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Trabalhos existentes analisados

113 Caso 1 – Caso Compal (Bettencourt, 2009)

A Compal, empresa pertencente ao grupo Sumol+Compal não se enquadra no conjunto de PME´s portuguesas, contudo, torna-se interessante verificar a forma como o seu processo de internacionalização ocorreu aquando da Integração do seu produto Compal Essencial no mercado Polaco.

A Compal iniciou a sua atividade internacional através de Espanha em 1999, que numa perspetiva Ibérica era vista como uma opção natural, a sua lógica inicial de Internacionalização foi desenvolver-se inicialmente em países com uma forte presença das comunidades Portuguesas, como sejam o caso da França, Suíça e os PALOP (Países Angolanos de Língua Oficial Portuguesa). Atualmente está presente em mais de 30 países tão distintos como Itália, Angola, EUA e Macau entre outros. O crescimento das suas vendas assenta sobre os progressos de qualidade e inovação dos seus produtos, considerando que, sem internacionalização não é possível sustentar processos contínuos, como tal, pensa e desenvolve os seus produtos tendo em vista logo á partida o mercado internacional.

O seu processo de internacionalização através do Mercado Polaco deu-se em Maio de 2008, sendo as motivações ligadas ao processo a insuficiente dimensão do mercado Português para concretização dos objetivos estratégicos do grupo, sendo intenção da empresa impor-se no mercado pela diferenciação.

O processo foi realizado com base numa abordagem programada, através de um intermediário local que já possuía experiência e conhecimentos no sector. Foi necessário adaptar o produto às necessidades do mercado, neste caso as embalagens passaram de 3 unidades para uma, o que despoletou o aumento dos custos devido às despesas associadas aos rótulos.

Num mercado onde os preços baixos são a principal preocupação dos retalhistas, deixando para segundo plano as questões relacionadas com a qualidade, e estando o produto em causa com um preço acima do líder de mercado em 25%, isto devido aos custos de transporte, taxas de câmbio e margens cobradas por intermediários, o descontentamento dos retalhistas é evidente, existindo sérias dificuldades de rotação de produto e correndo o mesmo o risco de ser retirado de linha no curto prazo.

Como podemos verificar trata-se de um caso em que existiu uma abordagem programada, e não se atingiu sucesso na sua implementação.

114 Caso 2 – Caso Adira (Dias, 2007)

A ADIRA é uma empresa Portuguesa, fundada em 1956, e que é classificada como PME’s. Esta possui 147 funcionários atingiu em 2006 o valor de 17 milhões de euros em faturação, operando no sector dedicado às soluções ao nível do trabalho da chapa metálica.

Esta empresa iniciou o seu processo de internacionalização em 1967, sendo a sua principal motivação associada, a sua elevada dependência para com o mercado doméstico, sendo definido á partida que este mesmo processo não teria intervenção de intermediários nacionais. Com o processo de internacionalização em vista a empresa participou numa feira internacional, com lugar na Alemanha, onde a empresa procurou identificar potenciais distribuidores estrangeiros, os efeitos desta decisão sentiram-se com o início do processo exportador para a Holanda e Suíça (1967/1968).

Até 1974 a empresa usufruía em grande escala da lei de condicionamento Industrial, a qual protegia sobejamente a empresa, já que era pedido o parecer á mesma, sempre que se verificava o interesse de entrada de novos concorrentes no mercado doméstico, ao que a mesma respondia sempre negativamente, e estando assim protegida destas investidas até então.

Em 1974 com o 25 de Abril e o fim da lei de condicionamento a empresa vê-se obrigada a reformular-se internamente, sendo uma das medidas tomadas a diversificação dos mercados de destino das suas exportações, sendo esta uma medida vista como uma forma de obter lucros, adquirir competências e reduzir dependências excessivas face aos seus fornecedores.

A partir dos anos 80 a empresa passa a crescer de forma sustentada no mercado internacional através da implantação de uma rede de distribuidores na Europa, sendo que atualmente possui já duas estruturas de vendas próprias (Adira France e Adira UK), exportando mais de 70% da sua oferta.

Com a análise deste caso verificamos que a ADIRA beneficiou de uma Abordagem Programada, que lhe permitiu desenvolver-se a nível internacional de uma forma em que alterou o seu principal mercado de atuação, que anteriormente era o doméstico passando agora a ser o internacional, perdurando a sua estratégia de internacionalização no tempo, já que passaram mais de 45 anos desde o início da atividade exportadora, e com resultados bastante assinaláveis, o que nos permite concluir tratar-se de um caso de sucesso em termos de internacionalização.

115 Caso 3 - Estudo dos Processos e destinos de internacionalização das empresas

Portuguesas (Simões, 2010)

Este estudo visa as empresas Portuguesas e a forma como as mesmas desenvolvem o seu processo de internacionalização, sendo que para efeitos do trabalho a ser realizado passaremos a enumerar as relevações com maior preponderância do mesmo.

Este estudo foi realizado através de um inquérito colocado junto de 217 empresas das quais 186 eram exportadoras, desse grupo, a sua maioria eram empresas que possuíam entre 25 a 50 trabalhadores (dentro dos limites das PME’s), cuja internacionalização ocorria através das exportações maioritariamente (81,97%), e cuja atividade internacional perdurava há mais de 10 anos (61,29%).

O método preferencial de presença nos mercados de destino era a exportação direta (59,13%), seguida da exportação através de agentes (36,55%) e redes de agentes (11,29%) para as empresas que não pretendiam dar exclusivos nesta matéria, a distribuição pode ser encontrada no gráfico seguinte:

Gráfico 4:Presença das empresas Portuguesas nos mercados externos.

(Fonte: Simões, 2010 6)

Dentro da exportação direta, as mesmas ocorriam maioritariamente por iniciativa da empresa (32%), seguindo-se por iniciativa do cliente (26%) e por agentes selecionados pela empresa (20%).

6 Empresas Participantes no estudo podiam escolher mais de uma opção quanto á forma da sua presença.

116 Os dados apresentados são especialmente importantes na fundamentação do trabalho a desenvolver já que demonstram que as exportações são a forma predileta de internacionalização, que ocorre sobretudo através de empresas com características de PME’s, onde a exportação direta é o principal meio de exportação, e a segunda maior forma de ocorrência das mesmas são por iniciativa dos clientes, o que nos leva a concluir que existirão bastantes casos de ordens não solicitadas e com isso abordagens não programadas ao processo de internacionalização.

Juntando a isso o facto da maioria das empresas operam internacionalmente a um período superior a 10 anos faz-nos pensar que existirão empresas com abordagens não programadas com sucesso nos mercados internacionais, demonstrando-se assim a validade do estudo a efetuar.