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I - Área institucional

A área institucional criada no início da década de 40 se encontra ao longo dos limites da Primeira Légua Patrimonial do Município de Belém, criado em 1627. Nessa área de 52,90 Km2, onde encontramos os bairros do Universitário e o Curió - Utinga, formando um verdadeiro cinturão institucional, onde foram instaladas diversas instituições públicas civis e militares, hoje, assim distribuídas:

- UFRA e EMBRAPA... 15,25 Km2 - Áreas Militares, Aeroportos e ELETRONORTE ... 13,39 Km2 - COSANPA ... 15,68 Km2 - UFPA ... 2,51 Km2

Dentro da área dos mananciais, são encontradas as terras pertencentes à Universidade Rural da Amazônia (UFRA), a antiga Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP) e da EMBRAPA Amazônia Oriental o antigo Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Úmido (CPATU), onde foram construídas as sedes de suas instalações, e implantados os diversos experimentos agrossilvipastoris para a realização das pesquisas em apoio ao ensino e a extensão. A Companhia de Pesquisa dos Recursos Minerais (CPRM), e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

A outra parte pertencente à Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), corresponde à área ao redor dos açudes Bolonha e Água Preta e suas matas adjacentes, as estações de capitação, tratamento e bombeamento da água potável para população da RMB Nesta área ao redor dos mananciais do Utinga, para fins de conservação, foram criadas diversas ações ambientais, por parte do Governo do Estado e da Prefeitura de Belém, como a Zona de Preservação dos Mananciais do Utinga em 1984, a Zona de Proteção dos Recursos Naturais em 1988, o Parque Ambiental de Belém e a APA - Belém em 1993, a Zona Especial de Preservação dos Mananciais do Utinga – ZEP, e as Zona de Funções Especiais – ZEF, segundo o Plano Diretor Urbano (Lei N 7.603, de Janeiro de 1993).

II - Área Urbana

A definição da área urbana inserida dentro das microbacias formadoras dos Mananciais do Utinga corresponde à divisão espacial utilizada pelo Plano Diretor de Transporte Urbano de Belém (PDTU), proposta em 1991, para Região Metropolitana de Belém – RMB, criada pela Lei Federal N 14, de 1973, englobando os Municípios de Belém e Ananindeua.

a) Área Central

A área central corresponde a um semicírculo de 6,6 Km de raio, partindo do Forte do Castelo, definindo a Primeira Légua Patrimonial de Belém, se caracteriza por uma predominância do uso residencial do solo e pela concentração, no âmbito regional e metropolitano, o comércio central, o comércio especializado e alguns sub-centros de bairros de grande importância no contexto metropolitano, como os sub-centros de São Braz, Pedreira, Telégrafo, Guamá e outros. Também na área central estão localizados os principais equipamentos de interesse coletivo, notadamente os bancos, clínicas, hospitais, escritórios, colégios, equipamentos de lazer e recreação, praças e a grande maioria dos órgãos institucionais.

A Área Central, inserida dentro da área dos mananciais, corresponde a uma pequena parte do bairro do Marco, o antigo Marco da Légua, formando a figura de um triângulo, limitado pela Avenida Almirante Barroso, Travessa Itororó e a Avenida Perimetral.

b) Área de Transição

Localizada imediatamente logo após a área central consolidada, englobando as terras dos bairros do Souza, Marambaia, Atalaia, Castanheira, Val-de-Cães, Curió-Utinga, parte do Benguí e as áreas institucionais já mencionadas. Sua estruturação é baseada em dois modelos. O primeiro, tipicamente urbano, iniciado na década de 1960, através dos primeiros conjuntos residenciais no modelo do BNH, consolidada na década seguinte, através da implantação de novos conjuntos voltados para a população da classe média. O outro modelo define-se como um grande vazio urbano, com baixa ocupação e densidade demográfica, correspondendo aos espaços institucionais.

Parte da área urbana de transição, inserida na área dos mananciais, corresponde, às terras dos bairros do Souza, Castanheira e Curió-Utinga, localizadas ao lado direito da Av. Almirante Barroso e o início da BR. 316, no sentido Belém – Ananindeua. Nelas, encontramos a sede campestre dos clubes Tuna Luso Brasileira, Assembléia Paraense, a Secretaria Municipal de Saneamento, o Hospital da Aeronáutica, a Delegacia Regional do Ministério da Agricultura, Delegacia Regional da Polícia Rodoviária Federal, o Parque de Exposição Agropecuária de Belém, os conjuntos residenciais, Castelo Branco e Costa e Silva, e demais estabelecimentos comerciais e residenciais.

c) Área de Expansão

É a área de urbanização mais recente, a partir da década de 1980, sendo diferenciada das áreas anteriores, acompanhando a estruturação do eixo viário das Rodovias BR. 316, no sentido de Ananindeua e Marituba, e Augusto Montenegro para o Distrito de Icoaraci. Nela,

encontramos vários conjuntos residenciais para a população de baixa renda, estabelecimentos comerciais e industriais, bem como um grande número de “áreas de invasões”.

As terras inseridas dentro da área dos mananciais correspondem à continuidade da BR 316, no seu lado direito, onde encontramos os bairros: da Guanabara, parte do Curió-Utinga, Águas Lindas e o Aurá, até entrar no Município de Ananindeua pela Rua Osvaldo Cruz, e voltar ao Município de Belém onde estão localizados os Conjuntos Verdejantes I, II, III e IV.

Nessa área também são encontrados: um cemitério parque, um antigo lixão abandonado, o Conjunto Residencial Júlia Sefer considerado um dos maiores da RMB e a área do atual complexo de destino final dos resíduos sólidos da RMB que está localizado apenas 1,4 Km do braço esquerdo (leste) do Lago Água Preta.

Conclui-se então, que a expansão urbana da metrópole verificada nas últimas décadas do século XX, bem como nesse início de século, já ocupa de fato uma parte significativa (setentrional e leste) da área dos mananciais do Utinga. Esse processo de ocupação urbana, não foi diferente do verificado em outras metrópoles brasileiras, como o exemplo da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em relação aos mananciais de Billings e Guarapiranga.

O exemplo da RMSP em relação aos seus mananciais nos mostra que a expansão urbana, sem a adoção de políticas públicas realmente eficazes para sua proteção, de fato, é a grande responsável pelo processo de degradação ambiental. Resta-nos então, aprendermos sobre as experiências que já ocorreram, para refletirmos sobre a situação atual dos mananciais do Utinga.