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Variação das dimensões das traqueídes entre o 16º (último anel de crescimento)das

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 Variação das dimensões das traqueídes em árvores de idades diferentes e mesmo

4.2.2 Variação das dimensões das traqueídes entre o 16º (último anel de crescimento)das

Comparando-se os valores médios das dimensões das traqueídes mensurados no 16º anel de crescimento (último anel de crescimento) do grupo I, comparados com o 16º anel de crescimento do grupo II no lenho inicial e tardio, do disco da base das árvores com mesmo DAP. A Tabela 136 com os resultados estatísticos consta no item Anexos.

Na Figura 30 pode-se verificar que o comprimento das traqueídes apresenta seu menor valor no lenho inicial para o grupo I (árvore mais jovens) e difere estatisticamente do maior valor do grupo II (árvores mais adultas). Para o lenho tardio o maior valor foi observado no grupo I e difere estatisticamente do menor valor encontrado no grupo II.

Figura 30 - Comprimento das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no 16º anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis.

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Nas Figuras 31 e 32 pode-se constatar que o diâmetro e lume das traqueídes apresentam maiores valores observados no grupo I, tanto no lenho inicial, como no lenho tardio e esses valores diferem estatisticamente dos menores valores verificados no grupo II.

Figura 31 – Diâmetro tangencial das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no 16º anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Figura 32 - Lume das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no 16º anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Pode-se observar na Figura 33 que a espessura da parede das traqueídes, no 16º anel de crescimento apresenta valores iguais do lenho inicial, tanto para o grupo I, como para o grupo II. Entretanto, no lenho tardio essa variável apresenta no grupo I o menor valor e difere estatisticamente do maior valor do grupo II.

Figura 33 – Espessura da parede das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no 16º anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

4.2.3 Variação das dimensões das traqueídes entre o último anel de crescimento das árvores do grupo I e as do grupo II.

Os valores médios das dimensões das traqueídes mensurados no lenho inicial e tardio do 16º anel de crescimento (último anel de crescimento) do grupo I foram comparados com o 40º anel de crescimento (último anel de crescimento) do grupo II, do disco da base das árvores com mesmo DAP. A Tabela 137 com os resultados estatísticos consta no item Anexos.

Conforme a Figura 34, o comprimento das traqueídes no lenho inicial apresenta seu menor valor no grupo I e não difere estatisticamente do maior valor do grupo II. No lenho tardio não houve diferença estatística e o menor valor foi observado no grupo II.

Figura 34 - Comprimento das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no último anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Para o diâmetro tangencial das traqueídes, Figura 35, não houve diferença estatística entre os grupos I e II e os lenhos estudados embora, o maior valor de diâmetro no lenho inicial e lenho tardio foi encontrado no grupo I.

Figura 35 – Diâmetro tangencial das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no último anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

A variação do lume das traqueídes, conforme a Figura 36 houve diferença estatística entre os grupos apenas para o lenho tardio. O maior valor do lume no lenho inicial e no lenho tardio foi observado no grupo II

Figura 36 – Lume das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no último anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Para a variável espessura da parede tanto no lenho inicial como no lenho tardio não diferiram estatisticamente. O maior valor médio dessa variável no lenho tardio foi observado no grupo II, conforme Figura 37.

Figura 37 – Espessura da parede das traqueídes em função do lenho inicial e lenho tardio no último anel de crescimento do Grupo I e Grupo II de P. caribaea var. bahamensis

Obs.: Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Comparando-se as dimensões das traqueídes entre o grupo I (plantio 1992) e o grupo II. (plantio 1969) e no 3º, 6º, 9º, 12º e 15º anel de crescimento, verifica-se que as árvores provenientes do plantio mais velho apresentam os maiores valores de comprimento, lume e espessura da parede das traqueídes. Uma tendência de aumento foi verificada para comprimento e espessura da parede e tendência de diminuição na direção radial. Observa-se que há pouca variação de valores após o 9º anel de crescimento para o diâmetro, lume e espessura da parede das traqueídes. Para o diâmetro e lume das traqueídes, nas árvores de menor idade, exibem

maiores valores e tendência de diminuição na direção radial. Com esses resultados verifica-se que há variação das dimensões de traqueídes entre as idades.

Na comparação entre o último anel de crescimento (16º anel) do grupo I (plantio 1992) com o correspondente 16º no grupo II, verificou-se que os valores encontrados diferiram estatisticamente. Esse resultado mostra que o 16º anel do plantio de 1992 é diferente do 16º anel do plantio de 1969, contrariando a afirmação de Cown (1974),que a madeira é fortemente dependente da idade real do tecido cambial.

Entretanto, ao se comparar os últimos anéis de crescimento do grupo I e do grupo II, verifica-se que as variáveis estudadas no lenho inicial e tardio não diferiram ou foram iguais. Esse resultado era esperado, pois os lenho foram acrescentados pelo meristema cambial na mesma época com as mesmas variações ecológica e edafo-climáticas

A característica de aumento no comprimento das traqueídes axiais é típica do lenho juvenil de espécies do gênero Pinus, segundo Zobel et al. (1959) e Zobel (1976). Esta tendência concorda com o padrão estabelecido por Sânio (1872), em seu experimento clássico, e confirmado por muitos pesquisadores (Dadswell, 1957; Burley, 1969; Nicholls, 1971; Bendtsen e Senft, 1986; Klock, 1989-2000, Muñiz, 1993, Ballarin E Palma 2003), entre outros. Todos demonstram em seus trabalhos, que em espécies do gênero Pinus, ocorre incremento rápido no comprimento das traqueídes axiais até o 10º ou 15º anel, diminuindo gradativamente nos anéis subseqüentes. Valores médios encontrados na literatura mostram incrementos no comprimento que variam de 1,2 - 2,5 mm a 3,5 - 4,2 mm, do primeiro ao décimo anel anual de crescimento (Bisset E Wardrop, 1951; Cown, 1975; Klock, 1989-2000 e Muñiz, 1993). Ballarin E Palma. (2003), verificaram que o comprimento das traqueídes mostra um aumento acentuado e praticamente linear, da ordem de 66,5% até o 18º anel de crescimento a partir do qual diminui tendendo para um valor mais estável e quase constante.

Dos resultados apresentados, pode-se observar que em média as traqueídes axiais de P.

caribaea var. bahamensis são mais longos nas árvores de maior idade, de maior diâmetro

tangencial, maior diâmetro do lume nas traqueídes de lenho inicial e tardio das árvores mais jovens, com a parede celular no lenho tardio mais espessa.

A tendência de aumento rápido da taxa anual de incremento do comprimento das traqueídes a partir da medula até estabilização é característica na formação de madeira juvenil

nos primeiros anos da árvore, comportamento semelhante ao observado por vários autores em madeira de coníferas e folhosas de crescimento rápido, tais como: Panshin e De Zeeuw (1980); Senft et al. (1986); Jackson e Megraw (1985); Bendtsen e Senft (1986), Louzada e Fonseca (1991), Muñiz (1993). Oliveira et al. (2006), citando Koga (1988), que verificou a duração do período juvenil de 7 a 15 anos, variando de acordo com cada espécie e com o ambiente e em uma árvore de 15 anos, o lenho juvenil pode ocupar 85% do tronco e dos 30 anos em diante cerca de 10%. E ainda, a madeira juvenil apresenta, geralmente, traqueídes mais curtas e também menor densidade do que a madeira adulta, consequentemente apresenta propriedades físicas e mecânicas inferiores àquelas da madeira mais adulta. A madeira juvenil é considerada um problema significativo, influenciando diretamente na qualidade da madeira, segundo diversos autores como, Panshin e De Zeeuw (1980), Zobel (1981) e Oliveira et al. (2006).

Os valores médios do diâmetro tangencial e lume e também da espessura da parede celular das traqueídes de lenho inicial e tardio entre si, comparando-se as duas idades apresentam diferenças estatísticas, sendo o diâmetro tangencial e o lume, superiores no lenho inicial, enquanto que a parede celular é mais espessa no lenho tardio, como é esperado segundo observações de vários pesquisadores como, Dadswell (1957); Burley (1969); Nicholls (1971) e Bendtsen e Senft (1986). Em geral, estas tendências são observadas para as madeiras de coníferas, segundo Cown (1975) e Bamber E Burley (1983).