As decisões podem ser tom adas dentro de três condições ou situações:
■ incerteza: nas situações de incerteza, o tom ador de decisão tem pouco ou nenhum conhecim ento ou inform ação em que possa basear-se para atribuir probabilidade a cada estado da natureza ou a cada evento futuro. Nem sem pre é possível estim ar o grau de probabilidade de que o evento venha a ocorrer;
Chiavenato_Book.indb 86
24.04.07 10:54:19
24.04.07 10:54:19
O QUE FAZER? POR ONDE COMEÇAR? 87
■ risco: nas situações de risco, o tom ador de decisão tem inform ação sufi ciente para predizer os diferentes estados da natureza. Mas a qualidade dessa inform ação e a sua interpretação pelas diversas pessoas podem variar am plam ente e cada um a delas pode atribuir diferentes probabilidades, conform e sua crença ou intuição, experiência anterior, opinião etc.;
■ certeza: nas situações de certeza, o tom ador de decisões tem com pleto conhecim ento das conseqüências ou dos resultados das várias alternativas de cursos de ação para resolver o problem a. É a decisão m ais fácil de tom ar, pois cada alternativa pode ser associada com os resultados que produzir. Todavia, essa é um a situação excepcional, que foge à regra.
O risco do negócio é sem pre um a possibilidade de perda. Existem dois tipos de risco:
■ risco econômico: inerente ao negócio da em presa. É a incerteza ou a variabilidade relativa dos resultados da em presa que depende do ram o de atividade, do tipo de operação, do tipo de serviço ou produto (sej a ele um bem de consum o sej a de produção, durável ou perecível) e das características da dem anda do m ercado (venda sazonal, cíclica ou va-riável). Com o esses fatores são determ inados pelo ram o de atividade escolhido, na realidade, o risco econôm ico é conseqüência da estrutura dos ativos da em presa e das atividades por ela desenvolvidas;
■ risco fi nanceiro: é aquele que ocorre quando não se obtém a rem uneração do investim ento. Está relacionado com a rem uneração do capital de terceiros e corresponde à variabilidade dos retornos para o acionista ordinário. Na verdade, o risco fi nanceiro é conseqüência da estrutura das fontes de recursos da em presa
(dos passivos, exigíveis ou não), principalm ente em term os de endividam ento relativo. O risco fi nanceiro está ligado à proporção de em prego de recursos que exigem rem uneração fi xa e prioritária à rem uneração dos proprietários ou acionistas.
Quando o risco econôm ico é elevado, deve-se procurar reduzir o risco fi nanceiro, evitando alto endividam ento e baixando a proporção de capital de terceiros. O Gráfi co 4.2, a seguir, m ostra duas em presas — a em presa A e a em presa B —, am bas do m esm o ram o de atividade (e, portanto, correndo o m esm o risco econôm ico), m as com riscos fi nanceiros diferentes (diferentes rem unerações do capital de terceiros).
Chiavenato_Book.indb 87 Chiavenato_Book.indb 87 24.04.07 10:54:20 24.04.07 10:54:20 88 PROVIDÊNCIAS INICIAIS A e B Atividades da em presa Valores (em R$) A
Rem uneracão do capital de terceiros B Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Tem po (em m eses)
Gráfi co 4.2 Duas em presas com igual risco econôm ico e diferentes riscos fi nanceiros.
A em presa A corre m aior risco fi nanceiro que a em presa B, porque B tem m enores encargos de rem uneração do capital de terceiros, que sem pre estão cobertos pelos resultados das atividades da em presa. Nota-se que a em presa A tem duas ocasiões em que precisa obter recursos externos para rem unerar o capital de terceiros, porque os resultados de suas atividades não são sufi cientes para cobrir os encargos naquelas ocasiões.
Já no Gráfi co 4.3 a seguir, com param os duas em presas — a em presa A e a B — de diferentes ram os de atividade (e, portanto, com diferentes riscos econôm icos), m as com igual rem uneração do capital de terceiros (ou sej a, com igual risco fi nanceiro).
Em bora com risco fi nanceiro do m esm o nível, a em presa A corre m enor risco econôm ico, pois os resultados de sua atividade estão abaixo dos encargos de rem uneração do capital de terceiros.
O desafi o é buscar um a conciliação entre o risco e o retorno fi nanceiro de um a em presa. O retorno (ou rentabilidade) é m edido pelas receitas m enos os custos incorridos. O risco é m edido pela probabilidade de a em presa tornar-se insolvente, isto é, tornar-se incapaz de pagar suas contas e dívidas nos vencim entos. O risco é sem pre um a possibilidade de perda.
Chiavenato_Book.indb 88
Chiavenato_Book.indb 88
24.04.07 10:54:20
24.04.07 10:54:20
Atividades da em presa Valores (em R$) A Rem uneracão do capital de terceiros B Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set.
Out.
Nov. Dez.
Tem po
(em m eses)
Gráfi co 4.3 Duas em presas com igual risco fi nanceiro e diferentes riscos econôm icos.
O retorno fi nanceiro de um a em presa é o lucro. O lucro é sem pre um a possibilidade de ganho. Aum entar o lucro e dim inuir os custos são as duas grandes preocupações do em preendedor.
O lucro pode ser aum entado de várias m aneiras:
■ com um volum e m aior de receitas;
■ com redução dos custos;
■ com investim ento em ativos m ais rentáveis, que produzam m aiores receitas.
Os custos podem ser reduzidos de duas m aneiras:
■ pagando-se m enos pelos itens ou serviços utilizados;
■ adm inistrando-se os recursos com m aior efi ciência.
Ao lado dos riscos, devem os tam bém ponderar as potencialidades do ne- gócio. O potencial do negócio representa o grau em que o negócio pode dar certo e, conseqüentem ente, crescer, prosperar e expandir-se, tornar-se realidade no
curto, m édio ou longo prazo. Chiavenato_Book.indb 89 Chiavenato_Book.indb 89 24.04.07 10:54:21 24.04.07 10:54:21 90 PROVIDÊNCIAS INICIAIS
Quadro 4.4 Os riscos e potencialidades de um negócio Riscos
Potencialidades
• Am eaças relacionadas com a concorrência
• Oportunidades do m ercado
• Desvantagens em relação aos concorrentes
• Vantagens quanto aos concorrentes
• Dificuldades de fornecim ento e abastecim ento
• Facilidades de fornecim ento
• Retração do m ercado consum idor
• Perfil inadequado do produto/serviço
• Perfil excelente do produto/serviço
Levando todos esses fatores em consideração, se você estim ar que o ne-gócio alm ej ado tem condições de seguir adiante, então, vá em frente. E boa sorte.