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Transcrição da entrevista dada pelo membro da direção pedagógica do CRMC

Mestranda (M) - Qual a sua profissão?

Membro da Direção Pedagógica (DP) - Músico e professora de violino.

M-Qual a sua formação académica?

DP- Sou licenciada em Violino e tenho a Profissionalização em serviço. M- Onde a realizou?

DP- A Licenciatura foi na Escola Superior de Música de Lisboa e a

profissionalização foi pela Universidade Aberta.

M -Qual o cargo que ocupa atualmente no Conservatório Regional de Música da Covilhã?

DP- Sou professora de Violino, leciono a orquestra de Violinos do conservatório e

sou Membro da Direção Pedagógica que se apresenta com uma estrutura colegial, ou seja não há a figura de um ou uma diretora pedagógica mas sim uma equipa que assume essas funções.

M- Há quanto tempo?

DP- Em relação a professora no Conservatório da Covilhã, há 6 anos e na direção

pedagógica estou há …cinco anos.

M-Assumiu mais alguma função noutra instituição de ensino de música? DP- Sim, já passei por algumas escolas…

M-Quais/Qual?

DP-Lecionei em várias: na Academia de Música de Alcobaça, na Sociedade

Filarmónica Gualdim Pais em Tomar e no Conservatório de Setúbal.

M- Há quanto anos, iniciou a sua prática docente dentro do universo musical?

DP- Há 16 anos…

M-Tem ideia de quantos músicos terá ajudado a formar ao longo da sua carreira?

DP- Não formei muitos músicos profissionais, uma vez que sempre tive alunos muito pequeninos, a partir dos 3 anos, e como tal apenas agora no CRMC tenho alunos a crescer…

M- Acompanhou o percurso deles para além desta instituição? DP- Tenho acompanhado o percurso de alguns, sim.

M- No âmbito da Formação Musical e enquanto responsável institucional, o que espera desta disciplina?

DP- Espero que consiga contribuir para a formação artística dos alunos, numa

perspetiva mais teórica, complementando as disciplinas com maior conteúdo prático.

M- Essas espectativas são atualmente atingidas? DP- Na maioria dos casos, sim

M- Porquê?

DP- Porque um grande número de alunos consegue atingir os objetivos da

disciplina e os resultados observam-se nas aulas de instrumento.

M- Quanto à carga letiva atribuída à disciplina, considera-a bem distribuída? DP- Sim

M- Porquê?

DP- Porque considero que 90 minutos são suficientes na disciplina de Formação

Musical.

M -E em relação à componente artística do curso articulado (concretamente do III Grau), considera-a bem distribuída?

DP- Não, considero que seria extremamente importante os estudantes terem 90

minutos de aula individual de instrumento em vez de aulas em grupos de dois alunos M- Porquê?

DP- Porque os 45 minutos que na prática e com uma divisão justa de tempo cada aluno tem, são insuficientes para trabalhar repertório, ensinar a estudar e desenvolver aspetos técnicos, que serão sempre demorados.

M- Se pudesse alterar algo neste sentido o que mudaria? DP- Penso que já respondi…

M-O ensino artístico especializado, em regime articulado, enquadra-se num sistema de aprendizagem integrado e em estreita articulação com o ensino dito regular. Quais são, na sua opinião, as grandes vantagens que este tipo de aprendizagem aporta?

DP- As vantagens são imensas, aliás são amplamente conhecidos os benefícios que

a prática regular de um instrumento traz às crianças e jovens que os estudam. O facto de continuarem a frequentar uma escola de ensino regular permite-lhes ampliar os seus conhecimentos, quer a nível cognitivo, quer a nível de relacionamentos

DP- As desvantagens são reduzidas e estão relacionadas com a falta de noção que

alguns professores do ensino regular têm sobre a exigência, a regularidade de trabalho e o que implica o estudo de um instrumento.

M- É professora de instrumento no conservatório mas foi igualmente aluna de uma escola profissional de música. Desta fusão, quais são à partida, as grandes diferenças que observa entre estes dois tipos de ensino musical?

DP- O Ensino Artístico Especializado não implica logo à partida que um aluno

deseje ser músico profissional, a maioria procura este tipo de oferta educativa como complemento na sua formação. Assim, a exigência, dedicação que estes alunos, no geral têm nunca será a mesma. Apesar de nos últimos anos termos assistido a mudanças significativas no tipo de alunos que frequentam os conservatórios e que têm cada vez mais uma postura mais séria em relação à música.

M- E em termos da lecionação da formação musical, o que considera como pontos positivos num e noutro tipo modelo de ensino musical?

DP- Não noto diferenças. Não considero que tenha informação suficiente sobre os

atuais currículos da disciplina de Formação Musical no ensino profissional.

M -Falando agora apenas como professora de Instrumento, quais são as maiores dificuldades que observa nos seus alunos do conservatório no âmbito da disciplina de formação musical?

DP- Não observo grandes dificuldades. Talvez pelo facto de a maioria estudar

música desde muito cedo, devido ao ensino integrado logo no pré-escolar, os alunos do CRMC têm facilidades auditivas. Talvez sejam os aspetos teóricos, como por exemplo construção de escalas, classificação escrita de intervalos as maiores dificuldades apresentadas.

M -Quais os pontos que considera claramente funcionais? DP- Todos

M- Na sua opinião o que pode ser melhorado no tratamento da formação musical no conservatório?

DP- Deveriam existir mais momentos de audição de obras gravadas.

M- Se tivesse um filho muito talentoso musicalmente, em qual destes dois tipos de instituição o colocaria? Porquê?

DP- Mais do que o currículo e tipo de ensino, a minha opção dependeria sempre

M-Gostaria de mencionar algum aspeto que não tenhamos referido? DP- Não…