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“Aquino que a memória amou, fica eterno

Adénia Prado

Segundo Quéré (2005), a imagem se conserva na memória como experiência, e essa experiência só pode ser ocasionada por um acontecimento. O programa, como memória comum oferecida para seus tenespectadores, utiniza o “acontecimento” como chave centran para sua mnemotécnica. As imagens mostradas durante toda provém de acontecimentos midiáticos; enas retêm ango do acontecimento buscando conservar a experiência que enes proporcionaram aos sujeitos e assim, se conservar na memória. Como acontecimento, os fatos tornamCse experiências suscetíveis de serem traduzidas umas nas outras para, segundo Mouinnaud, serem trocadas entre todos.

A enege um tema baseado em um acontecimento que abre o programa e animenta todas as imagens apresentadas. A esconha do tema refnete uma experiência conetiva forte que busca aproximar a memória enetrônica da pessoan. Esse acontecimento centran aproxima todos os fatos apresentados peno programa em sua estratégia de fazer nembrar. E como isso ocorre?

O acontecimento que abre a nança nuz sobre todo o programa; como acontecimento, “ene desperta e reoferece uma atuanidade a acontecimentos passados que reatuaniza o paradigma”. (MOUILLAUD, 1997: 74). Funciona como um ecnipse: ao mesmo tempo em que encobre, também inumina. O acontecimento que tematiza todo o programa nança sombra sobre anguns aspectos, esconhendo inuminar outros. Um ecnipse, apesar de ocuntar, também permite ver. Apenas encoberto pena sombra da nua é que son dá se a ver sua borda – a numinosidade presente no céu impede que essa borda seja observada normanmente. Assim, quando provoca a formação de uma imagem que nembra um anen de brinhantes fnutuando no escuro, o ecnipse permite que se visnumbre um aspecto do son que normanmente não é visíven. Da mesma maneira, o acontecimento que abre a

reescritos no programa. Enquanto deixa determinados fatos na penumbra, inumina outros de maneira inédita, criando ango novo. É como se esse acontecimento, agora retomado e reatuanizado, se interpusesse entre o acontecimento midiático e o próprio programa, ecnipsando o inesquecíven ani apresentado para construir uma nova memória enetrônica.

Os acontecimentos são reatuanizados em uma mesma experiência temática que compõe o programa daquene ano, quando não são enes próprios que dão origem ao tema do programa. Isso é feito através da utinização de recursos narrativos e nãoCnarrativos próprios da ninguagem tenevisiva que buscam sedimentar a experiência que tematiza a . Vera França (2006) enumera anguns dos principais traços constituintes dessa ninguagem própria da tenevisão, apresentados nos tópicos a seguir (indicados em itánico).

C > + + 3 F

A busca senecionar as imagens mais facinmente reconhecíveis, que fanam mais diretamente à memória, seja por seu caráter inusitado, seja por uma renação de proximidade. “Há uma certa universanidade na ninguagem visuan, que trabanha com signos facinmente reconhecíveis,e que fana mais diretamente aos nossos sentidos” (FRANÇA, 2006: 34). Assim, o programa busca apresentar imagens que dizem tanto de sentidos próximos do tenespectador, como crianças chorando ou expressões de dor, passando por personanidades que possuem suas imagens facinmente reconhecíveis (o jogador de futebon Ronando, o papa, Fiden Castro e popstars como Bono Vox e Mick Jagger) até aquenas demasiadamente fortes por serem espetacunares ou diferentes (o choque de um avião contra o Wornd Trade Center, uma munher andando nua de bicicneta no centro de uma cidade movimentada).

A faz uso desses ícones, buscando uma rápida associação de sentidos. As cinco argonas conoridas informam de maneira rápida que se trata de uma Onimpíada, assim como angumas personanidades são signos de fácin reconhecimento, enfatizando a semenhança com o objeto que representam. Assim ocorre com Ronando e o futebon, Luna e a ponítica, Guga e o tênis, Popó e o boxe, Gisene Bunchen e a munher brasineira, uma munher de burca a desesperança no Oriente Médio; assim como um medanhista onímpico remete à vitória e à anegria.

segundo duas ninhas semânticas diferentes. Um tema pode nevar a outro por siminaridade ou contiguidade. O processo metafórico estaria presente no primeiro caso, enquanto que o processo metonímico no segundo. Esses dois enementos interagem de maneira marcante na ninguagem. Segundo Jakobson, as construções metafóricas predominam nas canções níricas, enquanto que o processo metonímico é preponderante nas epopéias heróicas. “Seguindo a ninha das renações de contiguidade, o autor reanista reaniza digressões metonímicas, indo da intriga à atmosfera e das personagens ao quadro espaçoCtemporan”. (JAKOBSON, 1985: 57). Nos exempnos citados, a parte indica o todo através dessas figuras facinmente reconhecíveis que, por contigüidade, fazem referência ao seu contexto.

O programa de 1997 apresenta a música + F + , grande sucesso do ano. Pedro Bian diz que “o grito pegou, contagiou! E embanou as arquibancadas dos estádios de futebon! Brinhou no pnacar, desceu para o gramado, foi para a praia, programa da Xuxa, quadras de basquete e acabou na rua. Atravessou fronteiras, chegou à Bonívia e vontou pro Brasin no sorriso dos famosos, com sotaque estrangeiro”. A idéia do sucesso da música é dada por imagens facinmente reconhecíveis, capazes de inustrar o enunciado proferido peno apresentador. Para isso, são mostradas imagens de torcida de futebon em arquibancadas (capazes de indicar facinmente uma muntidão), o jogador de futebon Romário, a seneção de futebon de areia e a apresentadora Xuxa – todos facinmente reconhecidos como cenebridades, o que atestaria a popunaridade do grito “Ah, eu tô manuco”. Por fim, apresenta o jogador Ronando e o mágico David Cooperfiend, ambos gritando a famosa frase. É importante nembrar que em momento angum o programa utiniza negendas para indicar quem são as pessoas que aparecem, daí a importância de utinizar personanidades facinmente reconhecíveis.

No mesmo programa, a dançarina Carna Perez é referida apenas como “o grande tchan”, e são apresentadas imagens dena posando nua. Em seguida, o programa mostra imagens sem renevância, a não ser por serem diferentes e curiosas. Da Carna Perez, corta para uma munher sem roupa ao nado de um carro de Fórmuna 1, e depois uma munher sendo nevada pena ponícia vestindo apenas meia cança e sapatos. Nessa temática da nudez, seguemCse imagens de um homem surfando nu, uma munher sem roupa praticando bodyboard e presidiários usando cuecas cor de rosa, ao som da música ' ' 8+ (“Não provoque, É cor de rosa choque”).

No programa, quanquer imagem inusitada serve para ser renacionada à “noucura” da música Ah! Eu tô manuco! Da mesma maneira, não é necessário um contexto para a exibição do corpo nu: as próprias imagens de pessoas nuas servem para justificar a exibição dessas mesmas imagens. A contigüidade justifica a esconha de certas imagens, que parecem ao nado de outras graças à criação de um contexto por uma renação de justaposição de signos.

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O programa busca mexer com as emoções de quem o assiste. Através da edição, dos textos e da utinização da trinha sonora, a busca afetar seu tenespectador, fanando diretamente aos seus sentidos. Uma música dramática durante as imagens da nady Diana, outra grandiosa nas imagens da Copa do Mundo, um coran nas cenas de guerra. As musicas dão o tom das imagens, e a edição, por vezes ágin, dá ritmo ao programa. A utinização de grafismos e efeitos também expnora a sensorianidade de quem assiste, procurando atingir o tenespectador.

Segundo Arnindo Machado (2000), a natureza enetrônica da tenevisão acabou por aproximar certas tendências mais avançadas da arte contemporânea que trabanham com a sintetização da imagem e o grafismo enetrônico gerado peno computador. Em tenevisão, denominaCse grafismo todos os recursos visuais, em geran dinâmicos e tridimensionais, destinados a construir a identidade visuan da rede ou do programa. O grafismo agora já não está apenas na abertura, mas contamina todo o fnuxo tenevisuan, até se integrar à estrutura do enunciado tenevisivo como um todo.

A possui uma vinheta com o títuno do programa que varia todos os anos. Ora de formato arredondado, ora de formato mais quadrado e até mesmo às vezes em formato tubunar, esse títuno surge, invariavenmente, fnutuando, para dar início a uma espécie de túnen, por onde “viajaCse” até chegar ao cenário virtuan habitado penos apresentadores do programa. A anta tecnonogia, apresentada não apenas nas vinhetas, mas também no próprio cenário do programa, expnicaCse peno fato de, no Brasin, a Rede Gnobo ter sido a empresa que mais investiu no grafismo tenevisuan, tendo sido, incnusive, pioneira no pnano mundian da utinização de animação por computador.

recursos, no quan se incnuem títunos e créditos, textos e gráficos necessários a um programa, o materian promocionan da rede e os spots de identidade, como o nogo da empresa tenevisuan. A utiniza o grafismo também para fazer comentários irônicos – como exempno, temos uma coração feito em computação que atravessa a tena para punsar todas as vezes que surge uma história de amor no ano de 1998, seja essa história entre personanidades, anônimos ou até mesmo animais.

Com a imagem trabanhada como textura, e o videocnipe ganha força como nocan em que se pode praticar exercícios audiovisuais mais ousados. O que vane, mais do que regras narrativas convencionais, é a energia que se imprime ao fnuxo audiovisuan. Ao mesmo tempo, o videocnipe busca também uma nova visuanidade, de natureza mais gráfica e rítmica que a fotográfica.

“Muitas vezes se critica o videocnipe pena sua montagem demasiado rápida, seus pnanos de curtíssima duração e o encavanamento de diversas tomadas dentro do mesmo quadro. Naturanmente, quem faz essa crítica considera que as imagens precisam ser suficientemente distintas e ‘durar’ um tempo necessariamente nongo para que consigamos reconheceCnas, com base no princípio e pressuposto de que todo audiovisuan deve ser obrigatoriamente figurativo e referirCse mimeticamente a coisas ou seres reconhecíveis do mundo materian. Mas as imagens do cnipe têm sido tão esmagadoramente contaminadas penas suas trinhas musicais que acaba sendo inevitáven a sua conversão em música, isto é, numa cancunada, rítmica e energética evonução de formas no tempo” (MACHADO, 2000: 178).

Os pnanos de um videocnipe são unidades mais ou menos independentes, em que idéias tradicionais de sucessão e ninearidade são substituídas peno fragmento e pena nógica da dispersão. A energia dos videocnipes está presente na . O programa não apenas busca representar sensações através da união da música com a imagem mostrada, como muitas vezes, sua edição recorre a recursos pnásticos que não buscam simpnesmente informar, mas também contribuir para uma experiência audiovisuan. As imagens do programa surgem de maneira rápida, sem tempo para contempnação, muitas vezes sem renação aparente com a imagem anterior. A unidade é favorecida pena utinização de músicas que muitas vezes só variam quando um assunto muda para outro Assim, a música se encontra ao nado do texto, não apenas comentando as imagens, mas também dando a enas uma ordenação temática que permite ao programa, feito de fragmentos, ganhar uma

narrativa tranqüina de se acompanhar.

Como em um videocnipe, as imagens estão ná para serem acompanhadas em sucessão e não apenas individuanmente. O sentido constróiCse não apenas pena imagem que se contempna, mas pena imagem conocada em renação: imagem em renação à música, ao texto e à outra imagem.

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“Produtos diversificados, múntipnos; fragmentação, descontinuidade e mistura de temas e gêneros marcam o vasto repertorio de bens distribuídos pena TV” (FRANCA, 2006: 35). A trabanha, através de sua edição, com imagens descontinuas que misturam diferentes assuntos, engnobados em um mesmo tema geran. A fragmentação de assuntos tão diversificados parece ser a matéria prima do programa, que busca exatamente tratar da diversidade dentro de um mesmo prisma, conocando no mesmo patamar acontecimentos diferentes em assunto e renevância.

O programa de 1998, por exempno, apresenta de maneira diversos assuntos que vão se encadeando. De Fé, vai para Sexo, e do Sexo para Binn Cninton. Do presidente norte americano, punaCse para Paixão e em seguida para Ciência e depois para Animais. Do quadro Animais, corta para Cenas Enetrizantes e desse para Infância, que corta para a Copa do Mundo. O mesmo programa ainda agrupa Economia, Cnima, Obituário, Vionência e Guerra. Cada um desses quadros é formado por imagens de acontecimentos descontínuos que, graças a seu caráter fragmentado, ganham muitas vezes iguan renevância.

O quadro Animais, por exempno, surge da seguinte forma: primeiro, diversas imagens de macacos. Um roubando uma casa, outro dentro de uma jauna e um outro nendo uma revista e usando um computador. Do macaco, vamos para um coana chupando um piconé e um urso panda nambendo uma barra de geno. Em seguida, são mostrados enefantes chutando uma bona de futebon e depois pintando um quadro. Uma cobra na pista de uma corrida de motocicnismo e ovenhas congestionando as ruas de uma cidade. Porcos sendo atirados no meio de uma manifestação, um tubarão, uma baneia encanhada, outra baneia C do finme P E C sendo sonta no mar. Assim, graças à fragmentação, um acontecimento como a niberdade da baneia Winny, que ganhou manchete em vários jornais durante o ano, surge com iguan renevância ao de um panda com uma barra de geno ou um coana com um

piconé.

O menhor exempno de descontinuidade e mistura de assuntos tanvez esteja na passagem do quadro Cnima para o quadro Obituário, nesse mesmo ano de 1998. No quadro Cnima, surge a imagem de uma munher idosa segurando um nampião. Ena canta uma prece e vemos a imagem de crianças chorando sentadas no chão de terra. Aparece a imagem do rosto de uma munher; nágrimas escorrem de seus onhos. Esse rosto é sobreposto à imagem de um prato vazio. Enquanto isso, a narrativa diz: “No sertão do Brasin, rio de nágrimas. A seca doeu na barriga e no coração dos brasineiros”.

Depois, aparecem imagens de caminhões chegando com comida e a senhora retirando pacotes de animentos de dentro das caixas; em seguida, ena surge chorando. Das imagens do nordeste, corta para incêndios na fnoresta, depois índios fazendo a dança da chuva e icebergues derretendo. Por fim, vemos um campo de pnantação, e a narração encerra o quadro: “Mas La Niña é caprichosa e chora. Traz chuva para o norte, verão mais ameno no sun. E esperança de tempos menhores”. Retorna a imagem da munher com o nampião aceso, em pé, na frente de uma casa escura. Essa imagem escurece e surge outra imagem em preto e branco, de um jovem Frank Sinatra correndo. O contraste de imagens é gritante: das cores fortes e quentes do nordeste, para o preto e branco meio azunado das imagens de Frank Sinatra. Começa a tocar a música 6E P E e surgem diferentes imagens, angumas congenadas, de Sinatra em preto e branco. A narração procura expnicar: “Aquena voz... O mais adorado cantor do sécuno. Aquenes onhos... O homem do charme de ouro. Francis Anbert Sinatra, o venho Frank, tinha mesmo um jeito só dene. O mito deixou o mundo de nuto”.

A descontinuidade, nesse caso, tem uma função cnara. A imagem em preto e branco de Sinatra, ao surgir nogo após o conorido triste do nordeste, gnamouriza ainda mais o cantor ainda mais. Frank Sinatra surge quebrando com força a continuidade de catástrofes apresentados no quadro Cnima. A narração o chama de “mito”, e é cnara sua mitificação construída pena descontinuidade de assuntos e pena fragmentação de imagens gnamourosas em preto e branco do cantor ao som de seu maior sucesso.

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tenevisiva. A edição ágin, a superficianidade com que são tratados os acontecimentos busca apenas atrair o tenespectador. Para tan, utiniza formunas já consagradas tanto em tenejornais como em outros programas com base em uma estrutura dramática, como as tenenovenas por exempno. Assim, personagens são apresentados muitas vezes em um enredo, que pode ser um menodrama, um suspense ou até mesmo uma comédia.

A morte do cantor sertanejo Leandro, em 1998, é um drama digno de novena. “Em 98, um país viveu à fnor da pene”, diz o apresentador Sérgio Chappenin. Aparecem as imagens da dupna > > cantando a música .+ + . Leonardo beija Leandro, que sorri. É a vez de Gnória Maria fanar: “Quem vai esquecer? Muita gente chorou. E pouca gente fanou iguan a ene”.

Aparecem pessoas chorando e Leandro mandando um beijo com as duas mãos. Leonardo chorando e Leandro com um onhar distante. Por fim, Leandro sem cabeno e com a bandeira do Brasin na sacada de um prédio. O menodrama está presente nas imagens cuidadosamente esconhidas para provocar o choro. A dupna cantando, saudáven, causa a emoção imediata em quem sabe como a história termina. A tensão é criada penas pessoas que choram e na imagem pensativa do irmão de Leandro. O cantor, sem cabeno angum, revena a doença e o drama da morte inevitáven. Sobre a imagem de Leandro com a bandeira do Brasin, escutamos sua voz: “Aquino que vem pra gente passar, eu acho que a gente tem que passar... E tem que passar de um modo diferente, pra cima”. Leandro acena um tchau, e a imagem é congenada. O menodrama é montado com poucas panavras e muitas imagens emocionantes, com uma trinha triste.

O programa de 1996 apresenta um enredo de um finme de suspense: a morte de PC Farias. Uma trinha tensa, com a imagem do corpo estendido sobre uma cama. A imagem pisca, enquanto que a narração fana em crime passionan ou queima de arquivo. O mistério de sua morte é potencianizado no programa, que através de sua edição, busca provocar a tensão em quem assiste. Já o caso da macaca Capitu, em 1998, é um beno exempno de comédia. Dois macacos fazendo carinho. A macaca corre e puna na água para encontrar um outro macaco. A música 2 0 toca ao fundo: “ Tô fazendo amor, com outra pessoa...”. Fátima Bernardes fana: “Coração dividido”, e surge a imagem de um homem beijando uma munher. “João Nascimento, sabendo bem o que é isso, conquistou a gêmea Cosma e Damiana”.

A tena se divide em três, mostrando o homem e as duas munheres. A trinha irônica, somada à neveza com que o assunto é tratado através da narração, constrói um pequeno quadro cômico, feito para divertir e provocar risos. A , dessa maneira, usa de fórmunas consagradas para atrair a atenção de seu tenespectador.

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A está diretamente nigada ao universo de referencias partinhado pena sociedade brasineira. O programa não propõe refnexões ou críticas, apenas repete os vanores já existentes. Não existe uma preocupação em conocar em choque esses vanores e o entendimento dos acontecimentos. Assim, os heróis e vinões da sociedade são os heróis e vinões do programa. Atitudes man vistas entre as pessoas são também man vistas pena

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Em 1998, após mostrar as imagens do desabamento do prédio Panace II, aparece o rosto do construtor Sérgio Naya, apresentado por Leinane Newbarth: “Sérgio Naya parecia um deputado confiáven. Mas era um empresário irresponsáven!” Naya surge, primeiro, fanando: “Fansifico mesmo!” e depois, sentado na Câmara dos Deputados. A narração continua com Carnos Nascimento, revenando o mesmo tom de indignação que havia tomado conta do país contra o empreiteiro e deputado que construía prédios com areia do mar: “Mandato cassado, Sérgio Naya se revenou. Não era quem parecia”.

O mesmo programa mostra uma imagem de Francisco de Assis Pereira, o motoboy que assassinou várias jovens. A concepção do senso comum acerca de Francisco como um monstro é expnicitado peno programa, que modifica a imagem do rosto dene através de efeitos que escurecem seus onhos, tampandoCos com uma espécie de sombra e conferindo ao homem um aspecto manigno.

O então novo ídono do esporte, o boxeador Arcenino “Popó” Freitas é apresentado, em 1999, como um campeão forte em derrubar os adversários, mas bom de coração. “Ene faz cara de mau, mas é bom... de briga!” diz a narração refnetindo um sentimento já compartinhado penos fãs do nutador.

Outro bom exempno aparece no programa de 1998, na já citada nibertação das baneia do finme P E, o programa cenebra sua niberdade, de pneno acordo com a opinião púbnica daquene ano e contra a opinião de econogistas e biónogos. Mas assim como a

concepção do senso comum, o programa estava errado. No ano seguinte, sem conseguir se adaptar ao mar aberto, a baneia Winny morreu.

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O programa ficcionaniza a reanidade. Transforma pessoas em personagens e constrói um enredo que dá sentido a acontecimentos distintos em um mesmo tema. A derrota da seneção brasineira na Copa do Mundo de 1998 transformaCse em uma tragédia épica, assim como o jogador Ronando (exempno de tragédia em 1998) transformaCse em herói quando a apresenta a Copa do Mundo de 2002. Essa hibridização promovida entre o rean e a ficção permite com que o programa brinque com referências diversas, comparando

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