Origem: Este tipo de treinamento foi criado por James Perrine e Hislop no ano de 1976.
Seu país de origem foi o E.U.A.
Características Básicas: Qualquer esforço aplicado pelo atleta encontra resistência igual e
oposta, na máquina de musculação. Regula sua resistência, aceleração inexistente, velocidade de movimento constante, independente da tensão produzida nos músculos que contraem. Segundo alguns autores o método é de grande aceitação para o treino da força pois pelo maior tempo de duração do exercício.
Contração isocinética: “ é o tipo de contração onde a tensão muscular desenvolvida pelo músculo em ação, assim como seu encurtamento, é igual em todos os ângulos articulares da extensão do movimento (Tubino, 1985).
Vantagens:
- O trabalho no treinamento isocinético é realizado com esforço total, durante todo o desenvolvimento motor;
- Utilização na reabilitação; hipertrofia rápida e acentuada;
- A carga adaptada as diversas situações das alavancas fortifica a musculatura em todas as posições do movimento, de maneira uniforme, possibilitando um maior estímulo neuromuscular;
- Considerando-se que, em conseqüência do desenvolvimento uniforme de força não se processam picos de força, o tempo de aquecimento é abreviado e os sintomas de exaustão são evitados.
Desvantagens:
- Em todos os esportes em que uma aceleração motora com parâmetros variáveis do desenvolvimento da força é uma característica, o treinamento isocinético é pouco indicado;
- A utilização da eletroestimulação (geralmente na reabilitação) desativa os mecanismos fisiológicos e psicológicos da proteção da fadiga aumentando as possibilidades de lesão;
- Contém pequeno componente cardiopulmonar, necessitando de complementação de caráter aeróbio;
- Pode provocar diminuição do arco articular de alguns movimentos se não se trabalhar paralelamente com alongamentos e flexibilidade.
Controle da sobrecarga:
Pode ser feito de 2 maneiras:
- Aumento da quantidade (volume) das atividades em cada sessão; - Aumento da qualidade (intensidade) dos esforços;
Normalmente a sobrecarga será aplicada primeiro sobre o volume e após sobre a intensidade. Aumenta-se portanto inicialmente o número de repetições de cada exercício até que se alcance o limite superior previsto para a qualidade física que se está executando.
Fontes para pesquisa:
DANTAS, Estélio H. M. A Prática da Preparação Física. Rio de Janeiro: Shape, 1998; FOX, Edward & MATHEUS, Donald. Bases Fisiológicas de Educação Física e dos
Desportos. Rio de Janeiro: Interamericana, 1983;
RODRIGUES, C. E. & CARNVAL, P. E. Musculação Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1985;
TUBINO, Gomes. Metodologia científica do Treinamento Desportivo. São Paulo: Ebrasa, 1979;
WATSON, ª W. S. Aptidão Física e Desempenho Atlético: Guanabara, 1986; WEINECK, J. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991;
FLEXIBILIDADE
Definição
Qualidade física expressada pela maior amplitude possível de um movimento voluntário de uma articulação ou grupo de articulações (mobilidade – articular, elasticidade – muscular, alongamento – muscular).
É definida operacionalmente como amplitude máxima de movimento voluntário em uma ou mais articulações sem lesioná-las (Achour Júnior, 1998).
A flexibilidade representa o jogo articular de movimentos voluntários (Hollmann & Hettinger, 1983).
É certamente a qualidade física utilizada pelo maior número de desportos (Dantas,1986).
Mobilidade articular: Grau de movimentação permitido aos segmentos constituintes da articulação em função do tipo de articulação e da capacidade de estiramento dos ligamentos e cápsulas articulares.
Elasticidade muscular: Dos músculos cujos tendões cruzam a articulação considerada. A maior resistência não é oferecida pelas fibras musculares, mas sim pela fáscia muscular.
Volume muscular: Um excessivo volume muscular pode fisicamente impedir a complementação de um movimento.
Maleabilidade da pele: A capacidade de extensibilidade da pele é também um fator limitador da amplitude do movimento.
Contribuição das estruturas corporais na resistência à flexibilidade
ESTRUTURA RESIST. À FLEXIBILIDADE
Cápsula articular 47%
Músculo 41%
Tendão 10%
Pele 2%
(Dantas,1998).
Fatores endógenos influenciadores da flexibilidade
Idade: Em geral, quanto mais velha a pessoa, menor sua flexibilidade, "sendo a flexibilidade natural maior que a observada posteriormente" (Hollmann & Hettiger,1983).
Sexo: A mulher é em geral, mais flexível que o homem. A mulher por possuir tecidos menos densos é normalmente mais flexível que o homem.
Individualidade biológica: Pessoas do mesmo sexo e idade podem possuir graus de flexibilidade totalmente diversos entre si, mesmo mantidas estáveis todas as demais variáveis.
Somatotipo: A amplitude de movimento de flexão de pescoço, quadril e tronco é inversamente proporcional ao nível de endomorfia que a pessoa apresenta.
Estado de condicionamento físico: A elasticidade do tecido muscular e do tecido conjuntivo é reduzida pela inatividade. A pessoa bem condicionada fisicamente tem, portanto, mantida sua
flexibilidade. Se desejar aumentá-la, deverá realizar exercícios específicos para este fim.
Tonicidade muscular: O tônus muscular é o grau de firmeza dos tecidos musculares. O aumento do tônus poderá prejudicar a flexibilidade se as duas componentes não estiverem se modificando harmonicamente (componente ativo e componente passivo).
Concentração: Realizar exercícios de flexibilidade com concentração mental, "sentindo o movimento" em vez de simplesmente executá-lo, com uma respiração profunda e
compassada, se não está provado que melhora o grau de flexibilidade obtido, pelo menos não tem efeitos negativos (Dantas,1998).
Fatores exógenos influenciadores da flexibilidade
Hora do dia: A flexibilidade aumenta com o passar das horas do dia, atingindo seu máximo por volta da 13:00hs.
Temperatura ambiente: O frio reduz e o calor aumenta a elasticidade muscular com óbvios reflexos sobre a flexibilidade.
Exercício: A flexibilidade é poderosamente influenciada pelos exercícios que tanto provocam o seu aumento quanto sua redução.
- Exercícios leves visando aquecimento provocam aumento da flexibilidade; - Exercícios intensos causando fadiga provocam diminuição da flexibilidade.
Fadiga: A flexibilidade acusa uma dependência em relação ao grau de fadiga. A causa disto consiste, por um lado, numa maior sensibilidade dos fusos musculares e, por outro lado, na diminuição do ATP existente na musculatura (Dantas, 1998).
Importância da flexibilidade
- Aperfeiçoamento motor: Uma boa flexibilidade permite a realização de arcos articulares mais amplos, possibilitando a execução de movimentos e gestos desportivos que, de outra forma, seriam impossíveis.
- Eficiência mecânica: Os últimos 10% a 20% do arco articular são caracterizados por apresentarem uma maior resistência ao movimento devido ao fato de se estar chegando ao limite de distensibilidade dos músculos, ligamentos e com tecidos conjuntivos envolvidos.
- Profilaxia de lesões: Apesar das pessoas envolvidas com atividade física, via de regra, afirmarem que o aumento da flexibilidade reduz o risco de lesões músculo-articulares, isto ainda não foi confirmado experimentalmente (Dantas,1998).
Tipos de flexibilidade
Estático: move-se o grupo músculo articular lentamente, mantendo-se uma postura com tensão muscular.
Dinâmica: é expressa pela máxima amplitude de movimentos obtida pelos músculos motores.
Balística: normalmente observado quando o praticante recebe o impacto de uma força externa sobre um segmento corporal relaxado.
Controlada: existente nos movimentos de grande amplitude em que há necessidade de sustentação de segmento (Dantas,1998).
Métodos de flexibilidade
Alongamento Passivo: é feito com a ajuda de forças externas (aparelhos, companheiros),
estando o praticante passivo, isto é, com descontração muscular. Vantagens do alongamento Passivo:
- Permite ajustar o membro corporal numa postura ótima para desenvolver a flexibilidade, particularmente em amplitudes extremas de movimentos.
Desvantagens do Alongamento Passivo:
- O executante depende de um companheiro que saiba as técnicas dos exercícios de alongamento;
- Precisa além disso confiar no profissional para relaxar-se antes e durante o alongamento.
Alongamento Ativo: é determinado pelo maior alcance do movimento voluntário, utilizando-se a força dos músculos agonistas e do relaxamento dos músculos antagonistas.
Vantagens do Alongamento Ativo:
- É benéfico para o aporte sangüíneo na região exercitada;
- É importante nas modalidades desportivas pois reflete a técnica de algumas habilidades atléticas;
- É importante para a independência do movimento em idosos;
- É importante no ambiente escolar pelas possibilidades de movimentação; - Contribui para o aquecimento específico no desempenho atlético.
Desvantagens do Alongamento Ativo:
- Possibilidades de lesões se houver negligência na realização dos movimentos.
Alongamento Balístico: O movimento balístico é um movimento composto. A primeira fase é um movimento de força contínua em que se usa um movimento acelerado pela contração concêntrica dos agonistas, sem o impedimento de contração de antagonistas. A segunda fase é um movimento de posição de inércia, sem contração muscular. Na amplitude final do movimento desacelera-se deixando a resistência por conta dos ligamentos e músculos alongados, fornecendo resposta elástica.
Vantagens do Alongamento Balístico:
- Antes de modalidades desportivas de força máxima, os movimentos balísticos podem ser importantes se não ultrapassar o limite fisiológico da extensão muscular;
- Ativa o reflexo miotático e talvez possa ser útil para as pessoas com hiperflexibilidade. Desvantagens do Alongamento Balístico:
Ativa o reflexo miotático e é, segundo se comenta, o método mais desvantajoso para desenvolver a flexibilidade.
Facilitação Muscular Neuro-Proprioceptivo: combinam-se contração e relaxamento alternadamente dos músculos agonistas e antagonistas. A técnica impede a contração dos músculos alongados pela inibição dos fusos e pela ativação do órgão tendinoso de Golgi. O método por facilitação neuro-proprioceptiva pode ser feito em vários grupos musculares, necessitando-se em geral de um companheiro.
Vantagens do método de facilitação neuro-proprioceptiva:
- Combina-se força com flexibilidade para o mesmo ângulo do grupo muscular exercido.
Desvantagem do método de facilitação neuro-proprioceptiva:
- Enquanto não se conseguir recuperação completa de uma lesão deve-se evitar o método FNP;
- Dificuldade do companheiro observar as compensações do movimento. Regras básicas para o treinamento de flexibilidade
- Realizar exercícios de forma lenta e gradativa até o ponto de desconforto; - Incluir exercícios pelo método FNP;
- Incluir exercício de alongamento em toda sessão de exercício físico; - Evitar exercícios de movimentos bruscos de mobilidade articular máxima; - Combinar sempre que possível, as formas ativas e passivas de exercícios; - Incluir as principais articulações e os seus respectivos movimentos; - Habituar-se a incluir alongamentos em sua rotina de atividades diárias;
- Evitar desenvolver graus extremamente elevados de mobilidade articular; (Monteiro, 1998).
Alguns erros no programa de flexibilidade - Excesso de treinamento;
- Falta de controle nas tensões de alongamento; - Técnica indevida nas sessões de alongamento;
- Carência de exercícios de alongamento compensatórios após os exercícios físicos; - Excesso de força e insuficiência de flexibilidade, ou fraqueza com muita flexibilidade; - Excesso de exercícios de alongamento em músculos fracos,
- Excesso de exercícios de força isoladamente em grupos musculares com encurtamento;
- Dispensa de aquecimento antes do treinamento e retorno ao treinamento antes de uma cura total de uma lesão (Achour Junior,1998).
Comparação entre a região anatômica em que a flexibilidade se manifesta nos desportos e sua classificação segundo a abrangência.
Desporto Membros superiores e cintura escapular Membros inferiores e cintura escapular Coluna
vertebral Flexibilidade geral
Atletismo- Velocidade --- IP --- IP Atletismo Barreiras --- IM IP --- Atletismo – Saltos --- IM IP IP Atletismo Arremessos --- --- IP --- Ciclismo --- IP IP IP Esgrima S --- S --- Ginástica Artística --- --- --- IM Tênis de Quadra --- IP IP --- Futebol --- --- --- S Voleibol --- --- --- IP Basquetebol --- --- --- S Natação IM --- S --- Pólo Aquático IP --- --- --- Remo --- --- IP --- Saltos Ornamentais --- --- --- IM
IM: imprescindível; IP: importante; S: secundária (Dantas,1999)
Fontes para pesquisa:
ALTER, Michael J. Ciência da Flexibilidade. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. DANTAS, Estélio H. M. A Prática da Preparação Física. Rio de Janeiro: Shape, 1998. DANTAS, Estélio H. M. Flexibilidade, alongamento e Flexionamento. Rio de Janeiro:
Shape, 1998.
JUNIOR, Abdallah Achour. Flexibilidade Teoria e Prática. Paraná: atividade Física e saúde, 1998.
JUNIOR, Abdallah Achour. Bases para exercícios de alongamento, relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Paraná: Midiograf, 1998.
TEORIA E METODOLOGIA DO CONDICIONAMENTO FÍSICO