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2.3 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DE ALVENARIA

2.3.4 Vantagens das alvenarias racionalizadas

Diferentemente do processo de produção da alvenaria tradicional, a alvenaria racionalizada extrai ao máximo a qualidade e produtividade que se pode obter com esta atividade.

Para entender um pouco mais sobre racionalização, Lordsleem Junior (2004, p. 17) afirma,

Entende-se por racionalização construtiva todas as ações que objetivam otimizar o uso dos recursos disponíveis na construção em todas as suas fases. Em outras palavras, seria a aplicação mais eficiente dos recursos em todas as atividades que se desenvolvem para a construção do edifício.

Silva, Gonçalves e Alvarenga (2006) citam alguns pontos em que a alvenaria racionalizada e a alvenaria tradicional divergem.

Características das alvenarias de vedação tradicional:

 Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções construtivas são improvisadas durante a execução dos serviços.

 A mão-de-obra pouco qualificada executa os serviços com facilidade, mas nem sempre com a qualidade desejada

 O retrabalho: os tijolos ou blocos são assentados, as paredes são seccionadas para a passagem de instalações e embutimento de caixas e, em seguida, são feitos remendos com a utilização de argamassa para o preenchimento dos vazios  O desperdício de materiais: a quebra de tijolos no transporte e na execução, a

utilização de marretas para abrir os rasgos nas paredes e a frequência de retirada de caçambas de entulho da obra evidenciam isso

 Falta de controle na execução: eventuais problemas na execução são detectados somente por ocasião da conferência de prumo do revestimento externo, gerando elevados consumos de argamassa e aumento das ações permanentes atuantes na estrutura.

Em contraponto à alvenaria tradicional, a alvenaria racionalizada apresenta as seguintes características, Silva, Gonçalves e Alvarenga (2006) apresentam:

 Utilização de blocos de melhor qualidade, com furos na vertical para a passagem de instalações.

 Planejamento prévio da paginação da alvenaria, cada bloco está desenhado no seu devido lugar.

 Projeto da produção, projeto compatibilizando estrutura, alvenarias e demais subsistemas.

 Utilização de família de blocos com blocos compensadores para evitar a quebra de blocos na execução.

 Redução drástica do desperdício de materiais, sem quebras e sem remendos.  Melhoria nas condições de limpeza e organização do canteiro de obras.

Segundo Silva, Gonçalves e Alvarenga (2006), com o devido treinamento e qualificação, um profissional pode chegar a produzir 50 m²/dia de alvenaria, salientando que, após o término da parede, a mesma está pronta para ser revestida, não precisando mais rasga-la para a passagem de tubulações.

3 METODOLOGIA

A metodologia tem como intenção mostrar o caminho percorrido para a produção do conhecimento gerado neste estudo. Para tanto, considera-se o ciclo de pesquisa definido por Minayo (1996) como “um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas indagações”. De acordo com Minayo (1996), três fases dão movimento a este ciclo de pesquisa: fase exploratória, trabalho de campo e tratamento do material.

1) FASE EXPLORATÓRIA:

Na fase exploratória serão executadas as seguintes atividades: revisão bibliográfica, planejamento de ida ao campo (Confecção da entrevista, confecção de roteiro para observação no campo, confecção de autorização para utilização do nome da empresa, uso de documentos e imagens).

A escolha das técnicas de levantamento de dados será com observação participante e entrevista semiestruturada.

A táctica de observação participante acontece num encontro direto do pesquisador com o fenômeno observado, pontua Cruz Neto em Minayo (1996).

Sua importância está no fato de poder-se captar uma gama de situações que não são obtidas por meio de perguntas, por exemplo.

Fourez (1995) coloca que a observação não é totalmente passiva, traz em si certa organização da visão. É um processo onde se estrutura aquilo que se quer observar. Por isso há necessidade de ir a campo com um roteiro prévio de observação.

Quanto a entrevista semiestruturada busca-se fundamentação em Bogdan e Biklen (1994). Estes autores afirmam que a utilidade da entrevista está no recolhimento de dados descritivos na linguagem dos próprios sujeitos, permitindo ao pesquisador a visualização da maneira como estes interpretam aspectos da realidade. Para essas entrevistas serão confeccionadas questões abertas com o intuito de levar o sujeito entrevistado a refletir e discorrer sobre o tema.

2) TRABALHO DE CAMPO:

O trabalho de campo envolve o prévio agendamento e assinatura de autorizações para efetivamente proceder o levantamento de dados no campo, por meio de documentos, da própria entrevista e da observação.

É comum ter momentos de volta ao campo para esclarecer informações tanto da pesquisa documental quanto da entrevista e/ou observação.

3) TRATAMENTO DO MATERIAL:

Por último tem-se o tratamento do material, descrito por Minayo (1996) como sendo a fase de teorização sobre os dados do campo, onde se confronta a abordagem da revisão bibliográfica com o que a investigação trouxe de contribuição singular. É um trabalho exaustivo onde o pesquisador deve organizar os dados descrevendo-os, transcrevendo-os, ordenando-os, classificando-os e analisando-os (LAVILLE; DIONNE, 1999).

Finalizando, esta é uma pesquisa de caráter exploratório, que envolve estudo de caso, e busca conhecer QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DA ALVENARIA, valendo-se de um enfoque quanti-qualitativo, na medida em que buscará informações centradas em dados numéricos e verbais.

Salienta-se que o estudo de caso é, segundo Yin (2015), uma investigação empírica que se baseia no raciocínio indutivo, ou seja, depende do trabalho de campo, não é experimental e se baseia em fontes de dados múltiplas e variadas.

Para Yin (2015), o estudo de caso pode ser conduzido para um dos três propósitos básicos: explorar, descrever ou ainda explicar. Nesse sentido, Gil (2002) leciona que este estudo pode ser classificado como uma Pesquisa Exploratória, que visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema, a fim de torná-lo explícito.

4 ESTUDO DE CASO

A fim de verificar a qualidade e produtividade na execução de alvenaria de blocos cerâmicos, foi utilizada uma lista de verificação em uma construtora da grande Florianópolis.

A seguir são apresentados dados da construtora e da obra, assim como os cuidados que a empresa toma com o intuito de garantir qualidade.

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