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ESTUDO DE GFERABILIDADE E RISCOS HAZARD AND OPERABILITY STUDIES

BENEDITO CARDELLA

3.7. VARIAÇÕES DO HAZOP

A técnica de HazOp apresentada até o momento é muitas vezes denominada de HazOp baseado em palavras-guia, pois faz uso de palavras pré-estabelecidas que, quando aplicadas aos parâmetros de processo, geram desvios das intenções de projeto. Este é o conceito de

HazOp mais aceito e mais utilizado pelas organizações, porém existem algumas variações desta técnica que, em certas circunstâncias, podem facilitar o desenvolvimento de uma Análise de Riscos desta natureza, algumas das quais são apresentadas a seguir.

3.7.1. HazOp baseado em conhecimento (KBH)

KNOW LEDGE-BASED HAZOP

O HazOp baseado em conhecimento é uma especialização da técnica de HazOp baseado em palavras-guia, onde as palavras-guia são substituídas pelo conhecimento dos integrantes do grupo de estud^ e por checklists específicos.

A base de conhecimentos é composta de práticas de projeto consideradas ideais, baseado na experiência adquirida em projetos anteriores. Este conhecimento é aplicado sobre o projeto de plantas que possuam instalações semelhantes às disponíveis na base de conhecimentos.

A premissa implícita nesta versão de HazOp é que a organização que desenvolve os estudos de HazOp possui padrões de projeto bem definidos e extensivos a vários tipos de instalações. Além do mais, os membros do grupo de estudo devem estar familiarizados com estes padrões.

A comparação das práticas presentes na base de conhecimentos com o projeto em análise gera uma lista de questões (checklist) que são diferentes dos registros do HazOp baseado em palavras-guia. Algumas questões que poderiam ser geradas por esta comparação seriam, por exemplo:

• "O projeto não deveria ser da seguinte forma...?" • "Estas modificações minimizarão os riscos?"

Como exemplo mais específico, consideremos a descarga de uma bomba centrifuga em análise pelos dois métodos de HazOp. O HazOp baseado em palavras-guia poderia aplicar a palavra-guia reverso para identificar a necessidade de uma válvula de retenção na saída da bomba centrífuga O HazOp baseado em conhecimento poderia alertar paia a necessidade de instalação de uma válvula de retenção porque este problema de fluxo reverso já havia sido identificado em ocasiões anteriores e o uso de válvulas de retenção na descarga de bombas centrífugas tem sido adotado como um procedimento padrão pela companhia.

Uma vantagem importante deste método é que o conhecimento adquirido através de muitos anos de experiência é incorporado dentro das práticas da companhia sendo, deste modo, utilizadas em todos os estágios do projeto e construção de uma unidade industrial. Logo, o estudo de HazOp baseado em conhecimento pode assegurar que as práticas da companhia, e portanto as suas experiências passadas, sejam realmente incorporadas no projeto.

É importante salientar que o HazOp baseado em palavras-guia pode ser aplicado para complementar este procedimento de forma a assegurar que problemas não identificados anteriormente não sejam negligenciados, principalmente quando o processo envolve tecnologias diferentes.

3.7.2. Creative checklist HazOp (CCH)

Esta variação do HazOp utiliza a mesma estrutura básica do HazOp baseado em palavras-guia. No entanto, o estudo de CCH foi desenvolvido para satisfazer principalmente a duas necessidades:

• a necessidade de um estudo que possa ser executado na etapa inicial do projeto, baseado somente nos materiais que serão utilizados;

• a necessidade de um estudo que possa examinar as interações adversas decorrentes da proximidade de unidades da planta industrial, ou a interação das unidades com o meio-ambiente.

Normalmente, em um estado inicial do projeto, os únicos dados disponíveis são as listas dos materiais que serão utilizados no processo junto com um plano de localização e um

layout de blocos da futura planta. Estes dados não permitem a execução de um HazOp

baseado em palavras-guia pela falta de informações e de dados relativos ao processo em projeto. Portanto, o desenvolvimento de CCH permite que se identifique problemas maiores, que sejam evidentes ainda nesta fase do projeto.

Primeiramente, os materiais a serem utilizados são analisados por intermédio de um

checklist de riscos (inflamabilidade, toxicidade, reatividade, etc.) e o grupo de estudo

determina quais riscos podem estar presentes na utilização destes materiais. Os materiais perigosos são inventariados e cada informação (como quantidade que será utilizada) de cada material é registrada.

A segunda parte consiste em associar cada unidade do plano de localização da planta com a lista de riscos criada na primeira etapa do estudo. Isto resulta em uma série de "unidades de risco" hipotéticas. Se o grupo perceber que uma determinada "unidade de risco" apresenta riscos reais, ele identifica as ações potenciais e/ou elabora guias de procedimentos que devem ser seguidos na fase posterior do projeto para minimizar os riscos da planta.

Uma das principais vantagens desta técnica é que, sendo aplicada antes que o local de instalação da planta tenha sido realmente definido, a decisão de abandlonar o local ou modificar o layout das unidades, caso necessário, pode ser realizado sem maiores consequências.

"Qpandó se decidiu, aplicar o 9íazOp ao projeto âásico, estejâ (avia sido analisado pefo método tradickmaL Sissim mesmo, foram, recomendadas 90 modificações no projeto. Mas o MazOp não contraía os riscos apenas através de alterações no projeto. üfo caso analisado, foram recomendados 110 itens de procedimento operacional íHou&e tanéém seis recomendações especiais soèrt itens que merecem atenção especkí no treinamento depessoal ftíétr. sses rtviúados, Bá outros Benefícios difíceis de seremquantifkados, como por exemplo o confkcimento que a equipe adquiriu ao efetuar a análise\"