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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES DA ETAPA 2

5.1 TURBIDEZ

Durante a ocorrência dos eventos de precipitação, a intensidade da mesma aumentou ou diminuiu em intervalos pequenos e dessa forma a curva de decaimento de turbidez não ficou constante, ocorrendo variações nos valores de resultados das análises das águas escoadas das coberturas e coletadas nos galões de armazenamento provisório, como demonstrado nos Quadros B1 a B15 do Apêndice B.

Como eram esperados, os maiores valores de turbidez encontrados nos resultados ocorreram quando as coletas foram efetuadas em dias de chuva precedidas por um período seco. Esses valores foram elevados nos primeiros 25 L de água coletada e continuaram elevados durante todo o volume coletado nos seis galões de armazenamento provisório não atendendo ao estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007), que é de no máximo 5uT. A seguir serão apresentados os resultados considerando cada tipo de cobertura estudada.

a) Análise de turbidez na cobertura em telhas metálicas – CTM Análise dos seis galões de armazenamento provisório

Os resultados da turbidez obtidos para a CTM apresentaram-se maiores desde o primeiro ao último galão de armazenamento provisório de acordo com o gráfico da Figura 58. As telhas propiciaram um escoamento mais rápido com uma maior vazão da água desde o início da precipitação ocorrida. Resultados semelhantes foram encontrados por Yaziz et al. (1989) em seu experimento, onde as telhas eram constituídas de material mais liso e também sem sobreposições, facilitando assim a limpeza da cobertura com maior rapidez.

Observa-se nas coletas 1 e 3, realizadas após períodos de estiagem maior, 8 e 12 dias, que os valores de turbidez permaneceram em apenas 16% das amostras abaixo do valor estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007), no galão 6 da coleta 3. Na coleta 2 que ocorreu após um dia seco, os valores de turbidez para o galão de armazenamento M5 e M6, estiveram abaixo dos padrões estabelecidos.

A coleta 4 ocorreu após um dia chuvoso tendo os resultados das análises para turbidez se apresentado abaixo do estabelecido pela NBR 15.527, a partir do galão de armazenamento provisório M3.

A coleta 5 ocorreu após cinco dias de estiagem, e os resultados das análises das águas coletadas nos galões de armazenamento provisório M1 a M6, ficaram acima do estabelecido pela NBR 15.527.

As coletas 6, 7 e 8 ocorreram após períodos chuvosos. Os resultados obtidos para a turbidez estiveram 66% abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) em todos os seis galões de armazenamento provisório.

Os resultados de análise para as amostras da coleta 9, que aconteceu após um período de estiagem de seis dias, se apresentaram elevados apenas a partir do galão M4, correspondente a 50% dos resultados foi atingido o padrão estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

A coleta 10 apresentou resultados de turbidez mais baixos atendendo à Norma em 33% dos resultados das amostras coletadas, correspondentes aos galões M5 e M6.

Ainda de acordo com o gráfico da Figura 58, as análises das amostras coletadas dos seis galões de armazenamento provisório ficaram acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) para a coleta 1 ocorrida após 8 dias de estiagem, tendo seu valor elevado para a coleta 3 ocorrida após um período de estiagem de 12 dias e para a coleta 5 ocorrida após um período de estiagem de cinco dias.

Nas coletas precedidas por dias chuvosos os valores dos resultados baixaram estando as coletas 4, 6 e 7 com valores de turbidez a partir do galão de armazenamento

provisório M2 equivalente ao volume de 50 L, abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

b) Análise de turbidez na cobertura em telhas de cimento amianto - CTCA Análise dos seis galões de armazenamento provisório

Nos resultados obtidos da cobertura CTCA, observa-se que de acordo com o gráfico da Figura 58, os maiores valores de turbidez foram nos dias de coleta onde ocorreram precipitações precedidas de dias secos. Porém os valores foram mais baixos comparados com aqueles obtidos na CTM e também com menores diferenças entre os resultados dos seis galões de armazenamento provisório. Yaziz et al. (1989) apresentou valores de turbidez decrescentes entre 22 NTU e 10 NTU da coleta do primeiro ao quinto recipiente em seu experimento na Malásia, para os telhados de concreto.

Nas coletas 1, 2 e 3, que ocorreram após um período de estiagem, todas as amostras apresentaram turbidez acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

A coleta 4 ocorreu após um dia chuvoso tendo os resultados das análises para turbidez se apresentado abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007), nos galões de armazenamento provisório C4 e C5. Houve novamente um aumento do valor no galão C6, com uma pequena elevação do valor estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

A coleta 5 ocorreu após cinco dias de estiagem, e os resultados das análises das águas coletadas nos seis galões de armazenamento provisório ficaram acima do estabelecido pela Norma. As coletas 6, 7 e 8 ocorreram após períodos chuvosos. Os resultados obtidos para a turbidez estiveram 89% abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) em todos os seis galões de armazenamento provisório. Os resultados de análise para as amostras da coleta 9 que aconteceu após um período de estiagem de seis dias, se apresentaram elevados com apenas 33% dos resultados atendendo à NBR 15.527 (ABNT, 2007), correspondentes aos galões C5 e C6.

A coleta 10 apresentou valores de resultados das análises mais baixos estando com valor acima do estabelecido pela Norma apenas na coleta do galão de armazenamento provisório C1.

Ainda de acordo com o gráfico da Figura 58, as análises das amostras coletadas dos seis galões de armazenamento provisório ficaram acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) para a coleta 1, 2, 3 e 5, que ocorreram após períodos de estiagem.

Nas coletas precedidas por dias chuvosos os valores dos resultados baixaram estando as coletas 4, com valores de turbidez a partir do galão de armazenamento provisório C4, coleta 6 a partir do galão C2, coleta 7 com todos os galões e a coleta 8, a partir do galão

C2 com valores abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007). Novamente nas coletas 9 e 10 após períodos de estiagem de seis e treze dias, os valores voltaram a se elevar, porém na coleta 9 a partir do galão C5 e na coleta 10 a partir do galão C10 os valores se encontraram abaixo do estabelecido pela Norma.

c) Análise da turbidez na cobertura em telhas de barro – CTB Análise dos seis galões de armazenamento provisório

Os resultados obtidos para a CTB apresentaram uma curva de decaimento mais acentuada entre os galões de armazenamento provisório, de acordo com o gráfico da Figura 58, assim como entre as coletas efetuadas.

Observa-se que, os maiores valores de turbidez aconteceram em dias de coleta onde ocorreram precipitações com baixa intensidade ou precedida de dias secos. Porém os valores foram mais baixos e também com menores diferenças entres os resultados dos seis galões de armazenamento provisório, se comparados aos outros tipos de telhados. Tordo (2004) apresentou valor máximo e mínimo respectivamente de 15,0 uT e 1,12 uT para as águas descartadas do telhado cerâmico, em Blumenau, SC, independente se a coleta foi precedida de dias secos ou chuvosos.

Nas coletas 1, 2 e 3 que ocorreram após períodos de estiagem, os valores de turbidez ficaram 100% acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

A coleta 4 ocorreu após um dia chuvoso e os valores de turbidez baixaram ficando ainda acima dos padrões estabelecidos pela NBR 15.527 (ABNT, 2007), em 67% das amostras correspondentes aos galões B1 e B2.

A coleta 5 ocorreu após cinco dias de estiagem e os valores de turbidez aumentaram ficando acima do mínimo estabelecido pela Norma em 100% das coletas. As coletas 6, 7 e 8 ocorreram após períodos chuvosos.

Os valores dos resultados obtidos para turbidez ficaram 5% acima do estabelecido pela legislação nas coletas 6 e 7 e na coleta 8 os valores voltaram a aumentar estando com 100% dos resultados acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007). A coleta 9 ocorreu após um período de estiagem e os valores dos resultados das análises aumentaram ficando 66% acima do estabelecido pela Norma.

A coleta 10 apresentou valores de resultados das análises mais baixos estando com valor acima do estabelecido pela Norma na coleta dos galões de armazenamento provisório B1 e B2.

0 20 40 60 80 100 120 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tu rb id ez (u T) N° da coleta TELHAS METÁLICAS M1 M2 M3 M4 M5 M6 NBR 15.527/07 0 10 20 30 40 50 60 70 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tu rb id ez (u T) N° da coleta

TELHAS DE CIMENTO AMIANTO

C1 C2 C3 C4 C5 C6 NBR 15.527/07 0 10 20 30 40 50 60 70 80 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tu rb id ez ( u T) N° da coleta TELHAS DE BARRO B1 B2 B3 B4 B5 B6 NBR 15.527/07 LEGENDA AUXILIAR N° da coleta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias de estiagem anteriores 8 1 12 0 5 0 0 0 6 13

N Coletas precedidas por dias de estiagem

De acordo com o gráfico da Figura 58, as análises das amostras coletadas dos seis galões de armazenamento provisório ficaram acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) para a coleta 1, 2, e 3, que ocorreram após períodos de estiagem.

Na coleta 5 e 9 a partir do galão B5 os valores de turbidez se encontraram dentro do estabelecido pela Norma. Na coleta 10 este valor só ficou abaixo do estabelecido, após o galão B3.

Nas coletas precedidas por dias chuvosos os valores dos resultados baixaram estando as coletas 4, com valores de turbidez a partir do galão de armazenamento provisório B4, coleta 7 com todos os galões e a coleta 8, a partir do galão C2 com valores abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

Nas coletas 9 e 10 após períodos de estiagem de seis e treze dias, os valores voltaram a se elevar, porém na coleta 9 a partir do galão B5 e na coleta 10 a partir do galão B3 os valores se encontraram abaixo do estabelecido pela Norma, estando ainda a coleta 9 somente com os valores de turbidez do galão B5, acima do estabelecido.

Análise do galão de armazenamento provisório 6 e da bombona de armazenamento da CTM

Os resultados das análises das amostras do galão de armazenamento provisório M6 se apresentaram acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007), em 40% dos eventos ocorridos ao longo do experimento.

Vaccari et al. (2005) encontrou resultados médios de 12,3 uT para a água coletada em cobertura de telhas metálicas e recomenda que o descarte seja feito por tempo, descartando as águas dos primeiros quinze minutos de chuva.

Os resultados de turbidez para a água coletada nos pontos RM1 e RM2 da bombona de armazenamento se apresentaram abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) exceto pelo ponto RM1 da coleta 10, de acordo com o gráfico da Figura 59, indicando que a água armazenada tem qualidade, em relação à turbidez, para utilização não potável.

Não houve análise de amostras dos pontos RM1 e RM2 para a coleta 1, devido a bombona de armazenamento não estar com volume de água suficiente para a coleta.

Análise do galão de armazenamento provisório 6 e da bombona de armazenamento da CTCA

Os resultados das análises das amostras para o galão C6 estiveram acima do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) em 50% dos eventos ocorridos e os resultados

das análises das águas coletadas nos pontos RC1 e RC2 na bombona de armazenamento 100% abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007), de acordo com o gráfico da Figura 59, indicando que a água tem qualidade, em relação à turbidez, para utilização não potável.

Não houve análise de amostras dos pontos RC1 e RC2 para a coleta 1, devido a bombona de armazenamento não estar com volume de água suficiente para a coleta e para as coletas 8, 9 e 10 a água captada foi utilizada para outro experimento, uma vez que visualmente já atendia às condições ideais para esse parâmetro.

Análise do galão de armazenamento provisório 6 e da bombona de armazenamento da CTB

Os valores de turbidez obtidos nas amostras do galão B6 estiveram abaixo do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) em 50% dos eventos ocorridos.

No entanto, as águas coletadas nos pontos RB1 e RB2 na bombona de armazenamento apresentam índices de turbidez abaixo do estabelecido pela Norma em 100% das amostras de acordo com o gráfico da Figura 59, indicando que a água tem qualidade, em relação à turbidez, para utilização não potável, para as magnitudes e espaçamento dos eventos ocorridos durante o período do experimento, observados o volume de descarte que corresponde à 150L.

Não houve análise de amostras dos pontos RB1 e RB2 para a coleta 1, devido a bombona de armazenamento não estar com volume de água suficiente para a coleta.

Com relação à turbidez, todos os valores de resultados das análises das amostras coletadas nas bombonas de armazenamento dos três diferentes sistemas de captação apresentaram-se dentro do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007).

A filtração se mostrou eficiente em relação à redução da turbidez após o descarte de 150 L de água, tendo ainda como fator favorável ao resultado obtido, a sedimentação de sólidos ocorrida nas bombonas durante o tempo da armazenagem, mesmo com a água em constante utilização, semelhante ao encontrado em Martinson (2005).

Observou-se também que os valores estiveram dentro do estabelecido pela NBR 15.527 (ABNT, 2007) nos últimos eventos tendo as coletas sido efetuadas após um longo período chuvoso, que proporcionou uma lavagem prévia dos poluentes acumulados nos telhados.

0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tu rb id ez (u T) N° da Coleta TELHAS METÁLICAS M6 RM1 RM2 NBR 15.527/07 0 5 10 15 20 25 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tu rb id ez ( uT ) N° da Coleta

TELHAS EM CIMENTO AMIANTO

C6 RC1 RC6 NBR 15.527/07 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tu rb id ez (u T) N° da Coleta TELHAS DE BARRO B6 RB1 RB6 NBR 15.527/07 LEGENDA AUXILIAR N° da coleta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Dias de estiagem anteriores 8 1 12 0 5 0 0 0 6 13

N Coletas precedidas por dias de estiagem

Figura 59 – Turbidez presente nas amostras do galão 6 e pontos R1 e R2 da bombona de armazenamento dos três tipos de cobertura

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