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Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos do HL:

2. Prática Clínica

2.1. Tipologia de cuidados

2.1.1. Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos do HL:

A prática clínica foi realizada na Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos do HL, a escolha desta unidade/equipa deve-se ao fato de se tratar de uma unidade diferenciada de CP de nível III e ser um local de referência de cuidados de qualidade. Segundo a página eletrónica do HL (2014) esta unidade foi distinguida pela European Society of Medical Oncology (2011-2013), como ESMO Designated Center of Excelence in Palliative Care. Para além das razões mencionadas, a escolha desta unidade deve-se também à permanência a tempo inteiro do fisioterapeuta na equipa multidisciplinar, possibilitando uma melhor aprendizagem e conhecimento do papel do fisioterapeuta numa unidade de CP.

O HL foi inaugurado em 2006 e desde a sua abertura, tornou-se uma referência no setor contribuindo para a valorização da iniciativa privada em Portugal. Segundo a sua página eletrónica (2014) assume o compromisso de diagnosticar e tratar de forma rápida e eficaz quem o procura, através da prática de excelência e inovação. Situa-se na cidade de Lisboa, com bons acessos rodoviários e de metropolitano. Este hospital reúne um hospital de agudos e um hospital residencial num complexo de arquitetura impar, que associa a segurança ao conforto e privacidade dos doentes. Disponibiliza diversas valências médicas e cirúrgicas, com enfase em áreas diferenciadas organizadas em centros de excelência multidisciplinares, o que contribui para uma abordagem completa e integrada dos doentes. A UCCP localiza-se no piso 4 da torre B (HR) do edifico do hospital.

A UCCP possui um corredor principal que atravessa toda a ala. Sensivelmente a meio deste corredor, situa-se a zona de trabalho restrita aos profissionais. Do lado direito localiza-se a Unidade de Paliativos, enquanto que do lado esquerdo se localiza a Unidade de Cuidados Continuados. Embora o serviço esteja dividido em dois setores, por vezes nos cuidados continuados existem também doentes com a tipologia de cuidados paliativos. Os quartos de cuidados paliativos, num total de 16, são quartos individuais com casa de banho. Possuem dois sofás (um individual e um

maior), uma mesa e cadeira e um cadeirão reclinável se o doente necessitar deste. Os quartos de cuidados continuados, num total também de 16, possuem as mesmas características mas com duas camas e apenas dois sofás individuais ou cadeirões reclináveis. Existem duas salas de estar, uma na extremidade da unidade de cuidados paliativos e outra na entrada do serviço, sendo que ambas possuem sofás e muita luz natural. Junto à sala de estar na extremidade dos cuidados paliativos, existe também uma sala de atividades lúdicas. Esta sala contém uma mesa comprida ao centro e pode ser utilizada pelos doentes em atividades desenvolvidas pelos mesmos, desde que devidamente programadas. A sala de atividades lúdicas é também utilizada semanalmente pelos profissionais para realizar a reunião de equipa.

É também pertinente fazer uma breve referência ao Serviço de Medicina Física e Reabilitação, uma vez que, em algumas situações os doentes desciam a este serviço para fazer a Fisioterapia. O serviço de MFR localiza-se no piso 0, num espaço amplo equipado com diversos recursos. A sua área de tratamento inclui: ginásio de reabilitação neurológica, ginásio de reabilitação pediátrica, ginásio para aulas de reabilitação postural, eletroterapia, hidroterapia com piscina terapêutica, terapia ocupacional, terapia da fala e ginásio de reabilitação geral. Os doentes da UCCP eram tratados no ginásio de reabilitação neurológica, porém quando necessário iam também ao ginásio de reabilitação geral. Ambos os ginásios são equipados com marquesas e uma vasta gama de equipamentos de reabilitação.

O núcleo de gestão e coordenação da UCCP é constituído pela coordenadora clínica da unidade e pela coordenação de enfermagem da qual fazem parte duas enfermeiras. A equipa é muito vasta, sobretudo tendo em conta os profissionais que se dedicam a tempo parcial, intervindo de forma direta ou indireta. A equipa multidisciplinar é constituída por: equipa médica (4 médicos, dois dos quais a tempo parcial); equipa de enfermagem; psicóloga; fisioterapeuta e equipa de assistentes operacionais. Pontualmente, sempre que necessário, existem outros profissionais que intervêm, como é o caso da terapeuta ocupacional, da terapeuta da fala, da dietista, da farmácia, da imagiologia e outras especialidades médicas.

A UCCP funciona sobretudo em regime de internamento, contudo presta também apoio a doentes internados noutros serviços do HL e é responsável por consultas externas a doentes previamente internados na unidade. Os doentes são admitidos mediante os seguintes critérios: (1) doentes portadores de doença grave e /ou avançada (oncológica ou não) confirmada, com descontrolo sintomático e/ou sofrimento existencial intenso, não necessariamente em fase terminal, e incluindo os doentes que possam beneficiar de terapêuticas dirigidas à doença; (2) exaustão do cuidador, no domicílio, de doentes paliativos, devidamente avaliada; (3) aceitação pelo doente e família deste tipo de cuidados, após informação apropriada da natureza do serviço.

O serviço de MFR dá assistência a doentes encaminhados do ambulatório e do internamento da UCCP, encontrando-se integrado na equipa da UCCP desde 2007. Na UCCP, o médico responsável pelo doente solicita o pedido de avaliação ao serviço de MFR, e após a avaliação do médico fisiatra é discutida a necessidade da intervenção da Fisioterapia. A avaliação do médico fisiatra é realizada no próprio dia em que é feito o pedido ou no dia útil seguinte, sendo posteriormente informado o fisioterapeuta do pedido de intervenção.

O HL dispõe de um sistema de registo clínico informático, que garante um acesso fácil e rápido à informação por todos os profissionais de saúde. Este sistema centraliza toda a informação clínica de cada doente, desde as prescrições médicas, os resultados dos exames complementares de diagnóstico, a administração terapêutica a todo o registo clínico associado ao ciclo de prestação de cuidados. Apesar da informação sobre os doentes ser transmitida verbalmente pelo enfermeiro ou médico, esta ferramenta permite consultar todos os registos, tornando-se útil na consulta de registos de profissionais que não se encontram a tempo inteiro na unidade. Para além do registo informático, são utilizadas escalas de avaliação para o doente e folhas de registo de ocorrência para os profissionais, das quais algumas se encontram em anexo (Anexo A).

Existe também um protocolo de controlo de infeção no serviço. Por vezes os doentes são colocados em isolamento, sendo necessário ter alguns cuidados de proteção. É relevante referir este fato, na medida em que pode condicionar a intervenção da Fisioterapia, uma vez que o doente não pode sair do quarto, ou no caso de isolamento de contato, pode sair mas não pode tocar em nenhum objeto do corredor.