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1. Tipo de Estudo

Esta pesquisa foi desenvolvida no paradigma qualitativo, que tem como principal finalidade analisar e interpretar aspectos mais profundos e detalhados das características da população estudada. Neste tipo de abordagem os dados são coletados através de entrevistas com roteiro semiestruturado a partir de uma questão norteadora, a tal investigação tem como foco principal trabalhar com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões (MARCONI, 1999; LAKATOS, 1999).

A pesquisa qualitativa possibilita compreender a experiência humana por meio da análise de materiais narrativos, possibilitando a obtenção de dados ricos e profundos. Através de um processo indutivo e interpretativo, os processos que estão sob investigação são explicados (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

2. Lócus da Pesquisa

Para o recrutamento dos sujeitos desta pesquisa, foi utilizada a técnica metodológica “Snowball” (BIERNACKI; WALDORF, 1981). Esta técnica também é conhecida no Brasil como amostragem em “Bola de Neve” ou “Cadeia de informantes” (PENROD et al., 2003; GOODMAN, 1961 apud ALBUQUERQUE, 2009).

2.1. A técnica metodológica “Snowball” (Bola de Neve)

Esta técnica é uma forma de amostragem não probabilística3 utilizada em pesquisas sociais onde os participantes iniciais de um estudo indicam novos participantes que por sua vez indicam novos participantes e assim sucessivamente, até o ponto de saturação. O ponto de saturação é atingido quando os novos entrevistados passam a repetir os conteúdos já obtidos em entrevistas anteriores, sem acrescentar novas informações relevantes à pesquisa (WHA, 1994).

Albuquerque (2009) esclarece que a forma mais confiável na aplicação de uma pesquisa em cadeias de referência é aquela que consegue coletar o máximo de informações sobre todos os membros da rede (complete network design) ou, utilizar uma amostra aleatória dos participantes (local network design). No entanto, muitas vezes isso não é viável ao pesquisador e, nesses casos, a técnica Snowball (Bola de Neve) pode ser recomendada, justamente por utilizar a abordagem em cadeias.

3. Local e Sujeitos do Estudo

Este estudo foi desenvolvido com dez mulheres envelhescentes4, com idades entre 50 e 59 anos. Esta faixa de idade foi escolhida pela pesquisadora partindo do pressuposto que mulheres nesta faixa etária estão vivenciando fenômenos do climatério/menopausa.

Todas as colaboradoras tinham vida sexual ativa, independente do estado marital e residiam na Região Metropolitana de São Paulo. Mulheres

3 A Amostra Não Probabilista é obtida a partir do estabelecimento de algum critério de

inclusão, e nem todos os elementos da população alvo têm a mesma oportunidade de serem selecionados para participar da Amostra. Este procedimento torna os resultados passíveis de não generalização (BICKMAN; ROG, 1997).

4 Segundo Mário Prata, envelhescência é uma preparação para entrar na velhice, assim

como a adolescência é uma preparação para entrar na maturidade. A envelhescência é compreendida entre os 45 e 65 anos de idade.

com incapacidade cognitiva ou de expressão verbal não foram incluídas neste estudo.

Em pesquisas qualitativas, a quantidade de colaboradores é pequena. Porém, são representativos, pois o que importa nesta abordagem metodológica é a descrição da realidade, em profundidade e abrangência que possibilitem generalizar o resultado obtido para a população em geral (Polit; Beck; Hungler, 2004).

4. Procedimento de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada pela própria pesquisadora entre os meses de novembro e dezembro de 2012. A primeira colaboradora foi indicada por pessoas do convívio da pesquisadora. Inicialmente, foi realizado o contato por telefone, para esclarecer o teor da pesquisa e solicitar a sua participação. Após a aceitação da colaboradora foi agendada uma entrevista em local, data e horário, escolhidos em comum acordo entre a pesquisadora e colaboradora.

No momento da entrevista, a pesquisadora fez esclarecimentos detalhados sobre a pesquisa e em seguida, solicitou que a colaboradora preenchesse um questionário com dados de identificação geral (Apêndice

A) e que assinasse o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B).

Após a entrevista, foi solicitado que colaboradora indicasse uma pessoa conhecida que preenchesse os critérios de inclusão para este estudo. Este procedimento foi seguido até a inclusão da última colaboradora.

5. As entrevistas

Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado (Apêndice

C), com o objetivo de compreender em profundidade as experiências vividas

As entrevistas tiveram duração aproximadamente de 60 minutos e foram realizadas em ambiente reservado, com a presença apenas da pesquisadora e da colaboradora. Todas as entrevistas foram gravadas na íntegra, pois a gravação do depoimento constitui peça fundamental na elaboração posterior do documento escrito.

6. Análise dos Dados

No tratamento dos dados, foi utilizada a Análise de Conteúdo, que segundo Bardin (1977) é definido como “um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

A análise de conteúdo foi realizada em três etapas:

Pré-análise - nesta primeira etapa foi realizada a transcrição das entrevistas pela própria pesquisadora e em seguida foi realizada leitura profunda do conjunto das narrativas e a retomada dos objetivos iniciais da pesquisa.

Exploração do material – nesta etapa foi realizada a codificação, onde os dados brutos foram transformados de forma organizada e reunidos em categorias, que abrange elementos ou aspectos com características comuns ou que se relacionam entre si.

Tratamento dos resultados – nesta última etapa foi realizada a inferência e a interpretação dos resultados.

7. Aspectos Éticos

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da PUC/SP e da Comissão Científica da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da

mesma Universidade (Anexo A) e seus aspectos éticos estão de acordo com o preconizado pela Resolução 196, de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, que trata das Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas em Seres Humanos (BRASIL, 1996).

No momento da entrevista, a colaboradora foi esclarecida sobre o objetivo, a natureza e a finalidade da pesquisa e sobre a necessidade de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B).

Foi permitida a cada colaboradora a possibilidade de participar ou não do estudo, sendo informado que a eventual negação não resultaria em prejuízos de qualquer espécie. As colaboradoras receberam esclarecimentos sobre a necessidade da gravação das entrevistas, garantia do anonimato através da adoção de nomes fictícios e quanto à utilização dos dados em eventos e publicações científicas.

Após esses esclarecimentos preliminares, nenhuma mulher recusou- se a participar do estudo.

CAPÍTULO IV

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