GRUPOS MUSCULARES
4.3 VARIÁVEIS TEMPORAIS DA MARCHA
O GC não apresentou diferença em relação aos grupos experimentais (GI e GII) na condição PRÉ e permaneceu sem alterações (p>0.05) durante o período em que os grupos experimentais realizaram o treinamento. Todavia, as comparações entre o GC e os grupos GI e GII após o treinamento (PÓS) revelaram diferenças significativas em todas as varáveis temporais da marcha (p<0.05).
As variáveis temporais de tempo do ciclo da marcha (TCM), tempo da fase de apoio (TFA), tempo de duplo apoio (TDA) foram menores (p<0.05) após o treinamento, independente dos protocolos de treinamento aplicados. O tempo da fase de apoio (TFA) do grupo GII apresentou forte tendência à significância (p=0.053) em relação ao GI. Os resultados das variáveis temporais encontram-se descritos na Tabela 17.
TABELA 17- Variáveis temporais da marcha (média desvio padrão), antes (PRÉ) e após (PÓS) o período de treinamento de força muscular dos grupos experimentais (GI e GII) e controle (GC).
Variável PRÉ PÓS Variação (%)
TCM GI 1,13 0,10 1,10 0,09 -3 α β
TCM GII 1,19 0,16 1,09 0,09 -8 α β
TCM GC 1,16 0,11 1,21 0,13 4
TFA GI 0,71 0,07 0,69 0,07 -3 α β
TFA GII 0,76 0,12 0,67 0,06 -11 α β *
TFA GC 0,73 0,09 0,77 0,11 6
TFB GI 0,42 0,04 1,10 0,09 -2
TFB GII 0,43 0,05 0,42 0,04 -2
TFB GC 0,44 0,04 0,44 0,03 1
TDA GI 0,17 0,03 0,13 0,05 -22 α β
TDA GII 0,18 0,05 0,14 0,02 -22 α β
TDA GC 0,16 0,05 0,18 0,07 11
NOTA: Tempo do ciclo da marcha (TCM); Tempo da fase de apoio (TFA); Tempo da fase de balanço (TFB); Tempo de duplo apoio (TDA).
α diferenças (p<0.05) entre as condições (PRÉ e PÓS) no grupo experimental.
β diferenças (p<0.05) entre os grupos (GI, GII e GC) na condição PÓS.
* valor forte tendência à significância no grupo (p =0.053)
4.4 – VARIÁVEIS ESPACIAIS LINEARES DA MARCHA
O GC não apresentou diferença em relação aos grupos experimentais (GI e GII) na condição PRÉ e permaneceu sem alterações (p>0.05) durante o período em que os grupos experimentais realizaram o treinamento. Todavia, as comparações entre o GC e os grupos GI e GII após o treinamento (PÓS) revelaram diferenças significativas em
todas as variáveis espaciais lineares da marcha (p<0.05).
O grupo GI apresentou um aumento médio de 0.14m no comprimento da passada (CP), enquanto o grupo GII apresentou um aumento médio de 0.04m no CP após o período de treinamento de força (ambos p<0.05), porém não houve diferenças entre os grupos GI e GII (p>0.05). A velocidade de deslocamento da marcha (VM) apresentou aumento (p<0.05) em GI (0,14m/s) e GII (0,11m/s), sem diferença entre os grupos GI e GII (p>0.05). A cadência da marcha (CAD) dos grupos experimentais experimentou um aumento médio (p<0.05) de 7 passos/min. no GI e de 4 passos/min. no GII. Os aumentos observados no GI foram maiores (p<0.03) do que aqueles encontrados no GII.
A velocidade de contato do calcanhar diminuiu (p<0.05) no grupo GI (0,04 m/s) e no grupo GII (0,19 m/s), porém não houve diferença na redução entre os grupos (p>0.05).
Os deslocamentos médio-laterais do centro de massa (COM Lateral) foram menores em relação aos valores encontrados no início do treinamento, mas não apresentaram diferenças (p>0.05) entre os grupos GI (0.03m) e GII (0.09m) na condição PÓS.
Não foram encontradas diferenças (p>0.05) entre os grupos GI e GII no deslocamento vertical do centro de massa corporal (COM Vertical), mas os dois grupos experimentais apresentaram alterações (p<0.05) entre as condições PRÉ e PÓS.
Observou-se que o GI apresentou uma tendência (não significativa) de aumentar o COM Vertical (+0.10m), enquanto o GII apresentou uma tendência de diminuí-lo (-0.30m).
A altura de elevação do pé (EP) permaneceu inalterada ao longo do período do estudo, independente do tipo de treinamento aplicado. A Tabela 18 apresenta os valores encontrados para as variáveis espaciais lineares antes (PRÉ) e após (PÓS) o período de
treinamento e a comparação com o grupo controle (GC).
TABELA 18: Variáveis espaciais lineares da marcha (média desvio padrão) antes (PRÉ) e após (PÓS) o período de treinamento entre os grupos (GI, GII e GC).
Variável PRÉ PÓS Variação (%)
CP GI 0,99 0,35 1,13 0,12 13 α β
CP GII 1,20 0,06 1,24 0,08 3 α β
CP GC 1,16 0,14 1,05 0,35 - 10
VM GI 0,91 0,34 1,05 0,15 16 α β
VM GII 1,06 0,14 1,17 0,13 11 α β
VM GC 1,02 0,20 0,94 0,33 - 8
VCC GI 0,93 0,43 0,89 0,22 - 4 α β
VCC GII 1,09 0,14 0,90 0,17 - 17 α β
VCC GC 0,92 0,16 0,97 0,08 6
EP GI 0,03 0,01 0,03 0,00 10
EP GII 0,04 0,01 0,03 0,01 - 5
EP GC 0,03 0,01 0,03 0,01 10
CAD GI 49,1 17,1 55,9 3,2 12 α β π
CAD GII 52,7 5,6 56,9 3,3 8 α β
CAD GC 52,6 4,9 52,7 5,2 0
COM Vertical GI 2,9 1,1 3,0 0,4 5 α β
COM Vertical GII 3,6 0,7 3,3 0,5 - 8 α β
COM Vertical GC 3,7 0,8 3,7 0,8 - 1
COM Lateral GI 3,8 1,8 3,5 0,1 - 7 α β
COM Lateral GII 4,3 1,6 3,4 0,9 - 21 α β
COM Lateral GC 4,1 1,3 4,2 1,3 3
NOTA: Comprimento da passada (CP); Velocidade da Marcha (VM); Velocidade de contato do calcanhar (VCC); Elevação do pé (EP); Cadência (CAD). Centro de massa corporal (COM).
α diferenças (p<0.05) entre as condições (PRÉ e PÓS) no grupo experimental.
β diferenças (p<0.05) entre os grupos (experimental e controle) na condição PÓS.
π melhoria (p<0.05) do grupo sobre o outro (GI sobre GII ou vice-versa)
4.5 – VARIÁVEIS ESPACIAIS ANGULARES DA MARCHA
O GC não apresentou diferença em relação aos grupos experimentais (GI e GII) na condição PRÉ e permaneceu sem alterações (p>0.05) durante o período em que os grupos experimentais realizaram o treinamento. Todavia, as comparações entre o GC e os grupos experimentais (GI e GII) após o treinamento (PÓS) revelaram diferenças significativas em todas as variáveis espaciais angulares da marcha (p<0.05), o que demonstra que os programas de treinamento foram capazes de influenciar a marcha dos participantes. A seguir, apenas as comparações entre os grupos GI e GII serão apresentadas. Os valores discretos encontram-se na tabela 19 e os perfis de deslocamento angular na Figura 19 e 20.
A média do pico de inclinação anterior da pelve (PIAP) do grupo GI (-1,77º) e do grupo GII (3,45º) não apresentou alterações após o período de treinamento (p>0.05), mas apresentou tendência oposta (não significativo) entre GI (retroversão) e GII (anteversão).
A amplitude de rotação pélvica (ARP) e a amplitude de obliqüidade pélvica (AOP) apresentaram aumentos médios (p<0.05) de 0,76º na ARP e 3,57º na AOP após o treinamento de força para o GI. O GII apresentou um aumento médio (p<0.05) de 0,59º na ARP e 0,61º na AOP. Não houve diferença entre os grupos (GI e GII) na ARP (p>0.05). Por outro lado, AOP do GI apresentou incrementos (p=0.03) quando comparado ao GII após período de treinamento de força (PÓS).
Figura 19: Deslocamento angular da pelve nos planos sagital (superior), transverso
Para as ações ao redor do quadril, os picos de extensão (PEQ) e flexão do quadril (PFQ) dos participantes dos grupos experimentais (GI e GII) não apresentaram aumento nestas variáveis (p<0.05). A amplitude articular do quadril (AAQ) aumentou em ambos os grupos (GI e GII). Os aumentos (p<0.05) na AAQ foram de 5,50º (GII) e de 4,24º (GI), todavia, sem diferenças (p>0.05) entre os grupos experimentais.
Na avaliação dos ângulos do joelho, as variáveis do pico de extensão (PEJ), pico de flexão do joelho (PFJ) e amplitude articular do joelho (AAJ) não apresentaram alterações (p>0.05) nos grupos experimentais (GI e GII). As variações no grupo GI, do PEJ, PFJ e AAJ foram -1,46, -0,47 e -0,99, respectivamente e no grupo GII 0,79º, 5,50º e 0,75º, simultaneamente.
Na articulação do tornozelo, os grupos experimentais (GI e GII) apresentaram melhorias (p<0.05) sobre o Pico de Extensão do Tornozelo (PET) e na Amplitude Articular do Tornozelo (AAT), mas não houve diferença (p>0.05) entre os grupos. O Pico de Flexão do Tornozelo (PFT), não apresentou alterações (GI = 0.68º; GII = 3.93º;
p>0.05) após o período de treinamento. As variações médias da articulação do tornozelo para o GII foram de 4.66º no PET e de 8.20º a AAT e no grupo GI de 3,44º no PET e 6,63º na AAT. Os valores médios das variáveis angulares estão expressos na Tabela 19.
Figura 20: Deslocamento angular do quadril, joelho e tornozelo antes (PRÉ) e após (PÓS) o treinamento de força muscular dos grupos GI, GII e GC.
TORNOZELO
TABELA 19: Variáveis espaciais angulares da marcha (média desvio padrão) antes (PRÉ) e após (PÓS) o período de treinamento entre os grupos (GI, GII e GC).
Variável PRÉ PÓS Variação (%)
NOTA: Pico de inclinação anterior da pelve (PIAP); Amplitude de rotação pélvica (ARP); Amplitude de obliqüidade pélvica (AOP); Pico de flexão do quadril (PFQ); Pico de extensão do quadril (PEQ); Amplitude Articular do quadril (AAQ); Pico de flexão do joelho (PFJ); Pico de extensão do joelho (PEJ); Amplitude Articular do joelho (AAJ); Pico de flexão do tornozelo (PFT); Pico de extensão do tornozelo (PET); Amplitude Articular do tornozelo (AAT).
Α diferenças (p<0.05) entre as condições (PRÉ e PÓS) no grupo experimental.
π melhoria (p<0.05) do grupo sobre o outro.