• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3. RESULTADOS DAS INVESTIGAÇÕES

3.3 USO DO SOLO

3.3.1 Uso do Solo na Área de Influência Direta

Ao analisar a variável de uso do solo na área de influência direta, identificaram-se os seguintes usos nas três áreas: residencial, prestação de serviços, comercial, fundação/associação/conselhos/sociedades sem fins lucrativos, industrial, templos, terrenos e uso indefinido. As três áreas apresentam uma predominância de edificações residenciais, seguido dos lotes de prestação de serviços e dos lotes comerciais (Ver Gráfico 5). Observa-se que as áreas com maior concentração de estabelecimentos estão localizadas nas proximidades das avenidas coletoras do bairro, como a avenida Governador Flávio Ribeiro Coutinho (retão do Manaíra), avenida João Câncio, avenida Édson Ramalho e a avenida João Maurício (Via da Orla Marítima).

Gráfico 5 - Uso do solo para as três praças

Fonte: Elaborado pela autora, 2013.

Para promover a logística das análises durante a elaboração dos gráficos de usos do solo, estes foram reclassificados em uso residencial, uso ativo11 e sem uso12. Neste caso, constatou- se que o entorno da praça Silvio Porto apresenta a maior porcentagem de usos residenciais

11 Uso não residencial com acesso direto e abertura para o logradouro, considerado na base de dados da PMJP

como os usos: serviço, comércio, templo, fundação/associação não governamentais e industrial.

com 79%, e a menor de uso ativos com 15%, o que pode ser explicado devido a localização na região Noroeste, mais deslocada para o interior do bairro e, fugindo de várias vias de alto fluxo do bairro. No entorno da praça Alcides Carneiro esse índice de usos residenciais representa 72% dos lotes e o números de usos ativos é maior do que o da Silvio Porto, pois somam 21%, justificado pela maior abrangência de avenidas estruturadoras de fluxo, como a avenida João Câncio, que é a via principal que existe no interior do bairro. Já na área de influência direta da praça Chateaubriand Arnaud, encontra-se o menor índice de usos residenciais entre as três praças com 67%, e o maior de usos ativos com 26%, isso se deve a proximidade da orla marítima, que apresenta uma variedade de atividades voltadas ao turismo, e notoriamente muitas edificações tiveram uso destinado para atividades comerciais e serviços. Já a porcentagem dos lotes sem uso permaneceu constante nos três casos, representando 7% dos lotes totais, mostrando que são regiões que tem disposições semelhantes para o crescimento e para o surgimento de novas atividades (Ver Gráfico 6).

Gráfico 6 - Proporção de lotes residenciais, ativos e sem uso nas praças

Fonte: Elaborado pela autora, 2013.

Nota-se então que, apesar da manterem o mesmo perfil do uso residencial predominante, há uma variação entre as porcentagens desse tipo de uso e dos usos ativos, o que sugere que as áreas estudadas apresentam diferentes demandas de pessoas para usar as áreas públicas, e ofertas de comércio e serviços distintos.

3.3.2 Uso do Solo do Entorno Imediato

O perímetro das fachadas no entorno da praça, que conforme dito anteriormente é o somatório dos comprimentos das fachadas dos lotes que a circundam (ver Figura 18, Figura 19 e Figura 20), está relacionado com as dimensões de cada praça. No caso da praça Silvio Porto o ‘perímetro de fachadas’ (‘P’) do entorno totaliza 1.016,45 metros, já no entorno imediato da praça Alcides Carneiro esse perímetro corresponde a 844,75 metros, representando o menor perímetro entre as três, e na Chateaubriand Arnaud o perímetro de fachadas corresponde a 1.073,29 metros, e é o maior perímetro entre as três praças, uma vez que é a praça com maiores dimensões territoriais (Ver Gráfico 7).

Gráfico 7 - 'Perímetro de fachadas' do entorno imediato

Fonte: Elaborado pela autora, 2013.

Quanto ao uso do solo nos entornos imediatos, observa-se que o perfil nos três casos acompanha a configuração geral do bairro, pois o entorno imediato das praças apresenta uma predominância de lotes residenciais. E ao contabilizar o somatório do comprimento das fachadas ativas (‘P1’) no ‘perímetro de fachadas’ (‘P’) em cada entorno, busca-se constatar a variação dos atrativos para os usuários, e as proporções em relação aos usos residenciais. Neste caso, identifica-se que na praça Silvio Porto a soma dos comprimentos das fachadas ativas corresponde a 142,08 metros, que são fachadas de estabelecimentos comerciais do tipo bar, e edificações de prestação de serviço, como escolas e salão de festas. Já na Alcides Carneiro essa soma totaliza 267,86 metros, e é composta por edificações de uso comercial, como bares, lanchonetes, restaurantes e posto de gasolina, algumas de prestação de serviço, como lavanderias e salão de beleza, e lote caracterizado como industrial, que corresponde a uma panificadora. O ‘P1’ da praça Chateaubriand Arnaud é o menor em comparação com as

1073,29 844,75 1016,45 0 200 400 600 800 1000 1200 CHATEAUBRIAND ARNAUD ALCIDES CARNEIRO SILVIO PORTO metros

três, compondo 60,41 metros, estas fachadas são de edificações de uso comercial, como lanchonete e aluguel de roupas, e prestação de serviços, como salão de beleza (Ver Gráfico 8).

Gráfico 8 - Somatório do comprimento das fachadas ativas

Fonte: Elaborado pela autora, 2013.

A relação do 'perímetro de fachadas' ('P'), com a soma dos comprimentos das fachadas ativas ('P1') demonstra significativas diferenças percentuais. A Silvio Porto apresenta em seu entorno um percentual de 13,98% de fachadas ativas, a Alcides Carneiro é a de maior índice com 31,71%, estimulado principalmente pela sua localização próxima a avenida João Câncio, via com alto foco comercial e de serviços; e a Chateaubriand Arnaud encontra-se com o menor percentual, representando 5,63% do perímetro total, o que pode representar uma reduzida atração para usuários ao espaço público.