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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Social

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Social

SEXUALIDADE DAS MULHERES ENVELHESCENTES:

idade de grandes transformações e desafios

Carolina Morais Miranda Rolim

(2)

Carolina Morais Miranda Rolim

SEXUALIDADE DAS MULHERES ENVELHESCENTES: a idade

de grandes transformações e desafios

Dissertação apresentada à Banca examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Gerontologia, sob a orientação da Profa. Dra. Vera Lúcia Valsecchi de Almeida

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Nome: Carolina Morais Miranda Rolim

Título: SEXUALIDADE DAS MULHERES ENVELHESCENTES: a idade de grandes transformações e desafios

Dissertação apresentada à Banca examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Gerontologia, sob a orientação da Prof.ª Dra. Vera Lúcia Valsecchi de Almeida.

Banca Examinadora

______________________________

______________________________

(4)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Pedro e Gioconda, que sempre estiveram

ao meu lado em todos os momentos, me ajudando e incentivando para que eu nunca

desistisse. E por acreditar que um dia eu poderia chegar até aqui.

Ao meu esposo que tanto amo Anderson, obrigada por todo seu amor, carinho

e longos anos de amizade, peço desculpas por todos os dias que passei longe de você.

Você foi um ótimo companheiro durante essa jornada, sempre me dando apoio e

compreendendo todo meu stress. Eu te amo!

À minha querida filha Maria Fernanda, por seu amor, carinho e o sorriso

diário que eu tanto amo. Peço perdão por um longo período que estive ausente, mesmo

estando ao seu lado e muitos finais de semana que não passei com você. Filha você é

tudo pra mim. Eu amo você.

À minha irmã Natália, que amo do fundo do meu coração, obrigada pela força

e por acreditar em mim.

A todos as mulheres, pela confiança em compartilharem seus sentimentos e

(5)

AGRADECIMENTOS

A todos da minha família Morais e Miranda. Em especial o meu avô Fausto,

por longos anos de ajuda, carinho, compreensão e paciência. VÔ amo você!

À minha orientadora, Profa. Dra. Vera Lucia Valsecchi de Almeida , pela

confiança, disponibilidade, oportunidades e orientação.

Á minha querida amiga, Adriana Manganiello, por toda colaboração,

incentivo, dedicação, disponibilidade e amizade. Obrigada por toda ajuda e longas

tardes de ensino. Você foi uma amiga que Deus me deu de presente.

À Profa.

Dra. Luiza Akiko K. Hoga, pelos ensinamentos e sugestões valiosas

que apreendi durante os anos em que frequentei o seu grupo de pesquisa na EEUSP.

Aos membros do grupo de pesquisa Núcleo de Assistência ao Autocuidado da

Mulher - NAAM, pelo apoio, carinho e trocas de experiências por todos esses anos em

que passei ao lado de vocês.

À minha amiga Aide Angelica de Oliveira, pela valiosa colaboração nas

diversas etapas deste trabalho.

À Natalie Marques, pela enorme colaboração durante a realização das

entrevistas.

Às minhas amigas, Juliana V. Ramos, Poliana Helena e Fernanda Botter, muito

(6)

A todos os meus amigos da Maternidade Interlagos, por me acolherem e me

ajudarem nos momentos de angústia e incerteza. Em especial minha equipe do Pronto

Socorro: Eliana, Elis, Alê, Paulo, Hercilia, Vera, Helena e Edvige e minhas colegas

enfermeiras: Adriana Specialli, Marta Santi e Lucilene. A diretora de enfermagem,

Diva Terezinha, muito obrigada por toda ajuda e compreensão.

Ao querido funcionário da PUC-SP, Rafael Quini Arbeche, pela

compreensão, colaboração, ajuda, paciência. Você é um excelente profissional.

À fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CAPES pela bolsa de estudo concedida.

Ao Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo

PUC-SP pelo apoio em todas as etapas da

realização deste trabalho.

Aos colegas em que conheci durante os anos em que trabalhei nas

Universidade Paulista

UNIP. Em especial querida amiga Monica Bimbatti que me

incentivou inúmeras vezes para que eu não desistisse da docência, com incentivos,

palavra amiga e ajuda profissional. À querida Patricia Peres de Oliveira, pessoa que

foi responsável em me apresentar a PUC-SP e me ajudar inúmeras vezes com o projeto

para o processo seletivo do mestrado e como minha chefe direta, durante alguns anos

em que lecionei na UNIP.

As amigas, Adriana Specialli, Ingrid Neves e Marcelle Mello, obrigada pelo

carinho e amizade.

.A Deus nosso criador pela força, proteção e coragem.

(7)

Epígrafe

Compositor: Bino Farias, Lazão, Da Gama e Toni Garrido

Você não sabe

O quanto eu caminhei

Pra chegar até aqui

Percorri milhas e milhas

Antes de dormir

Eu nem cochilei

Os mais belos montes

Escalei

Nas noites escuras

De frio chorei, ei , ei

Ei! Ei! Ei! Ei! Ei!...(2x)

A vida ensina

E o tempo traz o tom

Pra nascer uma canção

Com a fé do dia a dia

Encontro a solução

Encontro a solução...

Quando bate a saudade

Eu vou pro mar

Fecho os meus olhos

E sinto você chegar

Você, chegar...

Psicon! Psicon! Psicon!

Quero acordar de manhã

Do teu lado

E aturar qualquer babado

Vou ficar apaixonado

No teu seio aconchegado

Ver você dormindo

E sorrindo

É tudo que eu quero pra mim

Tudo que eu quero pra mim...

Quero!

Quero acordar de manhã

Do teu lado

E aturar qualquer babado

Vou ficar apaixonado

No teu seio aconchegado

Ver você dormindo

É tão lindo

É tudo que eu quero pra mim

Tudo que eu quero pra mim...

Você não sabe

O quanto eu caminhei

Pra chegar até aqui

Percorri milhas e milhas

Antes de dormir

Eu nem cochilei

Os mais belos montes

Escalei

Nas noites escuras

De frio chorei, ei , ei

Ei! Ei! Ei! Ei! Ei!...

Together..Together..

Meu caminho só meu pai

Pode mudar

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Rolim C. M. M. SEXUALIDADE DAS MULHERES ENVELHESCENTES: a idade de grandes transformações e desafios. [Dissertação]. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2013.

RESUMO

A expectativa de vida média das mulheres no ano de 2008 chega a 76,6 anos, de vida e os homens 69,0 anos, de vida. A redução dos níveis de fecundidade e de mortalidade no Brasil tem realizado transformações no padrão etário da população. Duas condições vêm contribuindo para o aumento do número de idosos e a configuração de uma nova realidade demográfica elas são: a diminuição das taxas de mortalidade e a diminuição da taxa de fecundidade. As principais doenças capazes de afetar a sexualidade da mulher idosa são as que comprometem os órgãos genitais ou pélvicos, além de algumas cirurgias. Indiretamente, através da debilidade geral, ansiedade, depressão e dor, certas doenças crônicas podem afetar a obtenção de prazer. Os objetivos desta pesquisa foram Explorar as experiências vividas pelas mulheres durante a fase de menopausa/climatério; Identificar a percepção das mulheres sobre envelhecimento; verificar como as mulheres vivenciam a fase de menopausa/climatério; verificar as mudanças na sexualidade decorrentes do envelhecimento. Esta pesquisa foi desenvolvida no paradigma qualitativo, e para o recrutamento dos sujeitos desta pesquisa, foi utilizada a técnica metodológica “Snowball” muito conhecida como bola de neve, com o total de dez mulheres envelhescentes, com idades entre 50 e 59 anos. Os dados foram coletados por meio de entrevista semi estruturada. Foram realizadas transcrição, textualização e transcrição de todas as narrativas. No tratamento dos dados, foi utilizada a Análise de Conteúdo segundo Bardin. A análise das entrevistas resultou na elaboração de três categorias descritivas, que revelam as experiências vividas pelas mulheres durante a fase de menopausa/climatério. Os resultados demonstram que o envelhecimento é visto como algo natural, um processo fisiológico na vida de todas as pessoas. Para algumas mulheres, o envelhecimento é tido como um acontecimento aceitável, pois não há maneiras para evitá-lo. A menopausa é vista por muitas mulheres como um acontecimento marcante em suas vidas. Para algumas essa fase representa um acontecimento negativo, um verdadeiro sofrimento. Algumas mulheres passaram a não se sentir desejadas pelo parceiro, por acreditarem que seu corpo não é mais como era antes. A realização deste estudo possibilitou identificar as experiências vividas pelas mulheres durante a fase de menopausa/climatério. Em relação a sexualidade muitas mulheres referiram mudanças significativas ao longo do tempo. Passaram a não se sentirem desejadas pelo parceiro e perceberam diminuição da libido, diminuindo a frequência das relações sexuais ou mesmo a pratica sexual para satisfação do parceiro. Algumas mulheres também referiram desconforto durante o ato sexual devido o ressecamento vaginal próprio desta fase. Essas mudanças na vida sexual levaram algumas mulheres a procurarem outras formas de carinho e afeto, ao invés do ato propriamente dito. Observou-se uma carência em relação à publicações de artigos científicos sobre a temática em estudo.

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ROLIM C. M. M. SEXUALITY OF WOMEN ENVELHESCENTES: the age of major changes and challenges. [Dissertation]. São Paulo: Pontifícia University Católica de São Paulo; 2013.

ABSTRACT

The average life expectancy of women in 2008 reaches 76.6 years of life and men 69.0 years of life. The reduced levels of fertility and mortality in Brazil has made changes in the age pattern of the population. Two conditions are contributing to the increasing number of elderly and configuration of a new demographic reality they are: the reduction of mortality rates and declining fertility rate. The main diseases that can affect the sexuality of older women are the ones who commit the genitals or pelvic surgeries plus some. Indirectly, by general weakness, anxiety, depression and pain, certain chronic diseases may affect the attainment of pleasure. The objectives of this study were to explore the experiences of women during the menopause / perimenopause; identify women's perceptions about aging; see how women experience the menopause phase / climacteric, check changes in sexuality of aging. This research was developed in the qualitative paradigm, and for the recruitment of subjects in this study, we used the methodological technique "Snowball" well known as snowball, with a total of ten envelhescentes women, aged between 50 and 59 years. Data were collected through semi-structured interviews. Were performed transcription, transcription and textualization of all narratives. In data processing, we used the Content Analysis Bardin. The data analysis resulted in the development of three descriptive categories, which reveal the experiences of women during the menopause / perimenopause. The results show that aging is seen as something natural, a physiological process in the life of all people. For some women, aging is seen as an acceptable event because there is no way to avoid it. Menopause is seen by many women as a defining event in their lives. For some this phase represents a negative event, a real pain. Some women started to not feel desired by their partner, because they believe that their body is not what it was before. This study enabled us to identify the experiences of women during the menopause / perimenopause. In relation to sexuality many women reported significant changes over time. Ceased to feel desired by their partner and noticed decreased libido, reducing the frequency of sex or even sexual practices for partner satisfaction. Some women also reported discomfort during intercourse due to vaginal dryness own this phase. These changes in sexual life led some women to seek other forms of care and affection, rather than the act itself. There was a shortage in relation to publication of scientific papers on the subject under study.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12

Capítulo I: Revisão da Literatura 16

1. ENVELHECIMENTO: DESAFIO NA TRANSIÇÃO DO

SÉCULO 16

1. 1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA. 17

1.2 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO 18

1.3 EPIDEMIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 19

1.4 IMPACTOS BIOFISIOLÓGICOS DO

ENVELHECIMENTO 20

1.5 ENVELHECIMENTO COMUM E ENVELHECIMENTO

SAUDÁVEL 21

2. SEXUALIDADE NO ENVELHECIMENTO 22

1. 2.1 HISTÓRIA DA SEXUALIDADE 22

2.2 A SEXUALIDADE E A MULHER IDOSA 24

3.MITOS DA SEXUALIDADE 27

3.1. DISFUNÇÃO SEXUAL NA MULHER 28

4. O CLIMATÉRIO 29

4.1. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 29

4.2. DEFINIÇÃO E CRONOLOGIA 29

4.3. ETIOPATOGENIA 30

4.4. ENDOCRINOLOGIA 32

4.5. EPIDEMIOLOGIA 33

4.6. SINTOMATOLOGIA DO CLIMATÉRIO 34

4.7. ALTERAÇÕES SEXUAIS 34

Capitulo II: OBJETIVOS 36

1.1 OBJETIVO GERAL 36

1.2 OBJETIVO ESPECIFICO 36

Capitulo III: TRAÇADO METODOLOGICO 37

1. TIPO DE ESTUDO 37

2. LOCUS DA PESQUISA 38

2.1 A TÉCNICA METODOLOGICA 37

3. LOCAL E SUJEITOS DO ESTUDO 38

4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS 38

5. ENTREVISTA0 39

6. ANÁLISE DE DADOS 39

7. ASPECTOS ÉTICOS 40

Capitulo IV: RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES

FINAIS 41

1. RESULTADOS 41

1.1 CARACTERISTICA PESSOAIS DAS COLABORADORAS 41

1.2 CARACTERISTICA DESCRITIVA 45

2. DISCUSSÃO 50

(11)

4. REFERENCIAS 59

5. APENDICE A 65

6. APENDICE B 68

7. APENDICE C 69

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INTRODUÇÃO

Durante muito tempo da minha vida profissional trabalhei com assistência a saúde da mulher e ao recém-nascido. Um bom tempo da minha carreira fiz acompanhamento de estágio em diversos lugares e áreas diferentes daquilo que estava acostumada a trabalhar e em alguns momentos, percebi que faltava falar da mulher em outros âmbitos do seu contexto e um deles seria a parte do envelhecimento, ginecologia e também sua sexualidade.

A necessidade de falar sobre a sexualidade em mulheres que estão envelhecendo me veio fortemente como ideia. Uma vez que me deparei com varias pessoas conhecidas vivenciando inúmeros problemas com essa realidade. Acabei me questionando sobre como seria esse envelhecimento? Mudanças no corpo? Como foram as relações afetivas dessas mulheres? Dúvidas? Medos? Tabus? Sexo? Foi então que resolvi procurar saber como é e como funciona tudo isso antes da mulher chegar aos 60 anos de idade.

O envelhecimento populacional é um fenômeno natural, irreversível e mundial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009), hoje no Brasil existem em torno de 20 milhões com idade igual ou superior a 60 anos de idade, o que significa 10% da população brasileira. Já a Organização Mundial da Saúde – OMS, no período de 1950 a 2025, a população idosa irá aumentar aproximadamente quinze vezes, e a população total irá aumentar somente cinco vezes. A projeção é que em 2025, cerca de 32 milhões de pessoas existentes com mais de 60 anos de idade. Lembrando, que há diferenças entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos para tratar do envelhecimento. A população brasileira caminha rapidamente para uma população mais envelhecida (BRASIL, 2010).

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independência financeira, trabalham fora, tem o direto de escolha em relação de ter ou não filhos. Com a diminuição da taxa de natalidade e o aumento da melhor idade podem se criar sérios problemas se futuros governantes não tomarem conta da saúde publica precisa-se condições dignas de saúde para uma longevidade com qualidade de vida. Mesmo existentes inúmeros programas ainda não são suficientes (ARAÚJO, 2009).

Em dias atuais a população feminina nacional gira em torno de quase 60%. A expectativa de vida das mulheres tem aumentado relativamente, nos últimos 40 anos, passando de 45 anos em 1940 a 68 anos nos dias de hoje, mostrando consideravelmente de 50% em apenas 45 anos. As estimativas são que esse aumento continue durante todo o século XXI. Como já citado anteriormente esse fato exige mais atenção dos serviços de saúde, para que estejam preparados para atender esse tipo de população, assim gerado por mudanças do perfil demográfico (BRASIL, 1988; PEDRO et. al, 2002)

A faixa etária que normalmente as mulheres começam a experimentar os sintomas climatéricos é a partir dos 40 anos de idade (PEDRO et. al, 2002).

(14)

Esse evento pode se dar também de forma não natural, através de intervenção cirúrgica com a realização da ooforectomia bilateral1 ou não, à

histerectomia2.

Outros fatores que durante o climatério podem agravar o estado emocional e físico dessas mulheres, tais como: condições de vida, história reprodutiva, carga de trabalho, hábitos alimentares, tendência a infecções, dificuldade de acesso aos serviços de saúde para obtenção de serviços e informações, assim como outros conflitos socioeconômicos, culturais e espirituais associados ao período da vida e às individualidades (VALENÇA et. al, 2010).

Um elevado número de mulheres aproximadamente de 50 a 70% referem sintomas somáticos e dificuldades emocionais nos anos que surge a menopausa, com grande evidência para as ondas de calor, atribuído as suas implicações de forma negativa assim afetando sua qualidade de vida (Aldrighi et. al, 2002; De Lorenzi et. al, 2005).

Fatores relacionados a sexualidade, no período climatério têm se revestido de crescente valorização, em benefício da crescente longevidade feminina nas últimas décadas e da maior prevalência de disfunções sexuais depois da menopausa (FAVORATO et. al, 2000; RENÓ, 2003).

A sexualidade envolve a capacidade de manter um relacionamento íntimo com o parceiro, expressar sentimentos e pensamentos, aproximar-se e separar-se sem ansiedade excessiva, manter um padrão de relacionamento diferente e até mesmo vivenciar a própria agressividade sem muita ansiedade (FLEURY, 2004).

Alguns problemas nessa fase da menopausa e climatério chegam a atrapalhar o desempenho sexual de muitas mulheres como: artrite, diabetes, fadiga, medo, problemas colaterais de uso indiscriminado de medicação e

1 Ooforectomia bilateral: Procedimento cirúrgico realizado com a retirada dos dois ovários. Órgão

duplo do sistema genital interno da mulher.

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álcool. Ao longo da vida a frequência e a intensidade da atividade sexual poderá variar muito, problemas na capacidade de sentir prazer nas relações sexuais não devem ser considerados como feito normal do envelhecimento (BRASIL, 2006).

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CAPÍTULO I

REVISÃO DA LITERATURA

1. ENVELHECIMENTO: DESAFIO NA TRANSIÇÃO DO SÉCULO

Em 1900, menos de 1% da população mundial tinha mais de 65 anos de idade; hoje esta porcentagem situa-se em torno de 6,2%, com grandes variações entre os Países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Acredita-se que no ano de 2050 os idosos constituirão um quinto da população mundial e as mulheres no Brasil vão compor um total de 7 milhões a mais que os homens. A vida média das mulheres no ano de 2008 chega a 76,6 anos, de vida e os homens 69,0 anos, de vida. No Brasil de 1950, os idosos representavam 4,2% da população; passados quase 60 anos (2008) passaram a representar 11% da população total, perfazendo mais de 21 milhões de pessoas. Também vale ressaltar, que no ano de 2050 a vida media do brasileiro poderá chegar aos 81 anos, de idade tudo isso vem se dando, graças ao grande avanço da medicina e melhorias em relação a condições gerais da qualidade de vida do brasileiro. Em meados de 1940 a expectativa de vida ao nascer era de 45,5 anos, de idade e para 2008 esse numero pulou para 72,7 anos, de idade. (IBGE/PNAD/2008).

O expressivo aumento do número de idosos nos Países em desenvolvimento trouxe consequências dramáticas, impondo a necessidade de se buscar as causas determinantes das atuais condições de saúde e de vida dos idosos e do processo de envelhecimento para que sejam enfrentados por meio de planejamento adequado.

(17)

A Gerontologia é um ramo jovem da ciência. O atraso das investigações relacionadas à velhice e ao processo de envelhecimento deve-se, em grande parte, à parca quantidade de investimentos destinados à pesquisa. Paradoxalmente, pesquisadores que trabalhavam na área obtiveram recursos em nome de outras disciplinas, como a bioquímica, a fisiologia e a biologia celular; assim sendo, o pouco progresso observado se deu graças a esse processo(FREITAS, 2005).

As políticas de desenvolvimento que dominam a sociedade industrializada e urbanizada tem mais interesse na assistência materno-infantil e juvenil. O investimento em uma criança tem um retorno potencial de 60 anos ou mais de vida útil, produtiva, enquanto que os amplos cuidados médico-sociais na manutenção de uma vida saudável do idoso não são encarados como “investimento”. No entanto constituem um dever da sociedade para aqueles que deram tanto de si para as gerações futuras (BIRMAN, 1995; NETTO, 1996).

A sociedade que hoje exclui os que envelhecem e os já idosos do contexto social deverá viver, em futuro bem próximo, uma situação ainda pior.

1.1 Evolução Histórica

Inúmeras foram as conquistas da população idosa durante as ultimas décadas. O marco dos seus direitos foi estatuto do idoso estabelecido pela lei: 10.741, de 1° de Outubro de 2003. Material legal que serve de guia para referencia em movimentos sociais e para que as politicas publicas sejam cada vez mais implementadas ao processo de envelhecimento/velhice. (BRASIL, 2010).

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velho, retardando a implementação de medidas que visem minorar o pesado fardo dos que ingressam na chamada Terceira Idade.(OLIVEIRA, 1989).

O autor citado acredita, que não seja justo prolongar a vida quando não são dadas condições para uma sobrevivência digna. É melhor acrescentar vida aos anos a serem vividos do que anos à vida precariamente vivida(NETTO, 1996).

Hoje, o que se nota é uma inversão de valores. O desenvolvimento tecnológico sublinha, cada vez mais, a importância da força de trabalho jovem. Passa-se a julgar o homem pela sua capacidade de produzir. Por terem sua capacidade de trabalho reduzida, os idosos não têm como enfrentar uma competição na qual as condições são desiguais. O resultado é a marginalização do velho e a perda de sua condição social; condições associadas aos poucos rendimentos recebidos, fruto de aposentadorias irrisórias.

1.2. O Envelhecimento da População

O envelhecimento da população brasileira fica bem definido como uma transformação da estrutura etária das pessoas, que produz uma vasta elevação de indivíduos com determinada idade, considerada como o começo da velhice. No Brasil fica bem definido como pessoa idosa quem tem acima dos 60 anos de idade ou mais. O envelhecimento da humanidade é um processo natural da vida. O numero de idosos brasileiros tem se dado de maneira muito rápida, constituindo o segmento que mais se eleva nos últimos tempos, sendo que hoje 12% da população nacional se definem por idosos. (BRASIL, 2010).

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pessoas alcancem idades mais avançadas com o melhor estado de sua saúde, sendo um envelhecimento saudável e ativo. Vale também considerar a importância de outros fatores que são favoráveis para a melhora da qualidade de vida tais como um ambiente social favorável e acesso a cultura (BRASIL, 2010).

A redução dos níveis de fecundidade e de mortalidade no Brasil tem realizado transformações no padrão etário da população. Entre o ano de 2035 e 2040, haverá mais população idosa numa proporção de 18% superior a de crianças e já em 2050 essa relação poderá ser de 100 para 172,7(BRASIL, 2010)

A população brasileira caminha rapidamente rumo ao perfil demográfico cada vez mais envelhecido, acontecimento que implicará em adequações das políticas sociais, demandas da área da saúde, previdência social e assistência social.

1.3. Epidemiologia do Envelhecimento

Duas condições vêm contribuindo para o aumento do número de idosos e a configuração de uma nova realidade demográfica. São elas: a diminuição das taxas de mortalidade e a diminuição da taxa de fecundidade. A longevidade é desejada pela maioria dos indivíduos, desde que sob condições dignas, como não ficar dependente e, de preferência, não ficar velho. Desejo contraditório e situação paradoxal. Como se possível fosse viver cada vez mais sem envelhecer.

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O desafio da Gerontologia é provar que esse futuro pessimista pode ser revertido. Há uma crença cada vez maior de que os problemas são contornáveis e as soluções possíveis. A sociedade começa a se engajar em intervenções multidimensionais que levarão a um envelhecimento bem sucedido para a maioria das pessoas (FREITAS, 2005).

1.4. Impactos Biofisiológicos do Envelhecimento

O envelhecimento manifesta-se pelo declínio das funções dos diversos órgãos, sendo linear em função do tempo, mas não claramente demarcado - ponto exato de transição - como nas demais fases (FREITAS, 2011).

Tem início relativamente precoce, ao final da segunda década da vida, permanecendo imperceptível por longo tempo; isto até que surjam, no final da terceira década, as primeiras alterações funcionais e/ou estruturais próprias do envelhecimento. As funções orgânicas declinam em função do tempo. Admite-se, como regra geral, que ocorra a cada ano, a partir dos 30 anos de idade, perda de 1% da função. Os efeitos cumulativos dessas alterações aumentam a probabilidade de morte do indivíduo (RISMAN, 2005).

Paralelamente ao declínio funcional ocorrem alterações teciduais, celulares, moleculares e enzimáticas. A perda das células cerebrais é de aproximadamente 0,2% ao ano, somando cerca de 20% em 100 anos de vida (FREITAS, 2011).

As principais doenças capazes de afetar a sexualidade da mulher idosa são as que comprometem os órgãos genitais ou pélvicos, além de algumas cirurgias. Indiretamente, através da debilidade geral, ansiedade, depressão e dor, certas doenças crônicas podem afetar a obtenção de prazer (RISMAN, 2005).

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negativamente na satisfação sexual. Isto porque em mulheres senis a incidência da doença e o uso do medicamento não construíram fatores diferenciais da satisfação sexual da mulher. A justificativa é o fato de as mulheres mais idosas aceitarem as doenças e se habituarem aos medicamentos(ALMEIDA, LOURENÇO, 2007).

O envelhecimento fisiológico é uma chave importante para se entender, em parte, a diminuição da atividade sexual nesta etapa da vida, mesmo que não seja possível explicar todas as mudanças que ocorrem.

Um erro frequente é a confusão entre envelhecimento e doença. Mesmo que o processo de envelhecimento inclua a suscetibilidade às doenças, as mudanças fisiológicas e anatômicas produzidas pelo envelhecer são universais, afetando todos os indivíduos de todas as espécies animais, enquanto as doenças só afetam um determinado grupo de indivíduos (ALMEIDA, LOURENÇO, 2007).

Na idosa temos a menopausa e a diminuição de produção estrógenos e progestágenos que auxiliam a mudança anatômica do aparelho genital feminino: os ovários diminuem, o útero regride ao tamanho pré-púbere, o endométrio e a mucosa do colo uterino se atrofiam, a vagina fica mais curta e com menos elasticidade, há diminuição da lubrificação da vagina (ROCHA, DEUSDARÁ , 2005).

1.5. Envelhecimento Comum e Envelhecimento Saudável

Dois fatores encontram-se diretamente relacionados ao envelhecimento. São eles:

 Intrínsecos – ligados ao avançar da idade por si só;

 Extrínsecos - relacionados à dieta, ao meio ambiente, à composição corpórea, a causas psicossociais.

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da cessação do hábito de fumar, da moderação na ingestão de bebidas alcoólicas, entre outros (ALMEIDA, LOURENÇO, 2007).

Não existe um consenso sobre o que se chama “velhice”. Isto porque as divisões cronológicas da vida humana não são absolutas e não correspondem sempre às etapas do processo de envelhecimento natural. Os desvios se produzem em ambos os sentidos (BIRMAN, 1995; ALMEIDA, LOURENÇO, 2007).

Ou seja, a velhice não pode ser definida em termos cronológicos, mas pelas condições físicas, funcionais, mentais e de saúde das pessoas, o que equivale afirmar que podem ser observadas diferentes idades biológicas e subjetivas em indivíduos com a mesma idade cronológica. E é assim porque o envelhecimento é muito pessoal; cada indivíduo pode apresentar involuções em níveis e graus diversos, no sentido de que certas funções e capacidades declinam mais rapidamente que outras (BIRMAN, 1995; OLIVEIRA 1989; NETTO, 1996).

2. DA SEXUALIDADE AO ENVELHECIMENTO

2.1. História da Sexualidade

A sexualidade é um acontecimento anterior ao surgimento do homem, entretanto, vem sendo estudado de forma objetiva há algumas centenas de anos. Está muito distante de ser considerada somente um ato físico, de natureza constate, mesmo adquirindo significado bastante complexo. Entretanto, o ato ‘sexo’ se transformou em um fenômeno singular e somente em algumas centenas de anos o mesmo começou a ser estudado de forma mais objetiva (TREVISAN, 2009).

Durante os séculos XVIII e XIX a moral repressora só aceitava falar de sexualidade baseada no instinto, que só teria o seu surgimento na fase da juventude e que teria como finalidade a reprodução (BRASIL, 2010)

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automanipulavam em busca de prazer, sendo, que isso poderia se dar em varias partes do corpo. O conceito não se define somente no ato em si e de que o prazer não está ligado somente ao órgão genital e a penetração. Mas se referia, ao um conjunto de atividades e excitações que estão ligados ao ser humano desde a infância atrelado a um prazer que vai muito além da satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental. (BRASIL, 2010).

Freud fala como exemplo, o ato de uma mãe amamentar o seu filho, sugerindo a necessidade biológica de ser alimentado não é o único objetivo da criança. Ao ser amamentado o recém-nascido procura satisfazer as suas necessidades emocionais ao entrar em contato direto pele a pele, sentir o olhar, ouvir a voz e também ser afagado com toques de carinho. Tudo isso se da durante a fase oral que é durante o primeiro ano de vida da criança. (BRASIL, 2010)

Toda essa fala de Freud sobre o estudo das fases do desenvolvimento da criança em relação a sexualidade, trouxe muitas repercussões para sociedade vienense, que vivia sob uma educação vitoriana, na qual a repressão da sexualidade era muito destacada (RISMAN, 2005).

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O individuo é estimulado por uma sociedade capitalista no que se refere ao sexo e, junto vem a necessidade de se falar e conhecer o assunto assim sendo uma grande arma de controle do corpo e da população (FOUCAULT, 1990).

As técnicas para controle podem variar dependendo do tempo histórico e das necessidades de cada sociedade. A burguesia considerava o corpo como um bem material e físico que precisa ser moldado, vigiado, por isso é preciso falar dele necessitando de investimento sobre o mesmo.

Este investimento não aconteceu inicialmente sobre a maioria, mas sim nas classes privilegiadas, que foram alicerçadas e se aplicaram as técnicas mais rigorosas de controle, sendo o sexo parte de um projeto político para se consolidar enquanto classe emergente (FOUCAULT, 1990). A burguesia tinha uma preocupação enorme em assumir um corpo e uma sexualidade, de assegurar para si a força, a eternidade, à reprodução deste corpo através da organização de um dispositivo de sexualidade.

2.2. A Sexualidade e a Mulher Idosa

A palavra sexualidade envolve muito mais coisas do que qualquer pessoa imagina ou pensa. O processo fisiológico e varias outras dimensões mais subjetivas da pessoa humana, como a capacidade de manter uma vida intima com o parceiro, manifestar os pensamentos e sentimentos, aproximar-se e aproximar-separar-aproximar-se aproximar-sem ansiedade excessiva, manter um padrão de relacionamento diferente de uma relação (FLEURY, 2004).

Acredita-se que, esclarecimentos sobre informações distorcidas que se difundem em relação à sexualidade, podem contribuir para a diminuição das crenças e tabus sobre um assunto tão cercado de preconceitos (RISMAN, 2005).

(25)

teria que assumir o papel de avó ou avô, cuidando de seus netos, fazendo tricô e vendo televisão(RISMAN, 2005).

Nas sociedades primitivas, os velhos eram objetos de veneração; os jovens a eles recorriam em busca de conselhos. Os idosos de então eram respeitados, a ponto de lhes confiarem negócios de grande importância. No século XVIII, o idoso era considerado patrimônio e não encargo.

A característica principal da velhice é o declínio, sobretudo físico, que leva às alterações sociais e psicológicas. Em algumas situações, os idosos se excluem das atividades sociais, alegando a idade como pretexto para se vitimarem e se sentirem inúteis perante a sociedade, acreditando também não serem mais capazes de manter um relacionamento ou de começar um novo. Desta forma a sociedade, muitas vezes, também contribui para que o idoso tenha a percepção de menor valor porque as pessoas de mais idade sempre foram imaginadas como aquelas que estão se despedindo da vida. Deduz se então, incorretamente, que por ter se aposentado do trabalho, de sua função, o idoso se aposentou da vida. Esse preconceito se entende para outros domínios da vida do ser humano e, consequentemente, priva os idosos de varias oportunidades, como lazer, amor e sexualidade (Almeida & LOURENÇO, 2007).

É o jovem, entretanto, que mais abertamente estigmatiza a sexualidade do idoso, ridicularizando qualquer manifestação sexual dos mais velhos. Enquanto estes jovens estão presos aos papeis sexuais reforçados pela nossa cultura, isto é, ao casamento, a ter filhos, criá-los e educá-los, os idosos já estão libertos destes papéis, ou seja, de exercerem a sexualidade por si mesma. Não fossem as limitações impostas e auto impostas, as possibilidades sexuais dos idosos seriam muito mais amplas e livres para se manifestarem (RISMAN, 2005).

Entretanto, a fase “idosa” continua a ser percebida, de certa forma, como um período do não sentir, do não desejar, do não querer, entre outros rótulos que a sociedade costuma enfatizar(RISMAN, 2005).

(26)

e, teoricamente, não precisam ter uma autorização superior para exercer a sua sexualidade. No entanto, o que acontece é que, novamente, a repressão

surge de forma brutal e impede que a sexualidade seja manifestada (ALMEIDA; LOURENÇO, 2007).

A repressão sexual na velhice pode ser explicada pela associação, muito comum, que a sociedade faz entre atividade sexual e reprodução, dificultando o exercício da sexualidade do ser humano e a troca afetiva, após o período de procriação(RISMAN, 2005).

Realizando um comparação entre o idosa e uma pessoa jovem, as idosas têm uma necessidade maior para atingir sua excitação sexual e também em completar o ato sexual e a vontade nova em ter novamente outra relação (BRASIL, 2010).

As mulheres após a menopausa tem uma diminuição importante da libido, muitas vezes entrelaçada com a perda da juventude e da vida reprodutiva, desconfortos menstruais que antes existiam e o fato de ter uma gravidez sem desejar. Vale ressaltar que o estado menopausa sempre ficará a traz do fator de não existir mais excitação sexual, mesmo muitas vezes o fator menopausa trazendo alguns prejuízos para a vida da mulher. Vale lembrar que a maioria das idosas tem uma diminuição importante das sua vida sexual e que isso pode ser contrabalanceado com outras demonstrações de carinho, afeto, toque assim assumindo uma outar importância a expressão de sua sexualidade (BRASIL, 2010).

(27)

3. MITOS DA SEXUALIDADE

A sexualidade da pessoa humana é um assunto muito complexo, compostos de muitos mitos e tabus.

Hoje culturalmente falando, a população brasileira é tida como desinibida, calorosa e sempre pronta para fazer tudo com o seu parceiro entre quatro paredes. Para outros países o Brasil é conceituado como paraíso sexual. Esse conceito foi construído pelos portugueses que chegaram a um país onde mulheres indígenas viviam sem roupa e conheciam maneiras de organização social muito simples. O Brasil era conhecido como terra “sem rei e nem lei”. Os colonizadores tinham a ideia de que o Brasil era um país sem moralidade sexual, como nativos muito sensuais, imagem que foi reproduzida por historiadores e viajantes europeus. Com tudo isso foi criada uma ideologia com a mistura de diversas etnias: africanos, brancos, europeus, indígenas. Por longos anos se acreditou na existência de uma democracia racial no Brasil (HEILBORN, 2006).

Existe uma imagem de que o Brasil é um país de moralidade sexual maleável, diante dos costumes europeus oriundos do catolicismo e protestante é resultante de um conjunto heterogêneo de representações cientificas e populares. Existia uma ideia de que a sensualidade se deve as raízes negras reforçando assim esse período como um fortalecedor para os mitos existentes da sexualidade e a atitude desinibida dos brasileiros. (MOUTINHO, 2004).

(28)

3.1. Disfunção Sexual na Mulher

A disfunção sexual na saúde da mulher hoje atinge mais as mulheres de meia idade. Duas grandes mudanças fisiológicas podem atingir o seu organismo são elas: perda na elasticidade da vagina e redução significativa da lubrificação da vagina (BRASIL, 2010).

Nas últimas décadas, a pratica da medicina ginecológica teve grandes transformações em relação ao seu modelo antigo de tratamento. Antes vícios mecânicos, da pratica destinada à cirurgia, eram bem frequentes, hoje com um novo modelo de medicina e maior envolvimento do profissional com os distúrbios ginecológicos da paciente, muita intervenção que antes era feita hoje não existe mais. Tudo isso leva a uma diminuição significativa de intervenções viciosas. Nos dias de hoje muitos dos distúrbios são tratados em consultório medico e com auxilio de uma equipe multiprofissional (SIMÕES; JÚNIOR; BARACAT, 2005).

Alguns fatores podem limitar a pratica da medicina sexual. Considerando taxas altas na população envelhescentes de disfunção sexual, uma parcela grande se da pela não busca de ajuda de um profissional, por medo, frustração, vergonha ou por tentativas de tratamentos não bem sucedidos. Um pequeno montante de mulheres, fala com o seu medico sobre o problema em questão e uma pequena parcela dos profissionais aborda este problema com suas pacientes (LARA et al., 2008).

(29)

No climatério, com a falência ovariana grandes modificações na anatomia e na fisiologia podem interferir na sexualidade da mulher, e com o passar da idade podendo se tornar mais significativas, consideravelmente nas mulheres que ficam um grande período sem ter relação sexual e que não fazem tratamento para reposição hormonal. Vale lembrar que distúrbios psicológicos também podem modificar de maneira considerável a vida sexual da mulher (SIMÕES; JÚNIOR; BARACAT, 2005).

4 O CLIMATÉRIO

4.1. Aspectos Introdutórios

O climatério é um período abrangente da vida feminina, caracterizado por alterações metabólicas e hormonais que trazem mudanças envolvendo o contexto psicossocial. Consiste, portanto, numa fase de transição, com duração variável e definitivamente marcante no ciclo biológico da mulher. As considerações envolvendo o período do climatério acabam por ganhar relevância, pois dependendo das modificações endocrinológicas, físicas, emocionais e sociais próprias dessa fase, podem ser adotadas medidas preventivas com intuito de melhorar a qualidade de vida.

4.2. Definição e Cronologia

Do ponto de vista biológico, o climatério representa a transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva da mulher, com eventuais consequências sistêmicas e potencialmente patológicas (BOSSEMEYER, 1999).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o climatério corresponde justamente ao período de vida da mulher compreendido entre o final da fase reprodutora (menacme) até a senilidade. De um forma geral, variando dos 40 aos 65 anos, sendo a menopausa definida como a ausência completa de menstruação por 12 meses consecutivos.

(30)

idade, seguido da redução progressiva da produção de estradiol, o que vai culminar com a interrupção definitiva dos ciclos menstruais e o aparecimento dos sintomas característicos (BOSSEMEYER, 1999; ALDRIGHI et. al, 2002).

Evidencia-se assim, uma diminuição progressiva da fertilidade, com o declínio já citados do níveis estrogênicos, embora de uma certa forma ainda mantenha-se um relativo equilíbrio hormonal pela maior produção de androgênios e sua conversão periférica em estrogênio. Define-se como menopausa precoce quando a amenorreia definitiva se estabelece antes dos 40 anos de idade, e tardia após os 55 anos (BAGNOLI et. al, 2007).

4.3. Etiopatogenia

A etiopatogenia do climatério se revela bastante complexa, envolvendo todo o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, parecendo ser este último a estrutura mais relevante nesse processo, onde ocorre a diminuição progressiva dos folículos e os remanescentes acabam por se tornar refratários à ação das gonadotrofinas centrais.

(31)

não existem mais que 2 milhões de folículos e ao início da puberdade, de 300 a 500.000. A magnitude desse patrimônio sofre variações individuais, a depender de fatores genéticos e ambientais, tais como iatrogenia, tabagismo, nutrição, infecções virais e nuliparidade, que podem antecipar ou retardar o início do climatério. A atresia dos folículos ovarianos continua até a menopausa. Durante o climatério observa-se redução acentuada das células germinativas e unidades foliculares, condição que evolui para o desaparecimento completo dos folículos, determinando a esterilidade definitiva. Dessa forma, a camada cortical e os vasos ovarianos sofrem atrofia progressiva, ao passo que o estroma hipertrofia em resposta ao estímulo gonadotrófico (BAGNOLI; FONSECA, 1999; FONSECA; RIBEIRO, 1993).

A diminuição dos folículos ovarianos leva ao declínio progressivo dos estrógenos e da inibina. Por mecanismo de retroação, observa-se elevação progressiva das gonadotrofinas FSH e LH, na tentativa de manter a foliculogênese. Estas, atuando sobre o estroma do ovário, fazem com que haja maior produção de androgênios (testosterona e androstenediona). Esses androgênios, juntamente com os produzidos pelas adrenais nos tecidos periféricos, através da aromatase são convertidos em estrona, principal hormônio da mulher no climatério (BAGNOLI; FONSECA, 1999).

É no período do climatério que se verifica redução progressiva importante das dimensões dos ovários. Mulheres após a menopausa apresentam menor volume ovariano que na pré-menopausa, sugerindo que a alteração volumétrica seja principalmente relacionada com a redução da capacidade funcional (BAGNOLI et. al, 2007, BAGNOLI; FONSECA, 1999). Hipotálamo e Hipófise – O eixo hipotálamo-hipofisário também se relaciona com esse processo, já que o envelhecimento parece estar relacionado a alterações no metabolismo dopaminérgico e também redução dos receptores estrogênicos (BAGNOLI; FONSECA, 1999).

(32)

entre o processo de envelhecimento e as alterações dinâmicas hipotalâmicas e hipofisária de forma independente da secreção hormonal ovariana, sugerindo que a exaustão dos folículos ovarianos possa ser acelerada por perda dessa sincronia dos sinais neurais (BAGNOLI; FONSECA, 1999).

4.4. Endocrinologia

No climatério, as alterações endocrinológicas decorrentes sobretudo do declínio da função ovariana são de grande importância. Clinicamente essas modificações se mostram como insuficiência do corpo lúteo, que numa fase mais inicial determina irregularidade menstrual, com ciclos espaniomenorreicos ou polimenorreia, evoluindo mais tardiamente para amenorréia por anovulação temporária ou definitiva. Tais modificações no ciclo menstural, sem dúvida, são muito importantes e atingem o ápice com a amenorreia definitiva. Porém a maioria das mudanças decorrem não somente da falência ovariana direta, mas também de modificações do hipotálamo e da hipófise conforme já mencionado.

Com a progressão do processo climatérico, evidencia-se uma redução até o quase total desaparecimento dos níveis séricos de progesterona, estradiol e da inibina, relacionados diretamente à falência folicular, redução das células secretoras e diminuição dos receptores de gonadotrofinas, sendo que cerca de 60 a 80% das mulheres acabam por referir algum tipo de sintomatologia nessa fase, a sua maioria atribuída ao estado de hipoestrogenismo (SPEROFF et. al, 1989).

Para compensar essas mudanças, há aumento da secreção de androstenediona (principal esteróide secretado pelo ovário na pós-menopausa), pelo estroma do ovário e pelas suprarrenais, que sofrerá conversão periférica para estrogênios, principalmente estrona.

(33)

FSH, com valores até 14 vezes maiores, e valores de LH até três vezes maiores que na menacme. Contudo esses padrões são variáveis, principalmente no início da menopausa (BAGNOLI; FONSECA, 1999, HALBE; FONSECA, 1993).

4.5. Epidemiologia

Com o aumento evidente da expectativa de vida da mulher nos últimos tempos, associado ao aumento da população feminina por grupo etário, torna-se cada vez mais relevante, do ponto de vista de saúde pública, a avaliação e seguimento da mulher climatérica.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, prevê-se aumento crescente nas próximas décadas de mulheres acima dos 50 anos, igualando-se em número às mulheres mais jovens (IBGE, 2001).

Idade da menopausa e do aparecimento dos sintomas

climatéricos

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fatores psicossociais, em especial a percepção de envelhecimento. Possivelmente, os fatores sócio- culturais e psicológicos atuariam influenciando a aceitação e modulação da resposta dos sintomas climatéricos (ALDRIGHI et. al, 2002; DENNERSTEIN, 2002).

4.6. Sintomatologia do Climatério

Embora haja um consenso de que o climatério e a menopausa sejam eventos fisiológicos, inerentes ao ciclo de vida natural da mulher, o surgimento ou não de sintomas dependerá não somente de variações hormonais, mas também de diversos outros fatores já citados.

Entre as alterações mais prevalentes podemos citar aquelas realmente caracterizadas por alterações hormonais (diminuição dos níveis de estradiol, progesterona e aumento das gonadotrofinas hipofisárias); modificações funcionais (disfunções menstruais, sintomas vasomotores); modificações morfológicas (atrofia mamária e urogenital, alterações da pele e mucosas) e outras alterações em sistemas hormônio dependentes, como o cardiovascular e os ossos. Essas mudanças repercutem na saúde geral da mulher, podendo alterar sua autoestima e qualidade de vida, e também na longevidade.

4.7. Alterações Sexuais

(35)
(36)

CAPÍTULO II

OBJETIVOS

1. Objetivos

1.1. Objetivo Geral

 Explorar as experiências vividas pelas mulheres durante a fase de menopausa/climatério.

1.2. Objetivos Específicos

 Identificar a percepção das mulheres sobre envelhecimento;

 Verificar como as mulheres vivenciam a fase de menopausa/climatério;

(37)

CAPÍTULO III

TRAÇADO METODOLÓGICO

1. Tipo de Estudo

Esta pesquisa foi desenvolvida no paradigma qualitativo, que tem como principal finalidade analisar e interpretar aspectos mais profundos e detalhados das características da população estudada. Neste tipo de abordagem os dados são coletados através de entrevistas com roteiro semiestruturado a partir de uma questão norteadora, a tal investigação tem como foco principal trabalhar com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões (MARCONI, 1999; LAKATOS, 1999).

A pesquisa qualitativa possibilita compreender a experiência humana por meio da análise de materiais narrativos, possibilitando a obtenção de dados ricos e profundos. Através de um processo indutivo e interpretativo, os processos que estão sob investigação são explicados (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

2. Lócus da Pesquisa

(38)

2.1. A técnica metodológica “Snowball” (Bola de Neve)

Esta técnica é uma forma de amostragem não probabilística3 utilizada em pesquisas sociais onde os participantes iniciais de um estudo indicam novos participantes que por sua vez indicam novos participantes e assim sucessivamente, até o ponto de saturação. O ponto de saturação é atingido quando os novos entrevistados passam a repetir os conteúdos já obtidos em entrevistas anteriores, sem acrescentar novas informações relevantes à pesquisa (WHA, 1994).

Albuquerque (2009) esclarece que a forma mais confiável na aplicação de uma pesquisa em cadeias de referência é aquela que consegue coletar o máximo de informações sobre todos os membros da rede (complete network design) ou, utilizar uma amostra aleatória dos participantes (local network design). No entanto, muitas vezes isso não é viável ao pesquisador e, nesses casos, a técnica Snowball (Bola de Neve) pode ser recomendada, justamente por utilizar a abordagem em cadeias.

3. Local e Sujeitos do Estudo

Este estudo foi desenvolvido com dez mulheres envelhescentes4, com

idades entre 50 e 59 anos. Esta faixa de idade foi escolhida pela pesquisadora partindo do pressuposto que mulheres nesta faixa etária estão vivenciando fenômenos do climatério/menopausa.

Todas as colaboradoras tinham vida sexual ativa, independente do estado marital e residiam na Região Metropolitana de São Paulo. Mulheres

3 A Amostra Não Probabilista é obtida a partir do estabelecimento de algum critério de

inclusão, e nem todos os elementos da população alvo têm a mesma oportunidade de serem selecionados para participar da Amostra. Este procedimento torna os resultados passíveis de não generalização (BICKMAN; ROG, 1997).

4 Segundo Mário Prata, envelhescência é uma preparação para entrar na velhice, assim

(39)

com incapacidade cognitiva ou de expressão verbal não foram incluídas neste estudo.

Em pesquisas qualitativas, a quantidade de colaboradores é pequena. Porém, são representativos, pois o que importa nesta abordagem metodológica é a descrição da realidade, em profundidade e abrangência que possibilitem generalizar o resultado obtido para a população em geral (Polit; Beck; Hungler, 2004).

4. Procedimento de Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada pela própria pesquisadora entre os meses de novembro e dezembro de 2012. A primeira colaboradora foi indicada por pessoas do convívio da pesquisadora. Inicialmente, foi realizado o contato por telefone, para esclarecer o teor da pesquisa e solicitar a sua participação. Após a aceitação da colaboradora foi agendada uma entrevista em local, data e horário, escolhidos em comum acordo entre a pesquisadora e colaboradora.

No momento da entrevista, a pesquisadora fez esclarecimentos detalhados sobre a pesquisa e em seguida, solicitou que a colaboradora preenchesse um questionário com dados de identificação geral (Apêndice A) e que assinasse o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Apêndice B).

Após a entrevista, foi solicitado que colaboradora indicasse uma pessoa conhecida que preenchesse os critérios de inclusão para este estudo. Este procedimento foi seguido até a inclusão da última colaboradora.

5. As entrevistas

(40)

As entrevistas tiveram duração aproximadamente de 60 minutos e foram realizadas em ambiente reservado, com a presença apenas da pesquisadora e da colaboradora. Todas as entrevistas foram gravadas na íntegra, pois a gravação do depoimento constitui peça fundamental na elaboração posterior do documento escrito.

6. Análise dos Dados

No tratamento dos dados, foi utilizada a Análise de Conteúdo, que segundo Bardin (1977) é definido como “um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

A análise de conteúdo foi realizada em três etapas:

Pré-análise - nesta primeira etapa foi realizada a transcrição das entrevistas pela própria pesquisadora e em seguida foi realizada leitura profunda do conjunto das narrativas e a retomada dos objetivos iniciais da pesquisa.

Exploração do material – nesta etapa foi realizada a codificação, onde os dados brutos foram transformados de forma organizada e reunidos em categorias, que abrange elementos ou aspectos com características comuns ou que se relacionam entre si.

Tratamento dos resultados – nesta última etapa foi realizada a inferência e a interpretação dos resultados.

7. Aspectos Éticos

(41)

mesma Universidade (Anexo A) e seus aspectos éticos estão de acordo com o preconizado pela Resolução 196, de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, que trata das Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas em Seres Humanos (BRASIL, 1996).

No momento da entrevista, a colaboradora foi esclarecida sobre o objetivo, a natureza e a finalidade da pesquisa e sobre a necessidade de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B).

Foi permitida a cada colaboradora a possibilidade de participar ou não do estudo, sendo informado que a eventual negação não resultaria em prejuízos de qualquer espécie. As colaboradoras receberam esclarecimentos sobre a necessidade da gravação das entrevistas, garantia do anonimato através da adoção de nomes fictícios e quanto à utilização dos dados em eventos e publicações científicas.

(42)

CAPÍTULO IV

RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. RESULTADOS

1.1. Características pessoais das colaboradoras

Gráfico 1 –Distribuição das colaboradoras segundo faixa etária

Gráfico 2 Distribuição das colaboradoras segundo estado civil

50 a 54 Anos 60% 55 a 59 Anos

40%

Faixa Etária

Casada Solteira Divorciada

8

1

1

(43)

Gráfico 3 Distribuição das colaboradoras segundo escolaridade

Gráfico 4 –Distribuição das colaboradoras segundo religião Fundamental Incompleto

Fundamental Completo Superior Incompleto Superior Completo

2

5 1

2

Escolaridade

Católica 50%

Protestante 50%

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Gráfico 5 Distribuição das colaboradoras segundo ocupação

Gráfico 6 –Distribuição das colaboradoras segundo renda

Do Lar Professora Esteticista Técnica de Enfermagem Manicure Auxiliar de cozinha Bancária Autônoma

3 1

1 1 1 1 1 1

Ocupação

< 1 1 à 2 > 2 Sem renda

2

4

3

1

(45)

1.2. Categorias descritivas

A análise das entrevistas resultou na elaboração de três categorias descritivas, que revelam as experiências vividas pelas mulheres durante a fase de menopausa/climatério.

Envelhecimento como algo natural e inevitável

O envelhecimento é visto como algo natural, um processo fisiológico na vida de todas as pessoas. Para algumas mulheres, o envelhecimento é tido como um acontecimento aceitável, pois não há maneiras para evitá-lo.

“Eu me sinto normal, porque todo mundo vai envelhecer um dia, eu

aceito isso normalmente, sei que é a vida, uma hora você vai ficar mais

velha mesmo e vai morrer, não tem como não escapar dessa realidade”.

(Poliana)

“Olha..eu acho que envelhecer não é um problema porque é uma coisa

natural para todo mundo. Na minha cabeça o envelhecer ideal seria

envelhecer somente o corpo e não a mente”. (Natália)

O processo de envelhecer pode ser visto como algo positivo, no sentido de trazer mais experiência e sabedoria naqueles que a vivenciam.

“Eu acho que a pessoa fica mais experiente, ela tem que se alimentar

bem, fazer exercícios para ter uma velhice mais tranquila, mais

saudável”. (Luciana)

“A velhice traz coisas muito boas para a gente, como a sabedoria né. A

gente fica com mais paciência e consegue compreender as coisas de forma melhor. Eu acho que a velhice tem a sua parte bonita, que é a

(46)

“Eu vejo assim, o ser humano fica mais maduro, consciente e entende melhor as coisas. Ninguém vem com cartilhinha né, coisinha assim

bonitinha”. (Maria)

Para outras mulheres, o processo de envelhecer representa a última etapa da vida, sendo assim, é vivenciado de forma difícil.

“Eu odeio, não gosto de ficar velha. Eu acho que a gente não nasceu

para ficar velho e nem para morrer, eu acho que a gente nasceu para ser

eterno”. (Debora)

“Infelizmente a gente tem que envelhecer né... com qualidade de vida.

Se você ficar ali pensando é difícil, então eu procuro não pensar, deixo

as coisas acontecerem naturalmente”. (Juliana)

Esta dificuldade em aceitar o próprio envelhecimento também está associada ao fato de que muitas mulheres apresentam modificações expressivas em sua imagem corporal.

“A gente sente dificuldade de aceitar né, a cabeça parece que não

envelhece igual ao corpo. A gente se sente muito bem, mas quando se

olha para o espelho percebe que esta envelhecendo.” (Natalia)

“Já nesta parte eu encaro a realidade, eu aceito, mas às vezes a gente

se olha no espelho e fala: Olha o antes e o depois”. (Fernanda)

“Ninguém aceita a velhice, quem fala que aceita é mentira, porque se não ninguém iria fazer exercício físico e nem uma plastiquinha”. (Debora)

Para algumas mulheres as mudanças físicas motivaram o emprego de hábitos mais saudáveis de vida, como a prática de esportes e uma alimentação mais balanceada.

“Eu procuro fazer exercícios, hidroginástica e caminhada. Também tenho

(47)

“A partir do momento que você vai tomando consciência que seu corpo

está mudando, as coisas tendem a melhorar. Eu faço hidroginástica, procuro ler bons livros, assisto coisas boas, procuro sempre sorrir,

abraçar... acho que tudo isso contribui para a gente se sentir bem”.

(Maria)

Menopausa um acontecimento marcante na vida das mulheres

A menopausa é vista por muitas mulheres como um acontecimento marcante em suas vidas. Para algumas essa fase representa um acontecimento negativo, um verdadeiro sofrimento.

“Antes era bem mais tranquilo, em todos os sentidos, eu não tinha

problema nenhum. Hoje em dia com esta menopausa é um sofrimento.”

(Juliana)

Este aspecto negativo se dá pelo fato de que nesta fase da vida ocorrem grandes mudanças de ordem física e emocional, que são comuns durante o período do climatério. Em relação às mudanças físicas, muitas mulheres referiram ficar incomodadas com a presença de fogachos.

“Quando a gente é mulher e entra na menopausa, sente aqueles

calorões, coisa horrível né. Você põe a blusa, o cachecol e fica suando, depois tira tudo e fica com frio. Isso é horrível.” (Isabela)

“Minha vida antes de entrar na menopausa era ótima, porque eu não

sentia os calores que sinto hoje, aquele calor que a gente não aguenta. À noite quando a gente vai dormir sinto frio e me cubro, daqui a pouco sinto aquele calor e chuto o cobertor, aí meu marido fica nervoso e

briga”. (Fernanda)

(48)

“Antes da menopausa eu me sentia mais ativa, mais feliz. Eu não sei explicar, mas alguma coisa mudou em mim, eu me sinto feia, sei lá, a

gente vai ficando mais irritada, é uma coisa que não dá para explicar.”

(Claudia)

“Eu tinha mais disposição, era bem mais feliz antes da menopausa. Nem sei explicar... quando a idade vai chegando, a gente vai perdendo o pique, não é igual quando a gente é jovem, que tem disposição para

tudo”. (Fernanda)

Poucas mulheres declararam não ter tido alterações significativas em sua vida após a menopausa ou mesmo durante o período do climatério.

“A menopausa não mudou muito a minha vida, tanto é que quando vou

ao ginecologista ele sempre pergunta se eu sinto alguma coisa, tipo

aquele calorão, e eu digo que não, que nada mudou na minha vida”

(Eliane)

“Para mim é normal, eu tenho uma vida ativa, trabalho, cuido dos bichos,

sou ativa e faço as mesmas coisas”. (Luciana)

Mudanças na sexualidade ao longo do tempo

Muitas mulheres perceberam mudanças significativas em sua sexualidade ao longo do tempo. Algumas mulheres passaram a não se sentir desejadas pelo parceiro, por acreditarem que seu corpo não é mais como era antes.

“Não me sinto desejada e nem ativa, me sinto feia, muita feia. Eu sinto

que meu marido não me deseja mais. Sei lá, pensando bem pode ser

coisa da minha cabeça”. (Claudia)

(49)

“Ele está naquela fase que não é a menopausa, eu falo que é a

andropausa. Então a frequência das nossas relações diminuiu bastante, pois não é só a mulher que fica sem libido. Mas quando os dois estão

dispostos a coisa flui legal”. (Maria)

“Com a menopausa muitas vezes você não tem vontade de ter relação

sexual, o corpo de antes já não existe mais, você se sente deprimida, é bem ruim porque isso mexe muito com o seu psicológico e interfere no

seu dia a dia”. (Natalia)

Algumas mulheres referiram desconforto durante o ato sexual em decorrência do ressecamento vaginal ocasionado pela falta de libido e mudanças hormonais próprias dessa fase.

“Muda tudo, porque o organismo vai envelhecendo, a gente fica mais

ressecada por baixo, vai ficando mais fechada, vai virando menininha de

novo, fecha tudo” (Debora)

“Antes eu tinha vontade, hoje quando eu tenho relação é ruim, é

desconfortável, pois sou muito ressecada. Não é legal como era antes,

eu não gosto mais”. (Claudia)

“Olha...no início da menopausa, eu tinha uma certa dificuldade na parte

sexual. Com a falta de hormônio você tem uma “secura” na vagina, mas

é lógico que isso não impede né, pois o ginecologista passa um

hormônio para facilitar né”. (Maria)

Outras acreditam que a modificação do desejo sexual também pode ser atribuída a rotina do casamento e não apenas as mudanças climatéricas.

“Antes era melhor, eu tinha mais vontade de ter relação com meu

marido. Acho que com o passar do tempo o casamento vai perdendo a

Imagem

Gráfico 2  –  Distribuição das colaboradoras segundo estado civil50 a 54 Anos
Gráfico 4  –  Distribuição das colaboradoras segundo religiãoFundamental IncompletoFundamental CompletoSuperior IncompletoSuperior Completo2  5 1 2 Escolaridade   Católica  50% Protestante  50%  Religião
Gráfico 6  –  Distribuição das colaboradoras segundo rendaDo LarProfessoraEsteticistaTécnica de EnfermagemManicureAuxiliar de cozinhaBancáriaAutônoma 3 1 1 1 1 1 1 1 Ocupação  &lt; 1 1 à 2 &gt; 2 Sem renda2 4 3 1 Renda

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