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3. O Modelo de Referência ODP

3.3. O EMC e os Fundamentos do Padrão ODP

3.3.2 Transparências

As transparências distribuídas são mecanismos abstratos cujo objetivo é ocultar dos sistemas e usuários as complexidades dos serviços oferecidos pela estrutura distribuída, otimizando a execução de tarefas cooperativas entre os elementos do sistema (BECERRA, 1998).

Para o EMC, a otimização da execução das tarefas com a devida transparência para o usuário, tanto nos sistemas de um escritório, como de Internet, de comunicação móvel e de televisão digital interativa são requisitos básicos.

Os constructos transparências de RM-ODP são “ortogonais” no sentido de que há um conjunto separado de constructos e conceitos definidos, associados a cada transparência, e essas transparências podem ser usadas de forma independente (PUTMAN, 2001).

Segundo Putman (2001), a transparência da distribuição pode ser considerada em três níveis: do usuário, do aplicativo e do objeto:

• do ponto de vista dos usuários, a transparência determina como eles vêem o sistema ou, mais precisamente, o que eles não vêem no sistema. A transparência proporciona aos usuários uma visão uniforme do sistema. As transparências de ODP oferecem o mesmo tipo de máscara ou tela sobre os detalhes técnicos que não interessam aos usuários que acessam e utilizam um serviço. Um usuário utiliza um sistema de gestão e observa as variáveis da movimentação do estoque, não se preocupando com as complexidades tecnológicas que estão por trás do sistema, por exemplo; • no nível do aplicativo, o desenvolvedor de aplicações não

precisa desenvolver uma versão customizada de gestão de todos os aspectos da distribuição do sistema para localizar e acessar algum serviço ou função. Por exemplo, um servidor Web que executa uma transação num banco de dados não está programado para verificar a transformação dos protocolos da rede; um serviço na infra-estrutura da rede executa esta função de uma forma transparente;

• no nível do objeto, a interação de dois ou mais objetos de um sistema não analisa o tipo de comunicação existente entre os nós que suportam uma transação (PUTMAN, 2001). Transparências são mecanismos de abstração de ODP que são apresentados ao usuário com uma visão do que está acontecendo, mas não o como está acontecendo. Por isso, no caso do EMC, a questão da transparência é fundamental.

São oito as transparências distribuídas definidas pelo RM-ODP, na 3ª parte da ISO/IEC 10746, Architecture (ISO/IEC, 10746-3, Architecture, 1995): as Transparências de Acesso, de Falhas, de Localização, de Migração, de Persistência, de Relocação, de Replicação e de Transação.

Tr a n s p a r ê n c i a d e A c e s s o

Uma transparência de acesso mascara ou esconde as diferenças na representação de dados e nos procedimentos chamados de mecanismos, que permitem intercomunicação (interworking) entre sistemas computacionais heterogêneos. A transparência de acesso pode ser alcançada pela configuração do canal (canal do ponto de vista de engenharia, visto anteriormente) com terminações ou adaptadores (stubs) que traduzem a interação desejada (uma invocação de operação, por exemplo) numa seqüência de mensagens enviadas por um canal. Os stubs devem manobrar (marshal e

un m arsh a l) qualque r da do utilizado na in te ração para a conversã o

entre diferentes representações.

Tr a n s p a r ê n c i a d e F a l h a s

Uma transparência de falhas mascara, para um objeto, a falha e possível recuperação, de outros objetos ou dele mesmo, para permitir a tolerância à falha.

Transparência a falhas pode ser implementada através de várias funções. Uma delas é a função de replicação que reproduz um objeto e armazena-o contra o caso de uma falha de cópia. Outra função é o posto de fiscalização e a função de recuperação. A recuperação depende da troca da transparência de recolocação.

Tr a n s p a r ê n c i a d e L o c a l i z a ç ã o

Uma transparência de localização mascara o uso da informação sobre a localização de um objeto no espaço quando identificado e ligado a interfaces. Como um exemplo, as URLs de WWW não são locais transparentes, pois contêm o nome do anfitrião onde o objeto (página de Web) reside. Transparência de localização depende da escolha de uma localização independente do esquema de nomes. A transparência de localização permite que entidades nomeadas possam

ser movidas sem notificar todas as partes que levam uma referência à entidade de referência trocada.

Tr a n s p a r ê n c i a d e M i g r a ç ã o

A transparência de migração mascara mudanças de localização de um objeto e depende da função de migração. Antes da migração um objeto será checado e apagado de sua localização original. Uma vez que o objeto é movido, outros objetos dependem da transparência de relocação (movimentar dados de uma área de memória para outra) para encontrar o objeto novamente.

Tr a n s p a r ê n c i a d e P e r s i s t ê n c i a

A transparência de persistência esconde de um objeto a desativação e a reativação de outros objetos (ou de si mesmo). A transparência de persistência depende da função de desativação e de reativação.

Tr a n s p a r ê n c i a d e R e l o c a ç ã o

A transparência de relocação mascara a relocação de um objeto interface por outras interfaces relacionadas a ela. Isto significa que se objetos estão conectados por um canal e um objeto é realocado, o canal é reconfigurado para a nova localização do objeto. A transparência de relocação é fornecida pela função de relocação.

Tr a n s p a r ê n c i a d e R e p l i c a ç ã o

Uma transparência de replicação reproduz objetos em locais diferentes providos de tolerância a falhas e desempenho ampliado por melhor acesso aos dados. Ela mascara o uso e conserva a consistência de um grupo de objetos replicados com uma interface comum. A transparência de replicação é fornecida pela função de replicação.

Tr a n s p a r ê n c i a d e Tr a n s a ç ã o

A transparência de transação mascara a coordenação de atividades entre uma configuração de objetos para alcançar as propriedades de consistência desses objetos. É fornecida pela função de transação.

Os comentários anteriores destacam as características dos sistemas de processamentos abertos e distribuídos quanto à transparência. Essas características são imprescindíveis para a arquitetura proposta para o modelo do EMC, para garantir que os detalhes das complexidades dos serviços e aplicações oferecidos pela estrutura distribuída sejam camuflados do usuário.

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