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Qualidade e produtividade na construção civil com enfoque no processo de execução da alvenaria de blocos cerâmicos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA RAPHAEL VON LINSINGEN PEREIRA

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL COM ENFOQUE NO PROCESSO DE EXECUÇÃO DA ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS

Palhoça 2018

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RAPHAEL VON LINSINGEN PEREIRA

QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL COM ENFOQUE NO PROCESSO DE EXECUÇÃO DA ALVENARIA DE BLOCOS CERÂMICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Roberto de Melo Rodrigues, Esp.

Palhoça 2018

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Dedico aos meus pais, à minha namorada, aos meus familiares e aos meus amigos pelo apoio incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Deborah Cristine von Linsingen e José Carlos Chico Pereira, por todo carinho, amor e força, por sempre acreditarem na minha capacidade e me apoiarem em qualquer situação.

À minha família e aos meus amigos, por sempre estarem ao meu lado, me ajudando a superar todos os obstáculos da vida.

À minha namorada, Hayet Kamel, por ser essa pessoa tão especial, que sempre me motiva a lutar pelos meus ojetivos, sem o seu apoio e companheirismo esse trabalho não seria possível.

Ao meu professor orientador Roberto de Melo Rodrigues, por sua confiança e incansável dedicação.

Ao Engenheiro Douglas Dicar Deschamps, por compartilhar seu tempo e experiência ao longo de toda essa jornada.

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original” (ALBERT EINSTEIN).

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RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso tem como objeto de estudo as melhorias na qualidade e produtividade na construção civil, com enfoque no processo de execução da alvenaria de blocos cerâmicos. O tema foi escolhido devido à necessidade das empresas se destacarem no mercado, nesse sentido, considerando que as paredes de alvenaria são os elementos mais convencionais e frequentes em uma obra de edificação, a qualidade destas é de suma importância. Diante disso, foram apresentados diversos procedimentos para as empresas sanarem a deficiência na qualidade e produtividade na execução de alvenarias, como programas de qualidade e normas regulamentadoras. Posteriormente, destacou-se a importância da concepção do projeto e da qualificação da mão de obra. Foi apresentado, ainda, uma lista de verificação para obtenção de qualidade e produtividade nas alvenarias, a qual foi implantada em uma obra em São Jose/SC, sendo, por fim, realizada uma análise e apresentadas as possíveis melhorias.

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ABSTRACT

The present work has as object of study the improvements in quality and productivity in the civil construction, focusing on the process of execution of masonry of ceramic blocks. The theme was chosen due to the need for companies to stand out in the market, in this sense, considering that masonry walls are the most conventional and frequent elements in a building work, the quality of these is of paramount importance. Therefore, a number of procedures were presented for companies to address deficiencies in quality and productivity in the execution of masonry, such as quality programs and regulatory standards. Subsequently, the importance of designing the project and qualifying the workforce was highlighted. A checklist for obtaining quality and productivity in the masonry was also presented, which was implemented in a work in São Jose / SC. Finally, an analysis was performed and possible improvements were presented.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Capacidade de influenciar o custo do empreendimento em diversas etapas ... 26

Figura 2 – Planta de elevação de uma parede ... 28

Figura 3 – Planta de locação da primeira fiada de alvenaria ... 28

Figura 4 – Execução da fiada de locação da alvenaria ... 30

Figura 5 – Gabarito para porta e janela em alvenaria de vedação ... 31

Figura 6 – Assentamento dos blocos junto aos pilares ... 31

Figura 7 – Verificação do nivelamento da fiada empregando-se régua com nível de bolha acoplado ... 32

Figura 8 – Fixação da alvenaria à estrutura com a bisnaga de argamassa ... 32

Figura 9 – Fachada da obra ... 40

Figura 10 – Recebimento dos tijolos ... 43

Figura 11 – Verificação da qualidade dos blocos ... 43

Figura 12 – Identificação do produto ... 44

Figura 13 – Visão geral do local de armazenagem ... 44

Figura 14 – Identificação do produto ... 45

Figura 15 – Material sobre base sólida ... 45

Figura 16 – Empilhadeira manual ... 46

Figura 17 – Elevador cremalheira ... 46

Figura 18 – Carrinho ... 47

Figura 19 – Argamassa para assentamento... 48

Figura 20 – Local para depositar massa no pavimento tipo ... 48

Figura 21 – Tabela de traços... 49

Figura 22 – Chapisco para encontro de alvenaria e estrutura e tela de fixação ... 51

Figura 23 – Marcação do apartamento de 3 quartos ... 53

Figura 24 – Marcação dos Hobby Box ... 54

Figura 25 – Argamassa de arrancamento ... 54

Figura 26 – Execução e alvenaria pelos cantos ... 55

Figura 27 – Conferência de prumo ... 57

Figura 28 – Conferência do nível das fiadas ... 57

Figura 29 – Colher de pedreiro ... 58

Figura 30 – Prumo do contrafiado ... 58

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Figura 32 – Mesa para execução do encunhamento ... 60

Figura 33 – Rasgos na alvenaria do banheiro ... 62

Figura 34 – Sujeira gerada pelos rasgos ... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características técnicas das paredes de vedação ... 27 Tabela 2 – Valores das perdas de materiais por entulho, baseados no estudo em 114 canteiros de obra ... 34

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 13 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 14 1.2 JUSTIFICATIVA ... 14 1.3 OBJETIVOS ... 15 1.3.1 Objetivo geral ... 15 1.3.2 Objetivo específico... 15 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ... 17

2.1 QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 17

2.1.1 Gestão de qualidade na construção civil ... 18

2.2 PROGRAMAS DE QUALIDADE ... 20

2.2.1 Programa 5S ... 20

2.2.2 Normas ISO ... 21

2.2.3 PBQP-H ... 23

2.2.4 NBR 15575 ... 24

2.3 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DE ALVENARIA ... 25

2.3.1 Concepção do projeto... 25

2.3.2 A fase de execução ... 29

2.3.3 Desperdício ... 33

2.3.4 Vantagens das alvenarias racionalizadas ... 35

3 METODOLOGIA ... 37

4 ESTUDO DE CASO ... 39

4.1 DADOS DA CONSTRUTORA ... 39

4.2 DADOS DA OBRA ... 39

4.3 A QUALIDADE NA OBRA ... 40

4.4 LISTA DE VERIFICAÇÃO UTILIZADA ... 41

4.5 LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA OBTENÇÃO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NAS ALVENARIAS ... 41

4.5.1 Logística dos blocos ... 41

4.5.2 Preparo da alvenaria ... 47

4.5.3 Execução das alvenarias ... 51

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4.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 63

5 CONCLUSÃO ... 67

REFERÊNCIAS ... 69

ANEXOS ... 72

ANEXO A – Manual da gestão da qualidade ... 73

ANEXO B – Registro de qualidade – alvenaria de vedação ... 76

ANEXO C – Lista de verificações para obtenção de qualidade e produtividade nas alvenarias ... 77

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1 INTRODUÇÃO

Em constante queda nos últimos 5 anos e apresentando a maior queda dentre todos os setores da economia no ano de 2017, o cenário da indústria da construção civil é péssimo, segundo estudo da Confederação Nacional de Municípios (2017) apresenta cerca de 8 mil obras paralisadas e outras 11 mil que poderiam já estar em andamento, porém não foram iniciadas em decorrência de atrasos no repasse de recursos da união, causando o desemprego de milhares cidadãos que estão ligados direta e indiretamente ao setor.

Diante deste cenário, e levandoem conta que a indústria da construção ocupa um papel de destaque no PIB (Produto interno Bruto) nacional, empresas buscam estratégias para uma produção economicamente favorável, que as deixe numa posição de destaque quando comparadas aos concorrentes. Essa busca é motivada, dentre muitos fatores, pela necessidade da qualidade do produto, redução dos custos, ganho de produtividade, diminuição de desperdícios, retrabalhos e solicitações de reparos após a entrega.

A busca pela qualidade e produtividade é um processo fundamental nas empresas hoje em dia, tendo a possibilidade de ser feito um estudo prévio de todos os aspectos que podem, de alguma forma, gerar atrasos no decorrer da execução de um empreendimento, e conhecer assim, todas as etapas que compreendem a obra, desde a concepção dos projetos até a entrega do empreendimento.

Pode-se notar que mesmo no mercado conservador da construção de edifícios existem empresas que apresentam a sua produção racionalizada, ou parte dela. Dentre as empresas que já adotaram esse processo, a grande maioria ainda se encontra em um estágio inicial de racionalização, focando em processos mais pontuais, quando o ideal seria a racionalização completa do empreendimento, que se torna mais complexa levando em conta as inúmeras atividades e variáveis que uma obra pode possuir (Lordsleem Junior, 2004).

Para Lordsleem Junior (2004), a construção tradicional está, cada vez mais, perdendo espaço nos canteiros de obras por não atender à demanda do mercado, sendo assim, a qualidade na construção deixou de ser uma estratégia competitiva e tornou-se uma necessidade para a própria sobrevivência da empresa.

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1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

A grande maioria das empresas e dos profissionais do nosso país ainda possui a cultura de tomadas de decisões in loco, apesar de já existirem estudos que comprovem que essa ação é uma das maiores deficiências do setor construtivo, pois acarreta em uma perda significativa de produtividade, acréscimo dos custos, geração de entulhos, entre outros fatores que prejudicam o andamento continuo e sem atrasos do empreendimento.

Segundo Rosso (1980) “racionalizar a construção significa agir contra os desperdícios de materiais e mão-de-obra e utilizar mais eficientemente o capital”.

O meio técnico transfere para a etapa de produção toda a culpa quando o assunto é baixa qualidade do produto e desperdício de material, pois há uma carência de mão de obra qualificada no mercado. Em contrapartida as etapas de projeto, gerenciamento de material e planejamento em geral, são negligenciadas ou deixadas em segundo plano.

Estudos desenvolvidos por Vargas et al. (1997), comprovam que os problemas citados acima, são causados, na sua maioria, pela falta de gestão da empresa e do canteiro.

A deficiência na gestão da qualidade e produtividade na construção civil é nítida, mas como as empresas devem proceder para mudar essa situação?

1.2 JUSTIFICATIVA

Em uma era de economia global, com grande concorrência entre as empresas, se torna impossível sobreviver no mercado apenas cobrando resultados e exigindo cada vez mais individualmente. A implementação de projetos específicos para qualificação da empresa, bem como estar em conformidade com as normas técnicas são fundamentais para a sobrevivência da empresa.

Ambrozewicz (2001) é claro quando diz que para a sobrevivência de uma empresa no mercado é necessária requalificação profissional, novas técnicas de execução, redução dos desperdícios e acabar com o retrabalho.

No que tange a qualidade na execução da alvenaria, pode-se afirmar que, as paredes de alvenaria são os elementos mais convencionais e frequentes de uma obra, principalmente se for uma edificação. Quando se leva em conta apenas o custo das paredes de vedação, obtém-se o valor aproximado de 6% do custo total do empreendimento. Olhando grosso modo, pode-se concluir equivocadamente que a otimização e racionalização desse subsistema não é de grande

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relevância, levando em conta a existência de outras atividades dentro de uma obra que geram gastos bem mais elevados. No entanto, com uma visão mais técnica deste fato, é possível perceber que o subsistema de alvenaria de vedação possui interdependência com diversos outros sistemas, são exemplos: esquadrias, instalações hidrossanitárias, instalações elétricas, revestimentos, entre outras. Estas estão vinculadas à concepção e à execução da própria alvenaria, e somadas podem alcançar 40% do custo total do edifício (LORDSLEEM JUNIOR, 2004).

Para Franco (1998), a racionalização de diversos subsistemas que compõem um edifício está ligada à vedação vertical, sendo assim de suma importância a sua racionalização. Pode ainda, diminuir os desperdícios provenientes de retrabalho, economizar material e mão de obra e aumentar a produtividade das atividades.

Lordsleem Junior (2004, p. 10) diz ainda que “Na construção civil, as paredes de alvenaria são os elementos mais suscetíveis à fissuração, e, em consequência, não é raro verificar em edifícios concluídos ou não as recuperações das alvenarias”. Desta forma, pode-se salientar ainda mais, a importância da busca da qualidade e produtividade, pois esses retrabalhos influenciam diretamente na elevação descontrolada do custo da obra e retratam o atual cenário da construção civil.

1.3 OBJETIVOS

Serão apresentados, a seguir, os objetivos, abordando tanto a temática geral do trabalho como as específicas do universo do tema.

1.3.1 Objetivo geral

Conhecer melhorias em qualidade e produtividade na construção civil com enfoque no processo de execução da alvenaria de blocos cerâmicos.

1.3.2 Objetivo específico

- Fazer uma revisão bibliográfica, de modo a facilitar o entendimento e absorção do tema abordado;

- Conhecer um programa de qualidade e produtividade com foco no processo de execução da alvenaria numa construtora em São José;

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- Investigar a qualidade na execução de alvenaria de blocos cerâmicos in loco em São José.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O primeiro capítulo contempla as considerações iniciais, onde se disserta brevemente sobre o atual cenário da indústria da construção em relação à qualidade e produtividade, bem como relata os objetivos gerais e específicos, a problemática do tema e a justificativa pelo qual foi escolhido o tema.

No segundo capítulo são mostrados em forma de referencial bibliográfico, explicações e conceitos sobre a qualidade na construção civil, programas de qualidade e todos os processos que englobam a qualidade na execução da alvenaria.

No terceiro capítulo será apresentada a metodologia utilizada no presente trabalho. O estudo de caso será mostrado no quarto capítulo, onde será exposta a implementação na prática da qualidade e produtividade em uma obra, atentando para todos os processos que cercam a atividade de execução da alvenaria, através de uma lista de verificação.

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2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Neste capítulo será feito um breve comentário sobre a qualidade na construção civil, os Programas de Qualidade atualmente desenvolvidos no país, seus objetivos e aplicações na construção civil e também, uma breve revisão sobre os principais conceitos envolvidos na qualidade e produtividade da execução de alvenarias com blocos cerâmicos.

2.1 QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A crise econômica dos anos oitenta no Brasil, somada com a importância da indústria da construção e a falta de fontes de financiamento obrigou as construtoras e incorporadoras a baixarem os custos das obras, obrigando inicialmente a intensificar a jornada de trabalho e baixar a qualidade do material a ser utilizado. Outro fator determinante para o enaltecimento da qualidade nas industrias do brasil foi a publicação do Código de Defesa do Consumidor em 1991, ampliando os direitos do consumidor, bem como as responsabilidades dos comerciantes, produtores e fornecedores de serviço (HISTÓRICO..., 2013).

A Qualidade passou a ser um tema constante e atual na construção civil. Nos tempos atuais, a palavra vem ganhando força e, segundo Custódio (2016), é cada vez mais importante para o sucesso de empresas construtoras. A palavra Qualidade também tem sido muito usada e discutida em todos os setores da economia. Porém, ao se utilizar o conceito de qualidade, nem sempre se consegue transmitir ao interlocutor as ideias de forma clara e, principalmente, com o significado que desejamos. Isto deve-se ao fato de haver várias formas de definir qualidade. Abaixo estão algumas das definições que Custódio (2016) usa:

 Qualidade subjetiva: “Não sei ao certo o que é qualidade, mas eu a reconheço quando a vejo”.

 Qualidade baseada na perfeição: “É fazer a coisa certa na primeira vez”. Na medida em que um componente da organização gera produtos ou serviços para outra área, é preciso que os forneça de acordo com os requerimentos do seu cliente interno, a fim de possa fazer certo da primeira vez, evitando perdas e retrabalho e, consequentemente, custo de não-conformidade.

 Qualidade baseada no valor: “O produto ou serviço possui a maior relação custobenefício”.

 Qualidade baseada na manufatura: “É a conformidade às especificações e aos requisitos, além de não haver nenhum defeito”.

 Qualidade baseada no cliente: “É a adequação ao uso”. “É a conformidade às exigências do cliente”. Significa gerar produtos ou serviços que atendam plenamente aos requisitos dos clientes. Por cliente, deve-se entender não somente o consumidor final do produto ou serviço a ser fornecido, mas também os componentes internos das organizações.

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Qualidade consiste na busca permanente da excelência em tudo o que fazemos, em todos os setores da organização. O conceito moderno de qualidade é citado ainda por Custódio (2016, p. 1):

 Abrangente, não se limitando à área de produção, mas estendendo-se a todos os setores da organização;

 Preventiva, atuando no sentido de evitar o erro ou retrabalho e não no sentido corretivo;

 Voltada para o atendimento de requerimentos específicos do cliente, interno ou externo, e não para as especificações de quem produz.

Segundo Meseguer (1991): A Qualidade na construção requer cinco ações: defini-la, o que envolve algumas especificações; produzi-defini-la, o que requer alguns procedimentos; comprová-la, o que pressupõe um controle de produção; demonstrá-la, o que exige um controle de recepção; e documentá-la, o que significa documentar e arquivar tudo o que foi realizado.

Conforme definição da norma NBR ISO 8402, qualidade é a totalidade de características de um produto que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas dos seus usuários (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS, 1994). Isto significa que para a construção ter qualidade, todas as pessoas envolvidas no processo, devem ser motivadas e estimuladas a cumprir suas responsabilidades com a mesma, de forma a garantir um bom produto com maior produtividade e menores custos, e que acima de tudo, satisfaça o cliente em todos os sentidos.

2.1.1 Gestão de qualidade na construção civil

Thomaz (2001), salienta que: Um sistema pode ser entendido como o conjunto de procedimentos (o que fazer¸ como fazer, quando fazer, como verificar), responsabilidades (quem faz), visando a gestão aperfeiçoada e o controle de todas as atividades do negócio ou do empreendimento. Portanto um sistema de Gestão de Qualidade deve organizar a empresa no sentido de zelar pela qualidade em todos os níveis da mesma.

Os objetivos da Gestão da Qualidade, ainda segundo Thomaz (2001, p. 331), são:

 Regulamentar e documentar;

 Controlar de forma planejada e sistematizada as atividades de projeto;  Controlar de forma planejada e sistematizada as atividades de construção;  Assegurar a adequação dos recursos necessários à construção, incluindo

mão-de-obra, equipamentos, materiais e outros insumos;  Melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços;  Reduzir os custos;

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 Melhorar a imagem da empresa e obter maiores lucros.

A Gestão da Qualidade é um sistema que necessita, primeiro uma mudança de mentalidade, para depois haver uma mudança de atitude. É preciso que todos se conscientizem da importância desse sistema, para que haja vontade de mudar e disposição para realizar essas mudanças, que são necessárias, visto que, as vezes os procedimentos são cansativos, principalmente os que envolvem os documentos. O fator humano é fundamental para o sucesso da Gestão de Qualidade, por isso a formação, a informação, a comunicação e a motivação são essenciais dentro da organização. Dentre esses fatores o mais importante é a motivação porque possui grande influência na obtenção de resultados positivos, mas também é o mais difícil de se conseguir. Para manter sob controle a qualidade, também é preciso controlar fatos e as pessoas ainda não tomaram consciência desta necessidade. Ter pessoas adequadas para implantação e inspeção do sistema de Gestão da Qualidade, é essencial para obtenção de resultados positivos (AMBROZEWICZ, 2001).

Existem quatorze princípios básicos para desenvolvimento e Gestão da Qualidade, de acordo com Deming (1990):

 Estabelecer a filosofia da contínua melhoria da qualidade de produtos e serviços;  Adotar a nova filosofia, em todos os níveis;

 Não se basear nos controles do produto final para atingir a qualidade;

 Não fechar negócios considerando apenas o fator preço; minimizar o custo total de bem produzido trabalhando com o menor número possível de fornecedores;  Implantar o continuado treinamento da força de trabalho;

 Incentivar o desenvolvimento das lideranças;

 Eliminar o receio dos trabalhadores em exporem suas opiniões;

 Eliminar a compartimentação entre departamentos ou setores da empresa;  Eliminar “slogans”, dogmas e metas de produção para a força de trabalho;  Estabelecer metas de trabalho somente para as gerências;

 Eliminar prêmios baseados unicamente na produção;

 Instituir programas de aperfeiçoamento para os funcionários de todos os níveis;  Motivar a todos para que as transformações na empresa possam ser atingidas.

Com tudo isso pode-se concluir que o fator humano é a chave para o alcance dos objetivos estabelecidos pelo sistema. Thomaz (2001), salienta que a maior dificuldade na implantação do Sistema é o treinamento. Os inspetores ou auditores internos da Qualidade, deveriam ser técnicos bem qualificados, com facilidade de comunicação, com conhecimento razoável de patologias das construções. Qual seria melhor auditor, o tecnólogo recém-formado ou o velho mestre-de-obras que a empresa acabou de aposentar? Ou, quem sabe, a junção dos dois? Esta é uma questão que deve ser analisada com muito cuidado, visto que todo esforço para melhorar a qualidade é bem-vindo.

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No entanto, para Bacic (1998),

a implantação de novos sistemas de gestão, baseados no controle da qualidade, não são suficientes para garantir a sobrevivência das empresas. Além da melhoria nos processos produtivos e na gestão das empresas, há necessidade da criação simultânea de um sistema de gestão dos custos, o qual poderá ser utilizado como ferramenta auxiliar aos programas de qualidade.

2.2 PROGRAMAS DE QUALIDADE

2.2.1 Programa 5S

Quando o assunto é qualidade e produtividade o Japão é o pais referência para as demais nações, mas nem sempre foi assim, a partir da Segunda Guerra Mundial que o Japão passou a ter destaque neste ponto, todavia esta mudança não aconteceu por acaso. Entre as décadas de 50 e 60 o pais vivia uma crise muito grave devido a Segunda Guerra Mundial, contavam com pouco recurso, havia muita sujeira e desorganização nas indústrias, e o pânico tomava conta da população (GONZALEZ, 2005).

Conforme Hirschfeld (1996), o Japão precisava melhorar a sua produção para ser compatível com o mercado mundial, por isso a necessidade de organizar as indústrias. Foi então que surgiu o programa 5 S, baseado na filosofia do Bushidô, que leva esse nome pois se trata de cinco conceitos básicos, porem fundamentais no sistema de qualidade de qualquer empresa. Ainda de acordo com o mencionado autor Hirschfeld (1996), cada uma das cinco palavras representa uma etapa do programa de implantação do 5S.

No Brasil, para manter os ‘S’ da filosofia japonesa, é utilizada a palavra “senso”, sendo elas, de acordo com Hirschfeld, (1996, p. 19):

 Seiri – Senso de Descarte;  Seiton – Senso de Organização;  Seiso – Senso de Limpeza;

 Seiketsu – Senso de Saúde ou Higiene;  Shitsuke – Senso de Disciplina.

Segundo Hirschfeld (1996, p. 19), podemos salientar ainda mais três concelhos japoneses essenciais para a qualidade da empresa, que de acordo com ele, são:

 Aumentar a produtividade e atender às necessidades dos clientes;

 Reduzir os custos de forma geral, enfrentar a concorrência e aumentar a participação no mercado interno;

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 Adaptar-se a eventual recessão econômica ou ameaça dos produtos importados.

O programa 5 S é a base de vários outros programas conhecidos de qualidade e produtividade, tais como o Just in Time e o Total Quality Control.

Como resultados da implantação do programa 5S, a organização e limpeza do canteiro são os mais aparentes, contudo Gonzalez (2005, p. 31) vai além, “Ao contrário do que se imagina, o 5S não traz benefícios somente para o canteiro de obras, mas para todo um contexto, pois ele é uma ferramenta transformadora de cultura humana”.

2.2.2 Normas ISO

ISO é um conjunto de normas internacionais criadas por um órgão não governamental na Suíça em 1947. Seu objetivo é promover, no mundo, o desenvolvimento da normalização e atividades relacionadas com a intenção de facilitar o intercâmbio internacional de bens e de serviços e para desenvolver a cooperação nas esferas intelectual, científica, e de atividade econômica. A sigla ISO significa Internacional Organization for Standardization (Organização Internacional de Estandardização) (BATISTA, 2015).

Para que se entenda como funcionam e quais as finalidades das normas da família NBR ISO 9000, é preciso compreender como elas foram criadas.

Em 1979, a partir de uma série de publicações que garantiam a qualidade (AQAP) foi publicada a série de normas BS 5750 que era limitada para aplicação no Reino Unido, mas estendidas às atividades não-militares (HISTÓRICO..., 2013).

Por fim, em 1987, realizadas algumas mudanças na BS 5750, a ISO (Organização Internacional para Normatização Técnica) oficializou a série 9000 que passou a ter grande importância nos alicerces da comunidade europeia (HISTÓRICO..., 2013).

As normas da família NBR ISO 9000 são um conjunto de normas, composta pela NBR ISO 9000, NBR ISO 9001, NBR ISO 9004 e NBR ISO 19011. Elas foram desenvolvidas para serem aplicadas em diversos tipos de organizações, como: industrias, empresas, instituições e afins, ajudando na implementação e operação de sistemas de gestão da qualidade (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2000).

Segundo Associação brasileira de normas técnicas (2000), a norma NRB ISO 9000 é dividida principalmente em cinco partes:

 A NBR ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas.

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 A NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam os requisitos do cliente e os requisitos regulamentares aplicáveis, e objetiva aumentar a satisfação do cliente.

 A NBR ISO 9004 fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia como a eficiência do sistema de gestão da qualidade. O objetivo desta norma é melhorar o desempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas.

 A ISO 19011 fornece diretrizes sobre auditoria de sistemas de gestão da qualidade e ambiental (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2000).

Dá-se um enfoque maior na NBR ISO 9001 por ser a norma mais especifica do conjunto de normas.

Figueiredo (2018) traz algumas dificuldades e benefícios advindos da implementação da NBR ISO 9001.

Quanto as dificuldades na implementação da norma, Figueiredo (2018) cita:

 A dificuldade de se instituir uma efetiva cultura de qualidade na empresa, onde as pessoas estejam efetivamente comprometidas com a melhoria dos processos produtivos e a melhoria da qualidade do produto final, não vendo o sistema como uma mera exigência burocrática;

 A dificuldade de interpretar os requisitos normativos, tranduzindo-os para a realidade das empresas ao nível de capacitação de sua mão de obra.

 As dificuldades advindas da falta de tempo dos profissionais, envolvidos com suas atividades no dia a dia.

 Em alguns casos, a falta de obras, o que dificulta a implementação e treinamento dos funcionários no que diz respeito, sobretudo, aos procedimentos de execução dos serviços e inspeção de materiais.

Em relação aos benefícios advindos da implementação da norma, Figueiredo (2018) cita:

 A implementação de um efetivo sistema de controle de processos que confere estabilidade e previsibilidade aos mesmos, reduz a heterogeneidade dos resultados e permite a implementação de ações de melhoria.

 A padronização dos procedimentos permite que a tecnologia construtiva passe a ser, efetivamente, “propriedade intelectual” das empresas, ou seja, permite que o conhecimento tácito se transforme em conhecimento explícito.

 O controle de processo permitiu, em grande número de empresas, a redução do retrabalho e do desperdício de materiais.

 O sistema de gestão da documentação com frequência passou a ser uma importante ferramenta gerencial, na medida em que as empresas, ao registrarem as ocorrências dos processos produtivos, passam a agir “sobre fatos e dados”.  A implementação dos sistemas de gestão permitiu em muitos casos a criação de

um “clima de estabilidade gerencial” que desperta para a introdução de novas formas de racionalização da produção.

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2.2.3 PBQP-H

O Programa Brasileiro de qualidade e produtividade na construção habitacional (PBQP-H) teve sua criação ligada ao referencial francês de certificação de empresas construtoras Organisme Professionnel de Qualification et de Certification du Batiment (QUALIBAT), que em 1996 serviu de modelo para o desenvolvimento do referencial de qualificação do Programa da Qualidade na Construção Habitacional do Estado de São Paulo (QUALIHAB), tendo como base a da NBR ISO 9002:1994, o programa estabeleceu requisitos a serem cumpridos por construtoras que se candidatassem a realizar obras para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU) (HISTÓRICO..., 2013).

Em dezembro de 1998 foi assinada a Portaria nº 134, do então Ministério do Planejamento e Orçamento e este mesmo programa foi estendido ao Brasil (FIGUEIREDO, 2018).

O PBQP-H estruturou o Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras (SIQ-Construtoras) em 1999, prevendo que este sistema de qualificação das empresas construtoras adotasse entre seus procedimentos o controle de uma série de materiais, com o objetivo explícito de apoiar os esforços realizados nos Programas Setoriais de Qualidade desta meta mobilizadora (FIGUEIREDO, 2018).

Em 2000, com a adesão da Caixa Econômica Federal ao PBQP-H, muitas construtoras, querendo entrar no programa, viram-se obrigadas a investir em qualidade, devidos as exigências impostas pela Caixa Econômica Federal com as empresas que se candidatassem a financiamentos (FIGUEIREDO, 2018).

O objetivo geral do PBQP-H conforme Derani (2018) é: “apoiar o esforço brasileiro de modernidade pela promoção da qualidade e produtividade do setor da construção habitacional, com vistas a aumentar a competitividade de bens e serviços por ele produzidos, estimulando projetos que melhorem a qualidade do setor”.

De acordo com Derani (2018), os objetivos específicos são:

 Estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor;  Promover a articulação internacional com ênfase no Cone Sul;  Coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H;

 Fomentar a garantia de qualidade de materiais, componentes e sistemas construtivos;

 Fomentar o desenvolvimento e a implantação de instrumentos e mecanismos de garantia de qualidade de projetos e obras;

 Estruturar e animar a criação de programas específicos visando a formação e a requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;

(25)

 Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;

 Combater a não conformidade intencional de materiais, componentes e sistemas construtivos;

 Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;

 Promover a melhoria da qualidade de gestão nas diversas formas de projetos e obras habitacionais.

O objetivo do PBQP-H também pode ser descrito como:

Elevar os patamares da qualidade e produtividade da construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização tecnológica, produtiva e gerencial, contribuindo para a melhoria da qualidade do habitat (HISTÓRICO..., 2013).

Para implantação do PBQP-H foram adotados alguns níveis que os participantes têm de atingir num processo evolutivo: níveis D, C, B e A. O primeiro é o básico que evoluindo iria atingir o nível A em que a organização estaria pronta para ser certificada pela norma ISO 9001 (AMBROZEWICZ, 2001).

O PBQP-H diz que a experiência tem mostrado a possibilidade de reduzir custos, sem prejuízo da qualidade, pois isso também depende dos agentes públicos e privados para elevar o desenvolvimento tecnológico do setor, a melhoria dos métodos de gestão e os níveis de conformidade dos produtos, promovendo o aumento da produtividade das empresas para que a melhoria do padrão da qualidade dos produtos se faça juntamente com a redução de preços médios de mercado (AMBROZEWICZ, 2001).

2.2.4 NBR 15575

A NBR 15575 “Edificações Habitacionais – Desempenho” entrou em vigor em julho de 2013, após quase dois anos de trabalhos de revisão, a mesma contribui para a modernização tecnológica da construção brasileira e progresso da qualidade das habitações.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2013) explica que a norma NBR 15575 segue modelos internacionais de normatização de desempenho, logo, “para cada necessidade do usuário e condição de exposição, aparece a sequência de requisitos de desempenho, critérios de desempenho e respectivos métodos de avaliação. ”

A norma está estruturada em seis partes:  Parte 1: Requisitos gerais;

 Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais;  Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos;

(26)

 Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;  Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas; e

 Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários.

Cada parte da norma registra elementos da construção, tratando de exigências relacionadas à segurança, habitabilidade e sustentabilidade.

De acordo com o guia orientativo da norma publicado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (2013), a norma se aplica a edificações habitacionais com qualquer número de pavimentos, fazendo ressalva a exigências aplicáveis somente para edificações de até cinco pavimentos. Por outro lado, a norma não se aplica a:

 Obras já concluídas/ construções pré-existentes;

 Obras em andamento na data da entrega em vigor da norma;

 Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data da entrada em vigor da norma;

 Obras de reformas;  Edificações provisórias.

Para que a norma consiga ter o impacto desejado, mudanças na postura terão que acontecer, desde os incorporadores até os usuários das habitações.

2.3 QUALIDADE NA EXECUÇÃO DE ALVENARIA

2.3.1 Concepção do projeto

Segundo Lordsleem Junior (2004), o projeto de alvenaria é utilizado para as atividades de produção em obra, e se desenvolvido juntamente com o detalhamento do projeto executivo obtém-se o maior potencial de racionalização. Além disso o projeto deve retratar fielmente como será executada a alvenaria, especificando ferramentas e materiais e respeitando as características de produção de cada empresa.

Franco (1991 apud SOUZA; MELHADO, 2018) salienta a importância da qualidade na fase de concepção:

Dentre as etapas de desenvolvimento de um empreendimento, a fase de concepção, na qual se incluem os estudos preliminares, anteprojeto e projeto, exerce papel determinante na qualidade, tanto do produto como do processo construtivo” acrescentando que “[...] um grande avanço na obtenção de melhor qualidade da construção pode ser alcançado a partir da melhoria da qualidade dos projetos.

(27)

Segundo Melhado (2005) o projeto deve ter uma atenção maior e um prazo mais confortável para que todas as opções viáveis do projeto sejam estudadas, e apesar do custo ter um acréscimo nas fases iniciais, se tornarão lucro para o empreendedor no decorrer das etapas.

O’Connor e Davies (1988) resolveram demonstrar graficamente a capacidade de influência de diferentes etapas no custo de um empreendimento.

Figura 1 – Capacidade de influenciar o custo do empreendimento em diversas etapas

Fonte: Adaptado de O’Connor e Davis (1988).

Para a concepção do projeto de alvenaria é preciso que se tenha o conhecimento de algumas propriedades das paredes, com essas orientações é possível a realização de um projeto seguro e dentro das normais a serem seguidas.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo disponibilizou uma tabela que contém dados técnicos de paredes de vedação para a concepção do projeto.

(28)

Tabela 1 – Características técnicas das paredes de vedação

Fonte: Thomaz et al. (1988, p. 2).

Um projeto de alvenaria deve contemplar uma série de etapas, Lordsleem Junior (2004, p. 28) aponta:

 Especificação dos componentes de alvenaria: blocos, composição e dosagem da argamassa de assentamento;

 Locação da primeira fiada, a partir do eixo de referência pretendido;  Planta de primeira e segunda fiadas com a distribuição dos componentes;  Elevações das paredes, identificando o posicionamento das instalações e das

aberturas;

 Características das juntas entre componentes e na ligação estrutura/alvenaria: espessura e tratamento;

 Necessidade de uso de juntas de controle: posicionamento e dimensão;  Amarração entre fiadas, amarração da alvenaria com a estrutura;

 Definição quanto ao uso de vergas e contravergas pré-fabricadas ou moldadas no local e o posicionamento;

 Definição quanto ao uso de shafts ou embutimento de instalações ou de dutos de prumada.

Dentre os vários projetos de alvenaria, dois se destacam como mais importantes, são esses: projeto de elevação e planta de locação da primeira fiada.

(29)

Figura 2 – Planta de elevação de uma parede

Fonte: Lordsleem Junior (2004, p. 31).

Figura 3 – Planta de locação da primeira fiada de alvenaria

(30)

No que concerne a concepção do projeto, a incoerência entre eles é um problema recorrente, tendo assim a necessidade da compatibilização, que segundo Rauber (2005) se define em estudar uma maneira em que todos os projetos coexistam de forma harmônica e se encaixem perfeitamente.

Pode-se falar ainda da conexão que o projeto tem com a ocorrência de patologias nas alvenarias, pois apesar de parecerem etapas distintas e distantes, uma depende da outra de forma vital (PICCHI, 1993).

As patologias nas edificações são sempre associadas à execução, porem em diversos estudos estrangeiros o resultado observado é que os projetos são os apontados como principais responsáveis pela origem das patologias, tendo assim importância primordial na qualidade das edificações (PICCHI, 1993).

2.3.2 A fase de execução

Quando se constrói uma alvenaria, espera-se obter uma produção que atenda aos requisitos de desempenho para qual está destinada, sem correr o risco de apresentar patologias futuramente.

A etapa de produção da alvenaria racionalizada não compete apenas ao profissional que irá “levantar” a parede, Barros (1998) explica:

A racionalização construtiva colabora para que o saber-fazer possa ser de domínio da produção como um todo, pois à medida que a empresa tenha em suas mãos uma tecnologia racionalizada, como por exemplo, a de produção de alvenarias de vedação, para que seja efetivamente incorporada à produção, deverá ser repassada aos responsáveis pelas atividades que compõem o processo produtivo, desde o gerente da obra até o operário que executa a atividade, uma vez que é preciso que todos entendam e estejam conscientes da necessidade de racionalização do processo.

A necessidade de treinamento e qualificação da mão de obra tem que fazer parte do processo de qualificação de qualquer empresa, tendo em vista a sua dependência para viabilizar a produção, pois mesmo com as tecnologias estando presentes nos projetos e em componentes industrializados, o trabalho prático dos trabalhadores que traduz os projetos na fase de execução e através de seus conhecimentos conseguem tomar decisões no que diz respeito a material e componentes (FARAH, 1992).

O operário precisa seguir um checklist para a produção da alvenaria de vedação ocorrer de forma correta e de acordo com o projeto previamente executado, afirma Souza (2005):

(31)

a) iniciar o serviço pelos cantos destacando a primeira fiada depois de colocado em posição o escantilhão;

b) subir então a alvenaria pelos cantos sempre com o uso do prumo de pedreiro para o alinhamento vertical;

c) nivelar com o uso de uma linha de nylon esticada entre os dois cantos já levantados, para que se tenha um bom alinhamento horizontal;

d) com a argamassa, o tijolo é assentado com sua face rente à linha, sempre batendo com a colher de pedreiro para que se faça o alinhamento final;

e) após mais ou menos 1,50m de alvenaria, pode-se incluir andaimes para que se continue a elevação em um segundo plano (nível mais alto).

De acordo com Lordsleen Junior (2004), a execução propriamente dita da alvenaria de vedação pode ser compreendida em três etapas:

1) A Locação da Primeira fiada, ou como alguns costumam chamar de marcação, é a primeira etapa no processo de execução da alvenaria e irá garantir a qualidade dos serviços subsequentes.

Figura 4 – Execução da fiada de locação da alvenaria

(32)

Figura 5 – Gabarito para porta e janela em alvenaria de vedação

Fonte: Lordsleem Junior (2004, p. 52).

2) Para a Elevação da alvenaria é utilizado uma serie de equipamentos para incrementar a qualidade e produtividade. Para tanto o início da elevação da alvenaria deve ser observados alguns prazos mínimos: estarem concretadas pelo menos quatro lajes acima do pavimento e estar totalmente desformada duas lajes acima do pavimento.

Figura 6 – Assentamento dos blocos junto aos pilares

(33)

Figura 7 – Verificação do nivelamento da fiada empregando-se régua com nível de bolha acoplado

Fonte: Lordsleem Junior (2004, p. 59).

3) A Fixação acontece no final da etapa de elevação da parede, tendo como objetivo prende-la à estrutura de concreto armado, não prejudicando o seu desempenho quando solicitado.

Figura 8 – Fixação da alvenaria à estrutura com a bisnaga de argamassa

(34)

A fase de execução pode gerar muitas perdas e desperdícios, porém não é a única como muitos acreditam, o capítulo seguinte ira se tratar das principais fontes de desperdício.

2.3.3 Desperdício

Os desperdícios de um empreendimento, seja de material ou mão de obra, refletem bem o nível de qualidade na qual está inserido, tendo impacto decisivo nos custos finais do mesmo (HIRSCHFELD, 1996).

Segundo Hirschfeld (1996, p. 43), “O procedimento para a otimização de projetos, utilização de materiais, mão de obra e equipamentos produzem elevação do custo da produção em parcela muito menor do que aquela proveniente do reflexo do desperdício. ”

Formoso et al. (2018), conceitua a perda nas construções como sendo frequentemente associadas unicamente à perda de material, quando na verdade entende-se por qualquer ineficiência no uso de equipamentos, materiais, mão de obra e capital, acarretando na utilização de forma exagerada àquela necessária.

Hirschfeld (1996) afirma ainda que uma edificação pode gerar cerca de 33% de desperdício de material do total utilizado.

Hirschfeld (1996, p. 41) ainda aponta três fatores como principais fontes:

 Perda de material e retrabalho, por falta de qualificação de pessoal, alta rotatividade de mão de obra e falta de projeto especifico;

 Perda de cerca de 20% de material utilizado na nivelação das paredes desprumadas ou em revestimentos de paredes que apresentam espessuras diferentes em vários locais;

 Armazenamento inadequado de material como cal, cimento, madeira etc.

Os desperdícios acontecem em todos os processos de trabalho e organizações, e diferente do que muitos acreditam, não é resultante apenas da etapa de execução, mas também é resultado do trabalho de diretores, gerentes, funcionários, fornecedores, governo e clientes (HIRSHFELD, 1996).

No que tange à perda de materiais, Skoyles, um dos maiores estudiosos da área, realizou uma pesquisa sobre os valores das perdas de materiais por entulho, baseada no estudo de 114 canteiros de obras:

(35)

Tabela 2 – Valores das perdas de materiais por entulho, baseados no estudo em 114 canteiros de obra

Fonte: Skoyles (1976, p. 53).

Ao analisar seus indicadores, Skoyles (1976, p. 53):

As perdas são mais elevadas do que se esperava, superando, muitas vezes, aquelas que são embutidas nos orçamentos, o que pode significar um risco de insucessos em empreendimentos, na medida em que se poderia chegar a custos superiores àqueles considerados ao se prever o preço a ser cobrado dos contratantes.

Além disso, de acordo com o mencionado pesquisador, houve variações consideráveis de canteiro para canteiro, sendo que algumas obras conseguem ter perdas menores, de modo que seria possível supor que alguns problemas são passíveis de serem combatidos. (SKOYLES, 1976).

As pessoas estão tão acostumadas a conviver com o desperdício em obra que acabam não enxergando o mesmo e tratando-o como corriqueiro. Por isso é necessário despertar

(36)

a consciência e mudar as atitudes para que a eliminação do desperdício faça parte do dia a dia. (HIRSHFELD, 1996).

2.3.4 Vantagens das alvenarias racionalizadas

Diferentemente do processo de produção da alvenaria tradicional, a alvenaria racionalizada extrai ao máximo a qualidade e produtividade que se pode obter com esta atividade.

Para entender um pouco mais sobre racionalização, Lordsleem Junior (2004, p. 17) afirma,

Entende-se por racionalização construtiva todas as ações que objetivam otimizar o uso dos recursos disponíveis na construção em todas as suas fases. Em outras palavras, seria a aplicação mais eficiente dos recursos em todas as atividades que se desenvolvem para a construção do edifício.

Silva, Gonçalves e Alvarenga (2006) citam alguns pontos em que a alvenaria racionalizada e a alvenaria tradicional divergem.

Características das alvenarias de vedação tradicional:

 Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções construtivas são improvisadas durante a execução dos serviços.

 A mão-de-obra pouco qualificada executa os serviços com facilidade, mas nem sempre com a qualidade desejada

 O retrabalho: os tijolos ou blocos são assentados, as paredes são seccionadas para a passagem de instalações e embutimento de caixas e, em seguida, são feitos remendos com a utilização de argamassa para o preenchimento dos vazios  O desperdício de materiais: a quebra de tijolos no transporte e na execução, a

utilização de marretas para abrir os rasgos nas paredes e a frequência de retirada de caçambas de entulho da obra evidenciam isso

 Falta de controle na execução: eventuais problemas na execução são detectados somente por ocasião da conferência de prumo do revestimento externo, gerando elevados consumos de argamassa e aumento das ações permanentes atuantes na estrutura.

Em contraponto à alvenaria tradicional, a alvenaria racionalizada apresenta as seguintes características, Silva, Gonçalves e Alvarenga (2006) apresentam:

 Utilização de blocos de melhor qualidade, com furos na vertical para a passagem de instalações.

 Planejamento prévio da paginação da alvenaria, cada bloco está desenhado no seu devido lugar.

 Projeto da produção, projeto compatibilizando estrutura, alvenarias e demais subsistemas.

(37)

 Utilização de família de blocos com blocos compensadores para evitar a quebra de blocos na execução.

 Redução drástica do desperdício de materiais, sem quebras e sem remendos.  Melhoria nas condições de limpeza e organização do canteiro de obras.

Segundo Silva, Gonçalves e Alvarenga (2006), com o devido treinamento e qualificação, um profissional pode chegar a produzir 50 m²/dia de alvenaria, salientando que, após o término da parede, a mesma está pronta para ser revestida, não precisando mais rasga-la para a passagem de tubulações.

(38)

3 METODOLOGIA

A metodologia tem como intenção mostrar o caminho percorrido para a produção do conhecimento gerado neste estudo. Para tanto, considera-se o ciclo de pesquisa definido por Minayo (1996) como “um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas indagações”. De acordo com Minayo (1996), três fases dão movimento a este ciclo de pesquisa: fase exploratória, trabalho de campo e tratamento do material.

1) FASE EXPLORATÓRIA:

Na fase exploratória serão executadas as seguintes atividades: revisão bibliográfica, planejamento de ida ao campo (Confecção da entrevista, confecção de roteiro para observação no campo, confecção de autorização para utilização do nome da empresa, uso de documentos e imagens).

A escolha das técnicas de levantamento de dados será com observação participante e entrevista semiestruturada.

A táctica de observação participante acontece num encontro direto do pesquisador com o fenômeno observado, pontua Cruz Neto em Minayo (1996).

Sua importância está no fato de poder-se captar uma gama de situações que não são obtidas por meio de perguntas, por exemplo.

Fourez (1995) coloca que a observação não é totalmente passiva, traz em si certa organização da visão. É um processo onde se estrutura aquilo que se quer observar. Por isso há necessidade de ir a campo com um roteiro prévio de observação.

Quanto a entrevista semiestruturada busca-se fundamentação em Bogdan e Biklen (1994). Estes autores afirmam que a utilidade da entrevista está no recolhimento de dados descritivos na linguagem dos próprios sujeitos, permitindo ao pesquisador a visualização da maneira como estes interpretam aspectos da realidade. Para essas entrevistas serão confeccionadas questões abertas com o intuito de levar o sujeito entrevistado a refletir e discorrer sobre o tema.

2) TRABALHO DE CAMPO:

O trabalho de campo envolve o prévio agendamento e assinatura de autorizações para efetivamente proceder o levantamento de dados no campo, por meio de documentos, da própria entrevista e da observação.

É comum ter momentos de volta ao campo para esclarecer informações tanto da pesquisa documental quanto da entrevista e/ou observação.

(39)

3) TRATAMENTO DO MATERIAL:

Por último tem-se o tratamento do material, descrito por Minayo (1996) como sendo a fase de teorização sobre os dados do campo, onde se confronta a abordagem da revisão bibliográfica com o que a investigação trouxe de contribuição singular. É um trabalho exaustivo onde o pesquisador deve organizar os dados descrevendo-os, transcrevendo-os, ordenando-os, classificando-os e analisando-os (LAVILLE; DIONNE, 1999).

Finalizando, esta é uma pesquisa de caráter exploratório, que envolve estudo de caso, e busca conhecer QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NA EXECUÇÃO DA ALVENARIA, valendo-se de um enfoque quanti-qualitativo, na medida em que buscará informações centradas em dados numéricos e verbais.

Salienta-se que o estudo de caso é, segundo Yin (2015), uma investigação empírica que se baseia no raciocínio indutivo, ou seja, depende do trabalho de campo, não é experimental e se baseia em fontes de dados múltiplas e variadas.

Para Yin (2015), o estudo de caso pode ser conduzido para um dos três propósitos básicos: explorar, descrever ou ainda explicar. Nesse sentido, Gil (2002) leciona que este estudo pode ser classificado como uma Pesquisa Exploratória, que visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema, a fim de torná-lo explícito.

(40)

4 ESTUDO DE CASO

A fim de verificar a qualidade e produtividade na execução de alvenaria de blocos cerâmicos, foi utilizada uma lista de verificação em uma construtora da grande Florianópolis.

A seguir são apresentados dados da construtora e da obra, assim como os cuidados que a empresa toma com o intuito de garantir qualidade.

4.1 DADOS DA CONSTRUTORA

A empresa estudada apresenta como a sua principal atividade edificações de imóveis residenciais multifamiliares, trabalhando num segmento de mercado com imóveis de médio e alto padrão.

A empresa iniciou suas atividades há 15 anos, no ramo da construção civil, onde possui experiência com a administração, execução e gerenciamento de obras.

No momento a empresa conta com duas obras em lançamento; duas obras em andamento e fase de acabamento; e onze edifícios já entregues.

Atualmente a empresa conta com um corpo profissional de aproximadamente 200 pessoas, entre área técnica, administrativa e mão de obra própria, sendo alguns serviços terceirizados, como instalações elétricas, hidráulicas e ferragem.

4.2 DADOS DA OBRA

O edifício residencial com 14.611,25 m², que é constituído de 13 pavimentos tipos, pavimento Pilotis e 02 pavimentos Subsolo para garagem, que está sendo construído em concreto armado e alvenaria convencional.

São 104 unidades residenciais de 2 e 3 dormitórios com área privativa entre 72m² e 93m², suítes, até 2 vagas de garagem com hobby box, vista para o mar, lavabo, persianas com espera para automação e churrasqueira à carvão na sacada.

O empreendimento, contempla uma área de lazer com salão de festas, piscina adulto e infantil, brinquedoteca, sala de estudos, home cinema, espaço mulher, espaço gourmet, fitness, recreação coberta e home bike.

A obra opera no momento com 30 funcionários da empresa, sendo 5 da área administrativa, onde inclui o Engenheiro Civil, Estagiário, Mestre de Obras, Técnico de Segurança do Trabalho, Almoxarife e 25 da área operacional, com Carpinteiro, Pedreiro e

(41)

Servente, ainda prestam serviços as empresas VJV ferragens e PN instalações hidráulicas e elétricas.

Figura 9 – Fachada da obra

Fonte: Elaboração do autor (2018).

4.3 A QUALIDADE NA OBRA

A empresa tem objetivos claros para assegurar a qualidade de seus produtos e serviços. Através da implantação dos requisitos do PBQP-H, incentiva seus processos produtivos investindo na qualidade de seus profissionais e no incremento de seus equipamentos. Para tanto, utiliza um manual de gestão da qualidade (ANEXO A) que especifica requisitos e serve como guia de divulgação de conceitos, procedimentos, regras, padrões e modelos, com a finalidade de cumprir as exigências estabelecidas pela Norma ISO 9001/2008. Utiliza-se, ainda, com enfoque na execução de alvenaria com blocos cerâmicos, um registro de qualidade da produção e do fornecimento de serviços (ANEXO B), o qual apresenta uma lista de verificação, onde são inspecionados alguns pontos imprescindíveis para uma melhor execução da atividade.

(42)

4.4 LISTA DE VERIFICAÇÃO UTILIZADA

Em que pese a empresa estudada neste trabalho apresente uma lista de verificação própria, para este estudo de caso, foi utilizada a lista de verificação criada pelo Professor Doutor Luiz Fernando Mahlmann Heineck (ANEXO C), para a obtenção de qualidade e produtividade nas alvenarias, uma vez que se trata de uma inspeção mais detalhada e minuciosa das etapas que envolvem este processo.

Durante a verificação realizada, o engenheiro e o mestre de obras não apenas responderam a lista, como também avaliaram, justificaram e apresentaram como seria possível melhorar cada etapa, como veremos a seguir:

4.5 LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA OBTENÇÃO DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE NAS ALVENARIAS

4.5.1 Logística dos blocos

Nesta etapa do trabalho foram feitas verificações referentes ao recebimento, verificação da qualidade geral e movimentação dos blocos na obra. Buscou-se verificar a lista de quesitos indicada para cada item desta etapa do estudo conforme indicado a seguir.

a) Recebimento dos blocos na obra e verificação geral da qualidade As verificações realizadas constaram dos seguintes itens:

1) Quais as dimensões dos tijolos? 11,5x19x39

9x19x39 14,5x19x39 5x19x39

2) Existe regularidade de dimensões, ou cada um tem tamanho diferente? Existe regularidade de dimensões.

3) Quantos furos e qual o tipo do tijolo? 9 furos

8 furos 4 furos

4) Qual a procedência dos tijolos? Direto de fábrica

(43)

5) Existem cantos e arestas vivas? Com quinas.

6) Quando quebrado o tijolo apresenta uma face de quebra lisa e uniforme? Fica uniforme pós quebra.

7) Qual a aparência do tijolo e homogeneidade da massa?

Tijolo de boa qualidade e homogeneidade uniforme da massa. 8) Qual a absorção de agua por parte dos tijolos?

Absorção uniforme.

9) Na carga de tijolos são fornecidos ½ tijolos? Em que proporção? Proporção 1:15, 1 meio tijolo para cara 15 tijolos inteiros. 10) Qual o custo dos tijolos?

R$ 0,43 reais a unidade

11) Qual a quebra usual dos tijolos ao descarregar do caminhão e no seu transporte?

0,07% em média 5 tijolos a cada 7000.

12) Qual a proporção de tijolos maciços encomendados juntamente com furados para preencher detalhes na alvenaria?

Não é encomendado tijolos maciços

Observa-se na figura 10 a chegada dos blocos na obra, separados por paletes, descarregados por equipamento vinculado ao caminhão Munck e, logo em seguida, sendo levados para o local de depósito.

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Figura 10 – Recebimento dos tijolos

Fonte: Elaboração do autor (2018).

Na figura 11, verifica-se as especificações dos produtos comprados para a obra. Nesta etapa de recebimento são conferidos a nota fiscal, as especificações do produto solicitado e recebido na obra e aspectos gerais do material recebido, como: faces planas, arestas vivas, tricas e padrão de cor.

Figura 11 – Verificação da qualidade dos blocos

Fonte: Elaboração do autor (2018).

b) Armazenagem dos blocos:

As verificações realizadas constaram dos seguintes itens: 1) O estoque de tijolos é suficiente para quantos dias de trabalho?

O estoque é suficiente para 01 semana de trabalho 2) Qual a frequência de recebimento de cargas de tijolos?

O recebimento é semanal

3) A área onde os tijolos estão estocados ter a base firme? Sim, possui a base firme

(45)

Sim, houve preparação da base. 5) Qual a altura das pilhas de tijolos?

5 blocos por palete

6) É fácil identificar o estoque existente pela forma de organização das pilhas? Sim

7) Qual a distância do estoque ao local de descarregamento de utilização dos tijolos?

5m

Observa-se nas figuras 12 e 13 o padrão de tamanho das embalagens dos paletes, a identificação do tipo de produto e a visão geral da área de estoque do material.

Figura 12 – Identificação do produto

Fonte: Elaboração do autor (2018).

Figura 13 – Visão geral do local de armazenagem

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Nas figuras 14 e 15, destaca-se a indicação do produto já identificado no local de armazenamento, conforme recomendação da construtora, e o material adequadamente depositado sobre base sólida e afastado da umidade do piso.

Figura 14 – Identificação do produto

Fonte: Elaboração do autor (2018).

Figura 15 – Material sobre base sólida

Fonte: Elaboração do autor (2018).

c) Transporte dos blocos na obra:

As verificações realizadas constaram dos seguintes itens: 1) Quais os equipamentos para transporte horizontal?

Empilhadeira manual e carrinho.

2) Quais os equipamentos para transporte vertical? Elevador cremalheira.

3) Existe equipe especial para suprimento de tijolos e argamassa nos andares? Equipe de abastecimento de massa é semelhante a todos os serviços

4) A que horas do dia é feito o suprimento de tijolos e argamassa? Pela manhã e final de expediente.

5) Qual a distância percorrida de estocagem de tijolos até o ponto médio de utilização?

(47)

Em média 30m

6) Como são separados os tijolos furados e maciços, assim como meio-tijolos, a serem empregados na confecção de cada parede?

Não há tijolos maciços.

Observa-se nas figuras 16 e 17 os procedimentos de movimentação dos blocos na obra. O equipamento para transporte dos blocos do local de armazenagem até o elevador cremalheira é a empilhadeira manual, conforme indicado nas figuras 16, enquanto o transporte de um pavimento para o outro se dá através do elevador cremalheira, conforme figura 17.

Figura 16 – Empilhadeira manual

Fonte: Elaboração do autor (2018).

Figura 17 – Elevador cremalheira

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No pavimento tipo, o material é depositado no local mais próximo ao serviço de execução das alvenarias, sendo transportado até o local pelo carrinho, conforme indicado na figura 18.

Figura 18 – Carrinho

Fonte: Elaboração do autor (2018).

4.5.2 Preparo da alvenaria

Nesta etapa do trabalho foram feitas verificações referentes ao preparo da argamassa, molhagem dos blocos e a utilização do chapisco nas superfícies de concreto em contato com alvenaria. Buscou-se verificar a lista de quesitos indicada para cada item desta etapa do estudo conforme indicado a seguir.

a) Preparo da argamassa:

As verificações realizadas constaram dos seguintes itens: 1. Qual o traço usado no assentamento?

1:5 e 150ml de plastificante.

2. São usados aditivos? Quais? Com que finalidade?

Sim, plastificante. Destinado a melhorar a trabalhabilidade e aumentar a durabilidade de argamassas de assentamento.

3. Onde é feito a preparação da argamassa? É virada no andar ou no térreo? É preparada no térreo e virada no andar.

4. Existe equipe de suprimento de argamassa?

Equipe semelhante de produção de massa de assentamento. 5. Como é feito o transporte da argamassa?

(49)

6. Qual a distância do centro geométrico de utilização? 30m

7. Quem dá a trabalhabilidade final a massa, servente ou pedreiro? Pedreiro e servente.

Observa-se na figura 19 o local onde a argamassa é depositada no pavimento tipo, para então ser transportada através de carrinho de mão e devidamente posicionada ao lado da execução do serviço, como mostra a figura 20.

Figura 19 – Argamassa para assentamento

Fonte: Elaboração do autor (2018).

Figura 20 – Local para depositar massa no pavimento tipo

(50)

Observa-se na figura 21 a tabela utilizada para conferência dos traços, muito importante para o controle e padronização dos mesmos.

Figura 21 – Tabela de traços

(51)

b) Molhagem dos blocos:

As verificações realizadas constaram dos seguintes itens: 1. Quem executa a molhagem dos tijolos?

2. Com que antecedência?

3. Qual o critério usado pelo pedreiro para dizer que o tijolo está suficientemente molhado?

4. Os tijolos voltam a ser molhados por ocasião de sua colocação? 5. Com que equipamentos os tijolos são molhados?

6. Qual o volume de tijolos molhados em cada ocasião?

7. Existe algum critério expedito em obra para verificar se os tijolos estão suficientemente molhados?

Nenhum item acima foi respondido devido ao fato da etapa não ser efetuada na obra.

c) Chapisco nas superfícies de concreto em contato com alvenaria As verificações realizadas constaram dos seguintes itens:

1. Qual o traço usado no chapisco? 1:3, 50% de aditivo e 50% de água.

2. Com que antecedência é feito em relação a colocação da alvenaria? Em média 72 horas de antecedência.

3. Quem executa o serviço? É o mesmo pedreiro da alvenaria? Pedreiro. Não.

4. Os andaimes usados já são aqueles que vão ser usados na alvenaria? Sim

5. Quem e como é feita a marcação dos pilares que vão ser chapiscados e os que não vão ser, devido a inexistência de alvenarias naqueles vãos?

Todos os pilares são chapiscados, mas nos pilares que tem encontro com alvenaria foi marcado com giz pelo pedreiro para a aplicação do chapisco. Observa-se na figura 22 o chapisco aplicado na estrutura de concreto, apenas no lugar onde receberá o contato com a alvenaria. Observa-se, também, na figura 24, as telas de fixação aplicadas a cada três fiadas.

(52)

Figura 22 – Chapisco para encontro de alvenaria e estrutura e tela de fixação

Fonte: Elaboração do autor (2018).

4.5.3 Execução das alvenarias

Nesta etapa do trabalho foram feitas as verificações referentes as etapas de programação de obra, sequência de trabalho e produtividade, e também da execução propriamente dita, que acontece primeiramente pela marcação das alvenarias, depois levantamento de alvenarias em canto e contra a linha e por último a execução do encunhamento.

a) Programação de obra, sequência de trabalho e produtividade: As verificações realizadas constaram dos seguintes itens:

1. Existem grandes panos cegos de alvenaria? Sim, existe grandes panos

2. Os pedreiros trabalham por tarefa? Sim, trabalham por tarefa

3. Os serventes participam da tarefa? Como é feito a distribuição de ganho? Sim, por produção individual

4. Qual o valor da tarefa?

O valor da tarefa é de 7,0 R$/m²

5. Como é feita a distribuição doa panos bons e ruins de alvenaria entre os tarefeiros?

Por competência de cada funcionário escolhido pelo mestre de obras e engenheiro

Referências

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