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CAPÍTULO II METODOLOGIA METODOLOGIA

3.2 COMO USAR O LABORATÓRIO NO ENSINO LÚDICO

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. Se as carteiras forem do tipo mesas e cadeiras soltas, o trabalho, a atividade grupal sempre é mais fácil. De acordo com a necessidade da aula, as mesas poderão ser colocadas para perto das paredes, ficando o centro livre, ou serem distribuídas por toda a sala.

Cabe ao professor incentivar os alunos a manterem a sala em ordem, isto favorecerá o desenvolvimento de hábitos de higiene e do senso de responsabilidade. As maiores dificuldades enfrentadas pelo professor são bem conhecidas: inexistência de materiais (equipamentos) número excessivo de alunos em cada classe e falta de tempo para a preparação das atividades. Na medida do possível, este trabalho de conclusão de curso procura auxiliar o professor a superar algumas dificuldades.

Material

É conveniente lembrar que o material utilizado durante a aula deverá ser recolhido antes do término da mesma, ficando a sala em ordem para o próximo professor (ou dia). O material deve ser guardado o mais próximo possível da sala de aula. Se a escola não dispuser de uma sala para guardá-lo pode-se usar a sala dos professores, o corredor, o vão sob a escada, etc. Podem-se construir prateleiras usando caixões ou tijolos e tábuas.

Poderá improvisar armários fechados feitos de caixotes, prateleiras suspensas, etc. A colaboração com a área de artes dará ótimos resultados.

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[...] a experiência de jogar certamente “contaminará” de alguma maneira a forma como ensinamos nossos alunos, daí a expressão

“espirito de jogo”. Esta pode ser traduzida por muitos aspectos de jogar: dar mais sentido as tarefas e aos conteúdos, aprender com mais prazer, encontrar modos lúdicos de construir conhecimentos, saber observar melhor uma situação, aprender a olhar o que é produzido, corrigir erros, antecipar ações e coordenar informações (MACEDO, PETTY E PASSOS, 2005, P. 105).

No espaço do laboratório lúdico são utilizadas brincadeiras diversas, jogos confeccionados, jogos disponíveis no mercado e material dos jogos e de leitura e escrita. Além de diferentes obras literárias para desenvolver o gosto pela leitura.

Consideramos a dimensão lúdica um recurso importante no laboratório de aprendizagem. De acordo com Zago:

A dimensão lúdica engloba o brincar e o jogar, refere-se à brincadeira ou ao jogo livre ou estruturado e ambos podem estar presentes na sala de aula, dependendo da proposta apresentada pela professora.

Através do brincar é possível observar o aluno, conhecer suas habilidades e suas dificuldades e a partir do diagnóstico planejar as atividades mais apropriadas para favorecer a aprendizagem. (ZAGO, 2010, p.108).

No jogo os alunos sempre arriscam, apostam, expõem-se, querem fazer, o que abre um campo significativo para a aprendizagem. Durante o jogo podemos compreender o significado de erro construtivo, pois o erro é entendido como uma oportunidade para refletir sobre o que fez e aprender com ele para tentar realizar de uma forma diferente.

Compreender o erro como hipóteses que fazem parte do processo de aprendizagem, requer a intervenção docente para auxiliar o estudante na elaboração de outras hipóteses sobre o objeto de conhecimento estudado. “A questão é como transformar o erro em um problema, um diálogo e por fim em uma situação de aprendizagem” (ABRAHÃO, 2001, p.37).

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Outro ponto a destacar é a importância da mediação docente, realizando intervenções pertinentes e sistematizadoras para o jogo e o objetivo e ou conteúdo que desejamos atingir. Ressalto a necessidade de planejamento e intencionalidade do professor.

[...] interação professor/aluno: proporcionar um contexto significativo para a execução das tarefas escolares no qual o aluno possa “inserir”

as suas atuações e construir interpretações coerentes; adequar o nível de ajuda ou diretividade ao nível de aptidão dos alunos; avaliar continuamente as atividades dos alunos e interpretá-las para conseguir um ajuste ótimo da intervenção pedagógica; etc. (COLL, 1994, p. 110).

No aspecto pedagógico, a dimensão lúdica é um recurso importante para o cotidiano, oportunizando aprendizagem diferenciada e significativa. O professor, enquanto mediador pode utilizá-lo para motivar o grupo, além de promover a apropriação pelo aluno do que está sendo trabalhado em aula (COLL, 1994; MACEDO, PETTY e PASSOS, 2005).

Através do uso da dimensão lúdica acredito que o aluno é um ator, age sobre o saber, elabora hipóteses e estratégias na troca com o professor e com os pares com quais está interagindo.

Diferentes autores (PIAGET 1990, FRIEDMANN 1996, KISHIMOTO 1998, VYGOTSKY 2002, MACEDO, PETTY e PASSOS 2000, 2003 e 2005, entre outros) apontam inúmeras qualidades da atividade lúdica para a aprendizagem infantil, auxiliando na argumentação da utilização da dimensão lúdica no ambiente escolar. Tais autores oferecem o suporte teórico para desencadear as ações no Laboratório de Aprendizagem, bem como para a reflexão e avaliação das atividades desenvolvidas.

Como melhor atender os alunos a partir da meta da inclusão social? A inclusão da dimensão lúdica no planejamento e no cotidiano do Laboratório de Aprendizagem pode contribuir para a qualificação do trabalho, na intervenção e superação das dificuldades apresentadas pelas crianças.

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Zago (2003) relata que os professores que atuam nos laboratório lúdico da Educação Infantil conseguem trabalhar com crianças com dificuldade de aprendizagem; a partir de:

 Observar e conhecer o aluno enquanto está junto com os colegas na atividade lúdica;

 Propor atividades baseadas no interesse dos alunos;

 Desenvolver conteúdos escolares;

 Envolver os alunos e a professora na atividade propiciando na experiência em grupo a importância da cooperação, da troca, do respeito e da integração de todos;

 Valorizar e estimular a ação do aluno, buscando novas soluções para os problemas apresentados pelos jogos, sem medo de errar;

 Utilizar diferentes recursos;

 Resgatar o desejo e a vontade de aprender a partir da vivência de que é capaz de produzir apesar das suas dificuldades, interferindo no autoconceito dessas crianças (p.56).

CONCLUSÃO

O desenvolvimento crescente dos métodos de ensino infantil nos países mais desenvolvidos, onde está comprovada a sua eficiência, vem acontecendo também no Brasil que, como eles não poderiam deixar de realizar profundas buscas para se atualizar no principal setor que é, indiscutivelmente, o educacional.

O desenvolvimento de um país, a cultura de um povo é reflexa de sua educação. Razão pela qual concordamos com os posicionamentos de diversos teóricos e profissionais do ensino infantil que, é nesta etapa da vida que constrói solida base dos valores e princípios éticos, morais e sociais, o que, futuro, refletirá a sociedade em forma de serviços prestados por aquele que um dia foi infantil.

Na singeleza de cada ação do profissional da Educação Infantil há uma resposta e equilibração da criança, não somente pelo que se diz, mas pelo exemplo, que deve ser acompanhado de cada ação do cotidiano deste

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profissional com a criança. Deve-se ter em mente os propósitos aonde se quer chegar e como se vai fazer para alcançá-los.

Na educação infantil, a ludicidade é de importante relevância para o desenvolvimento integral da criança. Para ela, brincar é viver.

Uma problemática como a da inclusão nos oportunizou reflexão no diz respeito a trabalho docente de apenas um professor com 25 alunos ditos normais e um ou 2 ditos especiais; em tempo integral. Dependendo do grau de dificuldade do(s) alunos(s) especial, este(s) necessitará de maior atenção (atenção especial); porém, em se tratando de educação infantil, todos precisam de especial atenção. A nosso ver, torna-se inviável educação de qualidade para todos, se todos dependem de especial atenção. Faz-se necessária mais atenção nesta problemática, tendo em vista que, entre os ditos normais já existia grande diferença de comportamento, sendo o professor apenas o mediador com suposta condição de dar atendimento qualitativo para todos.

Somos de comum acordo que a prática do professor em sala de aula ou no laboratório lúdico seja de mediação do trabalho pedagógico que pressupõe um aspecto de respeito mútuo, pois, é por meio das diversidades e das divergências que cada criança irá projetar-se no mundo como indivíduo que, desde a Educação Infantil tem seu espaço reconhecido com direitos e deveres que serão exercidos em um contexto social nem sempre justo.

Esperamos que este TC seja uma significativa contribuição para aqueles que têm como objetivo participar de forma coerente com o desenvolvimento das etapas infantis, contribuindo para o seu melhor progresso.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto (org.). Avaliação e erro construtivo libertador: uma teoria-prática includente em educação. Porto Alegre:

EDIPUCRS, 2001. 75p.

Alves Rubem. Conversa com quem gosta de ensinar 4ª edição. São Paulo, Cortez, 1982.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições70; 1979.

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BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.

Brasília: MEC/SEF, 1998, vols. 1, 2 e 3.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional–

Lei nº. 9394/96. Brasília: Senado Federal, 1996.

BEE.H. A Criança em desenvolvimento, São Paulo, Halia, 1977.

Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil.

Brasília: Senado, 1988.

COLL, César. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 159p.

FRANÇA-WAJSKOP, Gisela. O papel da brincadeira na educação das crianças. Ideias, São Paulo, PDE, N.7. 1988.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender: o resgate do jogo infantil.

São Paulo: Editora Moderna, 1996. 128p.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas,2008.

Human Development, 38, 2-18.

KISHIMOTO, Tizuco Morchida (org.) O Brincar e suas Teorias. São Paulo:

Pioneira, 1998, p.139 - 153.

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Educação infantil (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013).

Lucariello, J. (l995). Mind, culture, person: elements in a cultural psychology.

MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli & PASSOS, Norimar Christe.

Aprender com jogos e situações problemas. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental (1998). Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília:

MEC.

MUCCHIELLI, R. O questionário na pesquisa psicossocial. São Paulo:

Martins Fontes, 1979.

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PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: LTC, 1990, 3ª ed.

PIAGET, J. A Epistemologia Genética. 2 ed. Petrópolis: Vozes 1973.

PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 1998.

RESOLUÇÃO Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 2010(*) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO DE EDUCAÇÃO CÃMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA.

VALENTE, J. A.O Computador na Sociedade do Conhecimento. Campinas:

UNICAMP/NIED, 1999, P. 13.

VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem, desenvolvimento e linguagem. 2. ed. São Paulo: Ícone, 1998.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente. São Paulo:

Martins Fontes, 2002.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

ZAGO, Cristiane Ungaretti. Alternativas para trabalhar as dificuldades de aprendizagem baseadas no lúdico. Porto Alegre: Faculdade de Educação:

PUCRS, 2003, 116p.

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