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CAPÍTULO III- CFL-E.P.: FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES

Anexo 1.11.: Transcrição da Entrevista/E6

1- Pode dizer-me como está estruturado o setor de atividade que chefia?

R: O Departamento Técnico ou Gabinete Técnico está constituído de seguinte forma: tem o chefe de departamento que sou eu, tem os dois chefes de sector que é um de projetos e arquivos e outro é de seção da fiscalização das obras existentes no Caminho de Ferro de Luanda.

2- Quantos trabalhadores estão sob sua responsabilidade?

R: Bem, neste momento, o meu departamento também é novo, tem dois homens a trabalharem comigo. Um futuro arquiteto que é o senhor Orlando e uma engenheira, que é a engenheira Cristina.

3- Quais são os objetivos da formação a curto e a médio prazo?

R: Para o departamento é importante formar o trabalhador para melhorar a sua atividade para que a empresa produza mais receitas.

4- Quais as prioridades da formação?

R: O Departamento Técnico é uma área muito sensível. Tanto na questão da infra e superestrutura ferroviária como na questão de edificação de edifícios, pontes (que são obras de arte), pontão, aquedutos e tudo isso. Neste contexto, é necessário que os elementos que compõem este departamento estejam bem capacitados em matéria de resistência de materiais, a qualidade dos materiais. Nós estamos apostados em estarmos ainda muito mais fortes no que diz respeito a qualidade do material. Porque isso exige que nós tenhamos que, depois de uma betonagem, tirar as amostras. Ir aos laboratórios ver se estão de acordo com os parâmetros que são necessários. Então, esta é uma das grandes apostas. No que diz respeito ao material das vias ferroviárias que é a infraestrutura, plataformas, as valas de drenagem, assim como a superestrutura, que é o próprio carril, as travessas, as suas ficções, isto tudo temos e existem padrões. Nós temos que consultar e ver, se de fato a qualidade condiz com o que é necessário.

5- O que pode dizer acerca do volume e investimentos em formação?

R: A formação que tivemos com uma empresa portuguesa durou cerca de 1 mês. Íamos no período da manhã, das 8h as 12h30´. As formações eram feitas dentro do horário de trabalho. Fomos dispensados para fazer a formação neste período de tempo.

6- A empresa tem relações com estruturas externas de formação?

R: Durante este tempo tivemos duas formações. Uma empresa portuguesa que se prontificou e deu todo o seu apoio e tivemos uma formação no que diz respeito à questão de betonagem de estacas profundas, tanto em edifícios como nas outras áreas.

Então, fomos convidados, participamos nessas formações. Participamos os 3. A formação foi feita fora da empresa. A formação foi in situ. Foi feita mesmo no local. Houve obra aqui na baixa de Luanda junto ao edifício principal da Sonangol, em que nós acompanhamos o trabalho prático. Acompanhamos como é feita a betonagem, como são feitas as perfurações para as estacas. Foi mesmo uma formação muito valiosa. Há empresas portuguesas como a MOTA-ENGIL e a partir dos assessores que estavam no Instituto de Caminhos de Ferro e entre outras empresas que colaboram com o Caminho de Ferro como a MOTA-ENGIL, a SOMAGUE, então eles fizeram a proposta ao Conselho de Administração no sentido de poder dar essa formação a nossa área, que é uma área que inspeciona e tem de facto de acompanhar esses trabalhos.

7- Que tipos de competências visa a formação desenvolver?

R: Nos anos passados tivemos várias formações porque o Caminho de Ferro é um órgão como os outros. Trabalha muito com regulamentos e instruções técnicas e instruções de exploração ferroviária. Há bem pouco tempo os assessores ou consultores do Instituto dos Caminhos de Ferro, eles frequentemente andavam nos 3 caminhos de ferro dando essas formações, tanto para nós responsáveis como pessoal de base. É nessa senda que o homem que trabalha com o comboio tem que dominar o que é de exploração e circulação, o homem da via tem de dominar os regulamentos (sinais, passagem de nível), quando se está a fazer o trabalho de nível ele tem de dominar isso para evitar os acidentes e incidentes no caminho de ferro.

8- Especificamente aos profissionais de formação, o que pode dizer acerca das suas qualidades e formação?

R: Não tenho uma ideia.

9- Como participam no processo de diagnóstico de necessidades de formação?

R: A Direção de Recursos Humanos da empresa lançou as áreas, pedindo para que os diretores e chefes de departamentos informem as necessidades de cada área, em que o tipo de formação que é necessário para reforçar o nível académico e técnico dos profissionais da área. É assim que já enviamos e cada um, de acordo onde encontrar que achar que é preciso potenciar-se fez o devido pedido. Vamos aguardar o enquadramento da área de formação de quadros para brevemente iniciar essas formações. Agora vai só depender do Recursos Humanos.

10- Como e quem elabora o plano de formação?

R: Os Recursos Humanos notificam as áreas para informarem as necessidades de formação e elaboram o plano.

11- Como são selecionados os formandos?

R: Como somos três, das formações que obtivemos fomos todos.

12- Especifique, por favor, as modalidades de formação.

R: A formação é feita in situ. É feita no local.

13- Como é organizada a formação?

R: Os homens de cada área é que fazem o refrescamento dos trabalhadores. No Departamento Técnico, não só trabalho com os meus dois técnicos, mas também vou aos outros departamentos que enquadram a Direção de Infraestruturas, principalmente o Departamento de Vias e Obras, que estão muito diretamente ligados com as nossas áreas. É pessoal interno que dá formação.

14- Como é realizada a formação?

R: Nas formações que participamos foram as empresas externas que deram a formação porque são empresas com know how e muito conhecimento na área de construção.

15- Como e quem efetua a avaliação da formação?

R: Tanto a vida como as experiências do trabalho são dinâmicas, nós procuramos sempre estar conscientes de que a ciência é mesmo dinâmica. Nós investigamos, procuramos junto dos empreiteiros, temos os empreiteiros que estão a fazer a duplicação da linha, temos os empreiteiros que estão a fazer os edifícios, com esses engenheiros responsáveis nós temos trabalhado em conjunto. A par disso também temos trabalhado com a empresa fiscalizadora. Tudo que eles estiverem a fazer eles informam e nós acompanhamos os trabalhos. Depois de avaliações fazemos a nossas pontuações: se deu negativo. Anualmente, a empresa faz avaliação. Nessa avaliação os chefes das direções e não só, assessores, homens com maior experiência, todos os anos fazem avaliação dos técnicos. Os técnicos são avaliados pelos seus respetivos chefes e assim sucessivamente. Nós também avaliamos o restante pessoal, tanto o pessoal das vias, tanto o pessoal das obras das obras de artes. Nós procuramos sempre o máximo do possível atualizar. Porque atualização profissional exige de todos. Nós não paramos. A avaliação é feita internamente em todos anos, no início do ano. Fazemos avaliação de desempenho, avaliação comportamental, avaliação psicopedagógica. Temos de testar de tudo um pouco para ver até onde é que o homem está e deve estar inserido no seu local de trabalho e como deve-se comportar. Primeiro é o mesmo comportamento educacional, depois ter um espírito profissional para que vá fazer as coisas com amor e carinho e com profissionalismo desejado. Depois de questionados fazemos as pontuações: se deu negativo e porque. A esses homens é feito um refrescamento para mudar o comportamento, é preciso ter em conta a ética e a deontologia profissional.

Procuramos sempre inserir de uma forma que o trabalhador sinta que deve ter a responsabilidade. Está ali, veio para trabalhar e é com disciplina que deve exercer as suas funções, respeitando o superior hierárquico e não só.

16- Como avalia o papel da formação para o desenvolvimento da empresa e dos trabalhadores?

R: Disse atrás que a ciência é dinâmica. Formando o trabalhador estamos a garantir que ele faça melhor o seu trabalho. Fazendo melhor o seu trabalho a empresa ganha, a empresa desenvolve.