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Uma Nova Sistemática dos Direitos Autorais: Copyleft, Creative Commons

Devido a falta de normatização é importante a busca por ferramentas que dêem segurança aos que utilizam as obras de terceiros. Importante salientar que no Brasil as liberdades e restrições estão apenas no campo dos direitos patrimoniais. Dessa forma se faz possível a aplicação do copyleft, creative commons e licenças públicas.

Na década de 80 houve uma grande movimento que buscava compartilhar de forma livre softwares criados pelas ideias da coletividade. O movimento levou o nome de software livre. É nesse contexto que surge o copyleft. Sérgio Amadeu (2012, s.p.) comenta os motivos do nascimento do software livre:

Foi a partir da indignação ativa de um então integrante do MIT, Richard Stallman, contra a proibição de se acessar o código fonte de um software, certamente desenvolvido a partir do conhecimento acumulado de tantos outros programadores, que em 1985 foi criada a Free Software Foundation. O movimento de software livre começou pequeno. Reunia e distribuía programas e ferramentas livres,com o código-fonte aberto. Assim, todas as pessoas poderiam ter acesso não só aos programas mas também aos códigos em que foram escritos. A ideia era produzir um sistema operacional livre que tivesse a lógica do sistema Unix que era proprietário, ou seja, pertencia a uma empresa. Por isso, os vários esforços de programação eran reunidos em torno do nome GNU( Gnu Is Not Unix). (http://www.softwarelivre.gov.br/artigos/artigo_02/)

Buscando evitar que esse desenvolvimento fosse apropriado indevidamente e patenteado por algum empreendedor oportunista, e posteriormente bloqueasse o desenvolvimento compartilhado, a Free Software Foundation inventou a Licença Pública Geral (GPL) em inglês, conhecida como copyleft, que surgiu em contraposição ao copyright. A copyleft garante que os esforços coletivos não serão considerados propriedade de alguém especificamente, sendo que o GPL se aplica em todos os sentidos que os direitos autorais abrangem, como: livros, imagens, músicas e softwares.

Com a difusão da Internet, o movimento software livre ganhou o mundo e logrou produzir um sistema operacional livre, completo e multifuncional, o GNU/LINUX. Em 1992, o finlandês Linus Torvald conseguiu compilar todos os programas e ferramentas do movimento GNU em um kernel, um núcleo central o que viabilizou o sistema operacional. Torvald denominou este seu esforço de Linux, ou seja “Linus for Unix ”. (http://www.softwarelivre.gov.br/artigos/artigo_02/)

Toda revolução e inovação dessa época se deu não pelo compartilhamento livre dos softwares, mas sim pelo fato de manter o código-fonte aberto. Essa atitude foi um avanço sem precedentes para a época. Qualquer pessoa poderia alterar e inovar no software com bem lhe interessava. É devido a essa inovação e necessidades de novas normatizações, que foram desenvolvidas as licenças públicas. Essas licenças consistem na GPL e LGPL do GNU, isto é, General Public License e a Lesser General Public License adotadas para o licenciamento de software livre, mas com a diferença de serem estruturadas a partir dos preceitos do Creative Commons.(http://www.pacc.ufrj.br/a-historia-do-creative-commons/).

O Creative Commons foi criado para possibilitar a criação de novas obras através do aumento de obras disponíveis ao público. Faz-se esse aumento de obras através de licenças públicas. Esse mecanismo possibilita que o autor disponha de alguns de seus direitos, mas continue tendo a administração de sua obra. A sociedade poderá utilizar a sua obra, dentro dos parâmetros das licenças para difundir o conhecimento. (http://www.pacc.ufrj.br/a-historia-do-creative-commons/ )

Trata-se de uma relativização das relações entre autor e consumidor da obra. Parece ser algo que diminua o poder do autor sobre sua obra, porém o que

realmente acontece é um olhar jurídico para uma relação autor-consumidor. O Creative Commons visa disseminar as obras dos mais diversos tipos.

O Creative Commons busca efetivar a vontade de disseminação dos trabalhos dos mais diversos tipos de artistas, criadores e detentores de direitos. Por esse motivo, um determinado autor pode optar por licenciar seu trabalho sob uma licença específica, que atenda melhor a seus interesses, podendo escolher entre as diversas opções existentes.

De fato, as licenças do Creative Commons podem ser utilizadas para quaisquer obras, tais como música, filme, texto, foto, blog, banco de dados, compilação, software ou qualquer obra passível de proteção pelo direito autoral.

Conforme mencionado por Branco Junior (2007) essas licenças são:

Atribuição: Quando a obra é licenciada nos termos desta licença, significa que o autor autoriza a livre cópia, distribuição e utilização da obra. Observa-se que, assim , contorna-se o problema dos disposto no art. 46, II da LDA, referente à cópia integral da obra, já que há autorização expressa do autor no sentido de se permitir cópia integral da obra.

Além disso, autoriza-se também a elaboração de obras derivadas, eliminando-se a necessidade de licença nos termos do art. 29 da LDA. O autor exige, no entanto, que a obra seja sempre atribuída ao autor original, fazendo-se em conformidade com os direitos morais de autor, dentre os quais se incluiu de paternidade.

Não a obras derivativas: Nos termos desta licença , o autor autoriza a livre cópia , distribuição e utilização da obra, também de modo a se evitar a proibição constante do art. 46, II da LDA. Diferentemente da licença anterior, entretanto, o autor não autoriza o uso de sua obra para a elaboração de obras derivadas. Por isso, a obra licenciada não poderá ser alterada ou reeditada sem a autorização expressa do autor. É esta licença, portanto, menos ampla do que a anterior, já que o autor não autoriza modificações de sua obra.

Vedados Usos Comerciais: Pelos termos desta licença, o autor autoriza a livre cópia, distribuição e utilização da obra, no que se assemelha à primeira licença analisada. Por outro lado, o autor proíbe o uso da obra com fins comerciais. Dessa forma, as pessoas que tenham tido acesso à obra poderão utilizá-la, nesse particular, apenas com consonância com o já disposto na LDA, que tem por parâmetro o uso de obras sem qualquer intenção de lucro. Permite-se, outrossim, a cópia privada para si e sua distribuição a terceiros, bem como o uso da obra original na elaboração de obras derivadas.

Compartilhamento pela mesma licença: Esta talvez seja a licença que mais amplamente impõe o espírito do Creative commons. Pelos seus termos, o autor autoriza a cópia, distribuição e utilização da obra, como ocorre nos casos das licenças “atribuição” e “vedados os usos comerciais”. No entanto, o autor impõe a condição de que, caso a obra seja utilizada para a criação de obras derivadas, como, por exemplo, texto adaptado em filme, a obra derivada será necessariamente compartilhada pela mesma licença. Ou seja, uma obra licenciada pela modalidade “compartilhamento pela mesma licença” só pode ser utilizada em outras obras se essas outras obras também forem licenciadas sob a licença Creative Commons.

Recombinação (Sampling): Por esta licença, o autor pode ou não autorizar a livre cópia, distribuição e utilização da obra. De qualquer forma, autoriza sempre a utilização parcial ou recombinação de boa-fé da obra por meio do emprego de técnicas como “sampleamento”, “mesclagem”, “colagem” ou qualquer outra técnica artística, desde que haja transformação significativa do original, levando à criação de uma nova obra.

A distribuição das obras derivadas fica automaticamente autorizada para o autor que recriou a obra do autor original.

CC-GPL e CC-LGPL: Assim como a licença anterior, estas duas licenças tiveram origem no Brasil, sendo destinadas ao licenciamento de software. As licenças foram desenvolvidas para atender necessidades específicas do governo brasileiro no que tange ao incentivo à adoção do software livre no país. Essas licenças consistem nas tradicionais GPL e LGPL do GNU, isto é, a General Public

License e a Lesser General Public License, internacionalmente adotadas para o licenciamento de software livre, mas com a diferença de serem estruturadas a partir dos preceitos do Creative Commons.

De modo a atender os interesses dos autores, as licenças Creative Commons podem ser utilizadas em conjunto umas com as outras. Sendo assim, é possível que um autor licencie sua obra com as licenças “não a obras derivativas” e “vedados usos comerciais” simultaneamente.

As licenças públicas possuem natureza jurídica de contratos atípicos de acordo com o artigo 425 CC, sendo classificados como contratos unilaterias, e recai sobre essas licenças todos os princípios dos contratos atípicos como a boa-fé objetiva, o equilíbrio econômico e o respeito à sua função social, in verbis: “Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.”

É notório também que as licenças se submetem às regras da LDA. Apenas as faculdades livres e licenciadas pelo detentor dos direitos autorais poderão ser aproveitadas por terceiros nos termos da licença.

Dessa forma, afirma-se que as licenças públicas não são um a fuga as leis mas sim uma forma legal para não incorrer em ato ilícito por falta de autorização do detentos dos direitos autorais. A LDA possui sua eficácia mesmo em meio ao Creative Commons. O que ocorre porém é a possibilidade de utilização da obra alheia dentro das autorizações previamente concedidas.

CONCLUSÃO

O presente trabalho de conclusão de curso abordou o direito autoral no Brasil, a criação de novas tecnologias e a relação com os direitos autorais, a expansão da internet, a relativização dos direitos autorais e também a regulamentação dos direitos autorais no espaço virtual. Com a referida expansão da internet o uso dos computadores, notebooks, tablets e smartphones tem sido cada vez mais frequentes, independente do segmento social. Impossível pensar na ausência do direito num panorama como este, pois foi devido a expansão da internet que se intensificou a violação das obras resguardadas pelo direito autoral.

Considerando os aspectos que permeiam o Direito Autoral no âmbito da internet, principalmente no que se refere aos contratos de direitos atuais e as licenças públicas no espaço virtual, constatou-se que trata-se de um direito complexo, com inúmeras discussões doutrinárias sobre sua natureza jurídica e sua base jurídica, a qual se dá na Lei 9.610 de 19 de junho de 1998.

Verificou-se que, no âmbito nacional, evoluímos muito no resguardo aos direitos autorais destinado àqueles que produzem e criam suas obras sem esquecermos da função social dos direitos autorias pois é latente a necessidade de desenvolvimento da sociedade através das criações culturais e científicas, apesar disso, se verifica que muito ainda precisa ser realizado, sobretudo no que diz respeito na execução rápida das leis que já existem, bem como na realização de um trabalho mais eficaz e ágil dos meios legais no sentido de que os processos que se referem aos direitos autorais, bem como os demais processos legais, não se percam no marasmo da lentidão, a qual atualmente tem ocorrido com muita frequência.

Perante o que foi discorrido no trabalho, percebe-se que o registro da obra se trata de uma faculdade constante no artigo 19 da LDA, porém para resguardo e preservação da criação, deve-se fazer o registro pois evidencia as possibilidades de publicação e/ou reprodução. Poderá assim, ingressar perante o Poder Judiciário o detentor do direito autoral para pleitear indenizações caso sua obra seja utilizada sem sua prévia autorização. Dessa forma, toda obra intelectual veiculada em qualquer meio, inclusive a internet, goza da proteção legal, apesar disso, verifica-se que mesmo tendo proteção legal, com leis que condizem com as necessidades, o que de fato ocorre ainda está longe de ser o ideal, pois se verificam violações a estas leis no dia-a-dia, nos mais variados ramos de criação intelectual.

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ANEXO A

CONVENÇÃO DE BERNA

l se atribui o direito exclusivo de reprodução da obra e o dever de divulgá-la, nos limites previstos no contrato de edição.

Art. 7º. São obras intelectuais protegidas as criações de espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, como: I- os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; Art. 22. Pertencem ao autor os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou. Art. 24. São direitos morais do autor: IV- o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que,, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-la, como autor em sua reputação ou honra; Art 29. Depende da autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra,por quaisquer modalidades, tais como:

I- a reprodução parcial ou integral;

II- a edição;

Art. 30. No exercício do direito de reprodução, o titular dos direitos autorais poderá colocar à disposição do público a obra, na forma, local e tempo que desejar, a título oneroso ou gratuito. § 2º. Em qualquer modalidade de reprodução, a quantidade de exemplares será informada e controlada, cabendo a quem reproduzir a obra a responsabilidade de manter os registros que permitam, ao autor, a fiscalização do

aproveitamento econômico da exploração.

Art. 37. A aquisição do original de uma obra, ou de exemplar, não confere ao adquirente qualquer dos direitos patrimoniais do autor, salvo convenção em contrário entre as partes e os casos previstos nesta Lei. Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1º de janeiro do ano subsequente ao

de seu falecimento, obedecida a ordem sucessória da lei civil.

Art. 46 - Não constitui ofensa aos direitos autorais:

II - a reprodução, em um só exemplar, de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este

sem o intuito de lucro;

Art. 53. Mediante contrato de edição, o editor, obrigando-se a reproduzir e a divulgar a obra literária, artística ou científica, fica autorizado, em caráter de exclusividade, a publicá-la e a explorá-la pelo prazo e nas condições

pactuadas com o autor.

Art. 63. Enquanto não se esgotarem as edições a que tiver direito o editor, não poderá o autor dispor de sua obra,

cabendo ao editor o ônus da prova.

§ 1º Na vigência do contrato de edição, assiste ao editor o direito de exigir que se retire de circulação a mesma obra

feita por outrem.

Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada, poderá requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.

Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido. Parágrafo único. Não se conhecendo o número de exemplares que constituem a edição fraudulenta, pagará o trangressor o valor de três mil exemplares, além dos apreendidos. Art. 104. Quem vender, expuser à venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes respondendo como contrafatores o importador e o distribuidor em caso de reprodução no exterior. Art. 106. A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ou, servindo eles

unicamente para o fim ilícito, sua destruição. "

4. CÓDIGO CIVIL:

"Art. 159 - Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a

outrem, fica obrigado a reparar o dano."

5. CÓDIGO PENAL (conforme nova redação dada pela Lei nº 6.895, de 17 de dezembro de 1980 ao artigo 184):

Pena - detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa.

§ 1º - Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no todo ou em parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, ou consistir na reprodução de fonograma e videofonograma, sem autorização do produtor ou de quem o represente:

Pena - reclusão de um a quatro anos e multa, , de Cr$ 10.000,00 (dez mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00 (cinqüenta mil cruzeiros)...

§ 2º - Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, fonograma ou videofonograma, produzidos com violação de direito autoral."

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