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“As tradições americanas e a ética americana exigem que

sejamos verdadeiros, mas a razão mais importante é que a verdade é a melhor propaganda e a mentiraé a pior. Para sermos persuasivos, temos de ser credíveis; para sermos credíveis, temos de ser convincentes; para sermos convincentes, temos de ser verdadeiros. É tão simples quanto isso.”711

Edward R. Murrow, 1963

Como já tivemos oportunidade de demonstrar nos capítulos anteriores, a luta pelos corações e mentes de milhões de cidadãos, durante e entre o período de guerras, foi feita através de propaganda, tanto do lado dos Estados Unidos, como do lado da União Soviética. Um conflito que se expandiu por todo o mundo, a chamada Guerra Fria Cultural, e à qual Portugal não foi exceção. Contudo, até agora não existe nenhum estudo sobre as atividades de propaganda dos EUA no nosso país, durante o período da Guerra Fria e através da United States Information Agency (USIA). É esta a razão que nos traz ao terceiro e último capítulo deste estudo.

Neste capítulo pretende-se analisar e demonstrar de que forma a estratégia da política externa dos Estados Unidos, através da USIA, o nosso objeto de estudo, atuou em Portugal durante grande parte do período salazarista, ou seja, desde o ano de 1953, em que a United States Information Agency foi criada, até 1968 quando António de Oliveira Salazar foi destituído do cargo.

Pretendemos saber quais foram as suas áreas de influência, de que maneira foi feito esse processo, o que esteve envolvido, como foi a reação dos portugueses perante a entrada de elementos de propaganda proveniente dos EUA, como por exemplo, livros de autores norte-americanos, cursos de língua inglesa, exposições de arte, concertos de música jazz ou rock and roll, a possibilidade de se estudar nos Estados Unidos, entre outras atividades, e aos programas já aqui analisados. Saber ainda, e principalmente, como se deu essa intrusão a nível político, se houve acordos, conflitos, cooperação, uma vez que Portugal estava sob o domínio de um regime ditatorial, logo mais reservado à entrada de elementos exteriores.

Este capítulo encontra-se estruturado em seis subcapítulos, constituindo-se o primeiro como uma análise da estrutura e funcionamento da United States Information Agency no geral, e de forma mais

711 Discurso de Edward R. Murrow como diretor da USIA, perante o Congressional Approbations

Committee, em maio de 1963. Informação disponível em: http://fletcher.tufts.edu/murrow, consultado em 11.02.1919. Citação original em Apêndice - Citações traduzidas (Citação 68)

elaborada em Portugal, como por exemplo a forma como atuava, quais eram os seus campos de ação e objetivos, entre outros aspetos. Os restantes cinco subcapítulos tratam de uma área específica da sua atuação no nosso país. Deste modo, no segundo subcapítulo vamos tentar perceber a abordagem feita a agências de notícias e à imprensa em geral; no seguinte, focámo-nos na educação e na saúde, pelo que analisaremos a importância dos estudantes e dos profissionais neste processo; passamos depois para o estudo das bibliotecas, exposições, turnés e parcerias entre os dois países; segue-se depois uma análise aos livros, à rádio, à televisão e ao cinema norte-americano no nosso país; e por último, numa área espacial diferente, mas ligada a Portugal, saber como atuou nas ex- colónias de Angola e Moçambique, com o propósito de saber até que ponto também foram importantes para os programas de “informação” dos Estados Unidos.712

5.1 – Enquadramento

A Public Diplomacy Alumni Association (PDAA), antiga USIA Alumni Association (USIAAA), é uma organização voluntária sem fins lucrativos, com mais de 400 membros, e formada por antigos agentes da United States Information Agency, alguns aindacomcargos no exterior e na sede do Departamento de Estado, onde gerem programas educacionais, culturais e de informação que o governo dos EUA incorpora para promover a sua política externa em países estrangeiros.

Tendo por base um inquérito elaborado em junho de 2007 pela professora norte-americana Kathy Fitzpatrick, promovido junto dos membros da PDAA,713 pretendemos saber a opinião daqueles que estiveram a trabalhar no terreno, e cujo resultado é o núcleo do nosso estudo. Os ex-agentes que levaram a cabo a missão na USIA e que estiveram em contacto direto com o público estrangeiro. Uma tarefa baseada em décadas de experiência e realizada em todas as regiões do globo, representando os Estados Unidos na condução da diplomacia pública no combate ao comunismo soviético e disseminação do americanismo no exterior. 714

Quando questionados sobre o objetivo principal da diplomacia pública norte-americana durante a Guerra Fria, a resposta apresentada foi fortalecer a diplomacia externa norte-americana, logo

712 Os documentos em que nos baseámos para fazer este estudo não apresentavam uma informação

sequencial de anos, pelo que vemo-nos forçados a ter de saltar alguns anos, esperando, no entanto, que tal fato não diminua o valor e interesse do estudo efetuado.

713 Não pretendemos fazer uma análise aprofundada dos valores estatísticos dados a conhecer pela autora

Kathy Fitzpatrick, apenas uma síntese dos resultados obtidos.

714 Kathy Fitzpatrick, é uma académica reconhecida internacionalmente nas áreas da diplomacia pública dos

EUA e das relações públicas. A questão - “O que deve ser feito para reconstruir a diplomacia pública americana?” foi o foco central de sua pesquisa a ex-agentes da USIA, atualmente membros da PDAA, que estiveram em serviço no exterior entre 1950 e 2007. Cerca de metade dos 440 membros responderam ao inquérito. Professora Kathy Fitzpatrick, “United States Information Agency Alumni Association Survey”, 2008, disponível em: http://www.publicdiplomacy.org/Fitzpatrick2008.pdf, consultado em 24.02.19.

seguido da criação de uma imagem positiva dos EUA, e em terceiro lugar, dar a conhecer a vida e as instituições americanas, desenvolvendo e mantendo boas relações com o público estrangeiro. No entanto, referiram também como importantes para a sua missão: identificar e abordar os problemas do país anfitrião; combater a imagem negativa dos Estados Unidos; promover a democracia; e, ainda, construir vínculos internacionais entre as instituições americanas e as estrangeiras. Neste sentido, a maioria concordou que a USIA desempenhou um papel fundamental na mudança de atitude no combate ao comunismo e queda da União Soviética, assim como, através da agência tomaram conhecimento das políticas dos EUA durante a Guerra Fria.715

O contacto entre o público estrangeiro e os representantes norte-americanos foi, segundo eles, o elemento principal para a eficácia da diplomacia pública, tendo salientado os programas de intercâmbio como o mais eficiente dos programas desenvolvidos pela USIA. O ensino de Inglês, eventos desportivos, turnés artísticas, e programas de livros foram outros programas que mereceram destaque. Realçaram, no entanto, que o apoio do setor privado foi fundamental para que os programas norte-americanos fossem realizados com sucesso, em especial o das ONGs.716 Para o sucesso desta missão consideraram o profissionalismo um fator essencial, destacando como qualidades fundamentais a compreensão intercultural e interpessoal, saber comunicar com a população e falar outros idiomas. No entanto, referem que existem outras qualidades que não devem ser descuradas, como saber ouvir e observar, ser paciente e tolerante, demonstrar interesse e respeito pela cultura estrangeira e, ainda, ter sentido de humor. A maioria relatou ter experiência em programas culturais, educacionais e de informação, apesar de apenas vinte e oito por cento destes agentes terem exercido funções no estrangeiro. De salientar, no que diz respeito aos conhecimentos de línguas estrangeiras, que estes profissionais, no total, sabiam falar 54 línguas estrangeiras, sendo o francês o idioma com mais falantes, seguido do espanhol e do alemão. Quanto ao português, 19% dos ex-agentes da USIA falavam a língua lusa. O romeno, o grego e o vietnamita ocupavam o fim da tabela (5%). 717

Milhares de funcionários da USIA, presentes em mais de 175 países, espalhados por todos os cantos do mundo, conduziram o que, e nas palavras do estudioso Wilson Dizard (2004), “foi o maior esforço informativo e cultural jamais realizado por uma sociedade para influenciar asatitudes e as ações de homens além das suas fronteiras”. 718

No subcapítulo seguinte iremos ver o caso de Portugal, como foi a integração da United States Information Agency no nosso país, os objetivos, as ações e os resultados alcançados desde a sua

715 Fitzpatrick, 2008: 8. 716 Fitzpatrick, 2008: 13. 717 Fitzpatrick, 2008: 15.

718 Dizard, 2004 apud Fitzpatrick, 2008, p. 4. Citação original em Apêndice - Citações traduzidas (Citação

criação em 1953, até à destituição do presidente do Conselho, António Oliveira Salazar, em 1968.719

5.2 – O Funcionamento e a estrutura da USIA

O início dos anos de 1950 marcou um período de transição e desenvolvimento, não só em termos da abordagem da América à propaganda da Guerra Fria, mas também na política externa que essa propaganda visava reforçar. Um período que teve origemna Campanha da Verdade de Truman e acentuado pela Guerra da Coreia, que ajudou a intensificar a rivalidade entre o capitalismo norte- americano e o comunismo soviético, e por consequência, o mundo em que vivemos hoje.

Em março de 1953, a embaixada dos Estados Unidos em Lisboa envia um memorando de operações para o Departamento de Estado, à atenção da IIA (na altura a agência responsável pela propaganda e política externa americana no exterior), sobre o programa a implementar em Portugal para os anos de 1954-1955, com base na situação política, económica e social do país. Tendo em conta que Portugal se encontrava sob o regime ditatorial de Oliveira Salazar, e que a abertura à influência e ao investimento estrangeiro não era muita, os Estados Unidos tinham de se mover com cautela.

De acordo com o memorando de operações para Portugal, 720 o objetivo principal era explicar a política externa norte-americana que, em cooperação com outros países da Europa Ocidental, era manter a paz e a segurança, em oposição à política da União Soviética. O comunismo não seria esquecido, mas dado Portugal ser anti-comunista não era preciso um grande esforço nesse campo. No entanto, seria necessário, sem passar a ideia de que se estava a “vender” a forma de governo americano, esclarecer qualquer mal-entendido ao povo português e apresentar, mais detalhadamente, o sistema de governo às pessoas mais cultas que não o tenham percebido no passado devido a uma explicação incorreta.

A criação da USIA, em agosto de 1953, veio substituir a International Information Agency (IIA), em atividade no exterior desde 1952. De salientar que os programas de intercâmbio continuaram a ser administrados pelo Departamento de Estado, pelas razões já aqui assinaladas.

Para assegurar os objetivos a que se propunha, mas agora sob o comando da USIA e através do USIS, o governo norte-americano desenvolve uma série de iniciativas para captar o público

719 Na altura, o diretor da USIA era Leonard Harold Marks, conceituado advogado, na especialidade de

Direito das Comunicações, e funcionário do governo na Federal Communications Commission (FCC) desde 1942. Em outubro de 1962 foi um dos treze nomeados pelo presidente John Kennedy para estabelecer e incorporar a Communications Satellite Corporation, também conhecida como COMSAT, e em 1964 foi eleito membro do Conselho de Administração. Em 2 de setembro de 1965, assumiu o cargo de diretor da USIA até ser substituído por Frank J. Shakespeare. Informação disponível em: https://catalog.archives.gov/id/10570777, NARA Archives Catalog, consultado em 08.03.2019.

720 Operations Memorandum, IIA 1954-1955, NARA II: RG 306, Records of the United States Information

português, e assim, quem sabe, chegar aos seus governantes. Tratava-se, no fundo, de projetar uma imagem positiva dos Estados Unidos como parte da sua diplomacia pública, escamoteada de propaganda cultural, para influenciar as mentes lusas oprimidas pelo regime salazarista, da sua capacidade de liderança e dos valores democráticos.

Como já referimos no capítulo anterior, o aparecimento do USIS em Portugal foi anterior à USIA, dado ter sido criado durante a época do CPI na I Guerra Mundial. Contudo, as suas funções no exterior continuaram a ser as mesmas com o OWI na II Guerra Mundial, e depois com as agências721 encarregues das políticas culturais e de “informação” nos países com quem os Estados Unidos tinham relações diplomáticas.

A influência norte-americana na narrativa sobre a Guerra Fria, numa ofensiva psicológica contra o comunismo soviético, foi formulada através de vários canais de comunicação, ou seja, através de filmes, livros, música, arte, ensino de Inglês, Estudos Americanos, rádio, televisão, e todos os outros meios já abordados neste estudo. No entanto, e para que a eficácia da sua ação resultasse, o Departamento de Estado, através do USIS, efetuava pesquisas de opinião pública cujas respostas depois se traduziam na elaboração de Country Plans. A ênfase dada ao programa estabelecido no Country Plan, e apesar de seguir um padrão organizacional geral, determinava a estrutura interna do USIS que podia variar de pequena, média e grande. Um USIS médio, o mais implementado dos postos (figura 3.1), era gerido por cinco a nove americanos e por cerca de vinte e cinco locais. Portugal era considerado um posto pequeno como iremos verificar mais à frente.

721 Office of International Information and Cultural Affairs (1945-1948); Office of International Information

(1948-1950); Office of International Information and Cultural Exchange Programs (1950-1952) e International Information Administration - IIA (1952 - 1953).

Figura 3.1 – Estrutura de um USIS de tamanho médio.722

Já aqui referimos que a IIA, criada em 1952, tinha sido a precursora da USIA, estabelecendo as bases para os programas de propaganda do governo norte-americano e reforçando-os com a condução de relações internacionais. Como tivemos oportunidade de verificar na figura 2.3 (pág. 121) do capítulo anterior, o seu plano de operações nos países estrangeiros dependia dos postos USIS, adaptando-o de forma diferente consoante o foco de interesse no país onde exercia a sua função. Com a USIA a forma de atuar não foi diferente, criando formas e mensagens eficazes de atingir o público-alvo, pelo que também fez uso de Country Plans que direcionavam as ações em cada país. De acordo com as orientações fornecidas pelo USIS, o Departamento de Estado e a USIA determinavam o plano de operações (Country Plan) de acordo com os objetivos a alcançar.

Após a implementação dos programas propostos era feita uma segunda avaliação, que media a eficácia qualitativa e quantitativa dos programas implementados localmente de acordo com pesquisas de opinião pública. Para cumprir a parte consultiva da sua missão, a agência realizava essas pesquisas por todo o mundo, as quais avaliavam a imagem dos Estados Unidos, dos seus presidentes e as ações de política externa norte-americana, assim como a reação exterior a outros acontecimentos de caráter importante nos principais meios de comunicação.723 Em seguida, emitia uma série de relatórios de avaliação, ou controlo, realizados por inspetores norte-americanos, para os funcionários do governo no país e no estrangeiro, incluindo comentários da imprensa estrangeira em todo o mundo. Esta informação permitia aos postos USIS estabelecer estratégias locais, tanto em relação ao modo de atividades/programas que deviam ser implementados, como identificar o público-alvo e determinar o tempo ideal para a divulgação de propaganda.

Para além das pesquisas de opinião, a USIA também elaborava anualmente os Fact Books.Uma compilação de um amplo painel de informações sobre os países estrangeiros onde ia atuar, que iam desde o perfil político do país, atividades comunistas, acordos realizados entre os dois países, sistema educacional, dados populacionais, estatísticas eleitorais, entre outras. O Fact Book de Portugal de 1962,724 continha também informação relativa a outros anos (1950, 1954, 1957 e 1958) e começava com uma introdução ao país,

Sob a ditadura de Salazar, de 32 anos, Portugal continua uma existência insular caracterizada por uma estrutura governamental monolítica e uma imprensa controlada. A maioria da população desta pequena nação é analfabeta e quase metade da força de trabalho está envolvida na agricultura e pesca. O pequeno grupo de elite controla o governo, a indústria e os militares e manteve com sucesso o status quo de uma sociedade predominantemente rural. Esta sociedade tem sido relativamente resistente à Revolução Industrial e à fermentação das ideias do século XIX e XX no governo, na reforma social e na participação informada nos assuntos públicos.725

Seguia-se uma análise ao funcionamento do governo de Salazar, em especial o que controlava (censura) a nível dos meios de comunicação, ou seja, na imprensa, rádio e televisão. Passa depois a comentar, de forma breve, o sistema educacional português, a importância e atuação da Igreja no governo e na educação, e finaliza com uma referência curta sobre a forte influência do regime na

723 A USIA também realizava, de quatro em quatro meses, operações de pesquisa a que em chamava

BarometerReports em quatro países chave da Europa Ocidental, que lhe permitiam estruturar as tendências de opinião com mais precisão do que qualquer outro método. No entanto, e de acordo com a pesquisa por nós realizada, Portugal não era um desses países chave. Chief of the Office and Research and Intelligenge, U.S. Information Agency (1955). Disponível em:

https://history.state.gov/historicaldocuments/frus1950-55Intel/d226, consultado em 18.04.18.

724 Apenas foi encontrado nos arquivos da NARA um Fact Book relativo a Portugal, mas felizmente estava

bem preservado para nos permitir reconstruir parte da história da propaganda dos EUA em Portugal.

725 Research and Reference Service - Portugal: A Communications Fact Book, May 10, 1962, p. i., NARA II:

RG 306, Records of the United States Information Agency, Research Reports, box 8. Citação original em Apêndice - Citações traduzidas (Citação 70)

formação da opinião da população em relação a assuntos a nível nacional e internacional. Em poucas linhas, a opinião norte-americana sobre Portugal não era muito positiva, tendo como “obstáculo” uma forte propaganda governamental de caráter nacionalista.726

Este relatório cruzava dados estatísticos sobre diferentes assuntos, os quais podemos dividir em duas partes. A primeira diz respeito à demografia, educação e religião, enquanto a segunda engloba os meios de comunicação, isto é, publicações, meios audiovisuais e dados comparativos sobre os meios de comunicação de massa.

Quanto ao aspeto demográfico, é referida a área total do país; número populacional e composição étnica; a distribuição regional por distritos, sem esquecer as ilhas da Madeira e dos Açores; a distribuição urbano-rural por distritos, por género e idade, agregado familiar, nível socioeconómico e o número populacional das cinco maiores cidades de Portugal (Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra e Funchal).727

No que diz respeito à educação, a informação recolhida aborda a taxa de iliteracia no país, assim como dados estatísticos sobre os diferentes anos escolares e respetivas matrículas, e número de alunos inscritos nas três principais universidades portuguesas e na Universidade Técnica de Lisboa. Estes dados são acompanhados de uma descrição resumida do funcionamento do sistema educacional geral, primário e secundário, complementar e universitário.728

Segue-se depois uma análise à Igreja em Portugal, onde é feita uma descrição sucinta do sistema religioso, da relação da Igreja com o Estado e com o governo, a sua influência na educação e na opinião pública, e os meios de comunicação de que dispõe, como a Rádio Renascença, o jornal Novidades e A Voz do Pastor.729

Os outros dados estatísticos, e mais importantes para a avaliação do país, dizem respeito aos meios de comunicação, pois são eles que possuem a capacidade de informação e persuasão das massas, como são as publicações e os meios audio-visuais. No que diz respeito ao primeiro aspeto, é mencionado o número de jornais e respetiva tiragem, assim como, quantos eram diários (matutinos e vespertinos) e semanais, e quais os dez jornais mais importantes no país em 1958. De realçar que também era de interesse para o governo norte-americano a orientação política nacional e internacional destes jornais, por essa razão também fazia parte da análise efetuada pela USIA.É feita depois uma descrição breve à imprensa em geral, com destaque para o funcionamento da

726 Research and Reference Service - Portugal: A Communications Fact Book, May 10, 1962, p. i-ii, NARA

II: RG 306, Records of the United States Information Agency, Research Reports, box 8.

727 Research and Reference Service - Portugal: A Communications Fact Book, May 10, 1962, p. 1-5, NARA

II: RG 306, Records of the United States Information Agency, Research Reports, box 8.

728 Research and Reference Service - Portugal: A Communications Fact Book, May 10, 1962, p. 5-7, NARA

II: RG 306, Records of the United States Information Agency, Research Reports, box 8.

729 Research and Reference Service - Portugal: A Communications Fact Book, May 10, 1962, p. 7-8, NARA

censura na imprensa, ao Secretariado Nacional de Informação (SNI), e o resultado da sua ação no tipo de notícias e tiragem dos jornais.730

Segue-se depois uma análise às revistas, tipo de edição e respetiva quantidade, assunto e tipo de

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