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UTILIZAÇÃO DE BALANÇAS PARA O ENSINO DE EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU –

No documento Universidade do Estado do Pará (páginas 180-189)

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A partir dos estudos apresentados sobre ludicidade, dificul- dades dos alunos em álgebra, e o conteúdo de equação do primeiro grau, realizamos uma oficina para tonar o ensino de equações algo atraente e acessível aos alunos. A oficina foi ministrada para 28 alu- nos do 7° ano do Ensino Fundamental em uma Escola Estadual da cidade de Belém do Pará. Utilizamos balanças para introduzir o conceito de equações e de operação, para os alunos compreenderem o funcionamento da balança entendendo-a como uma equação do primeiro grau em sua forma algébrica.

Materiais utilizados para a confecção das balanças • → 3 garrafas

• → 1 cabide

• → 1 palito de fósforo • → Fio de barbante • → Pesos

Figura 1: Balança e pesos.

Fonte: Confecção da oficina pelos autores (2018).

Assim, a presente oficina foi dividida em três momentos:

1º Momento: após uma breve introdução do conteúdo, relem-

brando alguns conceitos, os 28 alunos foram divididos em cinco grupos na biblioteca da escola e cada grupo recebeu as peças para a montagem da balança e foi explicado para os alunos os processos para a montagem da balança. Posteriormente, os alu- nos foram orientados sobre como utilizar alguns pesos, fazendo testes para a introdução da ideia de igualdade. Por exemplo, colo- camos nos pratos da balança pesos desconhecidos e conhecidos, e, por meio da remoção de pesos de ambos os lados da balança, sendo eles equivalentes, encontramos o valor dos pesos que ini- cialmente eram desconhecidos.

Figura 2: Verificando os pesos desconhecidos.

Fonte: Oficina desenvolvida pelos autores (2018).

2º Momento: Após cada grupo determinar os valores dos pesos,

tentamos, através de intermediações orais, fazer com que os alunos compreendessem aquele equilíbrio da balança como uma equação do primeiro grau, determinando também a forma algébrica da equa- ção que está presente de forma implícita na balança. Assim, cada um dos grupos foi reescrevendo a igualdade da balança dos pesos, que foram distribuídos de forma algébrica, estruturados de acordo com a lei de formação de uma equação do primeiro grau.

Figuras 3 e 4: Alunos Determinando os valores dos

pesos desconhecidos

Fonte: Oficina desenvolvida pelos autores (2018).

3º Momento: Após a identificação dos pesos e determinação das

equações do primeiro grau utilizando-se da igualdade da balança, foi feita um retomada dos pontos principais da oficina com o foco na análise do entendimento dos alunos em conseguir determinar os pe- sos desconhecidos e descrever o sistema da balança como uma equa- ção. Foi repassado a cada grupo uma atividade para fixação da ideia da balança, abordando alguns problemas que deveriam ser solucio- nados utilizando o principio da igualdade com a balança e também

descrevendo e solucionando a equação do primeiro grau contida no problema, assim como mostra a figura 4. Finalizando a atividade, fo- ram feitas indagações em relação aos conteúdos abordados durante a oficina, perguntando aos alunos qual a relação que perceberam entre a balança e as equações do primeiro grau, e com isso pudemos perceber alguns resultados que serão analisados a seguir.

Figura 5: Alunos Determinando os valores dos pesos desconhecidos.

Fonte: Atividades extraídas do livro didático (2018).

RESULTADOS OBSERVADOS DURANTE A

OFICINA

As atividades apresentadas foram elaboradas e adaptadas com referência ao livro didático utilizado nas aulas de matemática na es- cola de aplicação.

No primeiro momento, ao destacarmos brevemente o as- sunto de equações do primeiro grau e o funcionamento da ba- lança, os alunos conseguiam responder as perguntas satisfato- riamente. Para a questão “Qual dos pesos devemos retirar para determinar o peso desconhecido?”, os alunos responderam: “Precisa tirar pesos dos dois lados com o mesmo valor”, assim através das interações dos alunos fomos determinando outros

pesos, constatando a compreensão da ideia da balança.

No segundo momento foi confirmado o entendimento da balança pelos alunos, que conseguiam determinar, com peque- nas intervenções nossas, os outros valores dos pesos desconhe- cido que foram distribuídos, determinando também a forma algébrica da equação, presente de forma implícita na balança. Um fato interessante, que vale destacar, ocorreu durante a ve- rificação dos pesos na balança: Alguns alunos conseguiram de- terminar outros pesos que não foram disponibilizados por nós, explicitamente uma pedra, uma fruta (taperebá), uma caneta e um celular.

No terceiro momento, observamos que realmente os alu- nos haviam compreendido a ideia que queríamos repassar so- bre a representação da balança como uma equação do primei- ro grau, pois nas atividades propostas os alunos conseguiram atingir os objetivos que cada questão exigia, como mostra a resolução do grupo A.

Figura 6: Resolução do grupo A.

Fonte: Atividade elaborada pelos autores e extraída do livro didático (2018).

Os alunos resolveram os três problemas utilizando a ideia de pesos desconhecidos, cujos pesos eles identificaram ao montar a equa- ção como o “x” da equação, ou seja, a incógnita a ser determinada, e os valores dos pesos conhecidos inseridos corretamente na equação, por exemplo, se o peso estivesse do lado esquerdo da balança, os alu- nos colocavam esse peso no primeiro membro da equação, de forma análoga fez-se para os pesos do lado direito da balança.

De forma geral conseguimos constatar que os alunos com- preenderam que a balança, construída por eles, representava, por meio da utilização de pesos, uma equação de primeiro grau e que poderia ser reescrita em sua forma algébrica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante pesquisas bibliográficas sobre ludicidade e sobre os erros mais frequentes apresentados pelos alunos atualmente, e em busca de melhoria no processo de ensino-aprendizagem dos conteú- dos matemáticos, estruturamos uma oficina para os alunos de 7º ano de uma escola pública da cidade de Belém, Pará. Para aplicação desta, utilizamos matérias recicláveis, na confecção das balanças, e a partir do entendimento do funcionamento da balança pelos alunos, até ob- jetos cotidianos como, por exemplo: caneta, fruta (taperebá), pedra e celular, foram inseridos na atividade, como objetos de investigação.

Os alunos participaram da aula com mais entusiasmo, colabo- rando com ideias e respostas na construção da balança e a respei- to do objeto matemático que estava sendo estudado. Quebrou-se a rotina da aula tradicional em uma dinâmica com colaboração tan- to dos alunos como do professor e estagiários, sendo estes apenas meios facilitadores do conhecimento, em busca do aprimoramento do raciocínio lógico, que os alunos demonstraram em suas respos- tas; e, por fim, conseguindo formalizar as definições do assunto ma- temático na linguagem técnica da disciplina, e tendo 100% (cem por cento) de aproveitamento nos questionários coletados.

Após a aplicação da oficina da balança de equações e a ob- tenção de dados quantitativos e qualitativos que tivemos, pudemos constatar que os alunos tiveram maior facilidade e compreensão do assunto de equação polinomial do 1º grau, pondo em vista a prio- ri a construção, por meio de interações dos alunos, de conceitos e aplicações de operações fundamentais no conteúdo matemático. Com isso, inferimos que a ludicidade é um método de ensino, que, quando bem planejado, tanto em estrutura como organização, faz com que as aulas se tornem mais interativas e proveitosas, como pudemos observar em nossa oficina.

REFERÊNCIAS

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do 7º ano de escolaridade. Tese de Doutorado pela universidade de Lisboa, 2012.

IEZZI, Gelson. Fundamentos de Matemática Elementar, 1:

conjuntos, funções. São Paulo: Atual .1985

MATOS, Marcela Moura. O lúdico na formação do educador: contribuições na educação infantil. Cairu em revista, v. 2, n. 2, p.

133-142, 2013.

MORTARI, Cezar A. Introdução à logica. São Paulo: ed. UNESP:

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PESQUITA, I. Álgebra e pensamento algébrico de alunos do 8.º ano (Dissertação de Mestrado, Universidade de Lisboa), 2007.

PONTE, J.P., BRANCO, N. & Matos, A. Álgebra no Ensino Básico. Lisboa: Ministério da Educação – DGIDC, 2009.

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SILVA, A. A; COSTA, G. M. P. Equações do primeiro grau: uma

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VYGOTSKYI, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São

ANÁLISE DE ERROS

No documento Universidade do Estado do Pará (páginas 180-189)