• Nenhum resultado encontrado

3 METODOLOGIA

3.2 Tratamento dos dados

Os dados obtidos foram tratados conforme apresentado no Quadro 3, que representa a estrutura dessa dissertação.

De acordo com Minayo (1994) a análise dos dados apresentados incorpora e verifica questões da intencionalidade inerente aos gestores das empresas de software pertencentes ao APL da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

QUADRO 3: Estrutura da Dissertação

Título: INTELIGÊNCIA COMPETITIVA E COOPERAÇÃO NO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE SOFTWARE DE BELO HORIZONTE E REGIÃO METROPOLITANA – A percepção de gestores Objetivo Geral: identificar a percepção dos gestores de empresas de software pertencentes ao arranjo produtivo local - APL de Software da região metropolitana de Belo Horizonte - RMBH quanto aos interesses e disponibilidade no compartilhamento de informações estratégicas e de inteligência relativas ao macro e micro ambiente organizacional.

Objetivos Específicos

a) Descrever as dimensões do macro e do microambiente organizacional, percebidas por gestores como de maior facilidade e de maior dificuldade de compartilhamento de informações estratégicas e inteligência.

b) Identificar o grau de importância dos APL para as empresas, quanto aos componentes do macro e do microambiente organizacional na potencialização de sua competitividade. C) Descrever os principais interesses e disponibilidade percebidos pelos gestores no compartilhamento de informações estratégicas. Abordagem Qualitativo Tópicos do Referencial teórico relacionados  Estratégia Competitiva  Inteligência Competitiva Processo Decisório  As Dimensões do Micro e Macro Ambiente Organizacional

 Monitoramento

 Ambiental

 Cluster e Arranjo Produtivo Local

 APL de Software da RMBH  Aprendizagem e Compartilhamento da Informação Instrumento de Pesquisa

Questionário (questões 13 a 18) Questionário (19) Questionário (20 e 21)

Método de Tratamento

Análise de conteúdo Análise Descritiva Análise Descritiva Fonte: Próprio autor

3.3 APL de Software da RMBH

Desde os anos 2000 o governo mineiro e algumas entidades como a FIEMG lançam ações específicas de fortalecimento de arranjos produtivos no estado. Especificamente foi criada uma Lei Estadual no sentido de fortalecer as ações neste sentido que foi a Lei 16.296/2006, instituindo a política estadual de apoio aos APLs (NAGPL, 2009).

Segundo a FIEMG (2013), o programa de apoio à Competitividade dos Arranjos Produtivos Locais (APL) de Minas Gerais é uma importante iniciativa para que as empresas possam produzir mais e melhor. O Programa foi criado através de uma parceria entre o Governo de Minas, o Sistema FIEMG, por intermédio do IEL, o Sebrae-MG e o Banco Interamericano de Desenvolvimento - com apoio dos sindicatos e associações envolvidos (FIEMG, 2012).

O Núcleo Gestor de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (NEAPL) de Minas Gerais é uma rede de compartilhamento de informações e articulação em favor do apoio integrado dos APLs do Estado e tem como objetivo propor diretrizes para atuação coordenada do poder público no apoio aos APLs e exercer a função de representar o Estado no atendimento das ações de apoio aos APLs sob a coordenação de instituições federais (SECRETARIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2010).

Além da Sede, compõem o Núcleo, as Secretarias da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Fazenda, de Planejamento, de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, o Instituto de Desenvolvimento Integrado (Indi), o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade do Sistema FIEMG e o Sebrae-MG.

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (2010),

são cinco os APLs em Minas Gerais formalizados em 2007:

 APL de Calçadista de Nova Serrana;

 APL de Biotecnologia da Região Metropolina de Belo Horizonte;

 APL de Eletroeletrônico de Santa Rita do Sapucaí;

 APL de Moveleiro de Ubá;

 APL de Fruticultura do Norte de Minas Gerais.

Segundo a FIEMG (2013), um dos APLs melhor estruturados do Estado é o de eletroeletrônicos, instalado em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas onde tem-se indicadores favoráveis como 141 empresas pertencentes ao aglomerado sendo que estas se encontram na terceira geração de gestão e faturam aproximadamente R$ 1,5 bilhão por ano gerando em torno de 9,8 mil empregos na região.

Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (2010), o município em questão possui novas oportunidades de negócios que se baseiam na capacitação da mão de obra local por meio de parcerias de empresas, governo e universidades, demonstrando uma interessante sinergia que gera competitividade setorial e desenvolvimento.

Em Belo Horizonte e Região Metropolitana, por iniciativa do SEBRAE foi criado em 2004 o Arranjo Produtivo Local (APL) em parceira com as entidades ASSESPRO, FUMSOFT, SINDINFOR, SUCESU, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e FAPEMIG (AGÊNCIA MINAS, 2010). O referido APL instalado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que é a terceira maior aglomeração urbana do Brasil, com uma população

4.882.977 habitantes, conforme o Censo 2010. De acordo com SEBRAE (2006), entre os principais objetivos do APL de Software da RMBH, está à geração de sinergia entre os projetos desenvolvidos e apoiados pelas entidades públicas, privadas e empresariais, aumentando a capacitação em qualidade, produtividade e gestão de tecnologia, fomentando alianças e parcerias estratégicas entre as organizações, facilitando o acesso ao capital e linhas de financiamento, além de promover a inteligência competitiva setorial e fomentar a cooperação entre organizações e entidades.

Estudo realizado pelo SEBRAE identificou que o APL de Software da RMBH possui cerca de 1.300 organizações que desenvolvem software e prestam serviços de informática, gerando 17.000 empregos indiretos e 7.240 empregos diretos e obteve um faturamento estimado de R$2,8 bilhão em 2010.

Ainda segundo o SEBRAE (2006), atualmente o software vem promovendo a revolução da informação e do conhecimento e o advento da nova economia. Pois é percebido que nos últimos tempos poucas indústrias cresceram de forma tão significativa quanto à indústria de tecnologia da informação com destaque para o segmento de software. Sendo que o que diferencia a indústria de software de outros segmentos é que não é poluente, gera produtos de alto valor agregado e emprega profissionais especializados que utilizam a mais nobre matéria-prima da atualidade: o conhecimento. Podemos dividi-lo em quatro grupos:

 organizações produtoras de software pacote, que corresponde a software de uso comum como planilhas, editores de texto;

 organizações p/rodutoras de software sob encomenda, que corresponde ao desenvolvimento de software sob encomenda;

 organizações prestadoras de serviços e consultoria em software, que corresponde a atividades de apoio, treinamentos, manutenção;

 organizações produtoras de software embarcado, que corresponde a software que funcionam em conjunto com determinado hardware, exemplo de software para celulares.

Em 2011 por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Fundação de Apoio e Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) lançou edital de fomento a formação e financiamento de propostas empresariais para fortalecer o APL do Software BH e Viçosa.

Este edital específico teve por objetivo financiar propostas de Tecnologia Industrial Básica (TIB) que visaram consolidar processos de qualidade em atividades industrial do setor específico. Os contemplados por este edital puderam ainda contar com fundos de financiamento e investimento por meio do Núcleo de Apoio à Inovação (NAI), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL).

Machado (2012) analisou o APL de Software da RMBH, e destacou como pontos fortes o conhecimento local por parte das organizações, a reconhecida qualidade da mão de obra formada em tecnologia da informação pelas universidades da região e a relevante concentração de empresas de TI na RMBH que contribui para a geração de ambiente propício para a cooperação e competição. Como pontos negativos, Machado (2012) destacou a ausência de visão e direcionamento estratégicos por parte das empresas, pois “o construto geração de Inteligência a maior média foi à geração de inovação para novos produtos e serviços, mas ao mesmo tempo neste mesmo construto a menor média foi o desenvolvimento de produtos inovadores de acordo com a demanda de mercado”. Ficando evidente que as organizações tem dificuldade de interlocução com a demanda e uma aversão a riscos, especialmente na tomada de empréstimos para desenvolvimento de novos produtos.

Estes dados justificam a escolha do setor para a pesquisa desta dissertação, pois estimula reflexão do planejamento feito e desenvolvimento do setor.

Documentos relacionados