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TRABALHOS BRASILEIROS COM TESTE DE VOCABULÁRIO POR IMAGENS PEABODY (TVIP)

SUMÁRIO

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.7 TRABALHOS BRASILEIROS COM TESTE DE VOCABULÁRIO POR IMAGENS PEABODY (TVIP)

A seguir, serão apresentados estudos brasileiros que utilizaram, em sua metodologia, o TVIP.

Lamônica et al. (2006) realizaram um estudo, com o objetivo de descrever os achados fonoaudiológicos de uma família com diagnóstico clínico e genético da Síndrome Saethre-Chozen. Foram avaliados três membros da mesma família: a mãe (42 anos) e dois filhos, um do gênero masculino (13 anos) e outro do feminino (11 anos). Foram aplicados os testes: TVIP, o Teste Illinois de Habilidades Psicolingüísticas, Teste de Desempenho Escolar (TDE) e Token Test. No TDE, a mãe e a filha apresentaram escores inferiores nas habilidades de escrita, leitura e aritmética e o filho, escore na média apenas na aritmética; estando as demais inferiores. No TVIP, mãe e filha apresentaram pontuação baixa inferior e o filho, baixa superior. No Token Test, mãe e filha apresentaram comprometimento moderado e o filho, comprometimento leve. No ITPA, a genitora e a filha apresentaram comprometimento em todos os subtestes avaliados, evidenciando comprometimento das habilidades auditivas e visuais; o filho apresentou melhor desempenho nas habilidades visuais. Os indivíduos acometidos pela Síndrome Saethre-Chotzen avaliados nesse estudo apresentaram alterações nas habilidades psicolingüísticas, caracterizando quadro de distúrbio de linguagem e aprendizagem.

De-Vitto et al. (2006) realizaram um estudo com 25 indivíduos de ambos os gêneros, com idade cronológica entre três e dez anos, constituído de 48% de diplégicos e 52% de quadriplégicos. A avaliação clínica constou de amostra de linguagem espontânea gravada em fita de vídeo e depois transcrita e analisada, considerando-se os níveis lingüísticos e tendo como parâmetro o desenvolvimento da linguagem normal segundo Bishop. Foram aplicados o TVIP e o Teste Illinois de Habilidades Psicolingüísticas - ITPA. As alterações motoras orais foram classificadas em 4 graus de intensidade, segundo Sanclemente (2001). As alterações motoras orais foram: normal 8%, boa inteligibilidade 16%, inteligibilidade prejudicada 36%. Do total de participantes, 88% realizaram o TVIP, e 80% foram submetidos ao ITPA, por critérios específicos exigidos pelos testes. Os resultados no TVIP indicaram que

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32% obtiveram classificação extremamente baixa; 12%, moderadamente baixa; 16%, média baixa, 24%, média; 4%, média alta e 12% não realizaram o TVIP. Todos os indivíduos avaliados apresentaram; comprometimento na maioria dos 12 subtestes do ITPA, evidenciando alterações nas habilidades psicolingüísticas auditivas e visuais. Com a avaliação clínica e formal, constatou-se que 56% dos indivíduos paralíticos cerebrais, apresentaram desempenho comunicativo compatível com o diagnóstico de distúrbio de linguagem; 12%, distúrbio fonológico; e 32% não apresentaram alterações de linguagem oral. Nos participantes com distúrbio de linguagem, as habilidades perceptivas visuais e auditivas estavam acometidas, sugerindo correlação entre os processos perceptivos e as habilidades lingüísticas. Nos casos com maior comprometimento motor, observou-se desempenho inferior tanto na avaliação clínica, quanto na formal, o que evidencia a influência das habilidades motoras no desenvolvimento comunicativo e lingüístico dos participantes.

Gejão et al. (2007) realizaram um estudo para verificar o desempenho semântico em crianças com Síndrome de Down (SD). Foram avaliadas, por meio do TVIP, 12 crianças com SD, de ambos os gêneros, com idades variando de quatro a seis anos e sete meses. Verificou-se o número de vocábulos reconhecidos e realizou-se comparação entre as categorias semântica, para verificar qual(is) categoria(s) de maior índice de acertos. Os participantes apresentaram mais facilidade em reconhecer as figuras correspondentes aos vocábulos de seu cotidiano familiar, escolar e social. O desempenho aquém do esperado no teste proposto mostra que alterações semânticas, no que se refere à linguagem receptiva e ao reconhecimento semântico, podem fazer parte do quadro de alterações fonoaudiológicas, previstas em crianças com SD. A facilidade em reconhecer figuras relacionadas ao cotidiano demonstra que o conhecimento lexical de crianças com SD é expandido com o aumento da idade cronológica, das experiências vividas e do grau de interação social.

Ferreira et al. (2007b) avaliaram habilidades motoras, adaptativas e lingüísticas de irmãos com Distrofia Muscular Clássica do gênero masculino (C1 – 7 anos e 1 mês; C2 – 2 anos e 9 meses), por meio de instrumentos compatíveis com suas idades cronológicas: Avaliação do Comportamento Comunicativo; Early

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Fonologia; (TVIP); Teste Illinóis de Habilidades Psicolingüísticas (ITPA) e a EDCGA. Na avaliação comportamental, observaram participação ativa em atividade dialógica; função comunicativa narrativa; relato de experiências não imediatas; compreensão de ordens complexas, solicitações ou comentários e atuação de maneira diversificada sobre objetos. Na avaliação fonética e fonológica, observou-se inventário fonológico totalmente adquirido. No TVIP, obteve classificação alta superior. Observaram na EDCGA, comportamento adaptativo, motor delicado e de linguagem compatíveis com 7 anos; comportamento pessoal-social com 6 anos; e motor grosseiro com 6 meses. C2 obteve diagnóstico de Distrofia Muscular Clássica com 1 ano de idade. Na avaliação comportamental, observaram participação ativa em atividade dialógica; função comunicativa narrativa; relato de experiências imediatas; compreensão de ordens com três ou mais ações; atuação diversificada sobre objetos, relacionando-os; imitação de contextos verbais e gestuais. Seu desempenho nas funções auditiva expressiva, auditiva receptiva e visual da Escala ELM foi compatível com 36 meses. No TVIP, obteve classificação média alta. Verificaram, na EDCGA, comportamento adaptativo, motor delicado, lingüístico e pessoal-social compatível com 2 anos e 9 meses e comportamento motor grosseiro referente a 14 meses. Concluiram que as crianças avaliadas apresentavam apenas alterações no desempenho de habilidades motoras grosseiras. Ressaltaram a importância do acompanhamento fonoaudiológico longitudinal, considerando a influência da sintomatologia progressiva no desempenho motor, afetando habilidades respiratórias e de comunicação expressiva.

2.8 TRABALHOS BRASILEIROS COM O INSTRUMENTO AVALIAÇÃO DO