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Capítulo 2 – METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO

2.5. Tratamento de dados

De acordo com Bardin (1977, p.101), “os resultados brutos são tratados de modo a serem significativos (falantes) e válidos”. O investigador depois de ter recolhido os dados no campo de estudo, deve propor inferências e realizar interpretações de acordo com os objectivos definidos ou referentes a novas descobertas.

Como refere a autora supracitada (1977, p.101), “tratar o material é codificá-lo”, essa codificação depende da capacidade do investigador de agregar e enumerar o conteúdo de modo a conferir-lhe uma representação.

Depois de recolhidos os dados que se revelaram a partir do quadro teórico a riqueza da investigação é variada, no entanto encontra-se dispersa nas múltiplas notas de campo angariadas, como sendo as entrevistas, os documentos solicitados aos entrevistados e aos indivíduos que participaram indirectamente no estudo (tomando como exemplo o director da escola que foi escolhida como campo de investigação). É, deste modo, premente organizar a informação obtida, para que esta nos possa revelar respostas cujas perguntas estavam definidas desde que se colocou o problema de investigação: como é que os professores de matemática do 2.º ciclo avaliam os seus alunos.

Pretende-se então, neste ponto, apresentar o sistema de codificação que foi utilizado nesta investigação qualitativa de modo a organizar os dados.

A discriminação dos dados e a sua leitura conduziu-nos a uma interpretação a partir da qual se destacou uma rede conceptual representativa dos conceitos esclarecidos e explicitados na revisão da literatura, essa rede conceptual depois de analisada permitiu-nos classificar os dados descritivos em categorias.

As categorias foram definidas, à priori, a partir do enquadramento teórico (revisão da literatura) e surgiram depois as categorias emergentes que decorreram do contacto com os protagonistas do estudo.

Sendo que as categorias têm a sua origem nas questões e preocupações da investigação, com o intuito que as primeiras constituam um esclarecimento para as segundas e também permitindo uma consulta elucidativa das mesmas, elaboraram-se quadros, grelhas e gráficos.

Os quadros apresentam as categorias segundo uma hierarquia de categorias (categorias abrangentes) e subcategorias (categorias mais específicas). Os quadros têm quatro colunas: na primeira coluna constam as categorias; na segunda coluna as subcategorias que derivam da categoria abrangente; na terceira coluna discriminam-se os dados que versam sobre os conceitos destacados, sistematizando a análise do seu conteúdo e atribuindo-lhe um significado contextualizado na categoria exposta; na quarta coluna discriminam-se os códigos específicos dos dados recolhidos e tratados, compostos por uma letra e por número que correspondem à ordem sequencial da aplicação dos diferentes instrumentos.

No quadro 5 observam-se os códigos que foram atribuídos aos dados recolhidos e tratados.

Quadro 5 – Designação dos códigos atribuídos aos dados recolhidos e tratados

Código Designação

E1, E2, E3, E4, E5 Entrevistas

O Observação

No quadro 6 apresenta-se a categorização dos entrevistados.

Quadro 6 – Categorização dos entrevistados Código do

entrevistado Idade Habilitações Literárias Profissão

Tempo de serviço E1 51 Licenciatura em Ciências e Matemática Professor de

Matemática do 2.º ciclo 22 anos E2 56 Licenciatura em

Matemática

Professor de

Matemática do 2.º ciclo 30 anos

E3 30 Licenciatura em Matemática Pós graduação em Matemática Professor de

Matemática do 2.º ciclo 6 anos

E4 31 Licenciatura em Ensino Básico variante Matemática e Ciências da Natureza Professor de Matemática e de Ciências da Natureza do 2.º ciclo 6 anos E5 36 Licenciatura em Ensino Básico variante Matemática e Ciências da Natureza Professor de

Matemática do 2.º ciclo 14 anos

No quadro 7 apresentam-se as categorias de significação, da entrevista e da observação, que emergiram dos conceitos elucidados na Revisão da Literatura, e dos que emergiram ao longo da recolha dos dados, na fase de contacto com o campo de trabalho, quer através de conversas informais com os protagonistas do estudo, quer durante as entrevistas realizadas, como também a partir da consulta de documentos facultados, e através da observação naturalista efectuada durante a reunião de conselho de turma, na qual os professores lançaram em pauta os resultados dos seus alunos referentes ao 2.º período do ano lectivo que decorria.

Quadro 7 – Categorias e subcategorias de significação

Categorias Subcategorias

1. Critérios de avaliação

1.1.Proposta anual de critérios de avaliação

1.2.Aprovação de critérios 1.3.Divulgação de critérios

Categorias Subcategorias

2. Instrumentos de avaliação

2.1.Instrumentos de avaliação aplicados 2.2.Periodicidade da aplicação

2.3.Articulação entre os professores para elaboração

2.4.Articulação entre os professores para a sua aplicação

2.5.Informação dos objectivos dos instrumentos 2.6.Conteúdos avaliados 3. Expectativas e considerações do professor 3.1.Auto-avaliação 3.2.Classificação

3.3.Definição de metas de aprendizagem 3.4.Funções da avaliação

(regulação e melhoria)

4. Reunião de conselho de turma

4.1.Ordem de trabalhos 4.2.Organização da reunião 4.3.Atribuição das avaliações

4.4.Registos descritivos individuais dos alunos

4.5.Avaliação do projecto curricular de turma

4.6.Análise de planos

4.7.Análise estatística e melhoria dos resultados

4.8.Comunicação dos resultados aos encarregados de educação

A categorização dos conteúdos que despertaram maior interesse ao longo do estudo permitiu-nos não só antever quais as características dos intervenientes do estudo, mas principalmente a melhor forma de interagir com eles no sentido de obter as informações necessárias a fim de poder chegar a algumas conclusões e poder responder às questões colocadas no âmbito da investigação.

O âmbito da pesquisa foi escolhido com base na informação que se pretendia angariar e tratar. Estando perante categorias que versam sobre o processo de avaliação, era importante escolher o campo de trabalho onde se desenvolveria a pesquisa, e também os momentos nos quais se estabeleceria contacto com o campo de trabalho e os intervenientes do estudo.

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