eles, relacionada ao primeiro ponto nodal do olho); ou da resolução (visual) de suas respectivas imagens sobre a retina, relacionadas ao segundo ponto nodal do olho. Nessas “definições”, a primeira com ordenação psicobiológica, as outras duas operacionais, não fica claro o que seja “forma” ou “reconhecimento”ou “resolução de imagens”. De fato, os próprios conceitos a que tais termos ficam subordinados não são facilmente delimitados. Assim, a resolução visual depende dos níveis diferenciais de iluminação (contrastes) entre as partes do estímulo (por exemplo, entre as tonalidades dos traços de uma figura e as de seu fundo). Harley E. A. Bicas. Acuidade visual. Medidas e notações

2.6.2.2 Patologias do órgão da Visão

Segundo Smith20 (2008, p. 333), é possível identificarmos cinco diferentes tipos de condições para caracterizar a Deficiência Visual:

Condições do Olho:

Miopia – visão curta, condição que permite ver os objetos próximos e não distantes.

Hipermetropia – visão distante, condição que permite ver os objetos a distância, mas não os objetos próximos.

Astigmatismo – uma patologia ocular que produz imagens na retina com diferentes focos.

Condições dos Músculos do Olho:

Estrabismo – alinhamento impróprio dos olhos causando duas imagens que são recebidas pelo cérebro, provavelmente resultando na não- funcionalidade de um olho.

Nistagmo – movimentos rápidos e involuntários dos olhos que interferem na focalização dos objetos.

Condições da Córnea, Íris e Lentes:

Glaucoma – diminuição do líquido nos olhos, causando pressão para se desenvolver e danificando a retina.

Anirídia – Íris não desenvolvida, conseqüência da falta de pigmento (albinismo), resultando em sensibilidade extrema à luz.

Catarata (opacidade das lentes cristalinas) – uma película nublada sobre as lentes do olho.

Condições da Retina:

Retinopatia diabética – alterações nos vasos sangüíneos do olho causado pela diabete.

Degeneração macular – danos em uma pequena área próxima ao centro da retina que resulta na restrição da visão central fina e dificuldades na aescrita e na leitura.

Retinite pigmentosa – doença genética dos olhos que conduz à cegueira; a cegueira noturna é o primeiro sintoma.

Retinoblastoma – tumor.

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Segundo Smith (2008, p. 335), possíveis sinais de deficiência visual: - olhos excessivamente lacrimejantes; - olhos vermelhos ou continuamente inflamados; - olhos com crostas; - olhos pesados, enrugados, pesados; - olhos com aparência de inchados; - uma ou duas pupilas (centro preto do olho) acinzentada ou branca; -um ou ambos os olhos cruzam, voltam-se para dentro ou para fora ou movem-se diferentemente do outro; - bebê com 3 meses de idade ou mais não olha diretamente para os objetos; - a criança se choca com os objetos ou passa diretamente por cima deles; - a criança tem dificuldade de ver depois que o sol se põe (cegueira noturna); - a criança tem dificuldade de ler letras pequenas; - a criança tem dificuldade de identificar detalhes nas figuras; - a criança tem dificuldade de subir e descer escadas, jogar ou pegar a bola, abotoar as roupas ou amarrar os sapatos; - a criança é excessivamente desajeitada; - a criança é incapaz de discriminar letras; - a criança esfrega os olhos com freqüência; - a criança pisca; - a criança reclama de tontura ou dor de cabeça depois da leitura de um trabalho; - a criança frequentemente inclina a cabeça; - a criança usa um olho, possivelmente fechando ou tampando o outro olho enquanto está lendo; - a criança não gosta ou evita atividades detalhadas; - a criança segura os objetos de maneira anormal, perto dos olhos.

Condições do Nervo Óptico:

Atrofia – função reduzida do nervo óptico.”