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CAPÍTULO 2 – A ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL “PAULO

2.2 Implantação do Sistema de Avaliação Institucional (SAI)

2.2.3 Utilização dos Dados do SAI

Os Relatórios recebidos anualmente pelas escolas, de acordo com orientações do CEETEPS que acompanham a divulgação dos resultados de cada escola, devem ser encarados como um instrumento que oferece referências sobre o modo de ser de cada unidade escolar. Não é apenas uma simples mensuração de rendimentos e comparação de resultados produzidos individualmente ou pelo grupo, mas revela os valores, ideais, conceitos e juízos subjacentes nos projetos e ações desenvolvidas no atendimento dos compromissos sociais do Centro Paula Souza e da própria unidade escolar.

Trata-se de um instrumento técnico para subsidiar o planejamento estratégico e atender à responsabilidade de prestar contas à sociedade da eficiência e eficácia das ações desenvolvidas.

Os dados apresentados devem servir para que a escola repense coletivamente sua atuação, analisando o seu contexto interno, que expressa as fragilidades e forças da escola e externo, que são as oportunidades e ameaças do ambiente externo. Esta análise permitirá formular objetivos estratégicos adequados e respectivas estratégias os quais, apoiando-se nas forças, superando as fragilidades, aproveitando as oportunidades que o contexto externo oferece e neutralizando as ameaças, gerem as maiores garantias de êxito.

É importante ressaltar que o exame dos resultados deverá permitir uma tomada de consciência de si mesmo, tornando identificáveis os recursos e capacidades de que a escola dispõe, para superar o próprio desempenho e focar a atenção na seleção dos problemas a serem enfrentados.

Este repensar do Projeto Pedagógico exige um conhecimento da própria realidade, com suas fragilidades e potencialidades e uma estratégia que permita ampla participação da comunidade escolar.

Após a identificação e seleção dos problemas a serem trabalhados, a partir dos resultados já obtidos, deverão ser definidas as metas e estabelecer o quanto se pretende atingir em busca da melhoria da qualidade e em que espaço de tempo isto deve ocorrer.

Definidas as metas, sempre com o objetivo de atender aos anseios da comunidade escolar, deverão ser estabelecidas as ações, que deverá ter o envolvimento de todos e o trabalho em equipe, que, compartilhando dos problemas e das sugestões, deverão estar relacionado com o papel de cada um neste processo.

Apesar de todos serem co-responsáveis deverá ser escolhido um responsável por cada ação proposta. Este responsável deverá definir um calendário para acompanhamento contínuo, avaliação e replanejamento durante o desenvolvimento das ações..

Finalmente, pelo conhecimento de si mesma, a Escola poderá utilizar-se de procedimentos criativos, regionais e peculiares para interferir no processo, de modo a garantir a qualidade de seus resultados e a sua extensão com toda a comunidade escolar.

O processo de Avaliação Institucional vem sendo aplicado em todas as escolas desde 1999, portanto já é possível verificar algumas tendências observadas nas escolas e que foram divulgadas pela Assessoria de Avaliação Institucional do Centro Paula Souza, em reunião com os Diretores em janeiro de 2006 e que constam do Relatório SAI/2005 (p. 3) recebido por todas as escolas.

Sendo assim, é possível afirmar que há uma correlação entre o conhecimento

dos dados dos resultados e o desempenho de cada escola. A divulgação, que caracteriza a visibilidade do processo de avaliação, possibilita uma tomada de consciência da responsabilidade de cada um. Escolas que obtiveram um desempenho superior a 70%, tiveram a divulgação dos dados conhecidos para mais da metade dos alunos. Por outro lado, nas escolas com desempenho de até 55%, o conhecimento dos resultados não ultrapassou os 20% dos alunos.

Comparativamente à avaliação dos anos anteriores, mais da metade das escolas

apresentaram melhoria de desempenho. De certa forma, é possível verificar que a cultura da avaliação começa a fazer parte da rotina das escolas, servindo como instrumento para melhoria da qualidade de ensino.

Os dados apurados também denotam que a percepção do grau de participação nos processos e nos resultados, constituem-se no primeiro passo para a conscientização e responsabilidade de cada um no aprimoramento da qualidade dos serviços prestados pela

unidade escolar. Escolas que tiveram um grau expressivo de envolvimento de docentes e funcionários, tiveram também uma pontuação geral maior.

Quase a totalidade dos diretores, em torno de 97% , afirmaram em uma pesquisa realizada pela Assessoria de Avaliação Institucional do CEETEPS em 2005, que utilizam as informações do SAI para estabelecer suas metas e planos de ação por ocasião do Plano Escolar. Ainda, 92% dos diretores afirmaram que os resultados do SAI provocaram motivação para um trabalho participativo.

Apesar da divulgação desses resultados positivos, foi destacado um fato com a orientação de servir de base para reflexão da comunidade escolar. Trata-se da constatação de que apenas 2,7% dos docentes utilizam os dados do SAI para o planejamento de sua disciplina.

A Avaliação Institucional para realmente cumprir seu papel de aperfeiçoamento contínuo e sistemático, se faz necessário que as pessoas assumam a avaliação como parte de seu cotidiano, fazendo parte de toda rotina escolar e regular da Instituição, principalmente ser incorporada e internalizada nos sujeitos do processo pedagógico.

De maneira geral, existem indícios de que a Avaliação Institucional começa a sair do discurso e incorporar a rotina das escolas como instrumento realmente capaz de possibilitar a melhoria dos serviços oferecidos, embora ainda não existam pesquisas que possam avaliar como a comunidade escolar está se organizando frente aos dados de desempenho obtidos e se os resultados da Avaliação Institucional estão servindo como instrumento para um planejamento estratégico de aprimoramento continuado e se constituindo de ações de capacitação, fortalecimento dos sistemas gerenciais e aproveitamento das possibilidades e potencialidades da unidade escolar e se cada escola está sendo capaz de operar as mudanças imprescindíveis relativas à relação educação e trabalho. Na verdade esse é grande desafio do presente estudo, no caso particular, da Escola Técnica Paulo Guerreiro Franco de Vera Cruz.