CAPÍTULO 2 – ORATÓRIA/RETÓRICA
2.6 Uso de recursos audiovisuais nos discursos e apresentações
As pinturas rupestres nas cavernas foram os primeiros recursos audiovisuais usados pela homem para se fazer lembrar! São os primeiros registros que temos sobre a comunicação entre os homens, por meio de imagens e símbolos. Ver o que se está expondo facilita a compreensão e faz com que as informações sejam assimiladas com mais facilidade por quem as recebe.
Atualmente, com o avanço tecnológico, dispomos de inúmeros recursos para auxiliar na transmissão de uma mensagem. A preparação do material adequado para uma apresentação auxilia no êxito do evento, dando qualidade ao trabalho e eficácia ao processo de comunicação (SANTOS, 2014).
Dentre os recursos facilitadores que contribuirão para uma apresentação eficaz temos o flip-chart, o quadro magnético, TV e vídeo e projetor Datashow.
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a)Flip-chart, álbum seriado, tripé ou ainda cavalete.
É um instrumento utilizado para um público de até 25 pessoas, desde que não estejam muito longe do recurso. O ideal é começar a utilizar as folhas do álbum de trás para frente. Isso facilita o manuseio, tornando mais prático o seu uso. Evite escrever com letra cursiva. Opte pela letra de imprensa, da forma maiúscula. Desse modo, a visualização da informação ficará mais clara.
Uma característica que mais impressiona em um flip-chart é sua capacidade de ser transferido de um lugar para outro sem atrapalhar nada e ninguém.
Uma outra vantagem é de que, se durante uma fala, interagindo com os participantes algum assunto se mostra inconsistente ou inoportuno, basta virar a folha em que está escrito o tema em questão e pronto, passa-se para o próximo assunto.
Sua utilização é extremamente simples, quando se trata de uma apresentação. Durante a mesma ou antes de começa-la podemos ter no flip-chart uma arma: a arma de retenção de informações para quem assiste a apresentação.
Use cores fortes, faça desenhos de fácil compreensão, e aquela máxima de que se retém 10% do que se ouve e 10% do que se vê, vai valer para seu seminário ou treinamento.
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Faltam os 80% que é para quem executa, e isso depende só da didática do apresentador. Mesmo em uma simples reunião de rotina ter um flip-chart a mão vai facilitar a explicação de algum esquema que por ventura tenha que ser visualizado.
Afinal pode-se escrever por cima do desenho já preparado.
Lembre-se sempre de deixar uma página em branco, quando não for utilizar mais as anotações escritas no “flip-chart”. Assim, o ouvinte fixará a atenção só na sua fala e não se distrairá lendo o que foi escrito anteriormente.
b) Quadro magnético (quadro branco):
Antigamente tínhamos o quadro negro (que na verdade era verde), hoje ele é magnético ou branco onde podemos escrever com um tipo de pincel. Permite uma apresentação rica, mas atente ao detalhe de sempre que terminar de expor um assunto manter o quadro limpo, para não causar distração física.
c)TV e vídeo:
É uma boa opção para determinados tipos de apresentação. Dependendo do tamanho da televisão e da altura em que ela esteja colocada, atenderá a uma plateia em torno de 30 pessoas. Acima desse número, o ideal é usar uma tela de projeção.
d)Projetor multimídia (Datashow):
É um recurso que permite exposições dinâmicas, enriquecendo sua apresentação. Porém, cuidado para não exagerar no número de “slides”.
Não os use como leitura. Sua finalidade é ilustrar e tornar mais clara a sua apresentação. É bom fazer alguns lembretes:
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Prefira elaborar os slides com o fundo de cor escura, e as letras claras, para realçar as informações.
Não abuse no uso de muitas cores. É recomendável usar, no máximo, até três cores diferentes, pois assim não prenderá a atenção das pessoas em detalhes visuais. Dê ênfase na ideia principal com cor diferente.
Não exagere com o uso de gráficos, pois poderá ser cansativo.
Não exagere em textos. Se houver texto, ele deve ser introdutório e no máximo com quatro linhas.
Use as fontes Arial ou “Times New Roman”, com letras grandes (mínimo fonte 20), porque permitem melhor visualização do texto.
Programe-se para fazer a sua apresentação, se possível, com o máximo de sete slides para cada cinquenta minutos de fala.
Escreva tópicos para destacar o foco importante do que vai ser abordado.
Não “polua” o slide com excesso de informações, pois as pessoas não foram assistir a você fazer uma leitura em público e sim assistir à sua apresentação em público. Em vez de escrever, fale.
Procure fazer a sua apresentação com os tópicos agrupados em parágrafos, ou seja, eles só aparecerão à medida que você clicar no mouse. Assim, você evita que a sua apresentação apareça antes da hora e que o público se distraia, lendo o que está escrito, enquanto você fala.
Modere o uso abusivo de efeitos especiais do tipo letrinhas “saltitantes” ou
“voadoras”, sons de máquina de escrever etc. Tudo isso pode causar distração no público.
Evite passar na frente do projetor de imagens, enquanto estiver apresentando algum slide. Procure posicionar-se em um dos lados da tela.
Use o apontador a laser evitando movimentos giratórios e sublinhados repetitivos na imagem projetada. Pode ser divertido para quem “brinca”, porém, em muitos casos, torna-se irritante para quem vê.
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Só nos falta falar do uso do microfone. Algumas pessoas são desinibidas e fazem uso dele com a maior naturalidade, mas nem todo mundo tem esse costume, então vamos a algumas dicas.
Haverá ocasiões em que não bastará ter uma boa capacidade pulmonar nem uma boa intensidade de voz. O tamanho do ambiente em que se fará a apresentação exigirá um tom de voz muito alto. Nesse momento, o microfone, se for bem utilizado, será um grande apoio. Não o encare como um terrível inimigo salienta Santos (2014).
Conheça alguns procedimentos elementares que irão possibilitar uma boa apresentação.
a) Microfone de lapela:
Ele é preso na roupa e dá liberdade aos movimentos.
Não toque nos fios enquanto estiver usando-o, pois o som propagar-se-á muito alto.
Sua sensibilidade é muito alta e pode causar ruídos em sua comunicação.
Antes de fazer comentários alheios ao assunto, certifique-se de que o microfone está desligado.
b) Microfone de cabeça (headset)
Segue as mesmas orientações para o uso do microfone de lapela.
c) Microfone de pedestal
Treine os movimentos de regulagem antes de se apresentar, para familiarizar-se com o recurso.
Posicione-o meio inclinado, à distância de 10 a 15 centímetros da boca, evitando deixá-lo tampar o rosto.
Mantenha-o 1 ou 2 centímetros abaixo do queixo. Sua voz passa por cima do microfone.
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Fale olhando sobre o microfone e não para o microfone.
Aumente o volume da voz, caso se afaste dele.
d) Microfone de mesa e microfone sem fio
São dispensados os mesmos cuidados já relacionados aos de cima.
Caso o utilize nas mãos, segure-o, com naturalidade, apenas com uma mão, evitando movimentá-lo.
Procure usar o microfone na mão oposta àquela que usa para escrever.
Assim evitará ficar gesticulando enquanto segura o microfone.
Cuidado para não cometer o erro de ficar “alisando” o suporte do microfone enquanto fala. É um ato involuntário e as pessoas nem se dão conta do que estão fazendo. Entretanto, o público assiste a “uma grande prova de carinho”.
Ao utilizar o microfone sem fio, tome cuidado para não esquecê-lo parado na mão. Preocupe-se em posicioná-lo, de acordo com os movimentos da cabeça, para que o som da voz não desapareça.
Esteja sempre preparado para algum contratempo.
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