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Transcrição de um trecho da aula observada no dia 17/09/2012, na turma

Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Educação

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TRANSCRIÇÃO DE UM TRECHO DA AULA OBSERVADA NO DIA 17/09/2012, NA TURMA DO 5º ANO

A professora Mirna chega na sala e senta na sua mesa; os alunos sentam em seus lugares de costume e, durante cerca de dez minutos, ela conversa com os alunos sobre o final de semana, perguntando o que fizeram; os mais próximos à sua mesa centralizam o diálogo; uma aluna fala que foi para a casa da avó, outro que ficou em casa estudando, uma aluna fala que viajou para uma cidade próxima com os pais....Mirna comenta que recebeu visitas no final de semana; uma aluna pergunta se a prova está difícil, a professora responde que não, está fácil pra quem estudou.

Mirna pede a Maria (uma de suas alunas) para ir até a coordenação pegar as provas....a aluna sai da sala. Mirna continua conversando com os alunos que sentam próximo à sua mesa, pergunta quem estudou, alguns respondem que estudaram, outros dizem que só um pouco, mas falam em tom descontraído, Mirna ri enquanto eles comentam que estão ansiosos, a professora diz que não precisam se preocupar, pois estão preparados.

Após Maria chegar com o material solicitado por Mirna, fala para a turma que agora é pra fazer silencio e guardar o material; em seguida, distribui as provas entre os alunos, entregando a quantidade correspondente ao número de alunos de cada fila ao aluno que senta na frente, que pega a sua e passa as demais para o colega que senta atrás e assim, sucessivamente até que todos tenham recebido a prova.

Mirna fica em pé, na frente da sala e comenta em voz alta: ―Lembrem-se... na adição de frações, você só vai somar os numeradores se os denominadores forem iguais... se não... fatora ou...‖ Pedro responde: ―faz o mínimo múltiplo comum‖; Mirna confirma que sim com a cabeça. Mirna comenta também: ―Lembrem-se que, quando não tem nada embaixo, o denominador é 1‖.

Os alunos iniciam a prova e a sala fica em silêncio, Mirna fica sentada em sua mesa, olhando para os alunos, com fisionomia tranquila. Pouco tempo após iniciar a prova, Janaína (aluna) dirige-se até a mesa de Mirna, mostra-lhe sua prova e aponta para o item que tem dúvida. Mirna fala em tom de voz normal, possibilitando a todos ouvirem seu comentário: ―Janaína... aqui embaixo é um [aponta para a fração cujo denominador não aparece]. Janaína fala que não lembra, a professora apenas pergunta a ela o que deve fazer. A aluna volta para sua carteira, resmungando que não lembra como faz isso. Mirna lhe responde que já ensinou, ela deveria ter aprendido. Em seguida, a professora fala: ―Janaína, se você não vai fazer, o problema não é meu... ainda fica brava comigo! Você deveria se preocupar em prestar mais atenção quando estou explicando!‖ Janaína não responde o comentário e fica sentada na carteira, volta a resolver a prova, mas mostra-se aborrecida.

Outros alunos vão até a mesa da professora, um a um, falam em voz baixa com ela, que responde também em voz baixa, mas de vez em quando balança a cabeça negativamente. Mirna permanece na sua mesa mais uns quinze minutos, cerca de cinco alunos foram até ela nesse período, levanta-se e dirige-se à porta da sala. Sai. Os alunos continuam em seus lugares, resolvendo a prova. Cerca de cinco minutos depois, Mirna volta e, ao olhar a prova de Augusto virada para baixo, faz um ar de surpresa e pergunta: ―Já acabou, Augusto?‖ Ele faz que sim com a cabeça.

Mirna deixa alguns papéis que trouxe em cima de sua mesa e volta até a carteira de Augusto, desvira sua prova, olha e fala‖ ô, lindinho... isso aqui não tá certo, não!‖ [aponta para uma ds questões] então, explica em voz alta, de forma que os outros alunos também escutem: ―Quando a gente tem uma adição ou subtração de frações com denominadores diferentes, não posso somar os denominadores, é preciso fazer a fatoração ou o

mínimo múltiplo comum, lembra?‖ Fala para o aluno apagar a resposta errada e fazer de novo, mas sai de perto dele e passa a olhar as provas de cada aluno próximo a Augusto56.

Nessa observação sobre as respostas dos alunos, para em frente a alguns, aponta suas respostas e repete a mesma informação que deu para Augusto a dois outros alunos. Ao chegar à carteira de Naiara, esta lhe mostra a prova e, após olhar rapidamente, Mirna lhe pergunta: ―Naiara, como é que multiplica fração?‖ a aluna responde: ―Não sei‖. Mirna comenta, em tom debochado: ―Ah, não....por quê não?‖ A aluna baixa a cabeça e continua a resolver sua prova.

Nesse momento, Mirna fala em voz alta, dirigindo-se a todos os alunos: ―Quem sabe, sabe....quem aprendeu, aprendeu!‖. Márcia volta à sua mesa e continua olhando as provas dos alunos que vêm até ela. Para uma das alunas, Luiza, Mirna comenta, apontando para uma das questões que ela resolveu: ―Aqui não tem que fazer isso não. Adição e subtração não tem nada a ver com multiplicação e divisão‖. A aluna volta para sua carteira, com ar de dúvida.

Mirna se volta para seu diário de classe e faz a chamada dos alunos, pelo número. Uma dos números não responde e Maura pergunta à turma: ―Quem é o número vinte e seis?‖ uma aluna responde: ―É a Mônica‖. A professora pergunta se ela está doente... um dos alunos responde que não, que viajou.

Laura vai até a mesa da professora e deixa sua prova em cima, ela pega, devolve à aluna e fala: ―Não vou receber agora‖. A aluna pega a prova e volta a sua carteira, guarda a prova na parte de baixo do tampo da mesa e pega um gibi para ler silenciosamente. Os alunos André, Lucas e Adriana, um de cada vez, mostram questões das provas a Mirna, com respostas corretas; ela confirma que sim com a cabeça e eles voltam aos seus lugares e continuam a resolver as provas.

Vanessa, uma das alunas que sentam na frente, ao lado da mesa da professora, comenta comigo em voz baixa: ―Está difícil... a número um‖ refere-se à questão onde eles têm que resolver vários cálculos, envolvendo adição, subtração, multiplicação e divisão de frações‖. Muitos alunos que vieram até a mesa de Mirna para mostrar suas dúvidas também se referiam a essa questão, em especial.

À medida em que os alunos vão terminando suas provas, continuam em suas carteiras, guardam as provas na parte debaixo do tampo da mesa, como Laura e pegam livros ou gibis para ler em silêncio.

Janaína, que havia ficado aborrecida com a professora vai até a mesa e mostra a Mirna sua prova, apontando com o lápis e com ar de dúvida. A professora fala: ―Quer perguntar? Se quer, pergunta‖. Janaína se aproxima e mostra uma questão, pergunta à professora: ―Tá certo?‖ Mirna faz que não sabe com gestos de ombros e cabeça, mas dá um sorriso. Janaína volta para a carteira, frustrada, mas não demonstra estar aborrecida dessa vez.

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Anexo V - Transcrição de um trecho da aula observada no dia 23/10/2012, na turma do