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Trabalho com beneficiários e a articulação entre a concessão do benefício do Pro

CAPÍTULO V – O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E SUA ARTICULAÇÃO

5.1 Trabalho com beneficiários e a articulação entre a concessão do benefício do Pro

Com relação aos principais programas, projetos, serviços e benefícios realizados no âmbito do PAIF em Jacareí com os beneficiários do PBF, nas respostas de 100% dos entrevistados – coordenadores e assistentes sociais - foram pontuados os seguintes serviços:

 Reunião de Acolhida78: Momento em que os CRAS de Jacareí convidam a população do território para informações sobre o que é CRAS, quais os programas, projetos e serviços socioassistenciais oferecidos. Também é o momento da “escuta” com relação às demandas expostas pelas famílias. Segundo um dos profissionais entrevistados, as explicações que prevalecem durante essas reuniões são sobre os PTCRs, uma vez que a maior parte das perguntas realizadas pela população dizem respeito à esse assunto. Periodicidade: 01 vez por mês.

 Grupo de Condicionalidades (Fóruns): Bimestralmente, os CRAS recebem uma listagem com o nome dos beneficiários do PBF que estão em situação de descumprimento de condicionalidades. Mediante essa listagem, são organizadas reuniões bimestrais, para as quais essa população específica é convidada, sendo tratados assuntos sobre a necessidade do cumprimento das condicionalidades dos PTCRs, principalmente o PBF. Há ocasiões, em que estão presentes os representantes da Saúde e Educação, que contribuem com informações pertinentes às condicionalidades a serem cumpridas nessas áreas. Segundo os técnicos essa parceria é ainda muito tímida, assunto esse que retomaremos mais adiante. Periodicidade: Bimestral

 Oficinas de Convivência: realização de atividades semanais, ligadas ao artesanato e ministradas por facilitadores contratados pelo Centro da Juventude

78 Acolhida: Princípio básico de um atendimento humanizado em que são considerados os seguintes aspectos: ética do

trabalhador social, condições institucionais para a realização do atendimento e comprometimento com a busca da

resolutividade. Fonte: Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social.

145 (CEJU) - e assistente social que realiza quinzenalmente o trabalho socioeducativo com esses grupos.

 Oficinas de Cidadania e Protagonismo: são discutidos assuntos e informações relacionados aos direitos das famílias atendidas.

 Oficinas de Reflexão: voltadas para o fortalecimento dos vínculos familiares.

Segundo informações dos técnicos esses grupos geralmente ocorrem dentro da estrutura física dos CRAS e/ou no próprio território. As famílias são direcionadas para esses grupos de acordo com a análise do técnico que as atendem. O público prioritário são os beneficiários do PBF, em especial as famílias em situação de descumprimento das condicionalidades impostas pelo PBF. No entanto, existem outras pessoas do território que também podem participar, sendo beneficiárias ou não do PBF. Essas famílias são convidadas pelos técnicos a participarem desse grupo por meio dos atendimentos individualizados e durante as reuniões de acolhida. Segundo os técnicos durante esses atendimentos são identificados os perfis das famílias, sendo então as mesmas direcionadas para os grupos de acordo com seus interesses e características apresentadas. Periodicidade: Semanal, quinzenal e mensal.

 Grupo de Idosos: Esse grupo existe especificamente em dois dos CRAS do município, sendo discutidos assuntos pertinentes a essa faixa etária entre outros assuntos, oficinas de artesanato, música entre outras atividades. Periodicidade: mensal.

 Grupo de Adolescentes: São realizadas oficinas de desenhos, pintura, instrumentos musicais, aulas de dança, teatro, encaminhamentos para cursos profissionalizantes entre outras atividades pertinentes a essa faixa etária. Jacareí possui o Centro da Juventude (CEJU). Este serviço é de responsabilidade da SAS - Secretaria de Assistência Social, sendo que está localizado na região central do município. Dessa forma a SAS encaminha os profissionais para desenvolverem essas atividades nos territórios, onde estão localizados os CRAS. Periodicidade: semanal.

 Atendimentos Individualizados: ocorrem nos CRAS, mediante a demanda de recursos materiais: cesta básica, fotos e vale-transporte, encaminhamentos para

146 a Central de Cadastro Único, e a escuta referenciada. Periodicidade: terças e quintas-feiras (02 vezes por semana) ou mediante a procura dos usuários.

 Acompanhamento Familiar: Ocorre conforme a identificação do técnico quanto à necessidade de acompanhamento familiar para uma dada família. Esse serviço é prioritariamente realizado junto às famílias que estão em descumprimento das condicionalidades do PBF, sendo que esse acompanhamento é registrado no SICON, conforme as normas técnicas do Governo Federal.

 Visitas Domiciliares: Realizadas com as famílias que estão sendo acompanhadas, conforme a necessidade detectada pelo técnico e também mediante a realização da busca ativa daqueles usuários identificados em situações de vulnerabilidade social no território, porém que não conseguiram acessar aos serviços e benefícios a que têm direito, por uma série de razões, como por exemplo dificuldade de locomoção até os CRAS, desconhecimento da existência dos serviços, entre outras situações. Essas famílias são identificadas pela Vigilância Socioassistencial do município, via Cadastro Único ou por intermédio de outras fontes de informações que podem vir até mesmo pela identificação dos próprios CRAS. Com isso busca-se romper com a lógica da focalização na demanda espontânea. Periodicidade: Semanal.

 Respostas às demandas do Poder Judiciário, Conselho Tutelar e Conselho do Idoso: Trata-se de famílias acompanhadas pela rede socioassistencial, inclusive, na maioria das vezes, pelos CRAS. É importante destacar que o setor Judiciário, especialmente as Varas da Infância e Família, não possuem mais em seu quadro de atribuições técnicas, o acompanhamento social por parte dos seus técnicos (assistentes sociais e psicólogos). Dessa forma, o juiz busca informações das famílias através dos CRAS, no que é pertinente à área socioeconômica. Nos ofícios, normalmente, são solicitadas informações pelo juiz, quanto ao acompanhamento da família em questão, por quais serviços da rede socioassistencial está sendo atendida e em quais programas de transferência de renda está inserida. Os ofícios do Conselho Tutelar também solicitam essas informações, mas principalmente buscam encaminhar certas situações para atendimento dos CRAS e CREAS. No caso de Jacareí, todos esses ofícios passam por uma espécie de “triagem” pelas gerências e/ou diretorias da

147 Secretaria de Assistência Social, sendo encaminhados posteriormente aos CRAS e/ou CREAS do município, de acordo com o território de abrangência da família em questão. Esse serviço é realizado com frequência pelos CRAS, tornando-se mais uma função atribuída ao setor.

 Encaminhamentos para outros órgãos públicos que compõem a rede socioassistencial: São situações que apresentam demandas que precisam ser atendidas por outras políticas sociais e seus serviços, tais como saúde, habitação, educação, segurança, CEJU, entre outros.

 Encaminhamentos para a realização do CAD Único: Nesse caso, são as famílias identificadas durante os atendimentos individualizados ou em outros serviços oferecidos pelos CRAS, que ainda não foram cadastradas no CAD Único e que também podem estar dentro dos critérios para a inserção nos PTCRs tais como: PBF, Ação Jovem, PRO Jovem, BPC, Renda Mínima.

 Fornecimento de recursos materiais (cestas básicas, vale-transporte e fotos): Ocorrem durante os atendimentos individualizados, realizados nos CRAS. Segundo os técnicos ainda se constitui na maior demanda dos CRAS.

 Inserção no PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego): Ocorre quando há interesse da família e a mesma possui as condições exigidas para a realização dos cursos, sendo essas pessoas identificadas durante os atendimentos realizados pelos técnicos, tanto nos grupos, como durante a realização dos atendimentos individualizados.

De acordo com as respostas dos entrevistados, observamos que todos os CRAS do município, obedecem a uma padronização, com relação aos serviços acima citados, que estão de acordo com o manual de Orientações Técnicas sobre o PAIF, “Trabalho Social Com Famílias do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF , (2012, p.15), sobre as ações do PAIF:

São as ações do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF:

 Acolhida

 Oficinas com famílias

 Ações Comunitárias

148 Também foi constatado através dos profissionais entrevistados, que os programas, projetos, benefícios e serviços socioassistenciais, são desenvolvidos de acordo com a realidade territorial onde está situado cada CRAS, condições físicas e materiais, existentes nos CRAS entre outros fatores, que imprimem a essas ações características distintas.

Um exemplo disso são os Fóruns ou Grupos de Condicionalidades. Foi verificado por meio das entrevistas, que um dos CRAS, criou uma nova estratégia para maior alcance das famílias em situação de descumprimento das condicionalidades.

Tal estratégia consiste em realizar quatro encontros mensais com esse grupo para que sejam levantados e analisados os motivos que mais se destacam como impedimento do cumprimento das condicionalidades. Conforme a transcrição a seguir:

...Esse CRAS tirou uma estratégia um pouco diferente dos outros CRAS, porque essa região é de maior vulnerabilidade...então a gente tem a maior lista de descumprimento...A nossa diretriz da gerência é que os fóruns sejam realizados cada vez que chega a lista das famílias beneficiárias em descumprimento das condicionalidades...Então a gente optou por fazer diferente, pois temos o entendimento que só fazer um fórum para informar sobre a necessidade do cumprimento da condicionalidade, imprime um olhar meio que punitivo ao trabalho realizado...mas precisamos ver o que está acontecendo com essas

famílias...

Na última lista tivemos 130 famílias beneficiárias em descumprimento, surtindo efeitos de advertência, bloqueio e suspensão do benefício...Então a gente optou por dividir essas 130 famílias em 04 grupos, realizando 04 encontros mensais. Então ficamos 04 meses com essas famílias, a fim de entendê-las um pouco mais, ouvindo suas dificuldades e percebemos que o trabalho ficou com mais qualidade...(Sujeito 2).

Com relação ao tema “Condicionalidades” faremos uma análise crítica, quando tratarmos especificamente desse eixo da pesquisa.

As oficinas de convivência, protagonismo e cidadania, e reflexão, ocorrem por meio de diferentes formatos, que são desenvolvidos no decorrer dos encontros. As estratégias para esse tipo de atuação são planejadas durante as reuniões de equipe que devem ocorrem semanalmente, conforme planejamento da SAS e unidades dos CRAS do município.

A criação e utilização dos procedimentos metodológicos aplicados nessas oficinas também são preconizadas pelo PAIF, bem como a periodicidade com que essas oficinas são realizadas. Nesse sentido, o PAIF atribui à equipe técnica essas definições de acordo com os

149 critérios estabelecidos, temas a serem trabalhados, objetivos a serem alcançados, interesse, e disponibilidade dos participantes. (BRASIL, 2012).

Ainda com relação ao formato dessas oficinas, ressaltamos uma das falas dos profissionais entrevistados:

... Atendimento individualizado, ações grupais, oficinas de convivência, oficinas de cidadania e protagonismo, oficina de reflexão. As oficinas de convivência são realizadas semanalmente 01 vez por semana por profissional contratado na área de artesanato, sendo que quinzenalmente a assistente social vai até essa oficina trabalhar o sócio educativo...então eu tenho duas oficinas uma no bairro X e outra no bairro Y...não é uma oficina profissionalizante....a família pode até aprender o artesanato para vender, mas não é esse o foco...O que é mais importante pra gente é garantir o socioeducativo. O de cidadania e protagonismo teve várias formas....vários modelos. Atualmente a gente costuma usar um calendário de datas festivas... com temas sobre violência e exploração sexual contra a criança e adolescente, dia internacional da mulher...então a gente acaba aproveitando essas datas do ano para trabalhar esses temas, ... muitas famílias nem gostam de participar ou nem tem habilidade para o artesanato, então nós convidamos para participar quinzenalmente que é o grupo socioeducativo...

No grupo de convivência eu entendo que esse também perpassa o grupo de protagonismo e cidadania.... (Sujeito 1).

Observa-se aqui a preocupação do entrevistado em enfatizar que o foco do trabalho realizado com as famílias, em especial das oficinas, é trabalhar o socioeducativo e não o desenvolvimento de oficinas profissionalizantes, sendo em nosso entendimento, uma visão importantíssima para quem trabalha diretamente com essas famílias, objetivando o desenvolvimento das suas potencialidades e autonomia.

Sobre isso, entendemos serem necessárias, algumas reflexões sobre o trabalho socioeducativo, tão bem lembrado, durante a entrevista, sendo interessante ressaltarmos, a diferenciação entre grupo socioeducativo e reunião, partindo do conceito apresentado por Guimarães (2004, p.125):

Em primeiro lugar, é preciso apresentar o conceito de grupo socioeducativo e reunião. Como o próprio nome sugere, as reuniões são situações criadas em que se destacam dois aspectos: socio, do latim sociu, companheiro indicando a dimensão social, que nesse caso, particulariza-se no aspecto grupal. A instância através da qual o trabalho se desenvolve também aponta para uma forma de inserção e participação social e política na vida do bairro e da cidade (território), que expressa a dimensão socioeducativa.

Nesse sentido, relembramos a gênese do trabalho social com famílias, conforme buscamos, brevemente, resgatar no capítulo 3, que durante o processo de desenvolvimento do

150 sistema de proteção social brasileiro, adotou ações de caráter disciplinador, acrítico, com cunho punitivo e culpabilizador das famílias por seus problemas. (CASSAB, 2004).

Apesar da nova concepção e diretrizes apresentadas pela PNAS, SUAS e PAIF, com relação ao trabalho social com famílias, ainda encontramos impregnadas no processo histórico da prática profissional, ações de caráter meramente informativo, direcionadas para a resolução de problemas individuais ou de escassez de recursos materiais apresentados pelas famílias, afastadas de uma análise referente às necessidades de âmbito coletivo da população.

Ressaltamos que o trabalho coletivo é preconizado na descrição do desenvolvimento das atividades propostas pelo PAIF, porém ainda é um dos maiores desafios a serem enfrentados, nos espaços ocupacionais dos CRAS, inclusive pontuado na fala de todos os profissionais entrevistados nessa pesquisa, conforme aprofundaremos mais adiante.

Dessa forma nos deparamos com princípios e diretrizes, da PNAS, SUAS e PAIF que direcionam as ações a serem desenvolvidas nos CRAS, no sentido do empoderamento e autonomia das famílias atendidas. Por outro lado estamos sob a égide da ideologia neoliberal. Nesse contexto, ressurge um Estado voltado para a redução dos gastos sociais, para a prática de programas sociais compensatórios e focalizados, provocando impactos desfavoráveis quanto à qualidade dos serviços socioassistenciais oferecidos à população empobrecida. Nesse sentido, Netto (2011, p.26), faz a seguintes colocações:

[...] Vale dizer que o Estado funcional ao capitalismo monopolista e, no nível das suas finalidades econômicas, o “comitê executivo”, da burguesia monopolista – opera para propiciar o conjunto de condições necessárias à acumulação e à valorização do capital monopolista.

Dessa forma, indagamos: em que consiste essa abordagem socioeducativa realizada com as famílias atendidas ? Será na perspectiva da análise das suas necessidades a partir de uma concepção de coletividade frente às expressões da questão social, vivenciadas por elas em seu território, ou na perspectiva da culpabilização das famílias por seus problemas sociais mediante à demandas que deveriam ser atendidas pelo Estado ?

151 As reflexões realizadas com esses grupos os tornam seres mais críticos sobre a realidade social e econômica que os cercam, no sentido da busca pelo pleno acesso aos seus direitos, ou reafirmam a condição da pobreza multidimensional em que vivem ?

Durante as entrevistas não observamos avanços, inclusive com relação ao número de famílias participantes desses grupos, conforme a fala de um dos entrevistados, referente a outro encontro grupal realizado diretamente com as famílias beneficiárias do PBF que estão em descumprimento das condicionalidades, denominado “Fórun de Condicionalidades” ou “Grupo das Condicionalidades”:

...Nessas reuniões o foco é a discussão sobre a necessidade do cumprimento das condicionalidades, sendo que a adesão é de menos de 50% dos convidados. No

último fórum era uma média de 60 famílias convidadas...vieram 22 famílias. Com

relação a isso eu sugeri que fossem utilizados os espaços dos CRAS para a realização dessas reuniões, uma vez que o nosso espaço aqui desse CRAS não comporta esse número de pessoas... então temos que realizar em outros lugares do territórios, como igrejas, sindicatos..que muitas das vezes limitam as nossas ações como com relação a alimentação e horários...Então se existisse um espaço adequado teria que tudo ser ralizado aqui. (Sujeito 3).

As oficinas de convivência não é só pra fazer artesanato...existe um objetivo por detrás, tem que ter um trabalho. Nós temos um espaço muito pequeno que desfavorece, então temos um grupo de 15 pessoas que já tinha um percurso no

CRAS...no bairro X as oficinas já são menores ...de 05 pessoas...sendo que

começamos agora com esses grupos nesse território...temos outro grupo aqui de 12 pessoas....(Sujeito 5)

Dessa forma, constatamos durante as entrevistas, como alguns dos impeditivos para a articulação entre o beneficio do PBF e os serviços socioassistenciais, o baixo número de famílias que são alcançadas por esses serviços e a forma como são conduzidos esses grupos e reuniões.79

Com relação aos Fóruns de Condicionalidades, partindo do relato realizado pelo sujeito 3, acima citado, entendemos que deveriam ser espaços de discussão para a população em conjunto com a Educação, Saúde e Assistência Social, sobre os problemas enfrentados

79 Ainda com relação ao número de famílias que frequentam as oficinas, fóruns, reuniões e outros grupos

realizados pelos CRAS, é interessante fazermos uma análise comparativa quanto aos dados numéricos descritos no item 4.4 desse capítulo: “Programa Bolsa Família no município de Jacareí”, onde constam nas tabelas 1 e 2 informações quanto ao número de famílias cadastradas no CAD Único e o número de famílias em descumprimento das condicionalidades do PBF, bem como o número de bairros atendidos por cada CRAS do município. (p.126 e 129)

152 para o acesso aos serviços da rede socioassistencial oferecidos em seu território, constituintes dessas políticas.

Tais problemas deveriam se trabalhados sob uma perspectiva de intersetorialidade, de forma a otimizar os serviços da rede socioasssistencial prestados no território. Também deveria ser espaço para propostas que viessem a auxiliar na implementação, dessas políticas, junto ao Poder Legislativo e Executivo do município e não meramente um espaço que têm como foco conduzir e sensibilizar às famílias quanto a obrigatoriedade do cumprimento das condicionalidades impostas pelo PBF, para recebimento do benefício.

Nesse sentido, Brasil (2009, p.08), com relação à Segurança de Desenvolvimento e Autonomia, orienta o seguinte:

[...] Vivenciar experiências potencializadoras da participação cidadã, tais como espaços de livre expressão de opiniões, de reivindicação e avaliação das ações ofertadas, bem como de espaços de estímulos para a participação em fóruns, conselhos, movimentos sociais, organizações comunitárias e outros espaços de organização social; [...]

Também destacamos outros detalhes importantes, sobre as atividades relatadas pelos profissionais, que compõem o trabalho social com famílias:

...A oficina de convivência também é atrelada ao artesanato. Aqui nesse CRAS a gente têm artes plásticas, musicalização... Esses sãoprofessores do CEJU e fazem o serviço no território, porque o objetivo é atingir a territorialização.

(Sujeito 3)

... os benefícios eventuais como oferta de cestas básicas, fotos, vale-transporte...a oficinas de convivência ...através dos recursos do PAIF...o meio facilitador ainda é o artesanato, oficina dos adolescentes que é por meio do serviço de fortalecimento de vínculos ...também é uma coisa que está atrelada ao CRAS, mas que também está sendo reordenado, reorganizado pela CEJU...nas oficinas de convivência, além dos adolescentes, vamos ter adultos e idosos. A gente vai ter a oficina de cidadania e protagonismo que são com as famílias dos acompanhamentos...podem ser famílias dos programas de transferência de renda ou que queiram participar.... (Sujeito 3)

Observamos, no que se refere à realização de atividades grupais de âmbito cultural, que o município as realiza de acordo com o que orienta o PAIF80 (2012, p.15) e a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (2009):

80 Fonte: Orientações Técnicas sobre o PAIF. O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, segundo a Tipificação

153

O trabalho social do PAIF deve utilizar-se também de ações nas áreas culturais para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar o universo informacional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço.

No entanto, também observamos nos relatos dos profissionais entrevistados, que a realização das oficinas nos CRAS do município, estão na sua maior parte, sob a responsabilidade dos professores do CEJU, contratados para a realização dessas atividades, semanalmente - sendo que uma das atividades que prevalece em todos os CRAS é o artesanato. Os assistentes sociais atuam quinzenalmente nessas oficinas, quando é trabalhado

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