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3.4.1. Aspetos gerais

Em Portugal, existe uma primazia na utilização de transporte individual ao invés do transporte coletivo. Sendo assim, estima-se que o número de veículos elétricos tenha tendência para aumentar e os Governos têm tentado acelerar a sua massificação no parque automóvel português através da aprovação de condições mais favoráveis à sua aquisição [18].

O Decreto-Lei nº39/2010 [20], de 26 de abril, debruça-se sobre três tópicos: incentivo à aquisição e à utilização de veículos elétricos, promoção da igualdade e universalidade nos regimes de mobilidade elétrica e introdução do carregamento de baterias de veículos elétricos, integrando-os na rede [16] e [17].

Posteriormente, de acordo com a Diretiva 2014/94/EU [21] do Parlamento Europeu, foi redigido o Decreto-Lei nº90/2014 [22], de 11 de junho, que promoveu alterações ao regime jurídico da mobilidade elétrica. Este decreto incide sobre a exploração dos pontos de carregamento das baterias (aberto em mercado concorrencial, com acesso a todos os interessados na instalação ou na exploração de infraestruturas de carregamento), a utilização de contadores inteligentes para monitorizar dados importantes para as redes e a existência de

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pontos de carregamento privados e dispositivos acessíveis ao público mediante cartões de registo, ou pontos de carregamento em estacionamentos públicos.

No Orçamento de Estado (OE 2016), o Governo definiu que o incentivo fiscal ao abate de veículos em fim de vida, tendo em vista a aquisição de um veículo elétrico, é de 2250 €. A aquisição e os custos, importação, aluguer, utilização ou reparação de Plug-In Hybrid Electric Vehicles estão isentos de IVA. Está também prevista, para particulares e empresas, a isenção do pagamento de Imposto Sobre Veículos (ISV) e do Imposto Único de Circulação (IUC).

3.4.2. Rede de Postos de Carregamento

Atualmente, já existem em diversos países alguns mecanismos de carregamento de veículos elétricos em fase de implementação ou estudo. Prevê-se que o perfil do local onde ocorra o carregamento dos veículos elétricos possa ser em casa, no trabalho ou em algum espaço público. O fator mais importante a ter em conta é a dispersão geográfica dos pontos de carregamento, ou seja, a possibilidade de o mesmo veículo poder ser carregado em vários locais distintos. De forma a tornar o desenvolvimento da rede mais sustentável devem-se usar contadores inteligentes de forma a obter dados sobre o carregamento.

No caso português, foi implementada uma rede de postos de carregamento mais ou menos dispersada pelo país, chamada “Mobi.E” [17] e [19]. No ano de 2012, Portugal pretendia ter uma rede de postos de carregamento com 1300 postos de carregamento normal e 50 postos de carregamento rápido. Consultando o respetivo site (www.mobie.pt) a dia 7 de outubro de 2016, verifica-se que existem 447 postos de abastecimento em operação. A diferença principal entre o carregamento normal (em corrente alternada) e o carregamento rápido (em corrente contínua) é a sua duração, sendo que um carregamento normal demora entre 6 a 8 horas e o rápido demora 20 a 30 minutos. Por outro lado, deve-se utilizar carregamento normal para utilização diária e distâncias curtas, enquanto o carregamento rápido é sugerido para grandes deslocações ou situações de emergência.

Para efetuar o abastecimento de um veículo elétrico na rede é necessária a obtenção de um cartão Mobi.E [19], ligado a um agente Comercializador de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica - CEME. Aquando do carregamento das baterias do veículo é possível consultar o processo e monitorizar o perfil de carregamento, através da Internet e de aplicações móveis. O preço de um carregamento é calculado através da soma do preço da eletricidade fixada em mercado livre com o custo de utilização da infraestrutura.

Pelo Decreto-Lei nº39/2010 [20], de 26 de abril, estabeleceu-se que é obrigatório que os locais de estacionamento em prédios novos ou que foram recentemente reconstruídos possuam um local de carregamento ou uma tomada elétrica para o carregamento das baterias dos veículos elétricos. Devido a questões técnicas e de segurança, nas quais o facto de os veículos elétricos terem requisitos e especificações diferentes de um qualquer eletrodoméstico, é

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também obrigação do seu proprietário saber se a instalação elétrica cumpre os prossupostos técnicos e legais exigidos e descritos na Portaria nº 252/2011 [23] de 27 de junho.

Capítulo 4

Descrição da metodologia e da aplicação

desenvolvida

4.1. Introdução

Com o objetivo de calcular o valor dos preços do MIBEL, ou seja, os preços da energia elétrica no Mercado Ibérico de Eletricidade e a cada hora, foi desenvolvida uma aplicação informática que calcula o novo preço do MIBEL, introduzindo apenas o número de veículos cujas baterias se encontrem a carregar a cada hora e a potência de cada bateria, em kW.

Desta forma, foi utilizado um programa já existente, fornecido pela EDP Produção, que permite extrair os ficheiros das curvas agregadas de oferta e procura, bem como o preço horário do mercado diário em formato “.xls” (Microsoft Office Excel). Este programa utiliza a página

web do Operador de Mercado – OMIE – nomeadamente,

www.omie.es/files/flash/ResultadosMercado.swf, para retirar os ficheiros necessários para encontrar o preço da energia elétrica correspondente ao ponto de interseção da curva agregada de procura com a curva agregada de oferta para um determinado período de tempo escolhido pelo utilizador. Em seguida é calculado, com a introdução do impacto dos veículos elétricos, o deslocamento para a direita da curva agregada das compras. Este deslocamento implica um novo ponto de interseção das curvas agregadas da procura e das ofertas de venda e, como consequência, um novo preço da energia elétrica.

Inicialmente, apresenta-se um exemplo de cálculo do novo preço para uma data e hora especificadas, em que é efetuado o cálculo do novo preço do MIBEL, retirando os dados necessários da página web do Operador de Mercado.

Posteriormente, detalham-se as condições e os pressupostos considerados para a construção do programa de cálculo. E, por fim, é descrito o funcionamento do programa, incluindo trechos de código e explicações em que se pormenoriza o processo de download dos

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ficheiros do site da OMIE, bem como o cálculo do preço do MIBEL e a apresentação dos resultados.

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