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VEÍCULO: TRIBUNA DO NORTE DATA: 14.09.14 EDITORIA: MOTORES DO DESENVOLVIMENTO

Planejamento e recursos impulsionam qualidade Publicação: 2014-09-14 00:00:00 | Comentários: 0

Eleita a melhor universidade do Norte-nordeste do país por dois triênios

consecutivos – 2011 e 2014 – a Universidade Federal do Rio Grande do Norte é hoje considerada referência no ensino superior nacional. Para chegar até o posto,

segundo a própria instituição, foram necessários dois ingredientes: planejamento e recursos. O investimento advindo do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) proporcionou a abertura de 2.900 vagas somente nos últimos seis anos. Mas a expansão continua: para atingir a meta de 50% dos jovens potiguares no ensino superior, estabelecida pelo Plano Nacional de Educação, a UFRN planeja a criação de 2.635 novas vagas até 2017.

O projeto para a nova expansão já existe. Documento elaborado em 2013 pela instituição em conjunto com Universidades Federal do Semiárido (Ufersa), Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e Institutos Federais do RN (IFRN) e entregue ao Ministério da Educação (MEC) prevê a expansão do ensino superior público no estado, com a abertura de novos cursos, reestruturação dos campi e pólos do interior. Somente na UFRN possui 55 proposições para reestruturação de grade curricular e criação de novas graduações. Um deles já sairá do papel em 2015: a primeira turma para o curso de Psicologia no campus da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), em Santa Cruz.

De acordo com a reitora da UFRN, o plano integra a expansão das universidades para evitar a superposição. “Nós elaboramos um plano com outras instituições para que possamos levar o ensino para o interior do estado sem superpor esforços, recursos para os mesmos cursos nas mesmas regiões”, explica.

Dantas Júnior /Airphoto

Nos últimos seis anos, a UFRN abriu 2.900 novas vagas em diversos cursos oferecidos; outras 2.635 serão criadas até 2017

Os primeiros investimentos na ampliação a UFRN tiveram início em meados de 2002, com a instalação de novos cursos e início da reestruturação do campus Trairi, ou Faculdade de Saúde do Semiárido (Facisa). Entretanto, somente com a pactuação do Reuni, em 2007, foi possível expandir a infraestrutura da universidade. A UFRN recebeu R$ 119 milhões em capital de investimento (primeira e segunda etapa) e R$ 68 milhões para custeio. Entre 2007 e 2012, foram criadas 2.929 novas vagas dentro da universidade; 31 novos cursos; além da construção e ampliação de unidades acadêmicas, com mais de 50 mil metros quadrados de área construída nos últimos seis anos.

Para a consolidação do crescimento dos últimos anos, a universidade pleiteia um investimento de R$ 360 milhões, segundo a Pró-reitoria de Planejamento (Proplan). Nesta nova fase, o foco é na intensificação da presença e na ampliação da oferta de graduação presencial nas regiões do Seridó (campus Caicó e Currais Novos), Trairi (campus Santa Cruz) e Macaíba; reabertura dos campi de Macau (litoral norte) e Nova Cruz (ao sul do Agreste) e a ampliação da oferta de vagas em cursos já consolidados no campus central (Natal), e que não participaram do Reuni. Segundo a reitora Ângela Paiva Cruz, essa nova expansão só acontecerá com a garantia de recursos necessários para manter a qualidade da UFRN. “Existe a prospecção para cursos, mas eles só vão ser implementados com pactuação (com o

MEC) garantindo que haverá dotação orçamentária”, advertiu. Meta

A interiorização do ensino superior seria o foco da nova expansão: até 2017, o plano prevê a criação de 1.450 novas vagas nos campi do interior. A proposta principal é de abertura de cursos de alta demanda, como um bacharelado de Ciência e Tecnologia (C&T), com segundo ciclo em engenharia espacial e de transportes no campus Caicó e cursos na área de políticas públicas para a região do Seridó.

O programa apresentado ao MEC também traz projetos de expansão da Ufersa – que pretende consolidar a atuação na região do Vale do Açu, com abertura de pelo menos 16 cursos, prioritariamente nas áreas de ciências da saúde e ciências sociais aplicadas. Já o IFRN tem 22 dois novos cursos em análise, que previam a abertura de 1.760 anuais, sendo 640 em Licenciaturas ou Bacharelados e 1.120 de graduação tecnológica. O IFRN ainda estuda a criação de dois novos cursos de graduação a distância: os de Tecnologia em Logística e o Bacharelado em Gestão Pública, este já oferecido pela UFRN.

Desafio: expandir sem perder a qualidade

Segundo o pró-reitor de planejamento da universidade, João Emanuel Evangelista de Oliveira, o desafio maior era expandir sem perder a qualidade. No Plano de

Desenvolvimento Institucional aprovado em 2010 pela universidade, tomou-se como base o crescimento da última década. Entre 1999 e 2009, a universidade saiu de 15 mil para quase 30 mil alunos de graduação.

Para Evangelista, um dos fatores que levou a consolidação da universidade foi a manutenção de um mesmo grupo à frente da universidade nesse período. “Começamos a investir no planejamento da universidade, mas outro fator que ajudou foi a continuidade das políticas. Desde 1995 não temos um grupo de

oposição que ganha. O grupo que hoje está à frente da universidade é o mesmo, mas está sempre se modernizando. Então não há ruptura, quebra de planos de governo. A política geral da universidade foi de se renovar mantendo a mesma diretriz, então você pôde fazer um planejamento e avaliação a longo prazo”, salientou.

Em 2014, o PDI vai passar pelo processo de revisão de qüinquênio, no qual a

universidade avalia se as políticas adotadas ajudaram a cumprir as metas. Até agora, oito metas foram cumpridas, como a criação de novos cursos e expansão dos grupos e projetos de pesquisa; alguns índices, como a meta de 43 mil alunos matriculados (hoje são 36 mil) e a criação de novos cursos de doutorado (a meta eram 50, hoje são 33) ainda precisarão ser revistas.

da universidade, criando a infraestrutura necessária para a criação de novas vagas. Segundo a professora Virgínia Dantas, coordenadora acadêmica do Reuni, R$ 119 milhões foram investidos em obras nos campi universitários.

De acordo com relatório de implantação do Reuni, atualizado em agosto, 38 obras do programa de reestruturação já haviam sido concluídas, e outras dez estavam em fase de conclusão. “Ainda não está tudo concluído. Há um planejamento para consolidar essa política, principalmente no interior que há muita falta de espaço”, afirmou.

Para o pró-reitor João Emanuel Evangelista, o Reuni foi benéfico para a universidade, mas a dividiu em duas. “O Reuni criou duas universidades. Quem não entrou no Reuni não teve dinheiro para fazer investimentos”, apontou. Hoje, a UFRN pleiteia, assim como a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) recursos para a consolidação do crescimento – ou seja, para modernizar os cursos que não passaram pela primeira fase de reestruturação. Cronologia

25 de junho de 1958 - O então governador Dinarte Mariz sanciona a Lei Estadual nº 2.307, criando a UFRN - reunindo cinco instituições de ensino superior que já existiam: Faculdades de Farmácia e Odontologia, Direito, Medicina, Filosofia e a Escola de Serviço Social;

21 de março de 1959 - Solenidade de instalação da universidade. Onofre Lopes é escolhido o primeiro reitor;

18 de dezembro de 1960 - a universidade é federalizada;

2 de agosto de 1966 – É criado o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (Crutac), em Santa Cruz, cujo objetivo era interiorizar a UFRN;

1968 - Com a reforma universitária, o fim das faculdades e divisão por departamentos;

1972 - É inaugurado o Campus Central, com 123 hectares;

1972 - O Campus Central recebe a TV Universitária, primeira geradora do RN; 4 de outubro de 1973 - É criado o Núcleo Avançado de Caicó;

1974 - Estrutura da UFRN é modificada pelo Decreto nº 74.211. São criados os Conselhos Universitário (Consuni), de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), de Curadores (Concura) e a Reitoria;

3 de junho de 1977 – É criado o primeiro programa de doutorado da universidade, em Odontologia Social;

21 de dezembro de 1977 - É criado o Núcleo Avançado de Currais Novos;

1987 – Daladier da Cunha Lima é o primeiro reitor a ser eleito democraticamente; 1988 - UFRN realiza primeiro Congresso de Iniciação Científica;

1993 - O Centro Regional de Ensino Superior do Seridó (Ceres) passa a integrar os campi de Caicó e Currais Novos;

21 de dezembro de 1993 - É criado o primeiro curso de doutorado da universidade, em Educação;

1996 - Estatuto da universidade é reformado e estabelece a estrutura em vigor, acrescentando o Conselho de Administração (Consad) e criando, na estrutura acadêmica, as unidades acadêmicas especializadas e os núcleos de estudos interdisciplinares;

2003 - É criada a Secretaria de Ensino a Distância (Sedis);

2007 - A universidade adere ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni);

27 de maio de 2008 - É criado o primeiro curso em ciclos da UFRN, o bacharelado em Ciência e Tecnologia;

2009 - É inaugurada a nova sede da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (Facisa), com abertura dos cursos de Nutrição e Fisioterapia;

Meta é incluir 50% dos jovens no ensino superior Publicação: 2014-09-14 00:00:00 | Comentários: 0     A+A-

Entre 2002 e 2012, o percentual da população de 18 à 24 anos com acesso ao ensino superior no Rio Grande do Norte cresceu de 14%, segundo dados do Observatório do Plano Nacional de Educação. Hoje, 27,4% dos jovens potiguares estão na

universidade. O ritmo de crescimento potiguar na década foi maior do que o registrado nacionalmente, mas a média nacional ainda é maior, com 30,2% dos jovens no ensino superior.

A ampliação do ingresso de estudantes aconteceu com o processo de interiorização da oferta de cursos, segundo o pró-reitor de Graduação da universidade, Adelardo Dantas de Medeiros. Somente em 2013 foram criados os cursos de Oceanografia e Medicina no Seridó. “Hoje temos um ritmo menor para a criação de cursos, porque não há tanto recurso como na época do Reuni. Essa política de interiorização só não é feita em um ritmo intensivo por causa da falta de recursos”, afirma. “Fazer

expansão por expansão ninguém faz. Se vamos criar um curso novo, ele precisa ter a mesma qualidade.”

Para o professor, os principais avanços da universidades para o ingresso de alunos foi o Exame Nacional do Ensino Médio, que flexibilizou o acesso. “Percebemos que a maior parte dos nossos estudantes que entraram pelo Enem são do interior. Não houve uma fuga de vagas como se esperava”, afirmou. No último exame, das 4.069 vagas oferecidas para o Enem, 3.880 foram preenchidas por candidatos do RN. Hoje, 37,5% das vagas oferecidas estão inclusas na Lei de Cotas. Além disso, a universidade também criou o argumento de inclusão regional para estudantes do interior do Estado.

Primeiros passos para ensino superior são da década de 40

A criação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – há 56 anos –

representou um marco na trajetória do Estado. Entretanto, os primeiros passos para a construção do ensino superior no RN teve início na década de 1940, com a criação dos primeiros cursos vocacionais e regulares. Nacionalmente, esse movimento havia surgido há pelo menos um século, em 1827.

No RN, o movimento para a criação da primeira universidade potiguar foi liderado pelo folclorista Luís da Câmara Cascudo, em conjunto com outros intelectuais da época, como o médico e professor Onofre Lopes. A proposta era unir as escolas de ensino superior que haviam surgido na década de 1940, como a Escola de Serviço Social (1945); Faculdade de Farmácia e Odontologia (1947); Faculdade de Direito (1949); Faculdade de Medicina (1955); Faculdade de Filosofi a (1955) e Escola de Engenharia (1957); entre outras.

Em 25 de junho de 1958, através da Lei nº 2.307, sancionada pelo Governador Dinarte Mariz, cria-se a Universidade do Rio Grande do Norte. Em 1959, há o processo de federalização da universidade, que ganha como primeiro reitor Onofre Lopes – cargo no qual este se manteria por 12 anos.

Um mês após a federalização da UFRN, Câmara Cascudo publica artigo no jornal A República. “Uma universidade vive em função do geral, do coletivo e do comum. É planta que exige atmosfera de compreensão, ecologia de entendimentos, interação de estímulo, na fase ascencional dos primeiros anos (…) Uma universidade jamais merece críticos espontâneos, adversários por vocação negativista, recenseadores de falhas, topógrafos de enganos, estatísticos de omissões. Deve ter amigos que a orientem, aparem e prestigiem...”

Para a reitora da UFRN, Ângela Paiva Cruz, a universidade foi criada já com a

perspectiva da sua importância para o desenvolvimento do estado. “A UFRN nasceu sob a égide de um compromisso: oferecer meios para romper as amarras do

subdesenvolvimento que, à época, parecia endêmico. O prof. Onofre Lopes e Dinarte Mariz viabilizaram sua implantação porque já compreendiam, da forma como vemos hoje, a educação superior como principal motor para desenvolvimento do Estado.”

‘Ciências sem Fronteiras’ atendeu 1.600 estudantes Publicação: 2014-09-14 00:00:00 | Comentários: 0     A+A-

Mais de 1,6 mil universitários potiguares tiveram acesso a um período de estudos no exterior desde 2011, com a criação do programa federal Ciências sem Fronteiras. O Rio Grande do Norte foi o quarto estado do nordeste que mais enviou alunos para intercâmbio pelo programa, segundo o sistema de dados do CsF. Dos 1.624 alunos que viajaram, 1.355 eram alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Atualmente, 700 alunos da universidade estão no exterior pelo programa, segundo a Secretaria de Relações Internacionais (SRI), e outros 200 se preparam para viajar em setembro. Mais da metade escolheu como destino os Estados Unidos – onde se concentram as universidades “de ponta” em ciência e tecnologia –, mas também há uma forte demanda por países como Canadá, França e Alemanha.

Entretanto, o processo de internacionalização da UFRN não teve início com o

Ciências sem Fronteiras, mas em meados da década de 1970, a partir de uma política nacional. França e Portugal realizaram os primeiros acordos com a universidade para envio de professores para fazer doutorado ou pós-doutorado, mas nesse caso a UFRN não possuía recursos para bancar os pesquisadores.

Além disso, a chegada dos acordos bilaterais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), como o Brafitec – para as engenharias, firmado com a França – e o Branetec – para as áreas de ciência tecnológicas, com a Holanda. Nestes acordos bilaterais, professores e alunos precisam apresentar um projeto para poder ganhar a bolsa. Existem, por exemplo, sei projetos do Branetec, cada um com a possibilidade de oferecer até dez bolsas. Além disso, atualmente a UFRN mantém 150 acordos de cooperação com 35 países.

Hoje, a universidade possui 12 programas que oferecem bolsas para o exterior, como o programa Santander Universidades, com as vertentes Top China e Ibero- Americanas. São dez vagas oferecidas para bolsas no exterior por semestre. Além das bolsas, existem os vínculos diretos entre pesquisadores e Capes: segundo a coordenação, 198 bolsas no exterior foram concedidas para pesquisadores da UFRN até junho deste ano. Em 2001, apenas 11 bolsas haviam sido oferecidas. Também

aumentaram o número de bolsas nacionais, que saíram de 1.119 para 1.449 nos últimos 13 anos.

O novo foco da universidade, segundo o secretário de relações internacionais da universidade, Márcio Venício Barbosa, são os alunos em situação de vulnerabilidade social. “Internamente o que estamos pensando é oferecer pelo menos cinco bolsas para alunos em vulnerabilidade socioeconômica para o exterior”, diz o professor. Na UFRN, os alunos nesta situação também são incentivados a participar do Ciências sem Fronteiras – com ajuda de custo para tirar visto e oferecendo os cursos de proficiência em línguas gratuitamente, por meio do Instituto Ágora. “Hoje, o aluno que tem possibilidade de ir até Buenos Aires não nos preocupa, e sim o que tem dificuldade de pegar ônibus e vir até a universidade”, afirma o secretário.

Pequisadores criam rede para compartilhar experiências

Partiu de um grupo de ex-bolsistas do Ciências sem Fronteiras os questionamentos que não são feito pelo Governo Federal: como dar continuidade ao crescimento que os estudantes tiveram no Ciências sem Fronteiras? E como dar retorno ao país pelo investimento? Para responder às perguntas, quatro ex-bolsistas criaram a Rede CsF, para troca de experiências, oportunidades e resultados do programa entre alunos. Entre os criadores está um aluno do Rio Grande do Norte: Guilherme de Rosso Manços, 20 anos, recém-formado no bacharelado de Ciência e Tecnologia da UFRN.

Nascido em Boa Vista, mas morando em Natal desde 2002, Guilherme foi um dos selecionados da primeira chamada do Ciência sem Fronteiras, em janeiro de 2012. Ele passou um ano na Clark University, em Massachussets, nos Estados Unidos. No mês passado, Guilherme foi selecionado para o mestrado em Modelagem de Sistemas Complexos da Universidade de São Paulo (USP), mas o objetivo ainda é continuar com a Rede CsF.

A ideia de criar uma rede que integrasse ex-integrantes surgiu da experiência do próprio grupo durante o programa. “A nossa motivação surge na percepção que passamos a ter dos países em comparação com o Brasil, na pouca integração entre os bolsistas e, principalmente, pelo nosso desconhecimento de um projeto ou proposta robusta de continuidade do programas”, explica Guilherme.

Rede

Com pouco mais de seis meses, a rede possui mais de 1.200 integrantes de todo o país, desde ex-bolsistas até pesquisadores de todo o mundo. A equipe agora conta com 30 integrantes, que se dividem nas quatro plataformas: IntegraRede,

ExpandeRede, InformaRede e RealizaRede. Os integrantes produzem newsletters com informações sobre o CsF, oportunidades para continuidade da formação e realiza hangouts (videochamadas) com depoimentos de ex-bolsistas sobre suas experiências.

Guilherme recorda o dia e a hora em que recebeu a notícia do intercâmbio: às 18h do dia 2 de dezembro de 2011. Para ele, toda a experiência foi marcante: desde aprender a fluência de outra língua, interagir com culturas diferentes, apresentar trabalhos no exterior e entrar em contato com pesquisadores do mundo todo. Durante um encontro de um grupo de pesquisadores brasileiros no EUA (o PUB Boston), Guilherme teve a oportunidade de entregar uma carta sobre o CsF para a presidente Dilma Rousseff. “Hoje eu tenho pessoas de mais 60 países diferentes na minha agenda de celular”, brinca Guilherme.

O principal desafio da Rede CsF é conseguir financiamento para os futuros planos. “Queremos reunir essas pessoas que estão voltando agora para desenvolver novas ideias em ciência, tecnologia, inovação e educação”, aponta Guilherme. Entre os próximos passos estão a construção de consulados da Rede CsF nas universidades e a consolidação de uma plataforma como rede social, para facilitar a comunicação online entre os membros e parceiros. “Queremos construir um cadastro dos membros e dos projetos que eles estão desenvolvendo para que possam se comunicar”, acrescenta.

Tharles Silva, 23 anos Programa: CsF

Local: Western Illinois University, em Macomb, nos Estados Unidos

Aluno da primeira turma do bacharelado em Tecnologia da Informação (TI) da UFRN, Tharles sempre teve vontade de estudar no exterior, principalmente pela

oportunidade de aprender a língua inglesa. Ele conta que a saudade de casa e a experiência de morar sozinho são os desafios que enfrenta no exterior. No começo, o clima também foi uma barreira: quando chegou, em março, foi recebido por uma primavera de -10º. Para ele, o importante é conseguir ampliar os conhecimentos na área que escolheu. “Aqui irei cursar Ciências da Computação. Por opção minha, eu estou procurando pagar disciplinas que não existem na minha universidade no Brasil, para ampliar meus conhecimentos e poder, quem sabe, ajudar minha universidade nessa área”, afirma.

Lídia Cavalcante, 21 anos Programa: CsF

Período: 1 ano e meio

Local: Western Illinois University, em Macomb (EUA)

As últimas três semanas de adaptação à vida nos Estados Unidos não foram fáceis para Lídia, estudante de biologia. “No começo tudo o que eu queria era voltar”, conta. Para ela, uma das principais dificuldades dos brasileiros é se adaptar à comida. “Mas um intercâmbio é a chance de sair a zona de conforto, totalmente. Você treina outro idioma, porque aqui se vê obrigado a desenrolar. O Brasil ainda precisa desenvolver muitas coisas e recursos pra nós, estudantes. Aqui é um país que já tem histórico e o costume de valorizar pesquisas, educação, e acredito que só ganhamos vindo. Tanto com a chance de trabalhar e estudar com mais recursos, quanto de estar num lugar onde é o foco da ciência e tecnologia.”

Renata Farias, 24 anos Programa: CsF

Período: 1 ano e 4 meses

Local: University of Maine, no Maine (EUA)

Para Renata, estudante de aquicultura, um dos momentos mais gratificantes de poder estudar no exterior foi representar a UFRN em um evento no MIT, em um encontro de pesquisadores. “Foi muito gratificante! Poder mostrar nosso trabalho pra pessoas de diferentes partes do mundo. Conheci o Marcelo Gleiser, e durante a conversa eles ate mencionaram o Instituto de Física da UFRN”, conta. A estudante só retorna para Natal em dezembro, e conta que uma das principais evoluções que teve foi no inglês. “No começo, algumas vezes tive que conversar com minha roommate (colega de quarto) americana usando o Google Translate”, acrescenta. Enfrentar o frio também não foi fácil: no inverno, o termômetro cai para -33ºC.

Ricardo Feliciano Bianco, 20 anos Programa: CsF

Período: 1 ano e meio

Antes mesmo de entrar na universidade, Ricardo sabia que a segunda língua é uma necessidade para o estudante de engenharia – no caso dele, engenharia química. Nos últimos seis meses em que esteve nos EUA, dedicou-se ao curso de inglês que também é custeado pelo programa. Somente em janeiro terá aulas na universidade. Ele acredita que não teria condições de arcar com os cursos de um intercâmbio

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