• Nenhum resultado encontrado

A mesma amostra de 230 quarteirões citada no item 4.1.1 resultou na medição dos 2.958 elementos num total de 64,76 hectares. A estimativa dada pelo estimador razão para esta variável foi igual a 45,68 árvores por hectare, com um valor de variância de 4,75. O intervalo de 95% de confiança foi de (41,32; 50,04) e o erro amostral foi de 9,5%.

3.2.2 Amostragem estratificada

A amostra composta por 219 quarteirões permitiu a medição dos 2.689 elementos num total de 63,36 hectares. A estimativa dada pelo estimador razão foi de 42,46 árvores por hectare, com uma variância de 4,28. O intervalo de 95% de confiança foi de (38,32; 46,60) e o erro amostral foi de 9,7%.

As tabelas 1 e 2 mostram os resultados apresentados anteriormente. Tabela 1 - Resultado da análise estatística obtida com a variável "número de árvo-

res por quilômetro de calçada"

Variável "número de Amostragem Amostragem árvores/km de calçada" Casual Simples Estratificada Estimador Razão ( r , Res ) 30,12 27,53 Variância ( s2 (r) , s2

(z'

t

})

2,09 1,86 Intervalo de Confiança (I.C.) de 95% (27,24; 33,00) (24,80; 30,26)

Tabela 2 - Resultado da análise estatística obtida com a variável "número de ár- vores por hectare"

Variável

"número de árvores/ha" Estimador Razão ( r ' Res )

Variância ( s2

(r)

,

S2 ( Res)}

Intervalo de Confiança (I.C.) de 95% Erro amostral

Amostragem Amostragem Casual Simples Estratificada

45,68 42,25

4,75 4,19

(41,32; 50,04) (38, 16; 46,34)

9,5% 9,7%

Comparando os resultados obtidos com a variável "número de árvores por quilômetro de calçada" nas duas metodologias, nota-se que há pouca diferença entre os valores encontrados: 30 árvores por quilômetro de calçada para a amostragem casual simples e aproximadamente 28 árvores para a estratificada. O valor 1,86 para a variância da amostragem estratificada pouco diferiu do valor 2,09 obtido na amostragem casual simples. O erro amostral ficou abaixo dos 10% para as duas metodologias. Essas pequenas diferenças refletiram-se no intervalo de confiança.

Para a variável "número de árvores por hectare" os resultados foram semelhantes entre as duas metodologias, como se comprova na comparação entre os estimadores razão e as variâncias: na amostragem casual simples encontrou-se perto de 46 árvores por hectare e variância próxima de 5 e na estratificada foram 42 árvores por hectare e variância 4. O erro amostral foi menor que 10% tanto para a amostragem casual simples como para a estratificada. Novamente vê-se que as pequenas diferenças ficaram refletidas no intervalo de confiança.

A semelhança entre os resultados da amostragem casual simples e da amostragem estratificada, medida principalmente em relação à variância, indica que as duas metodologias são eficientes e podem ser empregadas em inventários de arborização de ruas em São Carlos. Porém, o ganho em precisão obtido com a estratificação por nível sócio-econômico foi muito pequeno, o que leva a concluir que a variável de estratificação

escolhida - nível sócio-econômico - não tem influência sobre o nível de arborização das ruas de São Carlos.

Por outro lado, a estratificação é um instrumento que permite mapear com mrus detalhes a arborização por regiões específicas, enfocando as caracteristicas peculiares de cada uma delas.

As duas variáveis usadas para estimar abundância de árvores forneceram resultados satisfatórios, podendo ambas serem empregadas em inventários quantitativos. Entretanto, o manuseio da variável "número de árvores por quilômetro de calçada" é mais simples, uma vez que dispensa a medição de metade da largura das ruas que circundam um quarteirão e isto implica também em maior rapidez para calcular o estimador razão. Outra vantagem no emprego desta variável é permitir a comparação com os resultados dos trabalhos realizados nessa área.

Lima et ai. (1990) encontraram para a cidade de Petrolina (PE) um indice de 13 árvores por quilômetro de calçada. Admitindo um espaçamento regular de 15 metros entre árvores, o número ideal de árvores por quilômetro de calçada, segundo os autores, deveria ser 67.

Nos quase 24.000 metros de calçada amostradas por Malavasi et ai. (1995) foram encontrados 114 vegetais; segundo critério seguido pelos autores - uma árvore a cada 5 metros de calçada - há no centro de Itaguaí (RJ) um déficit de 4.686 árvores.

Ao aplicar-se o critério acima e estendê-lo para toda a cidade de São Carlos é possível verificar que esta tem um déficit de 178.092 árvores. Mas o déficit de árvores em São Carlos diminui drasticamente quando comparam-se os dados em relação ao critério adotado no trabalho de Lima et ai. (1990); neste caso, São Carlos passa a ter 38.663 árvores a menos do que seria aconselhável. O total de árvores (incluindo as plantas mortas e as covas abertas) estimado para a cidade de São Carlos varia entre 28.556 e 34.595.

Maringá (PR), que costuma ser apontada como um exemplo de cidade bem arborizada, possui, segundo Milano (1990), aproximadamente 755 quilômetros de

calçadas arborizadas que somam em tomo de 63. 000 árvores (portanto, 83 árvores por quilômetro de calçada) de 75 espécies diferentes, regularmente distribuídas.

Além de quantificar as árvores existentes numa cidade, é importante conhecer a distribuição das mesmas, pois um índice de arborização considerado bom poderia encobrir uma falha no planejamento da arborização caso a porcentagem de quadras sem árvores fosse elevada.

Em São Carlos, 9, 13% do total de quarteirões amostrados pelo método casual simples não possuíam árvore, nem mesmo uma cova aberta. Quando a análise é feita com as quadras, constata-se que 36,3% do total das quadras não tinham árvores ou covas abertas.

Fazendo-se a distribuição por classes do número de elementos (incluindo plantas, vivas, mortas e covas abertas) existente por quadra para a amostragem casual simples verifica-se que 36,2% das quadras possuíam de 1 a 4 elementos, 23,2% possuíam de 5 a 11 elementos e 4,3% possuíam mais de 11 elementos por quadra.

Com a amostragem estratificada foram encontradas porcentagens de quadras sem árvore ou cova semelhantes à da amostragem casual simples. Na figura 11 há a distribuição por classes do número de elementos encontrado por quadra para cada um dos estratos. 45 -r---,,---,--"T"""I".----, <n 40 -F-'�---....-,,---�----l -e AI 35--. - ::, ..

a�-

-8 25. � 20 � 15 � 10 Q. 5 o -·f-1-...,,...._-'-+_._..._."""""'-+-'---'"--"'"'"'-'--+.L...L-'"" azul verde amarelo

Estrato laranja vermelho o sem elementos o 1 a 4 elementos 1i15 a 11 elementos cmais de 11 elementos

Figura 11 - Porcentagem de quadras para os elementos estudados (plantas vivas, mortas e covas) para cada um dos estratos amostrados.

Nota-se que os estratos verde e vermelho tiveram os valores mais diferenciados de porcentagens de quadras sem árvores em relação aos demais estratos. Conforme será visto no item 3.4.2, o estrato verde - com a menor porcentagem de quadras sem árvores - também teve a menor porcentagem de quadras desocupadas, enquanto que o vermelho - com maior porcentagem de quadras sem árvores - teve a maior quantidade de quadras ainda sem ocupação.

Esta constatação aventa a hipótese de haver uma relação entre o índice de arborização e o tipo de ocupação das quadras, sugerindo como variável de estratificação a ser testada a "densidade de ocupação" dos bairros.

3.3 Análise das variáveis qualitativas para amostragem casual simples

Documentos relacionados