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Francisco Azinhais Santos

10,4Tx Desemprego Jovem

Tx. Analfabetismo Tx. de Desemprego

Pop. Com 3º Ciclo

Pop.com Ens. Secundário Abandono pós 9º ano Pop. Com 15 ou mais anos

sem qualquer nível

12,5

Os indicadores mais concretos relativos à Madeira, sempre reportados ao Censos de 2011, revelam a existência de 18.672 desempregados (p. 237), entre os cidadãos com 15 ou mais anos e os 64 anos de idade, e de 11.649 Pessoas (p. 194) ou seja, 62,4% daquele número, sem qualquer tipo de escolaridade nos mesmos escalões etários, com a grande maioria a situar-se acima dos 35 anos.

Noutro plano, constata-se ainda que no intervalo etário 15-64 (em que o tema da empregabilidade é mais candente) 24,4% dos Cidadãos só tem o 1º Ciclo (44.483) e 17,2 % (31.639) o 2º Ciclo (ibid.), o que significa, no limite, um mercado potencial, só para a concretização do objetivo de escolarização obrigatória dos 9 anos, de 87.771 Pessoas, processo este que pode / deve, naturalmente, ser implementado, com recurso aos ativos disponíveis, garantindo-se também a melhoria ou reconversão das qualificações profissionais ou outras entretanto obtidas, dos próprios e de outros.

Efectuado o mesmo exercício para os restantes âmbitos contemplados na legislação que configura o sistema educativo, falemos de planos mais formais ou informais, apercebemo-nos que o potencial de alunos para as diversas funções que a escola pode desempenhar, alunos esses que vemos como “públicos” diferenciados a que há que dar

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resposta, é largamente superior à redução induzida pelo decréscimo da natalidade, e considerados só os indicadores referidos nos parágrafos anteriores.

Conclusão ou indicadores de soluções alternativa

Percebido o quadro geral, quer jurídico, quer demográfico, e as realidades habilitacionais e de emprego dos Madeirenses, parece ser possível, qual resposta à questão maior formulada, encontrar, portanto, cenários alternativos à solução aventada de encerramento de escolas.

Efetivamente, parece ser evidente que a diminuição do fluxo tradicional de alimentação do sistema pode (e deve mesmo) constituir-se como “janela de oportunidade” para que a escola ultrapasse a lógica instituída, e se abra às perspectivas mais abrangentes que as recomendações Europeias advogam e que a legislação, nacional e regional, consagra como necessárias e desejáveis para o sistema exercer, abrindo-se a outros públicos e a outras funções, assim permitindo a corporização dos múltiplos objectivos fixados e tão mais candentes quanto os novos desafios que os contextos global, europeu, nacional e regional colocam a todos os cidadãos, em todos os momentos das suas vidas.

Neste contexto, cremos ser possível, numa lógica integrada entre os departamentos do Governo Autónomo da Madeira que têm a tutela da Educação e da Formação Profissional e da Inclusão e do Emprego, o estabelecimento de objetivos específicos e concretos, com base na legislação diversa já explicitada, nos indicadores citados supra no capítulo anterior (de que se realça o mercado potencial de 87.771 Pessoas) e com o recurso, em termos operativos, aos pressupostos e procedimentos estabelecidos na Portaria 139/98 da S.R.E. (nomeadamente no que à audição de outros interessados e à implementação dos projetos concerne) desenvolver um conjunto de ações dirigidas, e sumarizamos,

i) à alfabetização;

ii) à obtenção de níveis de escolaridade básica superior aos existentes;

iii) à melhoria e reconversão profissional, por via de cursos específicos para os sectores que configurem maiores necessidades laborais, preferencialmente em conjunto com associações empresariais e seus associados,

bem ainda e não menos importante, como referenciado em Educar e Aprender – Rumo à

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iv) ao desenvolvimento de todo o potencial de cada indivíduo, por forma a permitir-lhe ter uma base cultural sólida e vasta, literária e filosófica, científica, técnica e prática

assim permitindo corporizar-se também a ideia, estabelecida pelo programa Horizon 2020 – Desafio Social para a União Europeia e todos os seus Estados-membro, da construção de uma sociedade mais inclusiva, mais inovadora e mais reflexiva.

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COMO PROMOVER COMPETÊNCIAS DE LEITURA E