• Nenhum resultado encontrado

Tratamentos estatísticos utilizados

Na concretização de um qualquer projeto de investigação científico é inerente, num dado momento, a análise dos dados recolhidos. Um dos programas de software mais utilizados em Ciências Sociais para este efeito é o Statistical

Package for the Social Sciences – SPSS (Poeschl, 2006; Maroco, 2007).

No caso do presente estudo e para a concretização da análise dos dados recorreu-se à estatística descritiva – utilizada na caracterização da amostra, e à estatística inferencial – utilizada na testagem das hipóteses definidas. Dado que os grupos do nosso estudo apresentaram diferentes dimensões e as variáveis não verificaram os pressupostos dos métodos paramétricos recorremos aos testes- não paramétricos.

Como referem Pestana e Gageiro (2000), no âmbito das investigações em Psicologia muitas das variáveis que são objeto de estudo não são de todo normais e são geralmente medidas em escalas qualitativas, tal facto implica uma testagem baseada em testes não-paramétricos. Os testes não-paramétricos são

considerados geralmente como alternativas aos testes paramétricos quando as condições de aplicação destes, nomeadamente a normalidade da variável em estudo e a homogeneidade de variâncias entre grupos, não se verificam (Maroco, 2007).

É geralmente aceite que os testes não-paramétricos são menos potentes que os correspondentes testes paramétricos, porém esta afirmação só é realmente verdadeira para amostras de grande ou de igual dimensão. Para amostras de pequenas e diferentes dimensões e onde as variáveis em estudo não verificam os pressupostos dos métodos paramétricos, os testes não-paramétricos podem ser mais potentes (Maroco, 2007).

Para o cumprimento do objetivo do presente estudo no sentido da comparação das duas amostras independentes como é o caso do grupo de adolescentes que frequentaram o PDHS e o grupo de adolescentes que não frequentaram o PDHS, e das duas amostras representadas pelo grupo de adolescentes do sexo masculino e pelo grupo de adolescentes do sexo feminino, recorremos ao teste não-paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney.

O teste não-paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney é adequado para comparar funções de distribuição de uma variável pelo menos ordinal medida em duas amostras independentes que apresentem dimensões muito diferentes (Maroco, 2007).

As hipóteses (H01, H02, H03, H04, H05, H06, H07 e H08) relacionadas com as diferenças existentes entre os adolescentes que frequentaram e não frequentaram o PDHS nas seis dimensões de bem-estar psicológico: autonomia, autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal e objetivos de vida, no BEP global e no rendimento académico, foram avaliadas pelo teste não-paramétrico Wilcoxon-Mann-Whitney.

As hipóteses (H09, H010, H011, H012, H013, H014, H015 e H016) relacionadas com as diferenças existentes entre os adolescentes do sexo masculino e feminino que não frequentaram o PDHS nas seis dimensões de bem- estar psicológico: autonomia, autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal e objetivos de vida, no BEP global e no

rendimento académico, foram avaliadas pelo teste não-paramétrico Wilcoxon- Mann-Whitney.

As hipóteses (H017, H018, H019, H020, H021, H022, H023 e H024) relacionadas com as diferenças existentes entre os adolescentes do sexo masculino e feminino que frequentaram o PDHS nas seis dimensões de bem- estar psicológico: autonomia, autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal e objetivos de vida, no BEP global e no rendimento académico, foram avaliadas pelo teste não-paramétrico Wilcoxon- Mann-Whitney.

Igualmente enquadrado nos testes não-paramétricos o teste do coeficiente de correlação de Spearman, tem como objetivo medir a intensidade da relação entre variáveis ordinais (Pestana & Gageiro, 2000). Este trata-se de um coeficiente de correlação multivariada que mede a associação entre as variáveis sem qualquer implicação de causa e efeito entre ambas (Maroco, 2007). Segundo Cohen & Holliday (1982), citados por Poeschl (2006), a força da relação pode ser dada pelos critérios: abaixo de 0.19 a correlação é muito baixa; de 0.20 a 0.30 é baixa; entre 0.40 e 0.69 é moderada; de 0.70 a 0.89 é elevada; e acima de 0.89 é muito elevada.

As hipóteses (H025, H026, H027, H028, H029, H030 e H031) relacionadas com as medidas de associação entre as seis dimensões do bem-estar psicológico, o bem-estar psicológico global e o rendimento escolar ao longo dos três períodos letivos, foram avaliadas pelo coeficiente de correlação multivariada dado pelo teste não-paramétrico coeficiente de correlação de Spearman.

Toda a análise estatística efetuada na presente investigação recorreu ao

software IBM® Statistical Package for the Social Sciences – SPSS®, versão 20.0

IV – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A apresentação dos resultados deve ser precisa, sucinta, transparente, devendo conter uma versão condensada dos dados obtidos na experiência, no sentido de possibilitar ao leitor uma visão rápida do que aconteceu (Carvalho, 2002). Optamos, tal como sugerido por Fortin (1999), por apresentar os resultados sob a forma de quadros, com o intuito de expor os mesmos clara e concisamente. Acrescemos aos quadros uma apresentação narrativa que tem por fim reforçar os principais elementos, factos e relações significativas encontradas. A ordem pela qual passamos a apresentar os resultados do nosso estudo segue a linha da definição das hipóteses realizada no capítulo da metodologia. Assim sendo começamos por apresentar as diferenças existentes ou não entre os adolescentes que frequentaram e que não frequentaram o programa de desenvolvimento das habilidades sociais ao longo do ano, no que refere às seis dimensões do bem-estar psicológico (autonomia, autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal e objetivos na vida) e ao bem-estar psicológico global ao longo dos seis momentos avaliados. No mesmo sentido consideram-se os resultados relativos às diferenças existentes ou não entre os adolescentes que frequentaram e que não frequentaram o programa de desenvolvimento das habilidades sociais ao longo do ano e o rendimento escolar nos três períodos letivos.

De seguida são apresentados os resultados relativos às diferenças entre os adolescentes do sexo masculino e feminino que frequentaram e que não frequentaram o programa de desenvolvimento das habilidades sociais ao longo do ano e o no que refere às seis dimensões do bem-estar psicológico (autonomia, autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal e objetivos na vida) e ao bem-estar psicológico global ao longo dos seis momentos avaliados. Da mesma forma consideram-se os resultados relativos às diferenças existentes ou não entre os adolescentes do sexo masculino e feminino que frequentaram e que não frequentaram o programa de desenvolvimento das habilidades sociais ao longo do ano e o rendimento escolar nos três períodos letivos.

Posteriormente apresentam-se os resultados relativos à tipologia da relação estabelecida entre as seis dimensões do bem-estar psicológico (autonomia, autoaceitação, relações positivas com os outros, domínio do meio, crescimento pessoal e objetivos na vida), ao bem-estar psicológico global ao longo dos seis momentos avaliados e o rendimento escolar nos três períodos letivos.

4.1. Diferenças entre adolescentes que frequentaram e não frequentaram o

Documentos relacionados