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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.3 TREINADOR DE RENDIMENTO

POTRAC, 2006).

2.3 TREINADOR DE RENDIMENTO

Através de uma abordagem construtivista, os treinadores, para Côté et al. (1995), devem ser entendidos a partir de uma visão holística, levando em consideração aspectos multidimensionais, tais como os fatores contextuais, formativos, características de personalidade, nível de maturidade do grupo em que trabalha e os objetivos a serem alcançados. O trabalho do treinador esportivo de rendimento está atrelado a sua efetividade, buscando sempre níveis cada vez mais elevados de desempenho, seja do seu atleta, seja da sua equipe. Uma característica comum a esses profissionais são treinadores de sucesso que criam ótimas condições de ensino, fazendo com que seus atletas não sintam inibição, frustração ou chateação e, consequentemente, maximizem seus níveis de concentração na tarefa, autoestima e envolvimento. O perfil de sucesso do treinador está relacionado com a habilidade que possui de entender as necessidades de seus atletas e desenvolver, na especificidade do seu esporte, os aspectos técnicos, táticos, físicos e psicológicos.

2.3.1 Legislação Brasileira

O contexto formal de aprendizagem dos treinadores esportivos no Brasil está atrelado à formação acadêmica de Bacharelado em Educação Física a partir da Resolução Nº 07/CNE/2004 do Ministério da Educação. Entretanto, para algumas modalidades as próprias confederações esportivas lhes concedem a partir de um curso de formação, a licença para atuar, como é o caso do Futebol com o Programa de Qualificação de Treinadores, para outras confederações, além da formação universitária, há ainda a exigência de cursos específicos, ministrados pela própria instituição, como é o caso do Voleibol, que apresenta uma Escola de Formação de Técnicos. O mesmo acontece com o Basquetebol e a Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol.

Na Ginástica, de forma específica, a formação acadêmica e o registro no Conselho Federal de Educação Física – CREF/CONFEF - são requisitos para que os treinadores participem de competições. A confederação, por sua vez, não oferece nenhum programa nacional de formação e capacitação de seus profissionais. No ano de 2012, o Comitê

Olímpico Brasileiro (COB) lançou uma Academia de Treinadores na qual somente a Ginástica Artística masculina fez parte, a Ginástica Rítmica ainda não foi contemplada. Porém, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) tem estruturado a Academia de Treinadores, já em desenvolvimento em diversos países com o objetivo de desenvolver uma base comum de conhecimentos para os treinadores de alto rendimento. 2.3.2 Treinadores de Ginástica Rítmica

A atividade de treinador de Ginástica Rítmica tem se tornado cada vez mais exigente e complexa, o que resulta em consequente necessidade de melhoria na qualidade e na robustez da sua formação, fator preponderante para uma melhor intervenção no esporte. As formações iniciais em Educação Física não têm preparado profissionais para lidarem com esse mundo de novas informações e conceitos nessa grande demanda mundial por qualidade técnica e tática específicas da Ginástica Rítmica. Baseado na percepção de pesquisadores como Belão, Machado e Mori (2009), as maiores preocupações, invocadas pelas novas demandas do campo de atuação dos profissionais de Educação Física, tangem ao processo de aquisição de saberes teórico-práticos relevantes para a formação profissional e à intervenção na prática esportiva, principalmente relacionada ao alto rendimento.

A respeito da dificuldade em encontrar treinadores esportivos, torna-se fácil quando estes já mantinham algum contato com a modalidade, como, por exemplo, ex-atletas que seguem carreira no treinamento esportivo. As pesquisas indicam que um treinador com experiência anterior como um atleta é uma forma significativa de aprender a ser treinador, pois essas experiências auxiliam sobre como aprender a subcultura do esporte, permitindo-lhes interagir com outras pessoas envolvidas no meio, como atletas, treinadores e pais (LEMYRE; TRUDEL; DURAND-BUSH, 2007; STEPHENSON; JOWETT, 2009).

Os profissionais de Ginástica Rítmica precisam de saberes relacionados não só ao esporte propriamente dito, mas de conhecimentos que compõe as bases, como por exemplo, de música, em relação ao ritmo; de dança, como o ballet clássico, jazz e contemporâneo; e de tendências do próprio teatro. Além disso, compreender a concepção e composição coreográfica, música e movimento, utilização dos aparelhos característicos do esporte (corda, arco, bola, maças e fita), código de pontuação, regulamentos esportivos e todo o processo de ensino- aprendizagem desde as categorias de base ao alto rendimento.

2.3.3 Academia de Treinadores FIG

A Academia de Treinadores Fig é um programa de educação para treinadores em todas as modalidades de ginástica gerenciadas pela instituição (Artística Feminina, Artística Masculina, Rítmica, Trampolim, Aeróbica e Acrobática) e tem como objetivo desenvolver a ginástica de alto rendimento a partir de uma base comum de conhecimentos que possibilite a aquisição de saberes técnicos e táticos dos esportes.

O Programa consiste em três níveis de educação. O nível 1 corresponde aos treinadores que não possuem nenhuma formação por meio de programas de treinadores específico no seu país, como é o caso do Brasil. Aqueles países que apresentam programa formais de educação de treinadores, estes podem iniciar pelo nível 2, já aqueles com programas universitários de graduação formal, especificamente para treinadores de ginástica ou treinadores, com resultados expressivos em competições de nível mundial, podem começar no nível 3.

O currículo da academia é diferenciado para cada nível, e inclui aulas teóricas direcionadas a atender necessidades específicas dos treinadores de ginástica. Além disso, aulas práticas com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a música na preparação artística, coreografia, preparação física, entre outros assuntos. O conteúdo de cada nível é cerca 1/3 de teoria e 2/3 aulas práticas e técnicas. Os cursos da Academia têm duração de sete dias, são conclídas, com um exame teórico e prático abrangente, e os candidatos que preenchem os pré-requisitos e alcançam os resultados nos exames são premiados com o Brevet Fig de Treinadores.

A FIG por sua vez, não certifica ou licencia os treinadores, pois esse papel é responsabilidade de cada federação, que adota critérios de acordo com a lei de cada país. No Brasil, o curso de Graduação em Educação Física é exigência para que os treinadores possam participar de eventos oficiais da confederação, o mesmo acontece para as federações estaduais.

2.4 MENTORIA

Mentoria é um processo centrado em uma relação entre o mentor e o mentorado, no qual um é mais experiente que outro e a troca de experiências influencia diretamente o desenvolvimento do mentorado

dando subsídios teóricos e práticos para a sua independência (BLOOM, 2013). A mentoria no esporte tem sido realizada tanto de maneira informal, como em formato de programas estruturados e o ponto alto dessa relação se dá pela interação, a partir de exemplos, observação e conversas no contexto prático de treinamento (MCQUADE; DAVIS; NASH, 2015).

E pode iniciar ainda enquanto atleta, onde o acompanhamento e desenvolvimento da carreira podem sugerir uma progressão para o nascimento de um futuro treinador. Ainda como treinador assistente ou já como treinador, e as aprendizagens e experiências envolvidas na aquisição de conhecimentos por via de mentoria, culminam em facilitar o processo de inserção na carreira, de detecção e solução de problemas práticos, nas aprendizagens sobre questões técnicas e táticas e também na compreensão da cultura esportiva e competitiva, transformando muitas vezes o processo de aprendizagem profissional em cooperativo (CUSHION; ARMOUR; JONES 2003).

A conscientização sobre as estratégias de aprendizagem no que concerne ao desenvolvimento pessoal e principalmente profissional, retratam o reconhecimento da validade e do impacto que a mentoria pode causar no desempenho e eficácia do treinamento. Ainda para McQuade, Davis e Nash (2015), a mentoria ocorre constantemente no ambiente do treinamento, dentro dos diferentes relacionamentos desenvolvidos nesse ambiente, como: treinador-mentor, treinador-atleta, treinador-assistente, treinador-treinador e muitos outros. Isso se dá pela natureza informal com que muitas vezes a orientação acontece.

Para Jones, Harris e Miles (2009), a mentoria é um processo fluido e dinâmico, em que o respeito e a paciência evoluem por meio das etapas conquistadas. Onde a confiança entre mentor e mentorado transforma-se em uma relação bem-sucedida para que o desenvolvimento profissional seja efetuado de maneira independente e o mentorado não se torne uma cópia do seu mentor.

3 MÉTODO