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3.2 DIETAS

3.4.2 Validação da aferição da gordura visceral por Ultrassonografia (US)

Para validação do exame de US para medida da gordura visceral foi feito estudo com um subgrupo de pacientes desta pesquisa. A amostra total foi composta por pacientes de ambos os sexos. Os critérios de inclusão foram os mesmos da pesquisa conforme item 3.1.2, idem para os critérios de exclusão. No entanto, em relação à validação, foram excluídos também pacientes que apresentam mais de 120 kg, por ser o peso máximo suportado pela maca em que a CT foi realizada. Estes pacientes puderam ser incluídos no estudo da reprodutibilidade por não haver esta limitação de peso na máquina de ultrassonografia.

Os pacientes foram divididos em dois subgrupos. Um grupo de pacientes participou da validação do exame de US em relação à CT para avaliação da espessura da gordura abdominal visceral, realizando, assim, um exame de CT e um exame de US, realizados, cada tipo de exame, pelo mesmo examinador. Outro grupo participou da avaliação da reprodutibilidade do exame de US, feito por dois examinadores distintos, realizando, assim, dois exames de US, cada um, por um examinador diferente. Os exames de US para avaliação de reprodutibilidade foram realizados com um intervalo máximo de 24 horas, utilizando a mesma técnica. Os observadores não tiveram acesso aos resultados das medidas obtidas entre eles, com o objetivo de evitar a contaminação das amostras.

O exame de US foi realizado em uma clínica de imagem em Brasília-DF, com o paciente em posição supina, em uma máquina com transdutor convexo, posicionado perpendicular e transversalmente à pele, em região 1 cm superior à cicatriz umbilical, na linha xifoumbilical, sem exercer pressão sobre o abdome. Considerou-se a espessura da gordura visceral a medida entre a face interna do músculo reto abdominal e a parede posterior da aorta na linha média do abdome, com o paciente em expiração, e quantificada em centímetros. Os pacientes estavam em jejum de 12 horas para a realização da US.

O exame de tomografia computadorizada de abdome total foi realizado no centro de radiologia de um Hospital Universitário de Brasília (HuB), em um tomógrafo helicoidal de 6 canais. Para análise da gordura visceral, foi considerado o mesmo protocolo acima (espessura da gordura visceral é a medida entre a face interna do músculo reto abdominal e a parede posterior da aorta na linha média do abdome, mas com o paciente em inspiração, e quantificada em centímetros), levando em consideração a região 1 cm superior à cicatriz umbilical, na linha xifoumbilical como ponto de referência para a medição da espessura da gordura visceral.

Dos dados adquiridos nos exames, foram considerados os seguintes para a realização das correlações e análises do estudo: espessura da gordura abdominal visceral por meio da ultrassonografia e espessura da gordura abdominal visceral por meio da tomografia computadorizada.

O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade de Saúde/Universidade de Brasília-DF e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde (número 043/11, apêndice I e J)

3.4.3 Análises estatísticas

3.4.3.1 Estudo comparativo entre as dietas

Medidas longitudinais (antropométricas, bioquímicas, consumo calórico, gasto energético, grau de fome) entre grupos e intragrupos foram testadas com o uso de modelos de efeitos mistos de análise de variância com medidas repetidas, com ajustamento para as medidas no basal. O foco principal da análise foram as mudanças aos sete dias e aos quatorze dias em relação ao basal. Uma análise de resíduo foi realizada para cada medida para verificar se os resíduos do modelo apresentavam distribuição Gaussiana com variância constante. Para os casos onde os resíduos não apresentavam distribuição Gaussiana com variância constante, uma transformação logarítmica neperiana foi empregada.

Para se comparar as médias das medidas entre os dois grupos foi utilizado o teste t de Student para aquelas variáveis que apresentavam distribuição gaussiana em ambos os grupos e o teste não paramétrico de Mann-Whitney para aquelas variáveis que não apresentavam distribuição gaussiana em ambos os grupos.

Para se comparar as proporções de presença ou ausência de complicações no transoperatório e pós-operatório imediato entre os dois grupos foi utilizado o texte exato de Fisher.

Para analisar o consumo energético em relação ao gasto energético basal, entre os grupos, foi empregado o teste t de Student emparelhado com ajustamento para as medidas no basal.

Para avaliar a relação entre o tempo de cirurgia e algumas das medidas antropométricas e bioquímicas como também a variação do peso e o grau de fome, PCR e % gordura corporal, cetonúria e perda de peso entre os dois grupos foi empregado um modelo de regressão linear a dois fatores com interação.

Para efeito de análise usou-se um nível de significância de 5%. Os dados foram analisados pelo aplicativo SAS 9.3 (SAS, Institute, Cary, NC, USA).

3.4.3.2 Validações e reprodutibilidade

No estudo de validação, para se verificar a concordância entre a CT (padrão ouro) e a US, e entre o DXA (padrão ouro) e a BIA, foi empregado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) com um intervalo de confiança de 95%, como medida de confiabilidade relativa. Valores de CCI superiores a 0,75 representam uma concordância excelente, valores entre 0,40 a 0,75 uma concordância moderada e valores inferiores a 0,40 uma baixa concordância (FLEISS, 1982).

Para examinar a reprodutibilidade interobservador para as medidas de US, também foi utilizado o CCI com um intervalo de confiança de 95%, como uma medida de confiabilidade relativa. Este coeficiente foi calculado para uma ANOVA de dois fatores baseado em concordância absoluta. O teste t de Student emparelhado foi calculado para se testar a ausência de viés interobservador.

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