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“Sim, os remédios caseiros”.(ALUNO 14, 2018) “Sim, minha mãe me ensinou que água de coco faz bem quando se esta vomitando”. (ALUNO 27, 2018)

“Sim, quando estamos com febre baixa e não queremos tomar remédio nós usamos um envoltório (pano mergulhado em álcool ou água gelada) no pescoço para amenizar a febre”. (ALUNO 37, 2018)

“Um chá de cenoura com laranja e mastruz e alho. Sim sempre é bom saber mais”. (ALUNO 5, 2018)

ATIVIDADE DOMÉSTICA, CULINÁRIA E ARTESANATO

“Sim. Meus pais me ensinaram a ter educação, cozinhar, limpar, entre outros. Todos os conhecimentos que eles me passaram e que ainda me passam, é importante”. (ALUNO 2, 2018)

EDUCAÇÃO, ÉTICA E CIDADANIA

“Sim, que é certo e o que é errado. Nossos pais já viveu muito e tem que mostrar para os filhos o certo”. (ALUNO 1, 2018)

“Sim. Meus pais me ensinaram a ter educação, cozinhar, limpar, entre outros. Todos os conhecimentos que eles me passaram e que ainda me passam, é importante”. (ALUNO 2, 2018) “Sim, respeitar o próximo, ser educado. Acho muito importante”. (ALUNO 16, 2018)

LENDAS E SUPERSTIÇÕES

“Se abrir a porta de manha logo cedo, você pode ficar doente. Chinela virada pode levar a mãe a morte. Manga com leite morre. Gato preto azar. Não acho importante pois nem sempre é verídico”. (ALUNO 3, 2018)

“Ditados do tipo “se o espelho quebrar, sete anos de azar”. Acho importante”. (ALUNO 15, 2018) “Acho fundamental transmitir conhecimentos, afinal se não falar nunca que se decubrirar esse conhecimento. E então aprendi que comer feijão verde e dormir morre, portanto tem deixar passar um tempo de 2 a 3horas para poder cochilar”. (ALUNO 36, 2018)

Fonte: produção do próprio autor

A partir das respostas dos alunos, observamos que os conhecimentos transmitidos pelos familiares mais antigos e pelas pessoas mais velhas da sua comunidade ainda fazem parte do seu cotidiano - que não são esquecidos por eles -, tornando-se, assim, relevantes para a sua vida. No momento em que foram instigados a

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responder sobre os conhecimentos populares, os estudantes foram concisos e seguros. Segundo Schwartzman (1998), os saberes populares também são formas de conhecimento válidas, assim como o conhecimento científico, podendo interpretar informações e construir um saber. Para Almeida e Cencig (2007), a sabedoria, representa a essência, sendo diferente do conhecimento que pode ser modificado e alterado. Dessa forma, a partir dos relatos dos alunos, é possível perceber que a história, costumes e tradições locais são preservados.

Em contrapartida, o discurso de alguns alunos apontou para uma direção diferente, pois alguns disseram não ser importante esse tipo conhecimento. O Aluno 3 disse: “Não acho importante pois nem sempre é verídico”. O que podemos observar é que o conhecimento científico instituiu uma forma bem peculiar de algo ser válido ou não, ou seja, o método científico e o rigor científico, em que a melhor forma de saber se algo é verdadeiro ou não é testando, colocando à prova as suas limitações e potencialidades. Diferentemente o conhecimento popular busca considerar as relações que existem entre as culturas, as experiências de vida, interesses e necessidades dos indivíduos, possibilitando a reflexão e o diálogo dinâmico (GONDIM; MOL, 2008).

A fala do Aluno 3 mostrou a forma positivista, neutra e salvacionista como a ciência é vista, pois tudo que a ciência desenvolve, trará benefícios, sempre é o melhor e devemos aceitar de forma passiva tudo que nos é imposto sem nenhum tipo de reflexão (CEREZO, 1998).

A educação em CTS, como proposta de uma alfabetização científica e tecnológica ampliada, busca sensibilizar os sujeitos para um olhar mais crítico ou desconstruir esse pensamento (MORTIMER; SANTOS, 2002), com o que corroboram documentos oficiais como as Orientações e Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2006).

Segundo Zanotto (2015), o ambiente escolar é o local em que o aluno tem a possibilidade de preservação do patrimônio do seu povo, ou seja, a sua cultura, além da possibilidade de construir novos conceitos desses conhecimentos populares e também possibilitar a aproximação entre as varias formas de conhecimento.

Assim como apurou Baracuhy et. al (2016), em nossa pesquisa, os conhecimentos que os alunos têm sobre as plantas medicinais e saberes populares foram apresentados aos alunos pelos seus familiares e pessoas de sua comunidade. Esses autores ressaltam a experiência e a sabedoria contidas nesses conhecimentos, o que

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também foi apontado por alguns estudantes, como o Aluno 1, que disse: “Nossos pais já viveram muito e tem que mostrar para os filhos o certo”.

Entretanto, o que podemos observar, no tocante às concepções sobre os conhecimentos que possuem os estudantes e o que desejamos realizar como professores no decorrer da sequência didática, converge para o que sinaliza Pomeroy (1994), ensinar explorando as inter-relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade, buscando problematizar a partir de questões advindas do contexto dos estudantes. Buscamos desenvolver atividades que busquem trabalhar as inter-relações entre os saberes populares e os saberes formais ensinados na escola.

Nesse sentido, é necessário provocar esse tipo de discussão nas aulas de Química, visando mostrar aos alunos que não há apenas um único conhecimento e que eles possuem contextos filosóficos, históricos e culturais. Além disso, apresentar outros tipos de conhecimentos que são tão importantes quanto o conhecimento científico, assim como o conhecimento popular ou saberes tradicionais. Isso se reveste de maior pertinência quando esse conhecimento é tão presente na sua região e/ou comunidade. Segundo Matos (2002), 90% da população do Nordeste economicamente carente faz uso de plantas medicinais para cura de suas enfermidades.

A terceira questão “O que você sabe sobre plantas medicinais?” indagou os alunos sobre quais conhecimentos possuíam sobre as plantas medicinais. Do total de 38, apenas 28 afirmaram saber algo sobre plantas medicinais, enquanto 10 informaram não saber falar sobre o assunto. A seguir, no Quadro 3, apresentaremos o que eles responderam sobre plantas medicinais.

Quadro 3: Respostas dos alunos sobre a 3ª questão.