• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3: CLASSIFICAÇÃO DE TRABALHOS SOBRE REDUÇÃO DO LEAD

3.5 ESTRUTURAÇÃO DA REVISÃO DA LITERATURA

3.5.2 Trabalhos Quantitativos (Quant)

Neste segundo grupo são apresentados os resumos dos trabalhos quantitativos que apresentam como método de pesquisa o survey (S) e a modelagem/simulação (MS), assim como os outros cinco critérios e suas categorias de classificação (figura 3.3). A apresentação desses resumos também é feita em ordem cronológica e alfabética de acordo com o ano de publicação, conforme mostra a tabela 3.5.

Para iniciar, são apresentados os trabalhos de Daugherty e Pittman (1995) e Vickery, Yeomans e Markland (1995). O primeiro trabalho explora o uso das estratégias baseado no tempo, a fim de identificar elementos-chave para o sucesso do gerenciamento desse tempo. A identificação de tais elementos foi feita por meio de entrevistas realizadas com executivos de produção e de distribuição de 10 empresas listadas pela revista Fortune

500, tendo como foco a área de distribuição de produtos. O segundo trabalho, dos autores

Vickery, Yeomans e Markland (1995), desenvolve um survey para o estudo e a análise da relação entre TBC e nove indicadores de desempenho de mercado e finanças. Os resultados apontam para a necessidade da implementação do TBC como vantagem competitiva, porém, os custos associados a esse processo apontam para uma redução dos lucros em curto prazo. De acordo com os autores, esse trade-off é considerado o “dark side of time”.

Após quatro anos, Brennan e Foroughi (1999) fornecem uma estrutura de controle para linhas de produção automatizadas que trabalham com a Manufatura Responsiva (MR). Esta estrutura busca minimizar os problemas relacionados à responsividade e

flexibilidade provenientes da automatização das linhas de produção, por meio do uso adequado da TI e do fluxo de informações. Nesse mesmo ano, Jayaram et al. (1999) oferecem um suporte empírico para uma positiva relação entre o desempenho baseado no tempo e o desempenho dos negócios na indústria de fornecedores automotivos. Para isso, os autores examinam, relacionam e quantificam os efeitos de alguns programas de ações baseados no tempo, com seis medidas de desempenho do tempo (introdução de novos produtos, desenvolvimento de novos produtos, tempo de manufatura, confiabilidade na entrega, pontualidade na entrega e responsividade do cliente). Isso foi feito por meio de um questionário aplicado a 157 fornecedores de três grandes fábricas de automóveis na América do Norte (GM, Ford e Chrysler), dos quais 57 fornecedores responderam. Já os autores Sim e Curatola (1999) estudam as relações entre a utilização JIT e empowerment no desempenho da gestão baseada no tempo. Esse trabalho é validado pela demonstração da relação entre a gestão eficaz do tempo, as reduções de custos e a conquista de novos mercados. Para isso, os autores realizaram um survey, envolvendo 83 empresas. Como conclusão, o trabalho dos autores Sullivan e Kang (1999) analisa três importantes hipóteses associadas à implementação da Resposta Rápida (QR) em indústrias do setor de vestuário, nos Estados Unidos. As hipóteses analisadas são: (H1) se mostram distintas as características das empresas que adotam ou não a prática QR; (H2) a percepção dos benefícios das vantagens da implementação da QR está relacionada ao tamanho da empresa (pequena, media, grande); (H3) o uso de sistemas e ao tamanho da empresa. Os resultados atestam as três hipóteses e as associam às médias e grandes empresas.

No ano seguinte, Tubino e Suri (2000) propõem um modelo matemático denominado “Poderosa Regra dos Seis”. Esse modelo busca obter dados empíricos para estabelecer quantitativamente os benefícios do QRM. Para atingir esse objetivo os autores desenvolveram uma função simples que relaciona a redução do lead time com a redução dos custos.

Em 2002, Rondeau, Vonderembse e Ragu-Nathan (2002) tiveram o objetivo de mostrar as práticas, baseado no tempo, adotadas pelos competidores para reduzir o tempo de processo e de customização dos seus produtos. Estas práticas, por sua vez, são estabelecidas pelo envolvimento dos clientes finais ao processo como uso das tecnologias e sistemas de informação. Para sustentar esta afirmação, os autores realizaram um survey em 265 empresas.

No ano seguinte, Fernie e Azuma (2003) estudaram e analisaram os processos de implementação da abordagem de Resposta Rápida (QR) na cadeia de suprimentos de

pequenas e médias empresas japonesas do setor de confecção. Para a realização desse estudo, os autores realizaram um survey em que foram definidos três estágios principais para implementação da QR. O primeiro que envolve o uso das tecnologias básicas, o segundo, processos de reengenharia e, finalmente, o último, que aponta para a necessidade de formação de parcerias com clientes e fornecedores. Já os autores Gaimon e Burgess (2003) desenvolvem um modelo de expansão da capacidade produtiva de uma empresa, considerando o lead time necessário para construir e operacionalizar essa expansão. Esse modelo permite gerenciar o tempo possibilitando sua aplicação estratégica. Por fim, os autores Fernandes e Carmo-Silva (2005) propõem um novo modelo a ser utilizado na abordagem Quick Response

Manufacturing (QRM) para o controle do fluxo de materiais e de produção, denominado

GPOLCA. Esse novo modelo é uma adaptação do método POLCA que foi desenvolvido como parte da abordagem QRM. No modelo GPOLCA, a produção, é liberada por meio do controle do nível de estoque dos cartões, o que se mostrou mais eficiente em ambientes com alta variedade de produtos e alta variabilidade da demanda. Isso pode ser atestado por meio da utilização de duas importantes técnicas de analises: simulações e o teste Kolmorov-Smirnov. Nas simulações, os métodos de controle do fluxo de materiais e de produção MRP, POLCA e GPOLCA foram avaliados e comparados. Os resultados obtidos nessas simulações foram atestados por meio do teste Kolmorov-Smirnov. Nas duas técnicas de análise foram avaliados três indicadores de produção: taxa de transferência (throughput), WIP e o lead time.

Em 2004, Nahm, Vonderembse e Koufteros (2003) desenvolveram uma estrutura que relaciona as práticas da manufatura baseada no tempo com o impacto da cultura organizacional. Para essa estrutura, foi adotado, como pressuposto, que as organizações estudadas tenham seus sistemas de manufatura orientados pelo cliente. Isso foi investigado em 200 empresas, por meio de um survey.

Depois de dois anos, Birtwistle, Fiorito e Moore (2006) exploraram a utilização e o conhecimento da utilização de sistemas de Reposição Automática (AR) e a implementação do Quick Response Manufacturing (QRM) na cadeia de suprimentos. Para isso, os autores realizaram um survey com 33 fornecedores de indústrias têxteis, na Escócia. Os resultados obtidos apontam para a falta de conhecimento dos gerentes na implementação da AR e do QRM, principalmente, para o uso das tecnologias necessárias a aplicação de ambos.

Ao final, tem-se o trabalho de Saad e Gindy (2007) que identificaram alguns princípios necessários para as empresas que buscam atingir a Manufatura Responsiva (MR). Para isso, os autores realizaram uma importante revisão bibliográfica e, também, um survey aplicado a seis importantes companhias aeroespaciais, no Reino Unido. Os resultados dessa

pesquisa destacam os setores de desenvolvimento de produtos e de cadeia de suprimentos como os dois domínios principais da MR. Nestes dois domínios, são destacados os seguintes princípios: a criação de parcerias com fornecedores e clientes, a introdução rápida de novos produtos e o uso da Tecnologia de Informação (TI).

No ano de 2008, não foram encontrados trabalhos dentro do escopo desta pesquisa.

3.6 ANÁLISES QUALITATIVAS SOBRE O TEMA REDUÇÃO DO LEAD TIME NO