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Os métodos que permitiram definir os seis paradigmas tecnológicos permitiram, de igual modo, definir cinco tipos de produtos, através da consideração de outras variáveis, caraterísticas mais funcionais dos Smartwatches (Tabela 3).

Teve-se em consideração a existência ou não das seguintes variáveis: medição do ambiente externo, localização e orientação, medição de características biométricas, medição de atividades desportivas, resistência à água e ao pó, comunicação, funções temporais e modular e sociável. E foi possível definir e denominar cinco tipos de produtos: Essencial Devices; Communication Devices; Fitness Devices, Tracking

Devices; e Smart Devices.

Os cincos tipos de produto caraterizam-se da seguinte forma:

• Communication Devices caraterizam-se como capazes de, para além de transmitir as funções temporais, realizar medições ao nível do ambiente externo e das características biométricas, com resistência à água e ao pó e a capacidade de estabelecer comunicações (pelo menos receber notificações).

• Essencial Devices caraterizam-se por terem um funcionamento bastante básico, uma vez que apenas têm a capacidade de realizar medições ao ambiente externo e, em alguns casos, apresentarem resistência à água e ao pó, para além da transmissão normal das funções temporais.

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Tipo de Produto: Número de Modelos:

Communication Devices 63 Essencial Devices 46 Fitness Devices 42 Smart Devices 39 Tracking Devices 53 Total Geral 243

Tabela 4- Número de equipamentos por tipo de produto

• Fitness Devices focam-se essencialmente na possibilidade de medir as atividades físicas e as caraterísticas biométricas.

• Tracking Devices caracterizam-se por reterem sistemas de localização e orientação que se complementam com a medição de caraterísticas biométricas, do ambiente externo e das atividades físicas com a resistência à água.

• Smart Devices caracterizam-se por serem o mais completo possível no sentido em que apresentam todas as caraterísticas que são consideradas.

Após a definição e caraterização dos cinco tipos de produtos é possível analisar a sua constituição em números de modelos por tipo de produto (Tabela 4) e analisar como estes são distribuídos em cada marca.

O tipo de produto que apresenta um maior número de modelos é o Communication

Devices, com 63. Este é seguido do Tracking Devices, com 53, Essencial Devices, com

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Tendo em consideração o a Figura 2 é possível visualizar a constituição de cada marca em relação aos tipos de produtos abrangidos pelos Smartwatches que comercializam ou comercializaram.

Tendo em consideração as marcas apresentadas é possível afirmar que marcas como a Acer, a Adidas, a Alcatel, a Bluboo, a Microsoft, a Motorola, a Pebble e a Xiaomi têm todos os equipamentos situados em apenas um tipo de produto. A Apple, a Asus, A Elephone e a LG apresentam equipamentos situados em dois tipos de produtos. A Fitbit, a Nike + e a Samsung tem equipamentos em três tipos de produtos diferentes. A Polar e a MyKronoz apresentam equipamentos em quatro tipos de produtos diferentes e a Garmin é a única marca que apresenta um leque de produtos capaz de ter pelo menos um equipamento em cada tipo de produtos. Esta distribuição de tipos de produto por marca poderá indicar que as marcas apostam em determinados nichos de mercado para competir umas com as outras, por se focarem em tipos de produto específicos. A exceção mais evidente a essa prática é a Garmin, que também aparenta ser a marca com

Figura 2- Tipos de produtos por marca

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maior empenho no desenvolvimento deste conceito de equipamentos tendo em conta o número de equipamentos que já lançou (Tabela 5).

4.3. Evolução temporal dos Smartwatches

Para analisar a evolução temporal dos Smartwatches foram considerados todos os modelos lançados até março de 2016 (243 modelos), por 32 marcas.

Na Tabela 5 é possível verificar que são considerados modelos de várias marcas. A Garmin é a marca com a maior expressividade ao nível de lançamentos de equipamentos, ao longo do tempo, apresentando um leque de 58 modelos lançados. Na outra ponta, as marcas com menos produtos lançados até março de 2016, apresentando apenas com um modelo, são a TAG Heuer, a Plus Four Wristlet, a IBM e a Motorola.

Número de Modelos por Categoria: Categoria:

Marca Band Watch Total Geral

Garmin 5 53 58 Polar 3 35 38 MyKronoz 5 14 19 TomTom 14 14 Fossil 1 11 12 Sony 3 7 10 Samsung 1 9 10 Seiko 9 9 Timex 7 7 Fitbit 5 2 7 Runtastic 1 5 6 Withings 2 4 6 Pebble 5 5 LG 1 4 5 Huawei 3 1 4 Nike+ 2 1 3 Elephone 3 3 Asus 3 3 Apple 2 2 Motorola/ Lenovo 2 2

Hamilton Watch Company 2 2

Bluboo 2 2 Alcatel 2 2 Oukitel 2 2 Xiaomi 2 2 Adidas 1 1 2 Microsoft 2 2 Acer 2 2

Plus Four Wristlet 1 1

TAG Heuer 1 1

IBM 1 1

Motorola 1 1

Total Geral 40 203 243

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Os modelos foram divididos em relógios e em pulseiras (smartbands), uma vez que ambos são considerados dentro da categoria de Smartwatches. Os Smartwatches são classificados como pulseiras quando apresentam tamanhos muito reduzidos e por vezes não possuem ecrã e são classificados como relógios quando fisicamente são muito semelhantes a um relógio. Nestas duas categorias verifica-se uma significativamente maior tendência no número de relógios lançados do que no número de pulseiras (Figura 2). Já no que diz respeita à distribuição dos modelos pelas marcas (Figura 1), os modelos estão bastante distribuídos pelas marcas, sendo que poucas marcas se destacam por terem mais de 10% dos modelos lançados (a Garmin e a Polar), o que poderá ser mais um indicador (juntamente com as distribuições das marcas pelos paradigmas tecnológicos e pelos tipos de produto) que ainda se esteja a viver uma época de definição dos standards para este tipo de produto, isto é, a fase fluída de desenvolvimento tecnológico (Utterback e Abernathy, 1975).

Figura 3- Contagem de modelos wearable por marca

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Considerando os modelos lançados, das marcas consideradas, e o ano de lançamento de cada modelo, é possível verificar a evolução temporal dos Smartwatches representada na Figura 4. O primeiro modelo lançado, a que se pode chamar de Smartwath, surgiu no ano de 1975 através da empresa Hamilton Watch Comapany com o nome de Pulsar Calculator. Desde esse lançamento até ao ano de 1999 apenas foram lançados outros 20 modelos, distribuídos temporalmente da seguinte forma: 1977 (um modelo); 1982 (três); 1984 (três); 1985 (dois); 1990 (um); 1994 (três); 1995 (um); 1996 (um) e 1997 (dois). Após o ano de 1999 foram lançados modelos todos os anos até 2016, sendo que a partir de 2013 há um considerável crescimento no número de modelos lançados no mercado, passando de 7 modelos lançados em 2012 para 22 modelos em 2013; 45 em 2014; 76 em 2015 e no primeiro trimestre de 2016 tinham já sido lançados 11. Estes dados fazem acreditar que houve recentemente um qualquer avanço tecnológico ou uma evolução do

Figura 4- Evolução temporal dos smartwatches

Figura 5- Evolução temporal dos paradigmas tecnológicosFigura 6- Evolução temporal dos smartwatches

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mercado que permitiu esta aceleração de produção destes equipamentos, o que acaba por conduzir mais uma vez ao argumento que estamos a viver a fase fluída destes equipamentos, utilizando a classificação desenvolvida por Utterback e Abernathy (1975).

A evolução temporal pode também ser analisada tendo em consideração os paradigmas tecnológicos (como se pode visualizar na Figura 5) ou os tipos de produto (como se pode visualizar na Figura 6).

Figura 5- Evolução temporal dos paradigmas tecnológicos

Figura 7- Evolução temporal dos tipos de produtosFigura 8- Evolução temporal dos paradigmas tecnológicos

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Pela Figura 5 é possível concluir que o primeiro paradigma tecnológico a surgir foi o

Connectivity Devices, em 1927. Em 1982 surgiu o Performance Devices; em 2007 o Rechargeable Devices; em 2009 o Modular Devices; em 2011 o Capacitive Devices e,

por último, em 2013 surgiu o Operative System Devices. Até ao ano de 2006 existiam apenas dois paradigmas tecnológicos: Connectivity Devices e Performance Devices. Em 2015 (ano com maior expressividade em números de modelos lançados) o grande destaque fica-se pelos 22 modelos que incluíam o Operative System Devices, seguido pelo Rechargeable Devices, com 17 e pelo Capacitive Devices, com 16 modelos. Neste ano de 2015, os Performance Devices não apresentam qualquer modelo e o Connectivity

Devices, em fase descendente no número de modelos, apresenta um valor de apenas

dois modelos.

Esta distribuição, ainda que possa parecer estranha, por o paradigma tecnológico aparentemente mais completo (Performance Devices) ter sido aparentemente abandonado, quando analisada cuidadosamente faz sentido que assim tenha acontecido. Historicamente, como visto atrás, o primeiro paradigma tecnológico a aparecer foi o

Connectivity Devices, em que se enquadram aparelhos relativamente simples, com a

Figura 6- Evolução temporal dos tipos de produtos

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capacidade principal de se ligar a outros aparelhos eletrónicos. O que corresponderá a uma primeira experiência no sentido de desenvolver Smartwatches. Depois, o avanço tecnológico permitiu o aparecimento de capacidade de processamento que permitiu que que surgissem aparelhos mais rápidos e autónomos, sendo capazes de armazenar cada vez mais informação (ficheiros e aplicações) e melhorando a sua interação com os utilizadores e a sua conectividade com outros equipamentos (Performance Devices). Depois, continuando no sentido de tornar estes aparelhos com mais capacidades mais autónomas, evoluiu-se para Rechargeable Devices, que incluem baterias com maior autonomia e baterias recarregáveis, permitindo inclusive que se conseguisse desenvolver equipamentos mais finos e leves. Em seguida incluíram-se sistemas operativos móveis adaptados para equipamentos wearables, permitindo a instalação de aplicações móveis (Modular Devices). Depois surgiram equipamentos reforçados em termos de hardware que permitiram melhorias significativas na performance do software (Capacitive Devices), nomeadamente através de melhorias de capacidade de processamento. Por último, conseguiu-se atingir a tecnologia capaz de implementar sistemas operativos próprios para os equipamentos wearables (Operative System

Devices). Esta evolução, que aparentemente parece fazer sentido em termos de evolução

tecnológica, acompanha também as tendências e as possibilidades tecnológicas no panorama geral dos produtos de eletrónica: inicialmente os equipamentos foram-se desenvolvendo independentemente dos restantes equipamentos disponíveis, sendo

Smartwatches com tendência para serem cada vez mais autónomos (Connectivity Devices, Performance Devices e Rechargeable Devices) e depois começaram a

desenvolver-se no sentido de se integrarem com os restantes equipamentos eletrónicos (Modular Devices e Capacitive Devices), com alguns mais recentemente a começarem a focar-se em realizar tarefas específicas, tendo para isso software apropriado (Operative

System Devices).

Através da Figura 6 verifica-se que o primeiro tipo de produto a surgir, em 1927, foi o

Essencial Devices. Em 1982 surgiu o Communication Devices; em 1996 o Fitness Devices; em 2009 o Tracking Devices e, o último a surgir, em 2011 o Smart Devices.

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equipamentos e com a exceção de em 2013 terem sido laçados os últimos Essencial

Devices, apresentam modelos no ano de 2016. Em 2015 os tipos de produtos que mais

se destacaram foram os Communication Devices (com 32 modelos) e os Smart Devices (com 21 modelos).

Estes dados demonstram que tem havido uma evolução ao longo do tempo em termos de funcionalidades que os equipamentos disponibilizam, que provem de evoluções tecnológicas. Inicialmente os modelos lançados tinham poucas funcionalidades para além de mostrar as horas (Essential Devices), depois evoluíram para dispositivos capazes de comunicar (Communication Devices), em seguida, focando-se mais em funcionalidades ligadas à atividade física, desenvolveram-se modelos capazes de medir esse tipo de atividade (Fitness Devices) e dotados de sistemas de localização e orientação geográfica (Tracking Devices), evoluindo por fim para sistemas capazes de estabelecer comunicações e interligar-se com outros dispositivos (Smart Devices). Talvez fruto da fase aparentemente fluída em que estes equipamentos se encontram ou devido a estratégias de marketing das diferentes empresas produtoras de Smartwatches, quase todos estes tipos de produto têm-se mantido existentes e comercializados (excepto os Essential Devices que talvez sejam demasiado básicos para interessar aos consumidores atuais).

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4.4. Clapperboard matrix

Como já referido anteriormente, nesta investigação desenvolveu-se uma matriz de primeira ordem, à qual se atribuiu o nome de Clapperboard Matrix, com a qual se procura categorizar o posicionamento das várias marcas de Smartwatches em relação à evolução de vendas dos seus produtos e de lançamentos de novos produtos.

Através da regressão linear da evolução temporal dos Smartwatches, apresentada no

Apêndice 9, e do volume de vendas, apresentado Apêndice 11 é possível obter o

posicionamento das marcas pelos quatro quadrantes matriz. As marcas são distribuídas pelos quadrantes da matriz consoante as suas vendas tenham tido tendência para crescer ou para diminuir e consoante a sua frequência de lançamento de produtos no mercado tenha tido tendência para aumentar e diminuir, tal como ilustrado na Figura 7.

É, também, possível realizar a mesma análise tendo em consideração o volume de vendas por sistema operativo, presente no Apêndice 12, em vez das vendas por marca de Smartwacthes, como se pode visualizar, a vermelho, na Figura 7.

A determinação do posicionamento de uma marca num quadrante só foi realizada para as marcas que apresentam mais do que um equipamento lançado e para as quais foi possível encontrar dados relativos às vendas em mais do que um ano.

Assim, no quadrante Believers/ Gamblers não se enquadrou nenhuma marca, embora os equipamentos com sistema operativo proprietário se enquadrem neste quadrante; no quadrante Dominators situa-se a Samsung, a Sony e a Polar, assim como os equipamentos que utilizam Android Wear em termos de sistemas operativos; no quadrante Wave Riders está presente a Fitbit, a Garmin e a Withings, assim como os equipamentos que utilizam sistema operativo Tizen (uma exceção aos restantes sistemas proprietários) e como Followers é considerado a Nike + e os equipamentos que utilizam o sistema operativo Andriod (não específico para wearables).

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Os quadrantes possíveis podem ser descritos da seguinte forma:

• Wave Riders: corresponde às marcas que estão na chamada “crista da onda” no sentido em que a diferença em dias entre o lançamento de novos produtos está a aumentar (lançando equipamentos com menor frequência) e apresentam uma tendência crescente de vendas desses equipamentos. Os seus produtos caraterizam-se como vencedores e por isso não necessitam de desenvolver produtos completamente novos de uma forma acelerada, como no inicio de atividade, dado o crescimento de vendas.

• Dominators: diz respeito às marcas dominadoras de mercado uma vez que a diferença em dias entre o lançamento de produtos está a diminuir, sendo sinal de um compromisso inovador, ao mesmo tempo que apresentam uma tendência de crescimento nas vendas.

• Followers: caraterizam-se como marcas seguidoras uma vez que há um aumento da diferença em dias entre o lançamento de novos produtos (isto é, há menor frequência de lançamentos). Como os seus equipamentos não apresentam características e especificações como os dos Wave Riders faz com que as suas vendas sofram uma tendência decrescente.

• Believers/ Gamblers: este quadrante diz respeito às marcas que se caracterizam como apostadoras por continuarem a apostar em manter-se neste mercado de

Wearables uma vez que diminuem a diferença, em dias, entre os lançamentos

dos seus produtos (ou seja aumentando o seu número de equipamentos) apesar das suas vendas apresentarem uma tendência decrescente.

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Figura 7- Clapperboard matrix com exemplos

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§5. Discussão dos resultados

Através da revisão de literatura realizada nesta investigação foi possível verificar que a evolução tecnológica é, hoje em dia, um dos mais poderosos motores do crescimento e por isso é essencial que as empresas a compreendam e que consigam tirar o maior partido da sua existência (Sood e Tellis, 2005).

Desta maneira, para existir evolução é necessária a presença de constantes mudanças ao nível dos componentes, processos, técnicas ou metodologias com a finalidade de melhorar a performance tecnológica dos equipamentos (Christensen, 1992).

Através da recolha de dados capazes de enunciar as especificações e as capacidades dos

Smartwatches que foram lançados até março de 2016, verifica-se a existências de

algumas mudanças tecnológicas. Identificaram-se 6 paradigmas tecnológicos que ainda competem por determinar a evolução tecnológica nesta área.

Para estudar esta evolução foram considerados 243 modelos de 32 marcas diferentes. Tendo em conta as variáveis apresentadas na base de dados é possível afirmar que os equipamentos são lançados irregularmente entre 1927 e março de 2016 uma vez que há anos em que não se verifica qualquer lançamento.

O primeiro equipamento que se pode considerar como um Smartwatch é o Pulsar Calculator da Hamilton Watch Company lançado em 1975. Porém, são considerados dois modelos anteriores a esse pelo simples facto de terem mudado a maneira como olhamos para as capacidades e funcionalidades que podem integrar os equipamentos utilizados no pulso. O primeiro é o Route Indicator da Plus Four Wristlet de 1927 que apesar de não ser um relógio disponibiliza um pequeno sistema de orientação no pulso através de pequenos mapas em papel. O segundo equipamento é o Pulsar da Hamilton Watch Company, de 1972, que se carateriza pela utilização de funcionalidades digitais, em prol das analógicas, no setor dos relógios e por isso é considerado como ponto de viragem para o aparecimento de mudanças nos equipamentos Wearable.

Até março de 2016, a Garmin é a marca que tem demonstrado maior empenho no desenvolvimento deste conceito de equipamentos. Apresenta um portfólio de 58 equipamentos lançados, com tendência para aumentar (Figura 5), e é apenas perseguida

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pela Polar com 38 equipamentos, ainda que a frequência de lançamentos desta marca esteja a revelar uma tendência para diminuir (Figura 5). As outras marcas ainda estão longe de conseguirem competir com estes valores, especialmente sendo a Garmin e a Polar duas marcas cujas vendas têm revelado tendências de crescimento.

A partir do ano 2000 é iniciado um ciclo de lançamentos de Smartwacthes com maior número anual de lançamentos face aos anos anteriores, com um forte crescimento no número de equipamentos lançados a partir de 2009 fruto da trajetória tecnológica apresentada pelos equipamentos tecnológicos.

O mundo dos equipamentos está cada vez mais dependente da interligação e conectividade entre os equipamentos e destes com a Internet. Esta interligação apresenta como nome Internet of Things e é conhecida como a conexão de diversos dispositivos à Internet em que tal conexão se reflete num determinado controlo remoto ou numa monitorização útil dos mesmos dispositivos (Chase, 2013).

Cimoli e Dosi (1995) associam o conceito de trajetória tecnológica à concretização progressiva de oportunidades de inovação medida através das mudanças nas caraterísticas tecnológicas e económicas fundamentais para o paradigma tecnológico em que se enquadram.

Nesse sentido, o número de modelos lançados tem vindo a sofrer um enorme crescimento a partir de 2015 que se deve, em grande parte, à recente evolução considerável dos equipamentos de electrónica que utilizam sistemas operativos móveis. Este tipo de sistema operativo permite melhorar significativamente as funcionalidades, as capacidades, a produtividade e a conectividade dos equipamentos. Em 2009 a IBM lançou o Watchpad com Linux que se caraterizou como rudimentar por, comparando com os sistemas operativos atuais, apenas permitir guardar e ter acesso a ficheiros de pequena dimensão. Em 2010, a Sony lançou o Ericsson LiveView Watch com o Android, sistema igual ao que é colocado nos Smartphones, que possibilitou a instalação de aplicações móveis e facilitou a conectividade com outros equipamentos móveis com sistemas operativos capacitivos, como Android e IOS. Os desenvolvimentos das aplicações móveis permitiram também aos utilizadores terem

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equipamentos moldados às suas necessidades e que estabelecem uma interação substancialmente melhorada entre equipamentos.

No entanto, os sistemas operativos móveis não foram a única razão que levaram ao crescimento de lançamentos dos Smartwatches. Também se desenvolveram capacidades, funcionalidades e especificações que para além de contribuírem para a evolução tecnológica marcam trajetórias tecnológicas diferentes que se tornaram fundamentais na definição de paradigmas tecnológicos (tendo em consideração as especificações e capacidades tencológicas) e de tipos de produtos (tendo em consideração as funcionalidades tecnológicas).

Assim, tendo em consideração os modelos da base de dados e algumas das suas especificações tecnológicas foi possível identificar e definir seis paradigmas tecnológicos: Operative System Devices, Connectivity Devices, Modular Devices,

Capacitive Devices, Rechargeale Devices, e Performance Devices. Considerando as

funcionalidades foi possível definir cinco tipos de produtos tecnológicos:

Communication Devices, Essencial Devices, Fitness Devices, Tracking Devices e Smart Devices.

Na altura de realização deste estudo continuavam-se a comercializar modelos de

Smartwatches dentro da maior parte dos paradigmas tecnológicos e dos tipos de

produto, o que revela que as marcas estão a apostar em arquiteturas tecnológicas diferentes (paradigmas tecnológicos), podendo ser um indicador de ainda faltar um standard para os Smartwatches e as marcas ainda estarem a competir por definir esse standard. Por outro lado, a existência de modelos que se enquadram dentro dos vários tipos de produto poderá indicar que as marcas têm apostado em determinados nichos de mercado para competir, por se focarem em tipos de produto específicos. Mais ainda, os modelos estão bastante distribuídos pelas marcas, sendo que poucas marcas se destacam por terem mais de 10% dos modelos lançados, o que poderá ser mais um indicador (juntamente com as dispersões em termos de paradigmas tecnológicos e de tipos de produtos referidos anteriormente) que ainda se esteja a viver uma fase fluída de

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