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5. RESULTADOS

5.1 Três materiais restauradores em dois períodos de

A TAB. 1 mostra que existe diferença significativa (p < 0,05) entre os materiais em cada um dos dois períodos avaliados, onde, no caso das medidas

realizadas com três e 14 dias foi observado que o IRM (FIG. 7, 8) apresentou uma profundidade de infiltração significativamente superior ao Coltosol (FIG. 9, 10) e Bioplic (FIG. 11, 12), além disso, esses dois últimos não diferem significativamente entre si. As FIG. 13 e 14 ilustam um espécime do grupo controle negativo e outro do positivo

TABELA 1

Medidas descritivas e comparativas entre os três materiais quanto à medida de infiltração do dente, por tempo

Medidas descritivas Tempo

Material Mínimo Máximo Mediana Média d.p. P

IRM 1,38 3,67 2,66 2,55 0,69 0,001 3 dias Coltosol 0,00 3,03 0,39 0,91 1,12 I > (C = B) Bioplic 0,00 2,63 0,00 0,68 1,10 IRM 2,43 3,97 3,19 3,23 0,63 0,029 14 dias Coltosol 0,00 4,00 1,73 1,72 1,50 I > (B = C) Bioplic 0,00 3,59 2,29 1,87 1,46

Nota: O valor de p refere-se ao teste de Kruskal-Wallis Legenda: I IRM C Coltosol B Bioplic

Na comparação entre os dois períodos de tempo, a TAB. 2 mostra que existe diferença significativa (p < 0,05) entre os tempos ao utilizar IRM e Bioplic, onde, a profundidade de infiltração encontrada no intervalo de 14 dias foi significativamente superior a encontrada no intervalo de três dias. Entre os dois tempos utilizando Coltosol, não houve aumento de infiltração estatisticamente significativa.

TABELA 2

Medidas descritivas e comparativas entre os dois tempos quanto à medida de infiltração do dente, por material restaurador provisório

Medidas descritivas Material Tempo

Mínimo Máximo Mediana Média d.p. P

IRM 3 dias 1,38 3,67 2,66 2,55 0,69 0,045 14 dias 2,43 3,97 3,19 3,23 0,63 3 < 14 Coltosol 3 dias 0,00 3,03 0,39 0,91 1,12 0,226 14 dias 0,00 4,00 1,73 1,72 1,50 3 = 14 Bioplic 3 dias 0,00 2,63 0,00 0,68 1,10 0,058 14 dias 0,00 3,59 2,29 1,87 1,46 3 < 14

Nota: O valor de p refere-se ao teste de Kruskal-Wallis

Os gráficos 1 e 2 mostram uma melhor visualização dos resultados encontrados: 2.55 3.23 0.91 1.72 0.68 1.87 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 3 dias 14 dias Tempo M éd ia d a Pr of un di da de d e in fil tr ão 8 IRM Coltosol Bioplic

GRÁFICO 1 - Comparação das médias da medida da profundidade de infiltração

2,55 3,23 0,91 1,72 0,68 1,87 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

3 dias 14 dias 3 dias 14 dias 3 dias 14 dias

IRM Coltosol Bioplic

GRÁFICO 2 - Comparação das médias da medida da profundidade de infiltração M éd ia d a pr of un di da de d e in fil tr aç ão

FIGURA 8 - IRM 14 dias

FIGURA 10 - Coltosol 14 dias

FIGURA 11 - Bioplic três dias

FIGURA 12 - Bioplic 14 dias

6

DISCUSSÃO

Os materiais seladores temporários têm como objetivo evitar uma reinfecção no sistema de canais radiculares durante o tratamento endodôntico. No entanto, um fator que interfere na eficácia dos materiais restauradores é a infiltração marginal, que depende basicamente de dois fatores: da interface material/esmalte-dentina e das propriedades físico-químicas dos materiais seladores provisórios. Desta forma, a solubilidade, a capacidade de desintegração e a instabilidade dimensional (contração e expansão) do material prejudicam a manutenção do selamento coronário, contribuindo para aumentar a passagem de microrganismos, toxinas e substâncias químicas da cavidade bucal para o interior dos túbulos dentinários (PÉCORA & ROSELINO, 1982).

O material ou técnica endodôntica que proporcione a menor infiltração marginal in vitro deve ser o material ou técnica de escolha in vivo, ainda que as condições sejam diferentes. Além disso, o material de escolha para a restauração provisória deve ser inserido de forma adequada, durante e após a terapia endodôntica, constituindo parte essencial do tratamento, para reduzir o risco de potenciais infiltrações coronárias (ANDERSON et al., 1989).

Inúmeros estudos têm sido realizados para verificar a eficácia dos materiais, sendo analisados por intermédio de radioisótopos (TOOD & HARRISON, 1979), microrganismos (BLANEY et al., 1981), auto-radiografia (MADISON et al., 1987) e filtragem de fluidos (ANDERSON et al., 1990). Os métodos para detecção de microinfiltração podem apresentar certas limitações,

como os isótopos empregados nos trabalhos de HOLLAND et al. (1976); BRAMANTE et al. (1977), que podem não reproduzir uma medição fiel, já que alguns possuem afinidade pela estrutura dentária e até pelo material restaurador. A utilização de bactérias para estudos de microinfiltração foi preconizada por BLANEY et al. (1981) e DEVEAUX et al. (1982), sendo que ALANI & TOH (1997) discorreram sobre algumas desvantagens do emprego desta metodologia, baseando-se no fato dos resultados serem descritos em termos qualitativos e não quantitativos, e que as fendas marginais permitiriam a entrada de bactérias em áreas de 0,5µm ou mais. No entanto, segundo GHISI (2000) as fendas são geralmente menores que esta medida e, mesmo não sendo possível a penetração bacteriana, podem permitir a difusão de toxinas e outros subprodutos bacterianos, sendo mais apropriado para estudos in vivo. A fucsina básica a 0,5% é um corante muito utilizado (TAMSE et al., 1982; CHOHAYEB & BASSIOUNY, 1985; TROWBRIDGE, 1987; ROCHA & SOARES, 1988; BARKHORDAR & STARK, 1990; MELTON et al., 1990; NOGUERA & McDONALD, 1990; URANGA et al., 1999; GHISI, 2000) possuindo uma forma de simples execução e promovendo um aceitável grau de confiabilidade, porém, apresenta dificuldade para leitura dos resultados com relação ao plano de secção das amostras, isto é, não permite uma visualização tridimensional. DIEP et al. (1982) citam que a solução corante azul de metileno favorece a leitura da infiltração marginal, em comparação com a rodamina B e a fluoresceína, sendo que estes dois últimos corantes requerem para leitura a ativação pela radiação ultravioleta, ou emprego do microscópio epifluorescente com filtros especiais. O corante azul de metileno embora seja um corante que

apresenta facilidade na aquisição, manuseio e visualização, tenha sido utilizado em vários estudos como marcador de infiltração (BRAMANTE et al.,1977; WEBBER et al., 1978; TAMSE et al., 1982; DIEP et al., 1982; ESBERARD et al., 1986; MIRANDA et al., 1994; ANDRADE et al., 1996, PINHEIRO et al., 1997), quando indicada deve ter o seu pH próximo a 6,5, sendo que em um pH ácido, pode promover a dissolução do material inorgânico e provocar uma modificação na sua cor (COSTA, 1983). No presente trabalho utilizou-se para verificação da infiltração marginal um método proposto por PÉCORA & ROSELINO (1982) com base nos seguintes fatores: alta sensibilidade na identificação dos íons níquel pelo dimetilglioxima; baixo peso molecular (58,69) dos íons níquel em relação ao corante azul de metileno (peso molecular 319,85) e rodamina B (peso molecular 479) facilita a penetração; facilidade de leitura, uma vez que somente no local de contato entre íons níquel e dimetilglioxima ocorrerá o aparecimento do complexo Ni-dimetilglioxima (coloração vermelha); e, por último, o íon níquel é tão pequeno quanto os isótopos radioativos, mas sem o perigo destes.

Vários estudos foram realizados visando encontrar o material selador provisório que melhor impedisse a penetração de fluidos do meio oral para a cavidade de acesso ou da cavidade para o meio bucal (DIEP et al., 1982; LEAL et al., 1984; ROCHA & SOARES, 1988; DEVEAUX et al., 1992; LEE et al., 1993 PAMEIJER & WENDT, 1995; ANDRADE et al., 1996; GHISI & PACHECO, 2002; CORTEZ et al., 2003). A necessidade de obter materiais restauradores que minimizem a infiltração marginal é uma premissa fundamental para se obter sucesso na terapia endodôntica. Para alcançar um

menor grau de infiltração marginal, os pesquisadores vêm, ao longo do tempo, testando novas composições de materiais restauradores provisórios e seus diferentes métodos de utilização. No presente estudo, analisou-se três materiais restauradores temporários: IRM, Coltosol e BIOPLIC com o objetivo de avaliar a capacidade de vedamento coronário destes materiais na interface dente/material restaurador.

A utilização de dentes humanos extraídos é prática usual nos estudos envolvendo infiltração marginal. Encontra-se citada na literatura, a visualização de infiltração em materiais seladores empregados em caninos (PÉCORA & ROSELINO, 1982; CRUZ FILHO et al., 1996; PAULA et al., 1994), incisivos (BOBOTIS et al., 1989), molares (COLLESI et al., 1994; CAVARZAN et al., 2000; GHISI & PACHECO, 2002). Neste trabalho optou-se pela escolha de dentes pré-molares, extraídos por indicação ortodôntica, onde se observavam coroas íntegras, sem cáries e trincas detectáveis, fato este que possibilitou a padronização das cavidades para inserção do material selador temporário. Esta premissa também foi observada em vários outros trabalhos como: DIEP et al. (1982); LEAL & SIMÕES FILHO (1984); ESBERARD et al. (1986); ROCHA & SOARES (1988); ANDRADE et al. (1996); FIDEL et al. (2000).

A profundidade da cavidade para receber o material selador é fator que deve merecer atenção por parte do profissional, pois é indispensável que o material possua uma certa espessura para poder propiciar um correto selamento (LEAL et al., 1984; ESBERARD et al., 1986; GADÊ NETO et al.,

2003). No presente trabalho assim como o de ESBERARD et al. (1986) e GHISI & PACHECO (2002) estabeleceu-se uma espessura de 5mm para os diferentes materiais restauradores utilizados no vedamento do acesso cavitário, embora WEBBER et al. (1978) tenham recomendado que uma espessura mínima de 3,5mm de material restaurador seja capaz de prevenir a microinfiltração de moléculas de tintura.

Quanto à impermeabilização dos dentes, esta tem a fundamental importância de isolar a superfície externa impedindo a penetração da solução corante indicadora, o que implicaria na análise dos resultados. Alguns autores utilizaram o esmalte para unhas (LEAL et al., 1984; ESBERARD et al., 1986; BONETTI FILHO et al., 1998; BARKHORDAR & STARK, 1990; NOGUERA & McDONALD, 1990; GHISI & PACHECO, 2002), resina epóxi de rápida polimerização (ROBAZZA & ANTONIAZZI, 1976; DIEP et al., 1982; VAZ et al., 1992; IDA, 2002); neste estudo optou-se pela utilização de Super Bonder (VALERA et al., 2000; OLIVEIRA, 2001; SZMAJSER et al., 2002; SILVA et al., 2003; SIMEZO et al., 2003), associada à utilização de esmalte para unhas.

A justificativa da inclusão de ciclagem térmica neste estudo foi a necessidade de impor desafios à interface dente-material restaurador, simulando condições clínicas mais próximas da realidade. A utilização de temperaturas de 5ºC, 37ºC e 60ºC se basearam em estudos realizados por TAMSE et al. (1982); CHAIN & PRATES (1992); ANDRADE et al. (1996); BARKHORDAR et al. (1997); que consideram estas temperaturas como as extremas encontradas na cavidade oral. Autores como NOGUERA &

McDONALD (1990); PAMEIJER & WENDT (1995); PAI et al. (1999); URANGA et al. (1999); OLIVEIRA (2001) consideraram ideais temperaturas variando entre 5ºC a 55ºC, outros utilizaram temperaturas variando entre 4ºC a 60ºC (TROWBRIDGE, 1987; ROCHA & SOARES, 1988; ALANI & TOH, 1997) e ainda entre 10ºC e 50ºC (MELTON et al., 1990).

Em relação ao número de ciclos, foram realizados três ciclos diários com permanência das amostras em intervalo de tempo de três minutos para cada banho térmico, sendo observado na literatura várias opções de tempo: 15 segundos (HOLLAND et al., 1976; TRAVASSOS et al., 2001); 30 segundos (PINHEIRO et al., 1997; URANGA et al., 1999; GHISI & PACHECO, 2002); 60 segundos (ANDRADE et al., 1996; MAYER & EICKHOLZ, 1997); cinco minutos (CRUZ FILHO et al., 1996; OLIVEIRA, 2001); 30 minutos (DIEP et al., 1982; SOUZA et al., 1994; CRUZ FILHO et al., 1996); 60 minutos (TEPLITSKY & MEIMARIS, 1988); 120 minutos (ANDERSON et al., 1989). Deve-se ressaltar que o meio de armazenagem e ciclagem térmica não proporciona alterações significativas nos padrões de infiltração, considerando ainda que ciclos térmicos de curto prazo podem ser tão efetivos quanto os ciclos mais prolongados (GHISI & PACHECO, 2002).

A utilização de uma lupa estereomicroscópica com câmara digital proporcionou a captação de imagem com ampliação de seis vezes. O Software Image Pró-plus viabilizou a medição linear da marcação da infiltração do corante na bolinha de algodão (caracterizada pela cor vermelha formada pelo complexo Ni-dimetilglioxima). Essa medição linear permite a obtenção de

resultados precisos da marcação de infiltração, apesar de ser constatado na literatura um grande número de trabalhos que avaliaram a infiltração marginal por meio de escores (DIEP et al., 1982; PÉCORA & ROSELINO, 1982; TAMSE et al., 1982; MIRANDA et al., 1994; PAULA et al., 1994; ANDRADE et al., 1996; CRUZ FILHO et al., 1996; BONETTI FILHO et al., 1998; CAVARZAN et al., 2000; FIDEL et al., 2000; OLIVEIRA, 2001; TRAVASSOS et al., 2001; GHISI & PACHECO, 2002), que podem apresentar resultados não tão precisos quanto a medição linear de infiltração.

Observa-se que o grupo controle negativo apresentou ausência da cor vermelha no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão, devido à incapacidade de formação do complexo Ni-dimetilglioxima promovido pela total impermeabilização do elemento dental que tinha como objetivo impedir a infiltração. No controle positivo a cor vermelha presente no cone de papel absorvente e na bolinha de algodão é uma constante, uma vez que ocorre o contato do sulfato de níquel com dimetilglioxima, fato também observado por PÉCORA & ROSELINO (1982); CRUZ FILHO et al. (1986) e OLIVEIRA et al. (2001).

Ao se avaliar os resultados quanto ao vedamento coronário nos dois tempos determinados, o IRM demonstrou desempenho inferior entre os três materiais testados, resultado semelhante ao encontrado por GHISI & PACHECO (2002); IDA et al. (2002); CORTEZ et al. (2003). O baixo desempenho se deve possivelmente às contrações durante a presa (BONETTI FILHO et al., 1998). Deve-se relatar que o IRM, um dos materiais restauradores

provisórios mais utilizados é um polímero reforçado de óxido de zinco-eugenol, que requer mistura pó-líquido necessitando de um maior tempo para inserção e presa do material (BARKHORDAR et al, 1997; UÇTASLI & TINAZ, 2000). É um selador que quando manipulado possui reduzida homogeneidade, sendo observados espaços vazios na mistura, quando se usou proporção pó-líquido mais baixa que a recomendada (ANDERSON et al., 1989). Entretanto, LEE et al. (1993) comentaram que este material selador não promove bom selamento em nenhuma das proporções pó-líquido testadas (2g/ml e 6g/ml). Foi consenso entre LEAL & SIMÕES FILHO (1984); ESBERARD et al. (1986); MAGURA et al. (1991); BOBOTIS et al. (1989); ANDERSON et al. (1989); BARKHODAR & STAR (1990); DEVEAUX et al. (1992); LEE et al. (1993); MIRANDA et al. (1994); PAMEIJER & WENDT (1995); BONETTI FILHO et al. (1998); CAVARZAN et al. (2000) e UÇTASLI & TINAZ (2000), que o IRM apresenta baixa capacidade em impedir a microinfiltração, reduzida adesão à estrutura dentária e ausência estética, devido à coloração branca. Encontra-se relatado, no entanto, que FRIEDMAN et al. (1986) e TURNER et al. (1990) encontraram resultados satisfatórios com este material.

O Coltosol, material pronto para uso, tornando-o de fácil aplicação clínica, apresentou melhores resultados que o IRM neste trabalho, fato também confirmado por FIDEL et al. (1991); MIRANDA et al. (1994); MAYER & EICKHOLZ (1997); PINHEIRO et al. (1997); BONETTI FILHO et al. (1998); LEONARDO & LEAL (1998); UÇTASLI & TINAZ (2000). O melhor desempenho é explicado pela reação de presa do material, que está relacionada à absorção da umidade natural presente na cavidade oral. Tal propriedade é

provavelmente devida à presença de sulfato de cálcio em sua fórmula. A capacidade de absorção de água durante o período de presa permite uma expansão linear resultando em um melhor vedamento marginal. Entretanto, uma expansão excessiva de seu volume inicial durante a reação de presa, pode ser prejudicial ao dente em tratamento quando contatos prematuros e trauma oclusal são ocasionados, podendo provocar danos ao tecido periapical em fase de remodelação, durante ou após o tratamento endodôntico; ou ainda a fratura de estruturas dentárias (BARROSO et al., 2001). Além disto, HOLLAND et al. (1992), constataram falha do mesmo, durante o endurecimento.

Em relação ao Bioplic, por ser um material recente, foi constatado uma carência de trabalhos publicados, o que dificultou uma discussão dos resultados obtidos. Neste estudo, o Bioplic obteve bons resultados quando comparado ao IRM e Coltosol, semelhantes aos obtidos por CORTEZ et al. (2003) mas não tão satisfatórios como os relatados por GHISI & PACHECO (2002), que relataram favorável desempenho deste material selador temporário, provavelmente devido à quantidade de partículas de carga inorgânica existente na sua composição química e à viscosidade em que é apresentado. GHISI (2000) relatou dificuldade quanto ao manuseio do Bioplic, sugerindo a utilização de espátula própria para resina composta umedecida com álcool, para facilitar sua inserção na cavidade. Contraposto a essa observação, neste trabalho, não houve dificuldade para fazer inserção deste material na cavidade de acesso.

Em dentes anteriores a manutenção da estética é um fator de fundamental importância, sendo que a utilização de materiais resinosos, como o BIOPLIC é indicada por não interferir neste princípio (GHISI &PACHECO, 2002). No entanto, MELTON et al. (1990) discorreram que materiais que necessitam de um aparelho fotopolimerizador quando da sua utilização, pode ser um empecilho, uma vez que este equipamento pode não fazer parte do arsenal do endodontista.

Neste trabalho o material restaurador Bioplic apresentou resultados estatisticamente semelhantes ao Coltosol nos dois intervalos de tempo, embora CORTEZ et al. (2003) tenham observado que o vedamento do Bioplic tenha sido superior ao promovido pelo Coltosol.

Embora o Coltosol e o Bioplic tenham apresentado melhores resultados que o IRM, foi observado que todos os materiais seladores permitiram infiltração do corante nos dois intervalos de tempo determinados, observação obtida também por CORTEZ et al. (2003).

Após análise dos resultados obtidos, ainda restam dúvidas quanto à escolha do material restaurador ideal. O campo continua aberto para novas investigações visando elucidar essa problemática.

7

CONCLUSÕES

De acordo com a metodologia empregada neste trabalho pôde-se chegar às seguintes conclusões:

a. o IRM é um material que apresentou uma profundidade de infiltração significativamente superior ao Coltosol e Bioplic nos dois intervalos de tempo estudados;

b. na comparação entre os dois períodos de tempo ao utilizar IRM e Bioplic, a profundidade de infiltração encontrada no intervalo de 14 dias foi significativamente superior a encontrada no intervalo de três dias, sendo que utilizando Coltosol, não houve aumento de infiltração estatisticamente significativo;

c. com o passar dos dias aumenta a profundidade de infiltração nos três materiais seladores temporários;

d. os três materiais seladores provisórios testados permitiram infiltração na interface material restaurador/tecido dental nos dois intervalos de tempo.

ABSTRACT

The using of temporary restorative materials that can not permit a marginal leakage is mainly important to prevent the contamination of root canals. This research studied in vitro about the marginal leakage of three temporary restorative materials (IRM, Coltosol, Bioplic). Seventy-two human one root premolars extracted by orthodontics prescription, were selected and divided in six groups of ten specimens of each (and each of the groups had one specimen for negative controls and another specimen for positive controls). After coronal access the teeth were instrumented endodontically, and pulp chamber filled with an absorbent paper cone and a cotton ball impregnated with an alcoholic solution of 1% dimetylglyoxime. The teeth filled with temporary and experimented materials were immersed in a solution of 5% nickel sulfhate for 3 or 14 days. After the teeth had been submitted to thermocyicling (5, 37 and 550C), were longitudynally sectioned and the results checked by the red coloration (formation of the ni- dimetylglyoxime complex) in the cotton ball, measured with a stereoscopic microscope and the results statistically analysed using the Kruskal-Wallis test. It has been concluded that in the both periods of time, the IRM showed the worst results and there were no statistically significant differences between Coltosol and Bioplic.

Key-Words: Temporary restoration, Marginal leakage, Bioplic, Coltosol,

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