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Uso e ocupação do solo

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA

2.5.1 Uso e ocupação do solo

Com o objetivo de cumprir o que foi determinado na Constituição Federal, foi concluído em 2004 o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Juiz de Fora (PJF, 2004). Neste documento é citado que as maiores preocupações com as leis urbanas do município aconteceram em momentos distintos. Na tabela 19, estão descritas de forma cronológica as principais intervenções urbanas ocorridas, fornecendo uma revisão histórica que descreve a evolução do urbanismo no município:

Tabela 19 - Revisão histórica da evolução do urbanismo no município de Juiz de Fora. (MARTINS; LIMA, 2011)

PERÍODO DESCRIÇÃO

1701 Traçado urbano do Caminho Novo, que passa pela região de Juiz de Fora

1838-1844 Desenhadas as primeiras plantas de ocupação do Arraial de Santo Antonio, pelo engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfeld, que divide a cidade em 12 faixas 1853 Traçado o percurso da Companhia União Indústria por Juiz de Fora

1860

Traçado de Dodt: alinhamento e nivelamento das ruas, demarcação de praças e logradouros públicos, prevendo o futuro traçado da área central através de um triângulo e empreendimentos de higiene

1875 Desenhada a 2ª Planta Cadastral da cidade

1883 Desenhada a 3ª Planta Cadastral, constando edificações, chafarizes e curvas de nível na escala de 1:2000, feitas pelo engenheiro José Barbalho Uchôa Cavalcanti

1892 e 1893

Plano Urbano de “Saneamento e expansão da cidade de Juiz de Fora: águas, esgotos; retificação de rios, drenagem”, do engenheiro francês Gregório Howyan, que segundo Furtado e outros (2008), não chegou a ser aplicado por causa de disputas políticas

1912 Criação da Resolução nº 66 de 22 de julho, que divide a cidade em Zona Urbana e suburbana

189? e 1919 Implantação do 1º Código de Posturas do Município 1915-1920

“Plano de Saneamento e Abastecimento de Água”, como defesa de inundações em diversas áreas da cidade, feito pelos engenheiros Saturnino de Brito e Lourenço Baeta Neves

1930 Cadastro das águas da Bacia do Yung

193?

Publicação do livro “Notas Urbanísticas”, do engenheiro Francisco Batista de Oliveira, como uma apologia ao Plano Diretor, que segundo PJF (2004), apesar de elaborado por técnico, não foi aplicado pela falta de participação efetiva da comunidade

1938

Regulamentação do Decreto-lei nº 23 de 6 de setembro, que aprova o Código de Obras e divide em 4 Zonas: comercial, industrial, residencial, rural ou agrícola, cuja preocupação era a regulamentação do crescimento

1945-1949

Traçada a “Referência Urbana”, de Saboya Ribeiro, que segundo PJF (2004), apesar de elaborado por técnico, também não foi aplicado pela falta de participação efetiva da comunidade

Década de 1960-1972

Planos de intervenção do Estado para remodelar a economia, como o processo de reequipamento da infra-estrutura da cidade com a implantação de sistema de telecomunicações e abastecimento de água e dos Distritos Industriais I e II

1970-1977

Plano de Desenvolvimento Local Integrado, feitos pela CPMBIRD, espécie de Planos Diretores para as cidades de médio porte, feitos em 12 cidades, sendo que uma das escolhidas foi Juiz de Fora

1978

Plano Diretor da Cidade Alta, do IPPLAN (Instituto de Pesquisa e Planejamento de Juiz de Fora), induzindo a expansão para região, atrelada à instalação do Campus da Universidade Federal de Juiz de Fora

1986

Regulamentada a “Legislação Urbana Básica de Juiz de Fora”, com as Leis nºs 6908, 6909 e 6910, de 31 de maio, sobre o parcelamento do solo, código de edificações, uso e ocupação do solo e instituição do COMUS, para um maior ordenamento, tendo em vista a “inchação” das regiões centrais

1992-1996 Aproximação do Plano Diretor com os diagnósticos, propostas, análises e diretrizes, pelo IPPLAN

1997 Revisão das Leis de Uso e Ocupação do Solo

1998-2000

Plano Estratégico e Plano de Desenvolvimento Local, cujas preocupações eram o desenvolvimento com qualidade de vida, dividiram a cidade em 7 regiões administrativas: Oeste, Centro, Leste, Sul, Sudeste, Norte e Nordeste

2000 Regulamentada a Lei Municipal, nº 9811, de 27 de junho, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

2004 Publicação do livro do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

Na questão de uso e ocupação do solo, o Plano Diretor (PJF, 2004) ressalta que até 1986 não havia nenhuma legislação urbanística, à exceção do Código de

Obras de 1938. A Lei Municipal 6910/86 definiu em seu anexo 5, modelos mínimos de parcelamento do solo, incluindo limitações, disposições urbanísticas e procedimentos que orientam sua aplicação e fiscalização. Em 27 de junho de 2000, foi instituído o Plano Diretor de desenvolvimento urbano de Juiz de Fora, através da Lei Municipal N° 9811.

No caso de áreas de risco, conforme o Plano Diretor (PJF, 2004), observa que existem ocupações subnormais, estando algumas em áreas de risco ou insalubres, sem infra-estrutura instalada, onde a população vive em precárias condições, citando a área de Três Moinhos (uma das áreas prioritárias de risco) como uma delas. Quanto às condições ambientais, salienta que as características geomorfológicas e os processos de parcelamento e de ocupação do solo inadequados resultam em várias áreas de risco que se somam à precariedade das condições de vida da população.

Foi constatado inclusive que as ocupações nas encostas íngremes configuram uma situação tão preocupante que fazem deste setor o prioritário para receber programas de prevenção, recuperação e estabilização de áreas de risco sujeitas a deslizamentos. Foi realçada ainda a necessidade da fiscalização rigorosa do Poder Público na aprovação de novos loteamentos e concessão de alvará para novas construções, resguardando ainda a utilização de áreas impróprias.

Portanto, observa-se ser de suma importância que as áreas consideradas de risco sejam critério de interferência nas políticas de uso e ocupação do solo, visto que a regulamentação destas ações pelo Poder Público pode minimizar os problemas de ocupação inadequada nos espaços urbanos das cidades, no sentido de atuar na redução do índice de desastres que ocorrem a cada ano com mais freqüência.

No documento janezeteaparecidapurgatomarques (páginas 76-78)