• Nenhum resultado encontrado

3 DESENHO METODOLÓGICO

3.4 Tratamento e análise dos dados

Como vimos, para o acesso às informações que foram posteriormente analisadas, empregamos como técnicas de pesquisa a entrevista em profundidade. A partir do registro colhido nas entrevistas, buscamos alcançar nossos objetivos, utilizando a gravação das entrevistas com os sujeitos participantes, a fim de não perdermos nenhum momento das falas, e posterior transcrição e análise dos dados gerados em campo. Também foi importante a sistematização e organização dos dados coletados, pois a análise dos dados deveria apontar para uma situação real.

Quanto à entrevista, podemos afirmar que ela propiciou uma relação de interação entre entrevistador e entrevistado. Este último pôde discorrer sobre o tema proposto, compartilhando, assim, com o pesquisador de forma descontraída e expressando o que sentia e sabia sobre o assunto abordado na entrevista. Nossa escolha pela técnica da entrevista se deu em função de representar um dos instrumentos básicos para a coleta de informações em estudos qualitativos, como o que estamos propondo.

De posse dos dados gerados por meio das filmagens das entrevistas, fizemos as transcrições de cada uma utilizando dois tipos de códigos: um numérico para referir-se às escolas e outro nominal para referir-se aos sujeitos. Então, cada escola foi categorizada com

um número correspondente ao DE ao qual pertence, assim, a escola do DE 1 foi categorizada com o número 1 e, assim por diante, até a escola 6 situada no DE de número 6. As professoras, por sua vez, escolheram os nomes fictícios com os quais gostariam de ser batizadas, conforme segue quadro abaixo:

Quadro 12 – Nomes fictícios dos sujeitos em cada ano e DE

Escola Primeiro ano Segundo ano

1 Maria Valentina 2 Ângela Alice 3 Cecília Léa 4 Liz Clarice 5 Jasmin Afrodite 6 Lara Márcia

Fonte: Elaborado pela autora.

Após esses procedimentos iniciais, a análise dos dados foi efetuada de maneira descritiva e interpretativa, baseada na técnica de análise de conteúdo. Para Bardin (2009), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição e inferência do conteúdo das mensagens. Segundo a autora, a análise de conteúdo se processa em três fases: pré-análise; exploração de material e tratamento da informação, inferência e interpretação. Para que aconteça a terceira etapa da análise, do tratamento dos resultados, faz-se necessário exploração do material com a definição de categorias por meio de sistemas de codificação e a identificação das unidades de registro (equivale ao segmento de conteúdo considerado como unidade base, a ser usado na categorização) e unidades de contexto (unidade de compreensão para codificar a unidade de registro que equivale ao segmento da mensagem). Para nossa análise, utilizamos os textos das entrevistas.

3.4.1 Caracterização da influência que as orientações pedagógicas recebidas pelos professores exercem sobre a utilização dos jogos didáticos do PNAIC

Uma vez dito como iríamos construir os dados, é preciso dizer como os analisamos. Por isso, devemos falar das unidades de análise com as quais trabalhamos, segundo o que diz os princípios da análise de conteúdo. Assim, para o alcance desse objetivo,

de acordo com o que propõe Bardin, em primeiro lugar, codificamos os textos das entrevistas e, em segundo lugar, fizemos uma categorização dos temas abordados, por fim, elaboramos inferências sobre o que os professores nos disseram. A unidade de registro para este objetivo específico foi o tema das orientações recebidas e a unidade de contexto no qual esse tema foi analisado foi a formação do PNAIC. Assim, utilizamos para análise de conteúdo todos os parágrafos nos quais os professores falaram sobre a formação.

Realizados esses procedimentos, pudemos chegar ao alcance do nosso primeiro objetivo de análise dos dados. Não obstante isso, faz-se necessário explicar como essas orientações são adaptadas pelos professores e, para deixarmos claro como fizemos em relação a isso, explicitamos, na sequência, as decisões tomadas para organizar a continuidade de nossa análise.

3.4.2 As adaptações que os professores fazem das orientações recebidas para utilizarem os jogos didáticos do PNAIC

Do mesmo modo como fizemos em relação ao primeiro objetivo específico, a análise dos dados dessa segunda fase do trabalho foi organizada da seguinte maneira: em primeiro lugar, também à luz da proposta da técnica da análise de conteúdo de Bardin, utilizamos como unidade de registro o tema das adaptações realizadas em relação ao uso dos jogos, a fim de colher novas respostas no plano metodológico por meio do trabalho prático com os jogos do CEEL. A unidade de contexto para este segundo objetivo específico foi, portanto, todos os parágrafos em que as professoras falaram sobre as adaptações realizadas e seus respectivos significados.

Organizamos as respostas das entrevistas, categorizando-as e, finalmente produzimos a interpretação dos dados gerados em consonância à revisão de literatura e às leituras que nos forneceram os fundamentos teóricos para as conclusões advindas das análises e considerações necessárias ao trabalho em sua totalidade. É importante salientar que esse exercício analítico, bem como todo o processo que gerou os dados de nossa pesquisa, não prescindiu de um cuidado ético do qual não nos descuidamos, conforme explicitamos na sequência.