• Nenhum resultado encontrado

Variação Sazonal da geração de spread-F durante atividade solar mínima

Nas seções anteriores foi apresentado um estudo sobre os quatro tipos de casos de geração de

spread-F para as localidades de PAL e SJC, localizadas aproximadamente ao longo da mesma

linha do meridiano magnético, sector brasileiro. Nesta seção é apresentado um estudo da variação sazonal do spread-F para o mesmo período e sítios da seção anterior. O estudo da variação sazonal do spread-F durante o ano de 2008 é importante, visto que este ano foi um período de mínima atividade solar prolongado e acentuado. A Figura 4.22 apresenta os ciclos do Sol (ciclo de Schwabe) desde 1947 até o início de 2011 na faixa espectral de 10.7 cm e mostra que o mínimo solar de 2008 foi o mais extremo dos últimos 60 anos (desde 1954). A média anual do F10.7 foi igual a 69.01022Wm2Hz1, a mais baixa registrada desde 1947. O fluxo solar F10.7 corresponde ao comprimento de onda de 10,7 cm que tem frequência de 2800 MHz e é o fluxo diário observado, ele está co-relacionado com o número de manchas solares que caracteriza os máximo e mínimo solar.

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 50 100 150 200 250 300 F 10. 7 2008 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 65 70 75 80 F 10. 7 1954 70.0 69.0 F 10. 7 65.85 65.67 2008 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 50 100 150 200 250 Ano Meses Média Mensal (1947-2011) Média Mensal (2008) Ano Média Anual (1947-2011)

Figura 4.22- Médias do Fluxo solar F10.7 cm. De cima para baixo, média mensal para o período de 1947 até 2011, média mensal para o ano de estudo (2008) e média anual para o período de 1947 até 2011, respectivamente.

O estudo foi realizado fazendo-se uma inspeção visual nos ionogramas para o período selecionado, e foram anotados os dias e os horários em que houve a ocorrência de spread-F do tipo extensão e frequência . Assim, construiu-se uma tabela com o número de noites com e sem

spread-F. Posteriormente, esses dados foram utilizados na confecção de gráficos, os quais são

apresentados nas Figuras 4.16, 4.17 e 4.18. Os espalhamentos foram separados em 2 períodos: (1) os espalhamentos que ocorrem entre as 18h e 21h LT, os quais são denominados de jovem e, (2) os espalhamentos que ocorrem entre as 21h e 24h LT, que são chamados de espalhamento pós-

jovem (SAITO et al., 2006; FAGUNDES et al., 2009a). A classificação foi feita desta forma, pois

em períodos de atividade solar baixa a ionosfera depois da meia noite tem sua densidade eletrônica relativamente baixa em torno de 1 Mhz, impossibilitando a observação dos traços extraordinário e ordinário dos ionogramas, como mostrado na Figura 4.23.

Figura 4.23 – Ionogramas de Palmas e São José dos Campos, respectivamente, mostrando a reflexão ionosférica logo após a meia-noite. Os traços extraordinário e ordinário não estão visíveis nas imagens.

A figura 4.24 mostra a número de noites observadas para cada mês para os dois sítios de observação (PAL e SJC). As Figuras 4.31 e 4.32 mostram a ocorrência, em percentagem, de espalhamento do tipo extensão e do tipo frequência, respectivamente. Os gráficos de ocorrência de spread-F são a percentagem de ocorrência de spread-F (número de dias com presença de

spread-F por mês/números de dias observados por mês). As Figuras 4.33 e 4.35 mostram a

ocorrência total de spread-F (extensão + frequência). As Figuras 4.25 a 4.30 mostram horário inicial e final da ocorrência de spread-F (18h LT a 06h LT), o tipo de spread-F (extensão ou frequência ) e a ausência de spread-F para as noites do ano de 2008.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0 5 10 15 20 25 30 35 40 nº no it es ob s e rv ad as meses/2008 PAL SJC Noites observadas

Figura 4.24 – Número de noites observadas no período de 2008. Não há dados para o mês de fevereiro.

Figura 4.25 - Gráficos do registro do horário inicial e final da ocorrência de spread-F separados spread-F do tipo frequência e do tipo extensão (range) durante equinócio de 2008. Dados da ionossonda localizada em PAL. As barras em preto são referentes aos dados com ruído acentuado.

Figura 4.26 – Idêntica ao gráfico da Figura 4.25, porém para o período de equinócio de 2008. Dados da ionossonda localizada em SJC.

Figura 4.27 - Idêntica ao gráfico da Figura 4.25, porém para o período de solstício de verão de 2008. Dados da ionossonda localizada em PAL.

Figura 4.28 - Idêntica ao gráfico da Figura 4.25, porém para o período de solstício de verão de 2008. Dados da ionossonda localizada em SJC.

Figura 4.29 - Idêntica ao gráfico da Figura 4.25, porém para o período de solstício de solstício de inverno de 2008. Dados da ionossonda localizada em PAL.

Figura 4.30 - Idêntica ao gráfico da Figura 4.25, porém para o período de solstício de inverno de 2008. Dados da ionossonda localizada em SJC.

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 O c orrênci a ( % ) meses/2008 O c or rê nc ia ( % ) PAL SJC S e m dad os 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 21-24 LT (pós-jovem) 18-21 LT (jovem) Espalhamento Extensão S e m dad os

Figura 4.31 – Percentagem de noites com espalhamento do tipo extensão, para São José dos Campos e para Palmas. Painel superior espalhamento jovem (entre 18h LT e 21h LT). Painel inferior e pós-jovem (entre 21h LT às 24h LT).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 O c orrênci a (%) PAL SJC Espalhamento Frequência Sem da dos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 18-21 LT (jovem) O c orrênci a (%) meses/2008 21-24 LT (pós-jovem) Sem d ados

Figura 4.32 – Percentagem de noites com espalhamento do tipo frequência para São José dos Campos e para Palmas. Painel superior espalhamento jovem (entre 18h LT e 21h LT). Painel inferior e pós-jovem (entre 21h LT e 24h LT).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 20 40 60 80 100 meses/2008 20 40 60 80 100 sem d ado s

Ocorrência de espalhamento PAL

Oco rrê n c ia ( % ) O c orrência (%) pós-jovem (21-24 LT) jovem (18-21 LT) se m dad os s e m dad os

Figura 4.33 – Percentagem de noites com espalhamento para Palmas. Painel superior espalhamento jovem (entre 18h LT e 21h LT). Painel inferior pós-jovem (entre 21h LT e 24h LT). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 20 40 60 80 100 O c orrênci a ( % ) meses/2008 Ocorrência de espalhamento SJC 0 20 40 60 80 100 pós-jovem (21-24 LT) O c or rê nc ia ( % ) jovem (18-21 LT)

Figura 4.34 – Percentagem de noites com espalhamento para São José dos Campos. Painel superior espalhamento jovem (entre 18h LT e 21h LT). Painel inferior pós-jovem (entre 21h LT e 24h LT).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 20 40 60 80 100 Ocorrên c ia (%) meses/2008 0 20 40 60 80 100 Ocorrência de espalhamento SJC O c orrência (% ) sem dad os PAL

Figura 4.35 – Percentagem de noites com espalhamento em PAL (superior) e São José dos Campos (inferior).

Pôde-se perceber por meio da Figura 4.31 que o espalhamento o tipo jovem são mais frequentes em PAL. Isto ocorre porque as irregularidades ionosféricas são geradas na região equatorial logo após o pôr-do-sol, devido ao pico pré-reversão, e evoluem para latitudes maiores ao longo da noite. Nas primeiras horas da noite (19h às 21h LT) os espalhamentos são registrados na ionossonda de PAL (espalhamento do tipo jovem) e no decorrer da noite o espalhamento começa a ser registrado na ionossonda de SJC. Esta situação recai no “caso 1” estudado na seção anterior (irregularidades de grande escala). Se a irregularidade ficar confinada na região de PAL, vai gerar espalhamento apenas em PAL, “Caso 2” da seção anterior (BSSF). Isto explica porque é observado mais dias com espalhamento jovem em PAL do que em SJC. No mês de junho tem-se maior ocorrência de espalhamento do tipo jovem em SJC, este caso está relacionado com o “caso 4” estudado anteriormente (noite do dia 03 de junho – espalhamento começou aprox. 20h LT), em que temos a possível geração de irregularidades de plasma em regiões de baixas latitudes. É importante salientar que durante o período de atividade solar mínima somente sítios localizados próximos da região equatorial podem ser utilizados para estudar efetivamente as irregularidades do tipo jovens.

Foi observado que normalmente depois de ocorrer o espalhamento do tipo extensão este evolui para o espalhamento do tipo frequência (de JESUS, 2008) isto pode explicar porque os

espalhamentos do tipo frequência são predominantes na região de SJC (Figura 4.32) e o tipo

extensão é predominante em PAL. Este fato também explica porque há baixa ocorrência de

espalhamentos do tipo frequência no período das 18h às 21h LT, como mostrado na Figura 4.32. A Figura 4.32 também mostra, que há ocorrência de espalhamento do tipo frequência em PAL apenas para o mês de junho e em SJC nos meses de abril e janeiro. Contudo, os espalhamentos frequência jovem são praticamente inexistentes no período analisado.

A Figura 4.31 mostra que os espalhamentos do tipo extensão pós-jovem, tanto em PAL como em SJC, tendem a diminuir nos meses de inverno, porém a ocorrência de espalhamento aumenta gradualmente conforme se aproxima dos meses de verão. Contudo a Figura 4.33 mostra que o espalhamento jovem total em PAL, isto é, espalhamento extensão mais o espalhamento frequência, estes ocorrem mais nos equinócios e o espalhamento total do tipo pós-jovem ocorre mais nos solstícios. Em PAL observamos que os espalhamentos do tipo frequência pós-jovem (Figura 4.32 ) ocorrem mais durante os meses de inverno do que durante os meses de verão. Na região de SJC se verifica ocorrência constante em todos os meses do ano, ver Figura 4.34.

A explicação para a variação sazonal já foi estudada por vários pesquisadores (ABDU et al., 1981; TSUNODA, 1985; SAHAI et al., 1994; PIMENTA et al., 2001; SOBRAL, 2002; FAGUNDES et al., 2009b) e foi mostrado que existe uma forte dependência com a longitude, com o ângulo de declinação magnética e com o alinhamento ao longo do meridiano magnético e o terminador solar (HEELIS, 1974; ABDU, 1981; BATISTA et al., 1986; TSUNODA, 1985). As variações sazonais observadas influenciam no aumento pico pré-reversão e consequentemente determinam a ocorrência ou ausência de irregularidades de plasma na região F. É importante ressaltar que a variação sazonal das irregularidades de plasma depende da localidade em pesquisa, por exemplo, no continente africano e no setor indiano a ocorrência de irregularidades ionosféricas é maior durante os meses de equinócios (CLEMESHA, 1964; MARUYAMA et al., 1984). No setor brasileiro a frequência mínima de ocorrência é nos meses de maio a agosto e a frequência de maior ocorrência é entre os meses de setembro a abril, com máxima ocorrência entre dezembro, isto é, no solstício de verão (ABDU et al., 1981; TSUNODA, 1985; BATISTA et al., 1986; SAHAI et al., 1994; PIMENTA et al., 2001; SOBRAL, 2002; FAGUNDES et al., 2009b).

Durante os meses de verão, o ângulo formado entre o terminadouro solar e o meridiano magnético é relativamente pequeno, logo após o pôr-do-sol, isto provoca um desacoplamento entre os pontos conjugados das regiões E e F, o que favorece a aparição de campos elétricos de polarização na região F com magnitudes relativamente maiores, resultando num pico pré- reversão da deriva vertical de plasma maior, contudo com menor duração de tempo. Já nos meses de inverno, existe um desalinhamento entre o terminadouro solar e o meridiano magnético que provoca um desacoplamento de maior duração entre as regiões E e F durante o pôr-do-sol, dessa forma, os campos elétricos de polarização são reduzidos, e, consequentemente, a deriva vertical no pico pré-reversão é de menor magnitude mas com maior duração (ABDU et al., 1981; TSUNODA, 1985; BATISTA et al.,1986).

Abdu et al. (1981) realizaram um estudo que comparou o pico pré-reversão na região F equatorial em duas estações do equador magnético, Fortaleza e Jicamarca. Foram verificadas diferenças significativas na sazonalidade do pico pré-reversão as quais foram atribuídas às diferenças nos ângulos de declinação magnética de cada região, que provocam diferenças na duração do anoitecer das regiões E conjugadas, modificando a taxa de desenvolvimento dos campos elétricos de polarização da região F. Batista et al. (1986) também realizaram um estudo comparativo do pico pré-reversão na região F equatorial em Huancayo e Fortaleza e mostraram diferenças significativas quanto ao comportamento sazonal do pico pré-reversão que ocorre ao entardecer. Segundo Batista et al. (1986) as diferenças nos ângulos de declinação magnética nas duas localidades geram diferenças no horário do pôr-do-sol nas duas regiões E conjugadas, isto é, faz com que tenha uma dependência sazonal distinta em cada região gerando diferentes taxas de aumento do campo elétrico de polarização da região F. Ainda, foi verificado que a máxima ocorrência de spread-F ocorre na estação onde o terminadouro solar estiver mais alinhado com meridiano magnético, cenário onde o anoitecer é quase simultâneo nas regiões E conjugadas. Foi sugerido por Abdu et al. (1992) que ângulos muito pequenos entre o terminador solar e o meridiano magnético induzem o desenvolvimento de spread-F. Porém, o exato alinhamento entre os dois tende a diminuir a taxa de crescimento da irregularidade de plasma.

Sahai et al. (1999) realizou um trabalho utilizando imagens de airglow de regiões de baixas latitudes do setor brasileiro e mostrou que tanto para períodos de ASA (atividade solar alta) quanto para ASB (atividade solar baixa) os padrões de ocorrência de irregularidade de plasma são semelhantes. As variações sazonais mostram baixa ocorrência durante os meses de inverno (maio a agosto) e máxima ocorrência de irregularidades de plasma nos meses de verão. Porém com menor ocorrência de irregularidades de plasma para períodos de ASB comparado com os períodos de ASA. Como mostrado em Sahai et al. (2000) a ocorrência de bolhas de plasma no período compreendido entre outubro e março são muito mais frequentes durante ASA (cerca de 55%) do que durante a ASB (cerca de 33%). Sobral (2002) mostrou que a ocorrência das bolhas de plasmas é similar entre um período de máxima e de mínima atividade solar com exceção dos meses do equinócio. Para os meses de equinócio a ocorrência de bolhas é 80% maior durante o período de ASA do que em ASB.

A Figura 3 de Sahai et al. (2000) mostra que a ocorrência de bolhas de plasma durante ASA aumenta de forma bastante rápida depois das 19h30min LT e atinge um pico em torno das 21h LT (jovem). No entanto, durante ASB, a ocorrência das bolhas de plasma aumenta lentamente e chega a um pico em torno das 22h LT (pós-jovem). Este estudo foi realizado na região de Cachoeira Paulista. Fejer et al. (1976) mostraram que a magnitude da deriva vertical de plasma é maior durante o período ASA do que no período de ASB, este comportamento possivelmente seja o responsável pela baixa ocorrência de espalhamentos jovens observada por Sahai et al. (2000) e em nossos resultados na região de SJC. Como magnetude da deriva vertical é menor durante a ASB, isto pode indicar que o processo de subida da camada F é mais lento, logo a evolução da irregularidade ionosférica para latitudes maiores ocorre de forma mais lenta. Isto sugere que a redução na densidade eletrônica durante o ASB tem fortes efeitos sobre processos eletrodinâmicos da ionosfera equatorial. Num estudo realizado por Pimenta (2001) foi verificado que em períodos de ASB nos meses de verão, a percentagem de ocorrência de irregularidades de plasma aumenta gradualmente após o pôr-do-sol e alcança um máximo em torno da meia noite, e então diminui rapidamente. Nos meses de equinócio, a ocorrência das irregularidades de plasma também aumenta rapidamente após o pôr-do-sol chegando a um máximo em torno de 23h30min LT e mantendo por cerca de 2 horas e então diminui rapidamente.

De acordo com os trabalhos realizados a maior ocorrência de irregularidades de plasma no setor brasileiro ocorre entre os meses de setembro a abril, e a ocorrência mínima está nos meses de maio a agosto, tanto para períodos de ASA como para períodos de ASB. Neste trabalho pode-se perceber que o spread-F, durante o período analisado de baixa atividade solar, não segue esta sazonalidade, o estudo mostrou que a ocorrência de espalhamento se manteve praticamento constante. Em muitos trabalhos, nos meses de inverno no setor brasileiro a ocorrência de spread-

F é considerada insignificante nos períodos de ASB. Os resultados apresentados neste trabalho

corroboram em parte com os trabalhos até então realizados. Estes resultados mostram que apesar de haver uma variação anual na ocorrência de spread-F, quando separados por horário de ocorrência (jovem e pós-jovem) Figura 4.33, tal variação não foi muito acentuada no período de ASB de 2008 ao se analisar os espalhamentos totais, Figura 4.35. Uma explicação para tais diferenças pode estar relacionada à eletrodinâmica da ionosfera, a qual tem comportamentos diferenciados em períodos de ASB e ASA. Ressaltando que o período analisado (2008) foi um extremo mínimo solar. Contudo, mais estudos são necessários para explicar a sazonalidade do

CAPÍTULO 5

CONCLUSÕES FINAIS E TRABALHOS FUTUROS

Este trabalho tem como objetivo estudar o comportamento da ocorrência de spread-F e da sua variação sazonal durante um período de mínima atividade solar. Foram analisados dados de ionossonda e de receptores GPS localizados em dois diferentes sítios do setor brasileiro, Palmas (10°12’ S; 48°21’ O; Dip latitude 7°73’ S) e de São José dos Campos (23°7’ S; 45°52’ O; Dip latitude 19°61’ S). Os dados compreendem o período de janeiro a dezembro de 2008. Durante o período de mínima atividade solar se observou:

(a) ocorrência de spread-F na região equatorial e depois de algum tempo em baixas latitudes (Caso 1);

(b) ocorrência de spread-F somente na região equatorial (Caso 2); (c) ocorrência de spread-F somente em baixas latitudes (Caso 3);

(d) ocorrência de spread-F primeiro em baixas latitudes e posteriormente em regiões equatoriais (Caso 4);

(e) uma modulação, tipo onda, na base da camada F. Esta modulação é mais acentuada na região de baixas latitudes;

(f) A altura da camada F na região de São José dos Campos é mais acentuada que na região de Palmas;

(g) O espalhamento inicial gerado na ionossonda de São José dos Campos referente ao caso 4 não foi causado por uma bolha de plasma.

(h) irregularidades que geram espalhamento no sinal da ionossonda tem escalas de tamanho diferentes das que geram flutuações no sinal de GPS;

(i) a densidade eletrônica ambiente e a altura do pico de densidade eletrônica da ionosfera são fatores de extrema importância à existência de irregularidades com amplitudes capazes de gerar flutuações no sinal de GPS;

(j) a ocorrência de spread-F ao longo do período de mínima atividade solar se manteve constante, não apresentando uma variação sazonal acentuada;

Este trabalho teve uma breve contribuição no contexto do estudo da ocorrência de spread-F. Contudo, mais estudos são necessários para se aprofundar no entendimento dos processos eletrodinâmicos relacionados à geração e evolução das irregularidades de plasma da região F ionosférica.

- Observações com imageadores e ionossondas durante outros períodos de mínimo solar, assim poder-se-ia fazer um estudo mais detalhado da relação do spread-F com os MSTIDs.

- Estudo quantitativo e qualitativo de valores da altura da base da camada F em São José dos Campos e Palmas, dessa forma se pode verificar o porque em São José dos Campos estes valores são mais elevados do que em Palmas.

- Estudos sobre a densidade eletrônica ambiente da ionosfera, dessa forma é possível estimar um valor mínimo para a densidade ambiente em que ocorram flutuações na fase do sinal de GPS. A espessura da camada F e gradientes horizontais de densidade eletrônica são parâmetros muito importantes neste contexto.

REFERÊNCIAS

AARONS, J.; MENDILLO M.; YANTOSCA R.; AND KUDEKI, E. GPS phase fluctuations in the equatorial region during the MISETA 1994 campaign. Journal of Geophysical Research, v. 26, p. 851–862, 1996.

ABALDE, J.R.; FAGUNDES, P.R.; BITTENCOURT, J.A.; SAHAI, Y. Observations of equatorial F-region plasma bubbles using simultaneous OI 777.4 and OI 630.0 nm imaging: New results. Journal of Geophysical Research, v.106, p. 30331-30336, 2001.

ABALDE, J.R.; FAGUNDES, P.R.; SAHAI, Y.; PILLAT, V. G.; PIMENTA, A. A.; BITTENCOURT, J.A. Height-resolved ionospheric drifts at low latitudes from simultaneous OI 777.4 nm and OI 630.0 nm imaging observations. Journal of Geophysical Research, v. 109, A11308, 10p., 2004.

ABDU, M. A.; BITTENCOURT, J. A.; BATISTA, I. S. Magnetic-declination control of the equatorial F-region dynamo electric-field development and spread-F. Journal of Geophysical Research, v. 86, n. A13, p. 1443-1446, 1981.

ABDU, M. A.; DE MEDEIROS, R. T.; SOBRAL J. H. A; BITTENCOURT, J. A. Spread-F plasma bubble vertical rise velocities determined from spaced ionosonde observations. Journal of Geophysical Research, v. 88, p. 9197-9204, 1983.

ABDU, M.A.; MURALIKRISHNA, P.; BATISTA, I.S.; SOBRAL, J.H.A. Rocket observation of equatorial plasma bubbles over Natal, Brazil using a high-frequency capacitance probe. Journal of Geophysical Research, v. 96, p. 7689-7695, 1991a.

ABDU, M. A.; BATISTA, I. S.; SOBRAL, J. H. A. A New Aspect of Magnetic Declination Control of Equatorial Spread F and F Region Dynamo. Journal of Geophysical Research, v. 97, p. 14,897-14,904, 1992.

ABREU, Alessandro José de. Efeitos de supertempestades geomagnéticas na camada F ionosférica sobre o setor brasileiro estudados por GPS. 2008. 110p. Dissertação (Mestrado em Física e Astronomia) – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba, São José dos Campos, 2008.

ABREU, A. J.; SAHAI, Y.; FAGUNDES, P. R.; BECKER, G. F.; JESUS, R. DE;. GUARNIERI, F. L.; PILLAT, V. G. Response of the ionospheric F-region in the Brazilian sector during the super geomagnetic storm in April 2000 observed by GPS. Advances in Space Research, v. 45, p. 1322-1329, 2010.

ANDREWS, D. G.; HOLTON, J. R.; LEOVY, C. B. Middle Atmosphere Dynamics. 489 p., Academic Press, San Diego, Califórnia, 1987.

APPLETON, E. V. The existence of more than one ionised layer in the upper atmosphere. Nature, v. 120, p. 330, 1927.

ARGO, P. E., and KELLEY, M. E. Digital ionosonde observations during equatorial spread F. Journal of Geophysical Research, v. 91, p. 5539–5555, 1986.

BALAN, N.; BAILEY, G. J.; ABDU, M. A.; OYAMA, K. I.; RICHARDS, P. G.; MACDOUGALL, J.; BATISTA, I. S. Equatorial plasma fountain and its effects over three locations: Evidence for an additional layer, the F3 layer. Journal of Geophysical Research, v. 102, p. 2047-2056, 1997.

BANKS, P. M; KOCKARTS, G. Aeronomy. New York: Academic Press, 1973.

BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosphere, weather and climate. London: Routledge, 1995.

BARTELS, J., Handbook of Experimental Physics. v. 25, p. 161, Verlagsges, Leipzig, Germany, 1928.

BASU, S.; MACKENZIE, E. and BASU, S. Ionospheric constraints on VHF/UHF communications links during solar maximum and minimum periods. Radio Science, v. 23, p. 363-378, 1988.

Batista, I.S.; Medeiros, R.T.; Abdu, M.A.; Souza, J.R.; Bailey, G.J.; de Paula, E.R. Equatorial ionospheric vertical plasma drift model over the Brazilian region. Journal of Geophysical Research, v. 101, no. A11, p. 10.887-10.892, 1986.

BATISTA, I.S.; DE MEDEIROS, R.T.; ABDU, M.A.; DE SOUSA, J.R.; BAILEY, G.J.; DE PAULA, E.R. Equatorial ionosphere vertical plasma drift model over the Brazilian region. Journal of Geophysical Research, v. 101, p. 10887–10892, 1996.

BAUMJOHANN, W.; TREUMANN, R. A. Basic space plasma physics. London: Imperial College Press, 1997.

BITTENCOURT, J. A.; SAHAI, Y. F-region neutral winds from ionosonde measurements of hmF2 at low latitude magnetic regions. Journal of Atmospheric and Terrestrial Physics, v.

Documentos relacionados